• Nenhum resultado encontrado

Eventual Causa de Morte

No documento Sépsia : discussão de um caso clínico (páginas 77-97)

Às 6 horas da manhã do oitavo dia de internamento a doente foi encontrada morta. Não foi realizada autópsia e deste modo desconhece-se o motivo do falecimento.

A análise da evolução clínica e laboratorial até ao último dia de vida revela-nos que a doente recuperou completamente as funções renal e hepática. Do ponto de vista cardiocirculatório, a doente manteve a arritmia mas elevou os níveis de pressão arterial, que eram normais no dia 7 de internamento. Nessa altura continuava com disfunção respiratória e consequente hipoxémia, disfunção cerebral no estado estuporoso, e disfunção hematológica com anemia e trombocitopenia. Hidroelectroliticamente, como já foi discutido, durante o internamento tiveram início e agravaram-se progressivamente hipernatrémia e hipocaliémia.

Tomando em consideração o quadro clínico-laboratorial, serão discutidas seguidamente eventuais causas explicativas de morte nesta doente.

O tromboembolismo pulmonar (TEP) é uma complicação frequentemente fatal de trombose venosa (TV), sendo uma das causas mais comuns de morte súbita.96,97

A trombose das veias é desencadeada por estase venosa, hipercoagulabilidade e inflamação da parede dos vasos, que em conjunto se denominam tríade de Virchow.98

67

Evidências crescentes sugerem que a TV profunda espontânea e o TEP quase sempre estão relacionados com um estado de hipercoagulabilidade.97 A

este propósito convém relembrar que, como já discutido anteriormente, a sépsis está associada à activação da cascata da coagulação.

São múltiplas as condições que estão relacionadas com TV e TEP. Alguns desses factores de risco estavam presentes nesta doente e incluíam idade avançada, ICC, AVC e imobilização no leito que se prolongou durante uma semana.99

Um estudo realizado em 2000 revela que pacientes institucionalizados não submetidos a cirurgia têm uma probabilidade de padecerem de TV profunda ou TEP cerca de 8 vezes maior que pacientes não institucionalizados. O mesmo estudo afirma que pacientes com doença neurológica com parésia das extremidades têm um risco aumentado de cerca de 3 vezes de tromboembolismo venoso.100 Esta doente encontrava-se hemiparética.

Após a admissão no internamento foi iniciada a administração de Enoxaparina. A terapia anticoagulante utilizada profilaticamente demonstrou reduzir a incidência de TEP.101 No entanto, o facto de estar a ser utilizada nesta

doente não impede que TEP possa ter ocorrido. Acresce o facto de, como já referido, as análises efectuadas mostrarem uma diminuição dos TP e TTPA durante o internamento, e não um aumento como seria expectável tomando em consideração que estava a ser administrada Enoxaparina.102

Assim, pelos motivos avançados, TEP secundário a TV profunda poderá ter causado a morte da doente.

68

A morte cardíaca súbita (MCS) é uma morte inesperada devida a causas cardíacas, ocorrendo num curto período de tempo numa pessoa com doença cardíaca conhecida ou desconhecida, na qual nenhuma condição fatal diagnosticada previamente é aparente.

A maior parte dos casos de MCS está relacionada com arritmias cardíacas e os mecanismos electrofisiológicos mais comuns são as taquiarritmias como a fibrilhação ventricular (FV) e a taquicardia ventricular (TV).

A fisiopatologia subjacente à MCS envolve a interacção complexa entre factores estruturais e funcionais.103 Factores estruturais incluem doença das

artérias coronárias, cardiomiopatia hipertrófica ou dilatada, distúrbios inflamatórios ou infiltrativos e anormalidades electrofisiológicas estruturais. Factores funcionais constituem-se como alterações do fluxo sanguíneo coronário, estados de débito cardíaco diminuído, anormalidades metabólicas sistémicas, distúrbios neurofisiológicos e resposta a tóxicos ou fármacos.103

Apesar de um único mecanismo poder não ser suficiente para desencadear MCS, uma combinação de factores pode levar o coração a atingir o limiar de FV ou TV.

