• Nenhum resultado encontrado

Exemplo de Parecer Técnico

No documento MÓDULO VI. Aula I. Embargos à Execução (páginas 33-38)

Vamos reproduzir na sequência alguns modelos de “pareceres técnicos”, que podem ser encaminhados ao advogado em substituição à peça de “embargos à execução”, utilizando as mesmas matérias aplicadas nas peças de “embargos à execução”, apresentadas nos itens 7.1 a 7.5 acima:

8.1. Exemplo I - Parecer Técnico

PARECER TÉCNICO

A/C.: Dr. XXXXXXXXXXX

Autos No ...: RT 00000-0000-000-00-0 - VT de .... Reclamante ...: XXXXXXXXXXX.

Reclamada ...: XXXXXXXXXXX.

Ref.: Matéria para Embargos à Execução aos Cálculos Homologados pelo Juiz

Prezado Dr. XXXXXXXX,

Após análise dos cálculos apresentados pelo Sr. Perito nos autos, concluímos pela existência de algumas distorções.

Segue abaixo matéria para interpormos “Embargos à Execução” aos cálculos apresentados pelo Sr. Perito e homologados pelo Juiz.

Att.

Curitiba, ... de .... de 2015.

Portal Cível & Trabalhista.

MATÉRIA PARA EMBARGOS À EXECUÇÃO 1. DAS HORAS EXTRAS

34 Os cálculos homologados incorrem em equívoco quanto à apuração das horas extras deferidas, no tocante à aplicação média de horas extras devidas, senão vejamos:

Ocorre que, para o período que vai desde a prescrição até julho/2001, a apuração das horas extras deve ser efetuada com base na quantidade média encontrada entre as horas extras apuradas nos demais meses do período imprescrito.

Observa-se, entretanto, que a apuração de horas realizada nos cálculos apresentados pelo Sr. Perito, em momento algum considerou a média de horas de forma correta, pois verifica-se nos cálculos uma quantidade de horas muito superior ao que realmente é devido, como aponta o quadro de fls. ... dos autos.

A média correta de horas extras a ser aplicada aos cálculos resulta em 22,86 horas, com base nas horas extras efetivamente apuradas nos meses cujos cartões pontos forma juntados aos autos, cumprindo-se exatamente o que restou determinado na sentença. A média deve ser utilizada para efeito de cálculo dos meses cujos cartões não contam nos autos.

Veja-se que, seguindo o cartão ponto de mês de março de 2000, como determinado, a correta quantidade para a apuração das horas extras nos termos do comando decisório, é de 22,86 e não a absurda quantidade apresentada nos cálculos homologados.

O mesmo ocorre na apuração das horas extras relativas à violação do artigo 71 da CLT, onde os cálculos homologados apresentam quantidade completamente incongruente de horas intervalares, majorando a execução, motivo pelo qual, não devem prevalecer os cálculos homologados.

No período a partir de agosto de 2001, os cálculos homologados também restam equivocados, eis que, não consideram corretamente a jornada fixada nos autos, majorando a execução.

Assim, os cálculos homologados incorrem em equívoco quanto à apuração efetuada no tocante às horas extras, ocasionando inequívoco excesso de execução, bem como favorecendo o enriquecimento indevido do reclamante, além de violar inexoravelmente os termos da coisa julgada, o que não deve prevalecer.

35

2. DAS HORAS EXTRAS – ABATIMENTOS DE VALORES PAGOS

Os cálculos apresentados pelo Sr. Perito deixam de observar corretamente os valores já quitados pela empresa reclamada no período contratual.

De acordo com as fichas financeiras juntadas aos autos, no mês de outubro/2002, a empresa pagou ao reclamante a importância na ordem de R$ 63,43 (sessenta e três reais e quarenta e três centavos), referente às horas extras laboradas nos sábados.

Todavia, os cálculos periciais deixam de observar a quitação da referida importância, desconsiderando o referido pagamento.

Cabe destacar, que a r. decisão imposta nos autos, determinou de forma expressa o abatimento dos valores pagos a título de horas extras, e, deste modo, todos os valores pagos e consignados nos recibos de pagamentos colacionados aos autos devem ser abatidos do cálculo das horas extras.

36

8.2. Exemplo II - Parecer Técnico

PARECER TÉCNICO A/C.: Dr. XXXXXXXXXXX

Autos No ...: RT 00000-0000-000-00-0 - VT de .... Reclamante ...: XXXXXXXXXXX.

Reclamada ...: XXXXXXXXXXX. Referente: Embargos à Execução

Prezado Dr. XXXXXXX,

Segue abaixo matéria para interpormos Embargos à Execução aos cálculos homologados pelo Juiz nos autos.

Os cálculos do Perito apresentam-se incorretos em alguns pontos específicos.

