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O Exercício Físico em utentes do Centro de Saúde São João e Centro de

Introdução

O exercício físico representa uma parcela essencial de um estilo de vida saudável,

contribuindo para a saúde tanto física como mental do indivíduo.1-6

Várias designações de exercício ou actividade física foram defendidas ao longo do tempo por diferentes correntes de pensamento.

Várias definições de Exercício ou actividade física foram apresentadas e revistas ao longo do tempo. A Organização Mundial de Saúde designa, actualmente, actividade

física qualquer movimento corporal que implica gasto de energia.6

A inactividade física é um factor de risco para várias doenças crónicas, sendo responsável por aproximadamente 1,9 milhões de mortes por ano. A actividade física permite, de forma directa, a diminuição do risco de várias doenças do foro

cardiovascular e mesmo algumas neoplásicas.1,2,5,6

O desgaste energético promovido pela actividade física é um elemento chave no controlo do peso do indivíduo, contribuindo para a prevenção, controlo e reversão do excesso de peso e obesidade.1,2,4-6

Dada a amplitude do termo actividade física, um outro termo derivado, Exercício Físico, adquire grande relevância. Exercício físico é definido como uma forma de

actividade física em que há movimentos intencionais repetitivos com o objectivo de melhorar a função ou forma cardiorrespiratória e muscular 5. O exercício implica

geralmente uma maior estruturação e intensidade da actividade física.5

Benefícios do Exercício Físico

O exercício físico tem, comprovadamente, uma acção benéfica fisiológica, com diminuição dos riscos de Doença cardiovascular, Diabetes Mellitus tipo 2, Acidente Vascular Cerebral, Doença Arterial Coronária, Carcinoma do cólon e Carcinoma da

Mama nas mulheres.1,2,4-9

Existem também evidências que sugerem um efeito benéfico ao nível da Hipertensão Arterial (HTA), Osteoporose e risco de queda associado, Peso e

ajuda a controlar de comportamentos de risco entre crianças e adolescentes como

consumo de tabaco, álcool ou outras drogas.5,6

Os efeitos fisiológicos do exercício que se encontram na base dos benefícios observados são:

Efeitos antiaterogénicos

A adaptação ao exercício físico regular resulta na elevação do colesterol HDL, descida do LDL, descida da pressão arterial e aumento da sensibilidade à insulina com melhoria do metabolismo da glicose (o que ajuda a prevenir a diabetes Mellitus tipo 2 e

a Síndrome metabólica).6

Efeitos antitrombóticos

Verifica-se uma descida dos níveis de fibrinogénio, aumento do activador tecidual do plasminogénio activo e uma redução do inibidor do activador do plasminogénio com a actividade física. Existe também uma influência sobre a função plaquetária, que aumenta em resposta ao exercício de curto prazo nos sedentários, normalizando a curto prazo.5,7,8

Alteração da função endotelial

O exercício estimula a produção de moléculas como o NO ou outros factores vasoactivos que se encontram diminuídos na aterosclerose e em doentes com factores de risco coronários como a Hipercolesterolemia, diabetes mellitus, hábitos tabágicos e hipertensão arterial. Estes compostos têm síntese endotelial e efeitos cardiovasculares protectores. O aumento da sua síntese traduz a melhoria da função endotelial com o exercício.5,7,8,11

Efeitos anti-isquémicos

A melhoria da função endotelial pode explicar a melhor relação entre demanda de oferta de fluxo sanguíneo no miocárdio. Para além disto, a diminuição do tónus simpático e o aumento do tónus parassimpático diminui a frequência cardíaca (o que aumenta o tempo de perfusão do miocárdio em diástole) e diminui a pressão arterial, o que resulta em diminuição do trabalho cardíaco. Todos estes efeitos foram amplamente

Efeitos antiarrítmicos

Todas as alterações descritas anteriormente quanto aos benefícios anti-isquémicos contribuem para a redução do risco de arritmias como a fibrilação ventricular. É importante referir que, durante o exercício vigoroso, há aumento importante do risco de arritmias malignas em doentes com Doença Arterial Coronária. A prova de esforço é fundamental para o estabelecimento da capacidade funcional nestes doentes antes do retomar da prática de exercício físico.5,7,8,12

A prática regular de exercício físico permite reduzir, em média, a pressão arterial

sistólica em 10 mmHg e a diastólica em 7,5 mmHg. 5-8

Está também descrito um efeito benéfico sobre a Diabetes Mellitus, com aumento da sensibilidade à insulina e melhor controlo da glicemia, acções que podem ser

potenciadas pela perda de peso, para a qual o exercício físico contribui.5-8

Para além da melhoria da função cardiorrespiratória, o exercício físico regular

promove a o bem-estar psicológico e mental.5-9 Estes efeitos são provavelmente

mediados pela libertação, durante o exercício, de substâncias como endorfinas.