A doente deste caso tinha antecedentes de cardiopatia isquémica e de hipertensão, e o Rx mostrava aumento do índice cardio-torácico. Doença aguda das artérias coronárias é causa frequente de MCS provocada por FV e TV104 e mais uma vez é importante referir que existe uma relação próxima entre

69

com sépsis severa105, estado este que pode conduzir a enfarto do miocárdio.106

Existia também bloqueio completo de ramo esquerdo que, raramente, pode levar a bloqueio cardíaco completo.107 Por outro lado, antes do internamento a

doente estava medicada com Digoxina para tratamento de FA e a auscultação durante o internamento revelava arritmia condicente com a irregularidade da resposta ventricular típica de FA.108 À chegada ao SU já estava presente a

arritmia pelo que, supondo que esta estava controlada pela terapêutica, a FA poderá ter sido precipitada pelas infecções.109 Observações indicam que a FA

facilita a indução de arritmias ventriculares.110

Funcionalmente, a doente provavelmente apresentava algum grau de descompensação aguda da ICC crónica, que clinicamente se evidenciava por edema ligeiro, e que se gerou pelos motivos já explicados e porque foi interrompida a terapêutica para a ICC. Os outros factores presentes eram a hipoxémia, a hipocaliémia e a hipocalcémia, todos conhecidos pelas suas propriedades arritmogénicas. Quanto ao uso de fármacos, a hipocaliémia pode também potenciar as arritmias induzidas por digitálicos85, mas a administração

de Digoxina foi interrompida após a chegada ao Hospital. Para além dos fármacos utilizados para terapêutica de problemas cardíacos, outros fármacos, como a Claritromicina utilizada nesta doente, podem prolongar o intervalo QT e assim aumentar o risco de MCS.111 No entanto, a Claritromicina só foi utilizada

entre os 4º e o 6º dias de internamento.

Concluindo, esta doente reunia um conjunto de factores estruturais e funcionais que poderiam conduzi-la a MCS.

70

Como já referido, a doente chegou ao Hospital com AVC isquémico que poderá ter sido desencadeado pelas alterações hematológicas decorrentes do estado séptico, e que só se confirmou radiologicamente ao 4º dia de internamento.

A isquémia provocada por AVC resulta em edema cerebral. O edema cerebral severo está associado a elevação da pressão intracraniana que pode conduzir a herniação cerebral.112,113 ,114

Num estudo publicado em 2001 a taxa de mortalidade 30 dias após AVC isquémico foi de 5.3% e a herniação cerebral causou morte precoce em 52%.115

Assim, progressão de edema cerebral provocado pelo AVC isquémico poderá ter resultado em morte devido a herniação cerebral.

A hemorragia intracerebral (HIC) espontânea define-se como um coágulo sanguíneo que se origina no parênquima cerebral na ausência de trauma ou cirurgia.116 Pode classificar-se em primária ou secundária

dependendo da causa subjacente da hemorragia. A HIC primária deve-se a ruptura espontânea de pequenos vasos danificados por hipertensão arterial ou angiopatia amilóide. A HIC secundária está associada com várias condições congénitas e adquiridas como anomalias vasculares, coagulopatias, tumores e diversas terapias farmacológicas.117

O dano cerebrovascular de pequenas artérias e arteríolas devido a hipertensão crónica é a causa mais significativa de HIC primária.116 A doente

71

tinha antecedentes de hipertensão e teve picos elevados de pressão arterial durante o internamento (Gráfico 1).

Por outro lado, pacientes com coagulopatia, seja ela adquirida ou congénita, também têm um maior risco de HIC.

A terapêutica anticoagulante é um factor de risco bem estabelecido para HIC, especialmente em pacientes idosos.118 Esta doente recebeu Enoxaparina

desde o início do internamento. Ainda assim, como já foi discutido, os TP e TTPA mantiveram-se sempre dentro dos limites da normalidade.