Me coloco à sua disposição para esclarecimentos que se fizerem necessários.

Att.

Portal Cível & Trabalhista.

EMBARGOS À EXECUÇÃO – MATÉRIA

HORAS EXTRAS – DEMISSÃO POR JUSTA CAUSA

Não concorda a reclamada com os cálculos periciais apresentados, visto que, o “Expert” considerou, indevidamente, reflexos das horas extras em aviso prévio, férias + 1/3, 13° salário e multa de 40% sobre FGTS, quando, o reclamante foi dispensado por justa causa.

Ocorre que, equivocadamente, o auxiliar do Juízo apurou os reflexos das horas extras sobre aviso prévio, férias + 1/3, 13° salário e multa de 40% do FGTS, entretanto, o reclamante foi dispensado por justa causa, conforme termo de rescisão do contrato de trabalho de fl. 79 dos autos, não sendo devidos os reflexos calculados sobre as referidas parcelas.

37 Destaca-se que, até mesmo o v. acórdão proferido pelo E. Tribunal Regional manifestou-se expressamente neste sentido, senão vejamos:

Fl. ... (verso)

“Assim, em face de todo exposto, entendo motivada a dispensa do autor, não fazendo o mesmo jus ao aviso prévio indenizado, férias proporcionais, 13° salário e FGTS do mês da rescisão, mais multa de 40% nem a liberação dos depósitos.”

Como visto no texto sentencial transcrito acima, a justa causa foi mantida, não sendo devidos quaisquer reflexos sobre: férias proporcionais + 1/3, 13° salário, aviso prévio indenizado e multa de 40% do FGTS.

Assim, os cálculos periciais merecem reforma, devendo para tanto, o auxiliar do Juízo proceder a exclusão dos reflexos das horas extras sobre: férias proporcionais + 1/3, 13° salário, aviso prévio indenizado e multa de 40% do FGTS, em face da dispensa do reclamante por justa causa.

38

9 – Considerações Finais

Como visto, os cálculos homologados pelo Juiz merecem uma atenção especial por parte do perito assistente que atua pelo réu, pois, é muito comum encontrar os mais diversos tipos de diferenças nos referidos cálculos, algumas em razão de erro material, outras em função de critério adotado, e ainda, temos aquelas que são decorrentes de interpretação distorcida das decisões contidas nos autos.

A peça de embargos à execução visa corrigir essas incorreções, tornando-se um instrumento essencial na fase de execução, pois tem o objetivo de alinhar os cálculos aos objetivos do réu, que é o de ter um resultado que atenda os seus interesses.

Cabe destacar, ainda, que a manifestação deverá fazer referência a todas as possíveis incorreções, visto que, mesmo que o juiz não acolha algum item dos embargos, será possível abordar novamente a matéria em sede de agravo de petição, para apreciação de uma das turmas do Tribunal Regional. Por uma questão óbvia, se uma determinada matéria não foi ventilada nos embargos à execução, não poderá mais ser contestada nos autos, tornando-se incontroversa a questão.

Por isso da importância de se fazer um cálculo totalmente independente daquele apresentado nos autos, com a utilização das técnicas, interpretações, critérios e parâmetros que favoreçam o Reclamado. A partir da conta realizada, fazer uma análise de todos os pontos que se apresentem em discordância, quando comparados os cálculos, descrevendo de forma individual, verba a verba, onde estão localizadas as diferenças. O passo seguinte é descrever de forma concisa e detalhada as incorreções, demonstrando de forma quantitativa as diferenças, para que o juiz possa decidir a questão.

Junto à peça de embargos à execução devem ser juntados os cálculos do réu contendo todos os valores que o mesmo entende como devidos nos autos. O total apresentado pelo réu se tornará incontroverso e já poderá ser liberado ao reclamante, pois, o que se estará discutindo a partir da apresentação da conta, são as diferenças apontadas na manifestação de embargos.

Uma vez apresentados os embargos à execução, resta ao réu esperar pela decisão do juiz, que irá analisar a manifestação, acolhendo ou não as diferenças apontadas. Da decisão, caberá ou não, agravo de petição junto ao Tribunal Regional.

Recomendamos que o aluno reveja os cases do Módulo II, relativos aos “Estudos de Casos”, onde ocorre a aplicação prática da matéria ora estudada. A partir do “case IV” os cálculos são apresentados nos autos e homologados pelo Juiz que em seguida, abre prazo para que as partes tenham a oportunidade de verificar se a conta está correta ou não, impugnando ou embargando os cálculos, quando constatada alguma incorreção. É a aplicação da teoria e da técnica ao caso prático.

No documento MÓDULO VI. Aula I. Embargos à Execução (páginas 33-38)

Documentos relacionados