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Exemplificações do eletrônico e presencial

Tendo como exemplo o Município de Contagem que usou o método de licitação de pregão para a aquisição dos medicamentos PADRONIZADOS e NÃO PADRONIZADO destinado a melhorar e tornar mais eficiente o atendimento dos serviços de urgência e emergência de saúde do município, assim como também a rede de atenção básica, garantindo o acesso aos medicamentos em curto prazo, minimizando o desabastecimento da rede de saúde de Contagem e consequente desassistência ao paciente. Percebe-se, portanto, que o Município tem o poder-dever de garantir o abastecimento de todos os medicamentos necessários nas farmácias distritais, na rede de urgência e emergência de saúde, assim como também na rede de atenção básica. No entanto, a Secretaria Municipal de Saúde realizou o processo n° 163/2016 Pregão Presencial n° 081/2016, que teve como objeto a aquisição de alguns medicamentos constantes da tabela CMED, apresentando vários itens frustrados, conforme demonstrado na ata de sessão. Além disso, não teve uma real previsão de todos os medicamentos necessários para o atendimento dos serviços de urgência e emergência de saúde do município, assim como também a rede de atenção básica, ocasionando uma grande compra por dispensa de licitação. Neste interregno, houve a troca de gestão municipal com a eleição do novo prefeito do Município de Contagem, Sr. Alex de Freitas, que tem novas diretrizes para o SUS de Contagem, desta forma, o processo licitatório citado acima, que foi iniciado pela gestão passada, não atendeu todo objeto que essa administração pretende

executar. Neste contexto, faz-se necessário a realização de novo processo licitatório para aquisição de medicamentos constantes da tabela CMED, tendo como finalidade obter melhor proposta e abranger o maior número de medicamentos licitados, haja vista, que a tabela CMED é a referência de atuação no campo econômico da regulação do mercado de medicamentos, por esse motivo, atribui-se como critério de julgamento o maior desconto global sobre a tabela. Deste modo, em observância ao princípio da economicidade e considerando a existência de um processo vigente para aquisição de medicamentos, para que não haja duplicidade no objeto, será utilizado o preço obtido no presente registro de preço se este demonstrar mais vantajoso, revogando-se os preços registrados para os medicamentos homologados no Pregão Presencial 081/2016. Destaca-se ainda que a aquisição dos medicamentos também se destine ao atendimento de mandados judiciais, de forma eficiente, a fim de cumprir os prazos estabelecidos nos mesmos.

Por que não fazer um pregão “por unidades”, na compra de medicamentos:

- Nos remédios chamados por Biológicos e Éticos, as licitações em 90% das vezes dá deserta.

- O fornecimento de medicamentos por decisão de Mandados Judiciais não são fornecidos com descontos CAP, que são determinados pelo Ministério da Saúde e pelo Tribunal de Contas.

- A entrega fracionada, aquela em que várias empresas vencem as licitações, causa muitos problemas operacionais para o recebimento dos produtos, inclusive de conferência do material, descargas, armazenamento, etc.

VANTAGENS DO PREGÃO DE MAIOR DESCONTO na Tabela Semed /Ministério da Saúde, permitida pela lei de licitações, a Lei 8666/93:

- Contrato com um único fornecedor por 12 meses, onde o mesmo se obriga, por contrato, a fornecer todos os remédios Biológicos, Éticos, Genéricos e Similares.

- Garantir que os Mandados Judiciais possam ser atendidos com o desconto CAP. - Além disto, ter um único fornecedor, demanda menos trabalho administrativo, como a feitura de contratos, a administração destes contratos, os avisos de fornecimento, e

ainda permite uma melhor programação na entrega e recebimento dos produtos, facilitando a recepção, armazenamento e distribuição dos mesmos.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O pregão surge, tanto na forma presencial quanto na eletrônica, como um marco no sistema licitatório existente. Trata-se de um instrumento inovador concebido pelo Governo Federal, pois tem proporcionado grandes mudanças nas contratações, conferindo maior celeridade, transparência e segurança nas contratações de bens e serviços comuns.

A licitação na modalidade pregão, como exposto ao longo do trabalho, permite que a Administração disponha de mais uma modalidade licitatória que tem como características principais, a inversão da ordem da fase de habilitação, a possibilidade de se verificar a habilitação apenas da vencedora do certame, a possibilidade de disputa com lances verbais e inexistência de restrição quanto ao valor do futuro contrato.

O pregão eletrônico se harmoniza com o princípio constitucional da eficiência, uma vez que simplifica os procedimentos da licitação, por meio da inversão de fases. Também viabiliza a todos os participantes a chance de ter suas propostas examinadas e discutidas, sem a necessidade de transpor as barreiras da habilitação.

A licitação, na modalidade pregão eletrônico, também atende ao princípio da economicidade, pois proporciona uma grande redução nos valores dos lances, tornado os resultados mais satisfatórios. Conferindo, ainda, maior rapidez às contratações, que são normalmente morosas, com a utilização de procedimentos desburocratizados. A implementação do pregão corresponde aos anseios do atual estágio legislativo, que tem buscado a consolidação de uma política de probidade e responsabilidade com os gastos públicos. Como exemplo, cita-se a Lei Complementar nº 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal, que zela pela transparência na gestão pública, garantindo a preservação do interesse público.

Cabe ressaltar que o pregão só poderá ser utilizado na aquisição de bens ou serviços comuns, de fácil caracterização, conforme o parágrafo único do Art. 1º da Lei 10.520/2002.

O pregão representa uma importante ferramenta procedimental posta à disposição dos administradores públicos de todas as esferas, federal, estadual, municipal ou distrital.

Dessa forma, o pregão eletrônico será sempre alvo de investimentos por parte do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, a fim de melhorar cada vez mais a operacionalização do sistema.

Não se pode deixar de considerar a importância do pregoeiro para o processo licitatório. É figura essencial durante o pregão, é ele que tem o dever de zelar pela ordem no transcurso da sessão. É escolhido dentre servidores que compõem o órgão, contando com o assessoramento de uma equipe de apoio.

Atualmente, o sucesso do pregão eletrônico é evidente, aumentou o número de fornecedores do governo, reduziu os custos das compras governamentais, além de fomentar a competitividade.

Quanto às desvantagens, vale citar a queda da conexão no sistema, e, principalmente, a oferta de preços de serviços e produtos que não raras vezes tem redundado em qualidade indesejável, requerendo dos agentes públicos reiteradas intervenções nas execuções dos contratos e na avaliação da qualidade dos produtos entregues.

Com base no estudo apresentado, concluiu-se que a implementação do pregão, em especial, o pregão eletrônico, foi de grande valia para o país. Atribuiu ao processo licitatório uma maior transparência e celeridade.

Apesar disso, o pregão não pode ser entendido como instrumento para eliminar a corrupção. É preciso que se consolide a consciência de todos os administradores públicos, fornecedores, e sociedade como um todo, no que se refere à moralização na contratação pública, consagrando efetivamente os princípios norteadores da Administração Pública.

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