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Critério Peso Social

4.1.6. Execução da ferramenta

Quando selecionada, a última opção, “Executar a ferramenta”, inicia o funcionamento core do programa, despoletando uma série de sub-rotinas que culminam em possíveis soluções de alocação para as doações.

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Em primeiro lugar, o utilizador escolhe se pretende adicionar doadores esporádicos ou não. Esta opção existe para o caso de no dia da utilização em específico não existirem doadores esporádicos, mas ainda assim for pretendido partilhar o stock excedente das instituições entre as mesmas.

Havendo doadores esporádicos, estes são inseridos manualmente começando pelas coordenadas GPS, seguido dos valores em kg para cada tipo de alimento como está evidenciado na figura 4-3.

Figura 4-3 Inserção de doador esporádico

Os doadores esporádicos foram simulados com base no historial de doações esporádicas passadas. Após a inserção iterativa dos doadores esporádicos, consoante a opção 3 (partilha de stock entre instituições) ter sido selecionada ou não, as instituições com stock excedente são adicionadas aos doadores esporádicos. De seguida, é executada uma rotina que percorre todos os doadores esporádicos ou não. Dentro desta rotina é analisada a distância de cada doador a cada ponto de cada rota, onde é escolhido o ponto com a distância menor. Nesta escolha é sempre tida em consideração as restrições temporais e de capacidade da rota em que esse ponto se insere.

No caso de não cumprir as restrições de capacidade ou temporais, a possibilidade é descartada, não sendo considerado mais nenhum ponto desta rota uma vez que não terá capacidade de

armazenamento nem o tempo da deslocação extra estará dentro dos limites estabelecidos uma vez que o algoritmo escolhe o menor valor (e o mais rápido) de cada rota para testar primeiro.

Posteriormente é comparado o conteúdo da doação com as necessidades diárias das instituições, obtendo desta forma um valor que representa as necessidades satisfeitas no caso de a alocação ser cumprida. Este é um valor de elevada importância para calcular o valor da parcela social.

A parcela social é calculada sabendo as necessidades que seriam satisfeitas pela alocação e a quantidade total de alimentos doados dos diferentes tipos de alimentos.

A parcela económica é calculada com base na distância máxima a percorrer com aquela alocação (ida e volta do ponto mais próximo da rota para o doador esporádico) e com a quantidade de alimentos presentes na doação uma vez que as instituições estabelecem um valor máximo a pagar por refeição. Atribuindo um valor médio de 500 g por refeição pode-se concluir que é aceitável um custo de 5 € por kg de bens alimentares.

Com isto, a parcela económica é obtida através de duas funções como se pode ver na figura 4-5.

A parcela ambiental, à semelhança da económica, está dividida em duas partes. Uma relacionada com a distância percorrida e as emissões do veículo no percurso, e outra relacionada com as emissões

Figura 4-5 Parcela Económica Figura 4-4 Parcela Social

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de CO2 libertadas pelos alimentos ao não serem consumidos e acabarem no lixo. Desta forma, procura-

se que o valor de CO2 libertado seja o menor possível

A função para o cálculo das emissões para o critério ambiental está representada na figura seguinte (figura 4-6).

Com a distância e os resultados da comparação da doação com as necessidades, são calculados os valores dos 3 critérios que são posteriormente multiplicados pelos respetivos pesos, resultando num valor solução da doação para a instituição em causa. São testadas todas as doações para todas as instituições.

No fim destas rotinas, é proposto ao utilizador alocar a doação na instituição que corresponde ao valor solução superior.

Figura 4-7 Alocação de doação a instituição

É permitido ao utilizador alocar um doador na célula (instituição), mesmo que a disponibilidade de armazenamento seja ultrapassada, isto para precaver alguma exceção como pode ser visto na figura 4-7.

Se o utilizador decidir aceitar a sugestão, são atualizados os valores do stock de excedentes, assim como a lista de necessidades da instituição, tempo de percurso e disponibilidade de armazenamento do veículo em na rota em que a doação esporádica se inserir.

É também exposto ao utilizador a quantidade de CO2 que esta alocação impediu que fosse para

atmosfera, assim como o valor monetário recuperado em alimentos e a quantidade de necessidades satisfeitas.

Figura 4-8 Resultado de alocar um doador esporádico Figura 4-6 Parcela Ambiental

Como esta flutuação de necessidades e de stock pode potencialmente alterar os valores solução das outras doações em relação à instituição em causa, as rotinas anteriormente explicadas são repetidas.

Todo este processo de avaliação da viabilidade de alocação de cada doador temporário é testado para todas as instituições, de forma a cada doação temporária ser devidamente alocada.

4.2.

Setorização

A ferramenta ao funcionar em torno dos três princípios da sustentabilidade e sendo estes ajustáveis consoante a escolha do utilizador de valorizar uns em detrimento de outros faz com que possa haver uma abordagem com uma combinação de valores desprendida do peso económico. Tal abordagem pode ter um impacto de expandir e misturar os setores de atividade de cada instituição. Por outro lado, ao salientar o critério económico, que será a situação mais habitual uma vez que se tratam de instituições de voluntariado em que, por vezes, se utilizam veículos particulares dos voluntários, o peso deste critério será sempre tido em conta com a devida relevância. Ao simular utilizou-se este mesmo princípio em que o critério económico será o mais relevante.

Com esta definição pode-se verificar que, de uma forma geral, os doadores esporádicos que são alocados numa determinada instituição são os mais próximos da mesma ou da sua área de operações, desta forma mantendo os setores que estariam previamente definidos pelas rotas pré-existentes.

Com a possibilidade de partilhar excedentes entre instituições, no caso de os setores não se intercetarem, potencialmente conseguir-se-ia limitar as interações a apenas uma viagem para outro setor para recolher os excedentes de outra instituição e satisfazer necessidades próprias.

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De forma a setorizar a rede de instituições, os doadores fixos de cada uma teriam de ser partilhados e realocados e com base no mesmo sistema de critérios das alocações de doadores temporários, completando com a redistribuição dos stocks excedentes entre instituições.

Com base na amostra da rede de doadores das instituições, tendo em conta as limitações de capacidade de transporte das mesmas, foi possível prever uma possível setorização que poderia advir de os doadores permanentes serem sujeitos ao processo de alocação oferecido pela ferramenta de apoio à decisão.

Figura 4-10 Possível Setorização

Como é possível ver na figura apresenta na figura 4-10, é possível setorizar a área de ação das instituições e diminuir as distâncias percorridas por cada instituição. Esta alteração reduz as emissões de CO2 e reduz os gastos monetários das instituições uma vez que diminui as distâncias percorridas e

consequentemente o combustível gasto. Com as interações entre setores minimizadas, mas existentes através da partilha de stock excedente, é então assegurada a satisfação das necessidades institucionais e consequentemente o critério social.

Este último critério social é melhorado por intermédio da redistribuição de alimentos entre os setores, dos setores que teriam maior abundância de excedentes para os setores com maiores necessidades ou falha de géneros alimentares.

Os três pilares da sustentabilidade ficam assim assegurados, otimizando as questões ambiental e económica.

Capítulo 5

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