A trombocitopenia, presente durante todo o internamento neste caso, está relacionada com um risco aumentado de hemorragia e pacientes severamente trombocitopénicos com contagens plaquetares inferiores a 50 x 109/L têm um risco de hemorragia 4 a 5 vezes maior que aqueles com

contagens plaquetares superiores, sendo que 88% dos pacientes com HIC têm contagens plaquetares abaixo de 100 x 109/L.119

A sépsis também é um factor que foi associado a HIC não hipertensiva.120

Finalmente, enfarto cerebral passado, cuja sequela neurológica era evidente nesta doente, parece associar-se a risco aumentado de HIC.121

Também poderá pensar-se na possibilidade de transformação hemorrágica do AVC isquémico.

72

O enfarto hemorrágico define-se como um enfarto isquémico em que existe uma área de sangramento no tecido cerebral isquémico, e que pode incluir pequenas hemorragias mas também grandes áreas envolvendo lesões corticais e profundas.122

Ocorre hemorragia numa área de enfarto isquémico quando o sangue extravasa através das paredes dos vasos sanguíneos danificados pela isquémia, situação que requer dano isquémico de severidade e duração suficientes para alterar a integridade e a permeabilidade da parede dos vasos, e reperfusão adequada, directa ou colateral, do tecido isquémico.123

A transformação hemorrágica de AVC isquémico é frequente, 43% no estudo prospectivo de Hornig et al124, e a administração de Heparina, como se

verificou neste caso, aumenta ainda mais a sua probabilidade.125,126

Adicionalmente, a doente recebeu Aspirina até ao dia da ida ao SU. As alterações induzidas pela Aspirina nas plaquetas não podem ser reparadas durante o seu tempo de vida, que é de aproximadamente 8 a 10 dias, e estes efeitos prolongados combinados com o anticoagulante poderão ter potenciado a conversão do AVC isquémico em AVC hemorrágico.127,128

Transformação hemorrágica clinicamente significativa acontece mais frequentemente nos primeiros dias após o início de AVC isquémico. No entanto esta também ocorre mais tarde. O estudo de Hornig et al, referido anteriormente, demonstrou 39% de ocorrências na primeira semana, 54% na segunda semana e 7% na terceira semana, sendo que só se verificou deterioração clínica em 3 pacientes, todos na primeira semana.124

73

A segunda TAC-CE, realizada no 4º dia de internamento, não evidenciava sinais de AVC hemorrágico, mas é possível que um possa ter ocorrido após esta data. O facto de se terem iniciado períodos de apneia na última noite de internamento é sugestivo desta possibilidade.

Em conclusão, antecedentes de hipertensão arterial e de AVC isquémico passado, juntamente com trombocitopenia severa e sépsis, ou alternativamente transformação hemorrágica do AVC isquémico recente, podem ter provocado HIC. Uma grande hemorragia pode aumentar a pressão intracraniana até ao nível da pressão sanguínea e, dependendo da localização do coágulo, isto pode resultar em herniação cerebral, compressão do tronco cerebral e morte.

74

Conclusão

A sépsis é um processo clínico-patológico contínuo que em casos graves pode progredir para sépsis severa e disfunção multi-orgânica.

A doente deste caso desenvolveu uma resposta inflamatória sistémica a infecção por Escherichia coli que progrediu para a corrente sanguínea, provavelmente, a partir de um foco no tracto urinário. Simultaneamente ocorreram pneumonia e AVC isquémico.

Os mediadores da sépsis resultaram em sépsis severa e disfunção multi- orgânica. A hipotensão associada à sépsis que se registava à chegada ao SU resultou em hipoperfusão orgânica, nomeadamente hepática, renal e cerebral. Adicionalmente observaram-se disfunção respiratória, disfunção hematológica, disfunção cerebral e alterações metabólicas. Factores iatrogénicos contribuíram para as alterações hidroelectrolíticas e do pH sanguíneo verificadas.

A interacção complexa entre os condicionalismos estruturais e funcionais presentes, pré-existentes e que evoluíram durante a sépsis, originou um quadro clínico que teve a morte como desfecho final. Neste sentido, MCS, TEP e herniação cerebral decorrente de AVC são causas possíveis de morte.

A compreensão da progressão dos processos clínico-patológicos globais que caracterizaram este caso permite perspectivar planos de actuação terapêutica no paciente séptico, de modo a melhorar o prognóstico da sépsis.

