Fígura 3.7. – Perfis HEB120 S275 JR
3.2.4. Execução de painéis
A execução de contenções, por recurso a este tipo de tecnologia, consiste na construção de cima para baixo, de diversos níveis de painéis de betão armado com cerca de 2,40m de largura e 2,50m de altura, betonados contra o terreno, e sucessivamente executadas até que se alcancem as cotas de escavação projectadas. Cada um dos referidos níveis é constituído por painéis primários e secundários (ou terciários), devendo a construção dos últimos, ser apenas efectuada após a execução das ancoragens dos primeiros que lhes são directamente contíguos.
Nesta tecnologia, e de forma a equilibrar os impulsos horizontais resultantes do peso próprio dos terrenos e sobrecargas actuantes, à medida que estes painéis de betão armado vão sendo construídos vão-se realizando ancoragens provisórias. Estas ancoragens são em regra inclinadas relativamente a um plano horizontal, de modo a que a força de pré-esforço aplicada tenha a componente horizontal transmitida directamente ao terreno, e uma outra componente vertical que se transmite aos perfis metálicos que se encontram abaixo da cota de fundação.
INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA
CAPÍTULO
CAPÍTULO CAPÍTULO
CAPÍTULO 3:3:3: CONTENÇÃO PERIFÉRICA 3:
INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA
CAPÍTULO
CAPÍTULO CAPÍTULO
CAPÍTULO 3:3:3: CONTENÇÃO PERIFÉRICA 3:
Os trabalhos iniciam-se pela abertura de uma vala junto ao painel, com comprimento e profundidades superiores em 0,50m às dimensões do painel definidas em projecto, de modo a serem colocadas as armaduras de espera (empalmes) para ligação aos painéis contíguos.
Após a abertura da vala, posicionam-se as armaduras ordinárias do painel, enche-se com areia os 0,50m de sobre-escavação inferior e coloca-se a cofragem de intradorso e de vedação dos 0,50m de alargamento laterais. Como forma de escoramento, aterra-se toda a periferia do painel, por forma a suportar a pressão que o betão impõe sobre a cofragem. Posteriormente, e num espaço de tempo inferior a 12 horas, contado a partir do instante da abertura da vala, betona-se o painel contra o terreno de modo a garantir que não ocorra descompressão do terreno escavado.
INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA
CAPÍTULO
CAPÍTULO CAPÍTULO
CAPÍTULO 3:3:3: CONTENÇÃO PERIFÉRICA 3:
3.2.4.1. Escavação
O equipamento de escavação deve ser convenientemente guiado de forma a evitar eventuais desvios na largura da escavação e na verticalidade das paredes da escavação. Uma vez que a betonagem dos painéis se faz contra o terreno, é extremamente importante garantir que a escavação dos mesmos seja rigorosa, uma vez que se o terreno for escavado em excesso, a espessura do painel aumenta, e os custos associados ao betão também aumentam.
Antes da colocação das cofragens e das armaduras, procede-se à limpeza do fundo da escavação, eliminando os elementos soltos que se possam ter desprendido das paredes do painel escavado, assim como os resíduos acumulados.
Figura 3.19. – Escavação de um painel
Figura 3.20. – Martelo a executar o desmonte
INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA
CAPÍTULO
CAPÍTULO CAPÍTULO
CAPÍTULO 3:3:3: CONTENÇÃO PERIFÉRICA 3:
3.2.4.2. Aplicação de armadura
As armaduras aplicadas nos painéis foram previamente executadas no estaleiro, de acordo com os Projectos da especialidade. O aço utilizado para a execução das paredes de “Berlim” foi o A400 NR, e o recobrimento mínimo definido em Projecto é de 4 cm. A malha a aplicar é de ø12//0,125m em toda a área do painel e ø12//0,075m na zona central do painel.
Durante a aplicação das armaduras, foi necessário ter especial cuidado com os comprimentos de amarração das armaduras de espera (empalmes) para ligar posteriormente aos painéis contíguos.
Na zona central dos painéis a ancorar, colocou-se transversalmente um tubo de PVC, de forma a criar passagem dos cabos para a execução das ancoragens.
Figura 3.21. – Aplicação da armadura num
painel
Figura 3.22. – Negativos deixados na
armadura da parede para execução da ancoragem
INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA
CAPÍTULO
CAPÍTULO CAPÍTULO
CAPÍTULO 3:3:3: CONTENÇÃO PERIFÉRICA 3:
3.2.4.3. Cofragem
Posteriormente à aplicação de armaduras, coloca-se a cofragem do intradorso dos painéis. Para tal, utilizaram-se taipais de madeira recorrendo a contraplacado do tipo marítimo e a tábuas de pinho de largura constante e planas, de forma a conferir às superfícies de betão um acabamento regular e liso.
Esta aplicação exige uma montagem robusta e perfeita, de modo a garantir a verticalidade e suporte das pressões de betão fluido, bem como uma fácil descofragem. Foi aplicado óleo descofrante nas superfícies interiores dos taipais, antes da sua aplicação, com o objectivo de evitar a aderência do betão, e consequentemente dificultar o processo de descofragem.
Após a execução da cofragem, procede-se ao escoramento da mesma, sendo aterrada a frente do taipal, compactando o terreno o mais possível com o balde da escavadora hidráulica, de forma a compensar a pressão exercida pelo betão durante a betonagem.
INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA
CAPÍTULO
CAPÍTULO CAPÍTULO
CAPÍTULO 3:3:3: CONTENÇÃO PERIFÉRICA 3:
3.2.4.4. Betonagem
A betonagem de cada painel é por descarga directa do balde da grua torre e em simultâneo procede-se à vibração do betão de modo a preencher bem todos os espaços e deixar o betão bem densificado.
Figura 3.25. – Betonagem de um painel do 1º nível
Figura 3.26. – Vibração do betão
De forma a executar uma betonagem do painel correctamente, é necessário que a sua parte superior possua uma abertura (“bico de pato”), cujo preenchimento do betão será posteriormente removido.
INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA
CAPÍTULO
CAPÍTULO CAPÍTULO
CAPÍTULO 3:3:3: CONTENÇÃO PERIFÉRICA 3:
3.2.4.5. Descofragem
A descofragem dos painéis deve ser efectuada num período de tempo nunca inferior a 12h após a betonagem, correspondente ao tempo de cura do betão.
Figura 3.27. – Operação de descofragem de um painel
Figura 3.28. – “Bico de pato” no painel, após
INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA
CAPÍTULO
CAPÍTULO CAPÍTULO
CAPÍTULO 3:3:3: CONTENÇÃO PERIFÉRICA 3:
Posteriormente à descofragem, procede-se à demolição do “bico de pato” recorrendo ao martelo eléctrico, com o objectivo de deixar uma superfície vertical constante ao longo de toda a altura do muro.
Figura 3.29. – Face interior da parede após a demolição
do “bico de pato”