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Evolução temporal dos efectivos da praga nas parcelas

Capítulo II- Estudo da dinâmica populacional de Epitrix spp em

3.1 Evolução temporal dos efectivos da praga nas parcelas

A evolução temporal expressa em nº médio de adultos de Epitrix spp. observados é apresentada nas Tabela 3, 4 e 5, respectivamente para a parcela A (monitorizada em 2010) e para as parcelas B e C/D (monitorizadas em 2011).

Tabela 3: Nº médio Eptrix spp, por conjunto de 10 batateiras ao longo do tempo parcela A (2010)

Contagem (Média)

10-Abr 17-Abr 23-Abr 1-Mai 9-Mai 17-Mai 24-Mai 31-Mai 7-Jun 14-Jun Media

Global

Parcela A 1.67 2.80 2.467 1.80 0.87 0.80 0.60 3.70 9.73 16.07 4.05

Tabela 4: Nº médio Eptrix spp, por conjunto de 10 batateiras ao longo do tempo parcela B (2011)

Contagem (Média)

25-Mar 31-Mar 08-Abr 15-Abr 22-Abr 28-Abr 09-Mai 14-Mai Media

Global

Parcela B 1.13 1.67 4.46 6.63 1.63 0.29 0.08 0.83 - - 2.09

Tabela 5: Nº médio Eptrix spp, por conjunto de 10 batateiras ao longo do tempo parcela C/D (2011)

Contagem (Média)

31-Mar 06-Abr 13-Abr 20-Abr 26-Abr 04-Mai 12-Mai 19-Mai 26-Mai Media

Global

31 A evolução população de Epitrix spp expressa em nº médio de adultos observados em por talhão (10 plantas) e situação climatérica no período entre, a semana anterior à primeira contagem e a última contagem é apresentada nas Figuras 10, 11 e 12, respectivamente para a parcela A (monitorizada em 2010) e para as parcelas B e C/D (monitorizadas em 2011).

Figura 10: Dinâmicas populacionais, Temperaturas médias diárias (|T|ºc), Precipitação (PP(mm)) em 2010

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Figura 12: Dinâmicas populacionais, Temperaturas médias diárias (|T|ºc), Precipitação (PP(mm)) em 2011

Pela observação da situação climatérica (Temperatura e Precipitação) e os efectivos de Epitrix não foi possível estabelecer nenhuma co-relação entre os efectivos da praga e os indicadores climáticos.

Em ambos os anos o pico da densidade populacional da geração hibernante ocorreu em meados de Abril, na parcela A em 2010 a contagem com maior número de Epitrix foi realizada a 17 Abril. Enquanto em 2011 as contagens com maior número de insectos ocorreram, a 13 Abril e 15 Abril nas parcelas C/D e B respectivamente. O início das emergências da geração F1 ocorre entre a quinta e sexta semanas após o pico da geração hibernante.

Quando realizado mais cedo o cultivo da batateira, pode dificultar o controlo da praga (Hill, 1946; Wallis, 1953), por possibilitar uma maior sobrevivência e adiantamento da postura dos adultos da geração hibernante em relação à cultura tardia, além disso atrai um maior número de Epitrix (Hill, 1946).

As primeiras duas contagens em B (25/03 e 31/03), com média (±desvio padrão), de 1.13 (±0.99) e 1.67 (±1.27), apresentam uma densidade de Epitrix superior à primeira contagem em C/D (31/03) com média (±desvio padrão) 0,3 (±0,59) com p< 0.05. O factor explicativo segundo Vernon e Thomson 1991, é a antecipação (aproximadamente 15 dias) no aparecimento da praga em terrenos de segundo ano cultivo, como ocorrido em B. Os Epitrix hibernantes do ano anterior emergem directamente no local de cultura, explicando a maior densidade em B.

33 A evolução da população de Epitrix por cada grupo de 10 plantas, de acordo com a ordem das contagens para as diferentes parcelas ao longo de 2010 e 2011, encontra-se representada na figura 13 e demonstra a existência de diferenças entre as parcelas.

Em 2011 a geração hibernante foi com excepção da primeira contagem superior ao número de Epitrix da batateira em 2010, poderá contudo haver diversos factores explicativos para esta ocorrência.

Segundo Hill (1946) e Wallis (1953) a plantação precoce provoca aumento da população devido à imigração de Epitrix vindos de regiões onde o alimento escasseia além disso cultivo precoce contribui também para a manutenção da geração hibernante recém-emergida. A repetição da cultura no mesmo local é também um factor responsável por aumento da população no segundo ano (Kabaluk & Vernon, 2000) contudo não será o principal factor explicativo para o aumento das populações em 2011, pelo facto de só estar a repetir a cultura da batata em B e não em C/D, embora a parcela se encontre próxima.

Também o clima de cada ano e a variação das culturas vizinhas e usadas na rotação poderá estar envolvida nestas possibilidade algumas assegurarem melhor refúgio e fonte alimento diferenças, sendo por isso difícil encontrar uma explicação única para este aumento.

34 Existem grandes limitações para a continuação da análise comparativa pelo facto de: a 4ª contagem em C/D e 5ª em B terem ocorrido em intervalos de precipitação; ter- se aplicado insecticida a 26/04/2011 (5ª semana contagem C/D e 6ª B); recolha precoce da cultura por motivos económico que condiciona a análise da geração F1 resultante da reprodução dos adultos hibernantes pertencentes ao ano anterior (geração hibernante).

O insecticida, com princípio activo Cipermetrina já testado por Vernon e Mackenzie (1990), que demonstrou nas suas investigações ter uma grande eficácia na morte dos adultos de Epitrix. No entanto neste caso foi aplicado tardiamente já numa fase de declínio da população o que não permite considera-lo o único responsável pela diminuição dos efectivos. Além de que os efectivos nunca foram inferiores aos 0,0167 Epitrix por planta, número abaixo do qual Giles (1987) considera importante manter-se os efectivos (Vernon et al., 1990).

Conclui-se que a oportunidade de aplicação do insecticida em 2011 não terá sido a mais correcta para o controlo desta praga, uma vez que os estragos da geração hibernante já estavam nos tubérculos e que já teriam ocorrido maioria das posturas que originariam a geração de verão (segundo pico das curvas).

No período compreendido entre a sétima e oitava semana de contagem, na Parcela A e C/D (31/05/2010, 19/05/2011 respectivamente) teve início a emergência da geração seguinte, cujos efectivos aumentaram até ao final das contagens (16/06/2010, 26/05/2010 respectivamente).

Quanto ao efeito dos tratamentos de fertilização com chorume na diminuição da população de Epitrix, os resultados são inconclusivos. No caso da parcela A, a aplicação de chorume fez-se numa fase em que a população de Epitrix já estava a decrescer por coincidir com o fim da geração, assim torna-se impossível quantificar a influência da aplicação de chorume na diminuição dos efectivos de Epitrix. Nas parcelas B e C/D, cultivadas em 2011, a sua aplicação teve lugar após a aplicação do insecticida e da quebra natural dos efectivos, pelo que a densidade da população de Epitrix já estava a decrescer, tornando desta forma inconclusivas as contagens para o efeito da aplicação de chorume.

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