EXÉRCITO PORTUGUÊS
EXÉRCITO PORTUGUÊS EME
Divisão de Planeamento de Forças
CONTINUAÇÃO (Folha 88 de 5)
Nº 22/05 Procº F.02.02.08 Data: 07Dez05
1. FINALIDADE
Face a novos desenvolvimentos no processo dos “Battlegroup – UE (BG)”, proporcionar informação adicional que poderá clarificar e orientar decisões posteriores.
2. SITUAÇÃO
a. A Direcção-Geral de Política de Defesa Nacional (DGPDN/MDN) elaborou, em Jul05, um Estudo intitulado “UE Battlegroups – Possíveis contributos de Portugal”, onde levantava a possibilidade do Exército integrar a iniciativa dos BG, através da seguinte Modalidade de Acção (M/A) :
“Portugal constituir-se como FwN de um BG, participando, em regime de reciprocidade, num BG cuja FwN já esteja constituída.”
b. A análise dessa possibilidade foi realizada na Informação em referência a), onde foram tidos em consideração diversos condicionalismos, nomeadamente ao nível da organização e estrutura, ciclos de empenhamentos de forças e financeiros.
c. Através do Ofício em referência b), foi enviado ao EMGFA a posição do Exército acerca do assunto em epígrafe que consistia:
Em face do exposto, encarrega-me Sua Excelência o General Chefe do Estado-Maior do Exército de informar que a posição do Exército referente ao assunto em epígrafe é a seguinte:
a. No segundo semestre de 2007, integrar um BG, com uma UEC, de manobra ou de apoio de combate;
b. No segundo semestre de 2008, integrar o BG de comando espanhol com duas UEC, CEng e ERec, dando resposta positiva à solicitação efectuada pelas respectivas autoridades e simultaneamente obtendo condições de reciprocidade para a participação de unidades espanholas num Battlegroup comandado por Portugal.
Cor Inf Cameira Martins CPOG 2006/07 89 c. Em 2010, Portugal constituir-se como FwN de um BG, de cariz
conjunto e combinado, a levantar num dos semestres (não se propondo 2009 por nesse ano se anteverem outros compromissos robustos no âmbito das NRF).
d. Entretanto, as candidaturas dos Estados-Membros da UE ao período de prontidão, “Standby” dos BG (à razão de dois por semestre), na “Battlegroup Coordination Conference (BGCC 1/05)”, resultou na falta de compromisso para:
(1) Um BG no segundo semestre de 2007;
(2) Um BG no segundo semestre de 2008;
(3) Três BG em 2009;
(4) Três BG em 2010.
e. Assim, foi decidido a realização de uma segunda “Battlegroup Co- ordination Conference (BGCC 2/05)”, a ter lugar em 08Nov05, com o objectivo de conseguir:
(1) o comprometimento de Estados-Membros para o completo preenchimento das lacunas entre 2007 e 2009;
(2) as candidaturas iniciais para o período após 2009.
f. Face ao exposto, há novos desenvolvimentos que permitem, nesta fase, identificar as “FwN” dos BG que o Exército pretenderia integrar em 2007, no entanto, tal identificação deve ser cruzada com o proposto na Informação da DGPDN (cuja cópia não oficial se junta em Anexo A), que se encontra a Despacho ao MDN, relativa à participação nacional em novas iniciativas no âmbito dos BG. Salienta-se que esta Informação foi disponibilizada oficiosamente, sendo ainda confidencial, pelo que deve ser cuidada a utilização de elementos nela contidos.
3. ANÁLISE
a. Resultados da “Battlegroup Co-ordination Conference (BGCC 2/05)”
(1) Face ao exposto em 2.d., o comprometimento de Estados-Membros para o BG em falta no segundo semestre de 2007 foi assumido pela Grécia, a que se juntam a Bulgária, a Roménia e o Chipre;
Cor Inf Cameira Martins CPOG 2006/07 90
(2) O BG de comando espanhol para o qual se pretende a integração de forças terrestres portuguesas transitou para o 1º semestre de 2008 (Anexo B), contando com a participação da Alemanha e da França. Esta reciprocidade leva a que esteja efectivo no 2º semestre de 2008 um BG comandado pela Alemanha e pela França e que conta com a participação da Espanha para além da Bélgica e do Luxemburgo. Mantém-se a falta de compromisso para um BG no segundo semestre de 2008;
(3) Faltam compromissos para dois BG em 2009 (2ºsemestre);
(4) Faltam compromissos para três BG em 2010.
(5) Quadro Resumo
b. Elementos retirados da Informação da DGPDN em Anexo A:
(1) Possibilidade de “No segundo semestre de 2007, integrar um BG, com uma UEC, de manobra ou de apoio de combate”
(a) Só identifica a possibilidade de integração com a Grécia a Bulgária, a Roménia e o Chipe, omitindo a possibilidade de integração com a Itália, a Hungria e a Eslovénia;
(b) Tal omissão, significa uma vontade de não integrar esta iniciativa em 2007, tendo sido referido, verbalmente, pela fonte que disponibilizou a Informação em causa, os seguintes elementos:
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Cor Inf Cameira Martins CPOG 2006/07 91 •
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• “Relativamente ao período de 2007, A EUROFOR, em princípio irá comandar a operação na Bósnia. A EUROFOR vai assumir o comando da EUFOR, facto que nos dá grande visibilidade, em termos políticos, pois o ERF HQ tem na sua constituição 17 elementos Portugueses no seu Staff. Portugal pretendia ter alguma visibilidade do ponto de vista operacional, quando estiver na Presidência, factor que nos é garantido desta forma”;
(2) Possibilidade de “No segundo semestre de 2008, integrar o BG de comando espanhol com duas UEC, CEng e ERec, dando resposta positiva à solicitação efectuada pelas respectivas autoridades e simultaneamente obtendo condições de reciprocidade para a participação de unidades espanholas num Battlegroup comandado por Portugal.
É apoiada claramente esta possibilidade, sendo sugerido que desde já sejam iniciados contactos no sentido de materializar a nossa participação através da assinatura de um Acordo Técnico. Chama-se no entanto a atenção que esta participação pederá ser no primeito semestre de 2008;
(3) Possibilidade de “Em 2010, Portugal constituir-se como FwN de um BG, de cariz conjunto e combinado, a levantar num dos semestres”.
Propõe a exploração desta possibilidade de Portugal se constituir como FwN a partir de 2010.
4. CONCLUSÃO
A proposta da DGPDN ao MDN na Informação em Anexo A, cumpre parcialmente com os Objectivos do Exército ao corroborar a nossa intenção de participação neste projecto em 2008 e após 2010. No entanto não assume a intenção do Exército de participação em 2007, tal facto poderá levar a que após 2010, quando Portugal pretender constituir-se como FwN de um BG só obtenha reciprocidade da Espanha.
Sendo que o principio da reciprocidade só é explicito para com o país que se assume como FwN, Portugal só o pode exigir à Espanha.
Cor Inf Cameira Martins CPOG 2006/07 92 A participação em 2007 no BG em que a Itália se constitui como FwN, duplicaria as possibilidades de reciprocidade, sendo que a Itália é um país com quem já temos afinidades de treino e emprego de forças.
À consideração superior