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5. Considerações Finais

5.2 Evidenciação do impacto do estágio

a) A nível pessoal

Se ao escolhermos a Casa do Povo e a nossa vila para trabalharmos foi porque já sentíamos que poderíamos fazer a diferença. A nível pessoal este estágio foi transformador. O estágio ofereceu-nos uma segunda Casa. Ofereceu-nos a oportunidade de crescer, de procurar, de trabalhar, de inventar e de descobrir. Desenvolveu diferentes competências, nomeadamente: comunicação, coordenação, criatividade, produção e responsabilidade. Posto isto, a Casa do Povo estimulou e deu a liberdade para o desenvolvimento de projetos em diferentes âmbitos.

Esta oportunidade fez com que não passe um dia sem estarmos na Casa do Povo. É um cuidar da casa como se fosse nossa.

Não há como explicar que transformações se evidenciaram. Quando nos perguntam "Porque passam tanto tempo na Casa do Povo?" Nós respondemos, "porque é o nosso suor que está marcado naquelas portas, porque é um representar de memórias e de oportunidade e é o facto de sabermos que se nós não estivermos, dificilmente alguma coisa poderá ser feita". Foi um erguer de uma casa fechada, foi um devolver de uma história a uma vila que também nos pertence, que nos faz trabalhar todos os dias.

O ajudar as pessoas, o transformar vidas, fazer a diferença, fez com que nos apercebêssemos do que queremos para o futuro. É um orgulho carregar o nome da Casa do Povo, carregar as chaves na mala e dizer que o nosso trabalho está à vista de todos.

Este estágio ainda nos proporcionou a oportunidade de criar uma Associação Juvenil, para oferecer atividades mais recorrentes para a juventude.Existem muitas atividades para crianças e atividades para idosos, mas para jovens só existem atividades esporádicas. Sentimos a necessidade de ter um espaço nosso. Sentimos a necessidade de conseguir trocar ideias e de as colocar em prática. Sentimos a necessidade de fazer mais pela Vila, de fazer coisas para os jovens e de ter novas experiências. O facto de existir um espaço chamado "Espaço Jovem" na Casa do Povo e haver pouca dinamização, fez com que nos lançássemos nesta tarefa de fazer mais pelos jovens da terra.

O estágio ofereceu ainda uma oportunidade de trabalho - mais um ano em estágio remunerado pelo IEFP. Foi com muito entusiasmo que na reta final deste trabalho se fez a

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candidatura para ficar mais um ano a trabalhar na Casa do Povo. A candidatura já foi aceite, por isso não houve tempo para férias, mas muita dedicação e continuação de alguns dos projetos e a criação de novos.

b) A nível institucional

A nível instituição houve uma grande revolução. A Casa estava aberta esporadicamente em dia de atividades e com a realização do estágio passou a estar aberta todos os dias. Com atividades a decorrer durante a semana e com mais dinâmicas. Começou a haver menos preocupação da direção por saberem que poderíamos ajudar a tratar de tudo. Isto é, desde a receção de quotas, à direção de atividades, à criação e implementação de projetos, isto foi tudo responsabilidade da estagiária.

A Casa do Povo ganhou uma nova dinâmica e uma nova aposta em projetos de intervenção na comunidade. Ganhou novos jovens empenhados a fazer mais pela vila, ganhou um grupo de senhoras que levam o nome da Casa do Povo para além da fronteira da freguesia, ganhou um grupo de voluntários dispostos a partir na ajuda ao outro. Ganhou ainda o reconhecimento dos emigrantes, que através das redes sociais, nos saúdam e enaltecem por ver a freguesia em movimento e por voltarem a ver rostos de relevo na freguesia a fazerem mais.

Ganharam um reconhecimento em Assembleia de Freguesia pelo trabalho desenvolvido, ganharam destaques em jornais e ganharam a oportunidade de ter a casa disponível para as pessoas.

Quanto à Rede de Voluntariado, recentemente foi feita uma reunião com a coordenadora do Projeto: Banco do voluntariado da Camara Municipal, para se criar uma parceria. A ideia é fazermos do Banco do Voluntariado uma extensão do projeto para a vila. Desta forma o projeto V.E.R + ficará regularizado e terá todos os parâmetros legais (seguros, despesas de deslocação, material, etc).

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c) A nível de conhecimento na área de especialização

Trabalhar com a Educação de Adultos e com a Intervenção Comunitária já é uma opção desde há longos anos. O facto de se conseguir intervir numa comunidade, interpretar as problemáticas e apresentar alternativas de resolução, sempre foi fascinante.

Para o desenvolvimento deste projeto, para a sua realização e para a sua implementação, foi necessário recorrer à opinião de especialistas da área para nos ajudarem na construção e na resolução de problemáticas. No entanto, a intuição, a observação e a interpretação foram muito importantes neste processo.

Consideramos que o facto de termos entrado numa experiencia, onde não havia ninguém na instituição dotado de conhecimentos teóricos sobre o Voluntariado, sobre adultos e sobre a intervenção na comunidade, foi um empurrar para conseguirmos desenvolver atividades pioneiras mas de forma arriscada. Isto é, foi o facto de termos de procurar os caminhos, as pessoas e os instrumentos que nos deu esta bagagem sobre os projetos desenvolvidos.

A Educação de Adultos deve ser realizada de forma a corresponder às necessidades das pessoas, mas ao mesmo tempo integra-las de forma a desenvolver a pessoa e a comunidade. Na intervenção comunitária, trabalhando com adultos ou com outros grupos, deveremos sempre defender a máxima de fazer projetos com o grupo e não para o grupo. O mais importante é envolver as pessoas e consciencializa-las dos problemas e das suas necessidades. Por consequência, abarcar as pessoas em todas as decisões e em todos os passos importantes e decisivos na resolução de problemas/necessidades.

Deste projeto aprendemos que o mais importante são as pessoas. As pessoas que são singulares, que têm histórias de vida únicas e que têm personalidades distintas. As pessoas que, apesar de diferentes, têm objetivos comuns:

 Viver a vida com tranquilidade e qualidade;

 Aproveitar o contacto com novas experiências;

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