75

Bibliografia

1

Hotchkiss R. S. & Karl I. E. 2003, ―The Pathophysiology and Treatment of Sepsis‖, The New England Journal of Medicine, vol. 348, no. 2, pp. 138-150.

2 Paterson R. L. & Webster N. R. 2000, ―Sepsis and the systemic inflammatory

response syndrome‖, Journal of the Royal College of Surgeons, vol. 45, no.3, pp. 178-182.

3

Calandra T. & Cohen J. 2005, ―The international sepsis forum consensus conference on definitions of infection in the intensive care unit‖, Critical Care Medicine, vol. 33, no. 7, pp. 1538-1548.

4 Macfarlane J. T., Boswell T., Douglas G., Finch R., et al. 2001 ―BTS

Guidelines for the Management of Community Acquired Pneumonia in Adults‖, Thorax, 56, (suppl. IV): iv1-iv64.

5 Froes F. & Vicência R. 1999, ―Pneumonia da Comunidade em Portugal

Continental - Internamentos Hospitalares em 1997‖, Revista Portuguesa Pneumologia, 5:477-485.

6 Froes F. 2003, ―Pneumonia da Comunidade no Adulto em Portugal

Continental - Incidência e Mortalidade dos Internamentos Hospitalares nos anos de 1998 a 2000‖, Revista Portuguesa Pneumologia, 3:187-194.

7

Cunha B. A. 2007, ―Pneumonia, Community-Acquired‖, eMedicine, [Online] Available at: http://www.emedicine.com/med/TOPIC3162.HTM

8 Mandell L. A. et al 2003, ―Update of Practice Guidelines for the Management

of Community-Acquired Pneumonia in Immunocompetent Adults‖, Clinical Infectious Diseases, 37:1405–1433.

9 Fraser S. L. 2007, ―Enterobacter Infections‖, eMedicine, [Online] Available at:

http://www.emedicine.com/med/TOPIC678.HTM

10 Janssens J. P. 2005, ―Pneumonia in the elderly (geriatric) population‖,

76

11

Vourganti S. 2008, ―Hydronephrosis and Hydroureter ‖, eMedicine, [Online] Available at: http://www.emedicine.com/med/topic1055.htm

12 Cunha B. A. 2006, ―Sepsis, Bacterial‖, eMedicine, [Online] Available at:

http://www.emedicine.com/med/TOPIC3163.HTM

13 Beers M. H. 2005, ―Urinary Tract Infections‖, The Merck Manual of Health and

Aging, [Online] Available at:

http://www.merck.com/pubs/mmanual_ha/sec3/ch56/ch56a.html

14 Shoff W. H. 2007, ―Pyelonephritis, Acute‖, eMedicine, [Online] Available at:

http://www.emedicine.com/med/TOPIC2843.HTM

15 Ronald A. 2002, ―The etiology of urinary tract infection: traditional and

emerging pathogens‖, The American Journal of Medicine, Volume 113, Issue 1, pp. 14-19.

16 Eleftherios Mylonakis 2007, ―Escherichia Coli Infections‖, eMedicine, [Online]

Available at: http://www.emedicine.com/med/TOPIC734.HTM

17 Bone R. C., Sibbald W. J. and Sprung C. L. 1992, ―The ACCP-SCCM

consensus conference on sepsis and organ failure‖, Chest, 101: 1481-1483.

18 Sharma S. 2006, ―Multisystem Organ Failure of Sepsis‖, eMedicine, [Online]

Available at: http://www.emedicine.com/med/TOPIC3372.HTM

19 Beal A. L. and Cerra F. B. 1994, ―Multiple organ failure syndrome in the

1990s. Systemic inflammatory response and organ dysfunction‖, The Journal of the American Medical Association, vol. 271, no. 3, pp. 226-233.

20

Cavazzoni S. L. Z. and Dellinger R. P. 2006, ―Hemodynamic optimization of sepsis-induced tissue hypoperfusion‖, Critical Care 2006, vol. 10 (Suppl. 3): S2.

