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Exame Clínico da Glândula Mamária na Fase Final da Lactação, no

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.4 EXAME CLÍNICO DAS MAMAS

3.4.1 Exame Clínico da Glândula Mamária na Fase Final da Lactação, no

As glândulas mamárias foram examinadas, conforme preconizado por Birgel (2004), por meio da inspeção, palpação e a avaliação complementar pelo exame do leite. O exame físico da mama, conforme será detalhado a seguir, foi realizado em três momentos: na fase final da lactação, no 45º dia do período seco e no retorno da lactação.

Os exames do leite foram realizados, imediatamente, antes da ordenha, e, após a limpeza dos tetos com solução anti-séptica preparada com clorexedine. Um a dois jatos de leite eram ordenhados de cada glândula mamária, observando-se a secreção observada em um recipiente preto, facilitando a avaliação da presença de alterações macroscópicas das características do leite, como presença de grumos ou alteração da cor.

Durante a palpação da glândula mamária, realizada imediatamente após a ordenha, avaliou-se, particularmente, a consistência do parênquima da glândula, a resistência à introdução do dedo na cisterna da glândula (sinus lactifer) e a presença de um cordão no interior da cisterna do teto (sinus papillaris). A avaliação das diferentes estruturas mamárias deve ser realizada após a ordenha, visto que, a repleção de leite na cisterna da glândula e cisterna do teto dificulta, ou, impede a correta palpação das referidas estruturas orgânicas.

Na avaliação da consistência da glândula mamária palpou-se, inicialmente, o úbere como um todo e, logo após, o parênquima de cada quarto mamário. A classificação dos tipos de consistências do parênquima glandular foi baseada na padronização estabelecida pela Escola Superior de Veterinária – Hannover. Dentro desta classificação, as diferentes consistências mamárias são representadas em algarismos romanos, conforme visualizado no quadro 3.

Tipos de

Consistência Características da Palpação

I – Macia mama de consistência semi-mole, que confere à glândula mamária uma

sensação de palpação delicada e macia

II – Macia

consistência semi-mole que confere à glândula mamária uma sensação delicada e macia, na qual pode-se palpar uma fina granulação representada pelos ácinos glandulares

III – Firme mamas apresentando uma consistência firme, na qual é possível a palpação

de pequenos nódulos fibrosos, dispersos pelo parênquima glandular

IV – Fibrosada

mamas que à palpação apresentam consistência fibrosa, podendo ser encontrados grandes nódulos fibrosos com diâmetro variando de 5 a 8 cm dispersos pelo parênquima da glândula, podendo a mama apresentar reuniões desses nódulos formando extensas áreas de endurecimento difuso do tecido mamário

V – Fibrosada glândula mamária de consistência dura, por fibrosamento extenso e difuso do parênquima, atingindo lóbulos ou mesmo um lobo glandular VI - Pastosa

glândula mamária acometida por mamite aguda, caracterizada por calor, dor e consistência pastosa causada pelo edema, com impossibilidade de preguear-se a pele sobre a mama

VII – Pastosa

glândula mamária com edema fisiológico do período pré ou pós-parto, caracterizando-se por suaves sinais de calor e dor, com evidenciado tumor representado por edema de intensidade variável (a consistência é pastosa com impossibilidade do pregueamento da pele sobre a mama)

Quadro 3 - Classificação das características da palpação da consistência da glândula mamária. São Paulo, 2006

Após a palpação do parênquima glandular, foi realizada a avaliação da cisterna da glândula mamária (sinus lactifer), para isto introduziu-se a extremidade do dedo indicador no interior da cisterna da glândula, sendo as glândulas classificadas segundo a resistência para a introdução do dedo, como descrito no quadro 4.

Classificação Características da Palpação da Cisterna da Glândula

ausência de resistência

mamas que não apresentam qualquer dificuldade para a introdução do dedo na cisterna da glândula

pequena resistência

mamas que apresentam pequena resistência à introdução do dedo na cisterna da glândula

grande resistência

mamas que apresentam grande resistência à introdução do dedo na cisterna da glândula

Quadro 4 - Classificação das características da palpação da cisterna da glândula mamária (sinus

lactifer). São Paulo, 2006

cisterna do teto (sinus papillaris), foi feito o rolamento do teto entre os dedos polegar, indicador e médio, sendo a classificação do resultado deste exame descrita no quadro 5.

Classificação Características da Palpação da Cisterna do Teto

Ausência de Cordão a sensação da existência de um cordão endurecido no

interior do teto não era perceptível

Cordão Perceptível era perceptível a presença de um delicado cordão endurecido

no interior do teto

Cordão de espessura considerável

era perceptível a presença de um cordão endurecido de espessura considerável no interior do teto

Quadro 5 - Classificação das características da palpação da cisterna do teto (sinus papillaris). São Paulo, 2006

Finalizando a avaliação das características morfológicas estudadas durante o exame clínico do úbere de vacas leiteiras, classificou-se por inspeção direta das condições do orifício do teto a ocorrência de prolapso do epitélio de revestimento interno do conduto do orifício do teto (ductus papillaris), sendo classificado de acordo com os itens expostos no quadro 6.

Classificação Características da Inspeção do conduto do orifício do teto

Ausência de prolapso o conduto do orifício do teto não apresenta prolapso do seu epitélio de revestimento Prolapso de pequena

severidade

a presença de prolapso de pequena extensão do epitélio de revestimento interno do conduto do orifício do teto era perceptível

prolapso de grande severidade

a presença de prolapso de grande extensão do epitélio de revestimento interno do conduto do orifício do teto era perceptível

Quadro 6 - Classificação das características do prolapso do epitélio de revestimento interno do conduto do orifício do teto (ductus papillaris) - São Paulo – 2006