21 Rees D. D., Monkhouse J. E., Cambridge D., Moncada S. 1995, ―The role of

nitric oxide in a conscious mouse model of endo-toxin shock‖, British Journal of Pharmacology, 114: 123P.

77

22 Grover R, Lopez A, Lorente J. 1999, ―Multi-center, randomized, placebo-

controlled, double blind study of the nitric oxide synthase inhibitor 546C88: effect on survival in patients with septic shock‖, Critical Care Medicine, 27: A33.

23 Nooteboom A., van der Linden C. J. and Hendriks T. 2005, ―Whole blood-

mediated endothelial permeability and adhesion molecule expression: a model study into the effects of bacteria and antibiotics‖, Journal of Antimicrobial Chemotherapy, 55, pp. 150–156.

24 Grocott-Masson R. M., Shah A.M. 1998, ―Cardiac dysfunction in sepsis: new

theories and clinical implications‖ Intensive Care Medicine, 24: pp. 286-295.

25 YAMASAK N. 2003, ―Heart Failure in the Elderly‖, Internal Medicine, vol. 42,

no. 5, pp. 383-388.

26

Tsuyuki R. T. [et al] 2001, ―Acute Precipitants of Congestive Heart Failure Exacerbations‖, Arch Intern Med., vol. 161, no. 19, pp. 2337-2342.

27 Wedzicha D. 1993, ―Hypoxia and the heart‖, British Heart Journal, 69: 3-5. 28 CUNHA B. A. 2005, ―Severe Community-Acquired Pneumonia: Determinants

of Severity and Approach to Therapy‖, Infections in medicine, vol. 22, no. 2, pp. 53-58.

29 Mancebo J. 2001, ―Acute respiratory distress syndrome‖, Rev Esp Anestesiol

Reanim, vol. 48, no. 10, pp. 465-470.

30 Abraham E. 2001, ―Managing Acute Respiratory Distress Syndrome: A New

Approach in Which Less Achieves More‖, Medscape, [Online] Available at: http://www.medscape.com/viewarticle/413116_1

31 LaRosa S. P. 2002, ―Sepsis‖, The Cleveland Clinic Center for Continuing

Education, [Online] Available at: http://www.clevelandclinicmeded.com/medicalpubs/diseasemanagement/infecti ousdisease/sepsis/sepsis.htm

32

Schrier R. W. and Wang W. 2004, ―Acute Renal Failure and Sepsis‖, The New England Journal of Medicine, Volume 351, no 2, pp. 159-169.

78

33

Langenberg C. [et al] 2005, ―Renal blood flow in sepsis‖, Critical Care, 9:R363-R374.

34 Agraharkar M. 2007, ― Acute Renal Failure‖, eMedicine, [Online] Available at:

http://www.emedicine.com/med/topic1595.htm

35 Aird W. C. 2003, ―The role of the endothelium in severe sepsis and multiple

organ dysfunction syndrome‖, Blood, vol. 101, no. 10, pp. 3765-3777.

36 Pustavoitau A. and Stevens R. D. 2008, ―Mechanisms of Neurologic Failure in

Critical Illness‖, Critical Care Clinics, vol. 24, no. 1, pp. 1–24.

37

Green R., Scott L. K., Minagar A. and Conrad S. 2004, ―Sepsis associated encephalopathy (SAE): a review‖, Frontiers in bioscience, 9: 1637-1641.

38

Maramattom B. V. 2007, ―Sepsis associated encephalopathy‖, Neurological Research, vol. 29, no. 7, pp. 643-646.

39 Consales G., De Gaudio A. R. 2005, ―Sepsis associated encephalopathy‖,

Minerva Anestesiologica, 71 (1-2): 39-52.

40

Leon A., Lepousé C., Floch T. and Graftieaux J.P. 2006, ―Brain injury during severe sepsis‖, Annales Françaises d`Anesthèsie et de Rèanimation, vol. 25, no. 8, pp. 863-867.

41

Braunwald E. et al 2001, Harrison’s Principles of Internal Medicine, McGraw- Hill, USA, p. 1636.

42 Sharshar T., Hopkinson N. S., Orlikowski D., Annane D. 2005, ―Science

review: The brain in sepsis—culprit and victim‖, Critical Care, 9:37-44.

43

Braunwald E. et al 2001, Harrison’s Principles of Internal Medicine, McGraw- Hill, USA, p. 1632.

44

Braunwald E. et al 2001, Harrison’s Principles of Internal Medicine, McGraw- Hill, USA, p. 209.

45

Braunwald E. et al 2001, Harrison’s Principles of Internal Medicine, McGraw- Hill, USA, p. 210.

79

46

Braunwald E. et al 2001, Harrison’s Principles of Internal Medicine, McGraw- Hill, USA, p. 1635.

47

Braunwald E. et al 2001, Harrison’s Principles of Internal Medicine, McGraw- Hill, USA, p. 1867.

48

Braunwald E. et al 2001, Harrison’s Principles of Internal Medicine, McGraw- Hill, USA, p. 1868.

49 Yaseen S. 2007, ―Metabolic Alkalosis‖, eMedicine, [Online] Available at:

http://www.emedicine.com/med/TOPIC1459.HTM

50 Chassagne P. et al 2006, ―Clinical presentation of hypernatremia in elderly

patients: a case control study‖, Journal of the American Geriatrics Society, vol. 54, no. 8, pp. 1225-1230.

51

Tierney L. M. Jr. et al 2006, CURRENT Medical Diagnosis & Treatment, Lange Medical Books/McGraw-Hill, USA, p. 1231.

52

Tintinalli J. E. et al 2004, Emergency Medicine: A Comprehensive Study Guide, MacGraw-Hill, USA, p. 235.

53

Tierney L. M. Jr. et al 2006, CURRENT Medical Diagnosis & Treatment, Lange Medical Books/McGraw-Hill, USA, p. 1423.

54 Levi M. 2006, ―Disseminated Intravascular Coagulation‖, eMedicine, [Online]

Available at: http://www.emedicine.com/med/topic577.htm

55 Taylor F. B. Jr. 2001, ―Towards definition, clinical and laboratory criteria, and

a scoring system for disseminated intravascular coagulation‖, Thrombosis and Haemostasis, vol. 86, no. 5, pp. 1327-1330.

56 Favara B. 1992, ― Hemophagocytic lymphohistiocytosis: a hemophagocytic

syndrome‖, Seminars in Diagnostic Pathology, vol. 9, no. 1, pp. 63-74.

57 Fisman D. N. 2000, ―Hemophagocytic syndromes and infection‖, Emerging

80

58

Stéphan F., Thiolière B., Verdy E. and Tulliez M. 1997, ―Role of hemophagocytic histiocytosis in the etiology of thrombocytopenia in patients with sepsis syndrome or septic shock‖, Clinical Infectious Diseases, vol. 25, no. 5, pp. 1159-1164.

59

François B., Trimoreau F., Vignon P., Fixe P., Praloran V. and Gastinne H. 1997, ―Thrombocytopenia in the sepsis syndrome: role of hemophagocytosis and macrophage colony-stimulating factor‖, American Journal of Medicine, vol. 103, no. 2, pp. 114-120.

60 Taniguchi T. et al 1990, ―Platelet size and function in septic rats: changes in

the adenylate pool‖, The Journal of Surgical Research, vol. 49, no. 5, pp. 400- 407.

61

PIAGNERELLI M. [et al] 2007, "Anemia in sepsis: the importance of red blood cell membrane changes‖, Transfusion Alternatives in Transfusion Medicine, 9: 143-149.

62 Piagnerelli M. [et al] 2006, ―Iron Administration in the Critically Ill‖, Seminars

in Hematology, 43 (suppl .6): S23-S27.

63 Simchon S., Jan K. M. and Chien S. 1988, ―Studies on sequestration of

neuraminidase-treated red blood cells‖, American Journal of Physiology, 254: H1167–1171.

64

Piagnerelli M., Boudjeltia K. Z., Vanhaeverbeek M. and Vincent J. L. 2003, ―Red blood cell rheology in sepsis‖, Intensive Care Medicine, vol. 29, no. 7, pp. 1052-1061.

65

Guyton and Hall 2002, Tratado de Fisiologia Médica, Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, pp. 394-400.

66 Liolios A. 2002, ―Researchers Look at the Coagulation Pathways for Their

Next Treatment for Severe Sepsis ―, Medscape, [Online] Available at: http://www.medscape.com/viewarticle/443579

67

EBERT E. C. 2006,” Hypoxic Liver Injury‖, Mayo Clinic Proceedings, vol. 81, no. 9, pp. 1232-1236.

81

68

Dahn M. S., Wilson R. F., Lange P., Stone A. and Jacobs L. A. 1990, ―Hepatic parenchymal oxygen tension following injury and sepsis‖, Archives of Surgery, Vol. 125, No. 4, pp. 441-443.

69 Trauner M., Fickert P. and Stauber R. E. 1999, ―Inflammation-induced

cholestasis‖, Journal of Gastroenterology and Hepatology, vol. 14, no. 10, pp. 946–959.

70

Longmore M. 2007, Oxford Handbook of Clinical Medicine, Oxford University Press, New York, p. 678.

71

Peralta R. 2006, ―Hypoalbuminemia‖, eMedicine, [Online] Available at: http://www.emedicine.com/Med/topic1116.htm

72 VINCENT J. L. & WEBB A. R. 2003, ―Albumin‖, Transfusion Alternatives in

Transfusion Medicine, vol. 5, no. 1, pp. 16-19.

73

VINCENT J. L. 2003, "Should Albumin Be Used to Correct Hypoalbuminemia in the Critically Ill? Yes‖, Transfusion Alternatives in Transfusion Medicine, vol. 5, no. 4, pp. 397-400.

74 Ruot B. [et al] 2003, ―Increased albumin plasma efflux contributes to

hypoalbuminemia only during early phase of sepsis in rats‖, American Journal of Physiology - Regulatory, Integrative and Comparative Physiology, vol. 284, no. 3, pp. 707-713.

75 Maier K. P., ―Protein metabolism and urea synthesis‖, in: Holm E. & Kasper

H. 1985, Metabolism and Nutrition in Liver Disease, Springer, Lancaster, p. 31, Google Books, [Online] Available at: http://books.google.com/books?id=cTYduIV0n5UC&pg=PT53&hl=pt-

PT&source=gbs_toc_r&cad=0_0&sig=YNmG7Q96RZ-Z6Ti6a3YZrMrexKc

76 Hayes J. A. 2005, "Respiratory Alkalosis‖, eMedicine, [Online] Available at:

http://www.emedicine.com/med/TOPIC2009.HTM

77 Bret A. N. 2008, ―Lactic Acidosis‖, eMedicine, [Online] Available at:

82

78 Pham T. Q. 2007, ―Hypernatremia‖, eMedicine, [Online] Available at:

http://www.emedicine.com/med/topic1089.htm

79 Beers M. H. 2006-2008, ―Hypernatremia‖, The Merck Manual Medical Library,

[Online] Available at: http://www.merck.com/mmpe/sec12/ch156/ch156e.html

80 Stephanides S. L. 2007, ―Hypernatremia‖, eMedicine, [Online] Available at:

http://www.emedicine.com/emerg/topic263.htm

81

Walker H. K., Hall W. D. and Hurst J. W. 1990, Clinical Methods: The History, Physical and Laboratory Examinations, Butterworth Publishers, Stoneham.

82

Guyton and Hall 2002, Tratado de Fisiologia Médica, Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, pp. 252-260

83

Guyton & Hall 2002, Tratado de Fisiologia Médica, Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, p. 306

84

Perera G. 2ª edición, Cirugia de Urgencia, Panamericana, Buenos Aires.

85

Garth D. 2007, ―Hypokalemia‖, eMedicine, [Online] Available at: http://www.emedicine.com/emerg/topic273.htm

86 Plavinik F. L. 1992, ―Hypokalemia, glucose intolerance, and hyperinsulinemia

during diuretic therapy‖, Hypertension, vol. 19, no.2, pp. 26-29

No documento Sépsia : discussão de um caso clínico (páginas 77-97)

Documentos relacionados