A melhoria do bem-estar está associada a aumento da produtividade e menor

absentismo no trabalho e aumento do rendimento escolar.6

Riscos do Exercício Físico

A prática de exercício não está completamente desligada de riscos associados. Em pacientes com doença cardiovascular prévia, geralmente de idade avançada, o exercício

físico intenso pode causar morte cardíaca súbita e EAM.13,14

Estas ocorrências aumentam de acordo com a gravidade da doença cardíaca, idade e estado funcional do doente e a intensidade do exercício, sendo raras em pacientes anteriormente saudáveis.13,14

Outras repercussões negativas possíveis do exercício físico são as lesões músculo- esqueléticas. Entorses, rupturas musculares e de ligamentos, contusões podem resultar directamente da prática de exercício. Artrites e desgaste precoce das articulações são

outras consequências menos imediatas mas igualmente limitadoras.14

O estabelecimento da lesão depende de grande forma da intensidade, frequência e impactos envolvidos no exercício em causa. Exercícios como corrida e ginástica aeróbia

outros igualmente intensos mas menos traumáticos como a bicicleta, a caminhada e a natação.

As orientações guia com maior aplicação internacional, recomendadas pela OMS, são as da American College of Sports Medicine & American Heart Association. Estas orientações guia, datadas de 2007, concluem que todos os adultos deveriam praticar, pelo menos, 30 minutos/dia, 5 dias por semana, actividade física aeróbia de intensidade moderada ou 20 minutos/dia, em 3 dias da semana, de exercício aeróbio de intensidade

vigorosa. Combinações das duas formas podem ser realizadas com iguais resultados.1

Estas orientações guia já levam em consideração as actividades físicas relacionadas com a vida diária activa não programadas, geralmente de baixa intensidade e com

duração inferior a 10 minutos.1

É defendida também a actividade de manutenção ou fortalecimento muscular em todos os adultos, com uma frequência de pelo menos 2x/semana, em dias não consecutivos. Estas actividades devem compreender 8 a 10 exercícios envolvendo os

principais músculos corporais.1

Estas orientações guia, na sua edição de 2007, estabelecem também metas para o exercício físico em idosos (Idade>65 anos) ou adultos com doenças crónicas, como artrite, na faixa de 50-64 anos. Neste grupo está recomendada a mesma carga de exercício aeróbio e de fortalecimento muscular que nos adultos mais jovens. Todavia, devem ser adicionados exercícios de treino de equilíbrio, se o paciente apresentar riscos de queda ou desequilíbrio e ser estabelecido um plano de treino organizado junto com o doente.3

O excesso de peso atingiu as proporções de epidemia, com cerca de 1 milhar de

milhão de pessoas no mundo. Dentre estas, 300 milhões apresentam obesidade.6

O estabelecimento destes diagnósticos passa pelo cálculo do Índice de Massa Corporal da pessoa (IMC(kg/m2) = Peso(kg) / (Altura (m)2). Um IMC superior a 25

traduz excesso de peso e um que exceda 30, obesidade.6

O excesso de peso e obesidade estão com provadamente associados a efeitos adversos metabólicos (elevação de LDL, descida de HDL, aumento dos Triglicerídeos, aumento da resistência à insulina, DM tipo2), respiratórios (Síndrome de Apneia obstrutiva do sono, DPOC), neoplásicos (aumento do risco de Carcinoma da mama e

outras neoplasias hormono-dependentes e do cólon), entre muitos outros.6

Torna-se por isso necessário combater esta epidemia de forma veemente. A acção fundamental sobre estes problemas ponderais é de alteração de estilos de vida e não

farmacológica. Juntamente com a dieta, o exercício físico regular é um passo essencial na reversão do sobrepeso, uma vez que estes são os principais determinantes do

equilíbrio energético do indivíduo.6

Objectivo

Proporcionar uma visão transversal da prática de exercício físico em duas populações do Norte de Portugal, uma residente em meio urbano (utentes de Consulta do CSSJ) e outra de carácter mais rural (utentes de Consulta do CSE) e avaliar criticamente os resultados quanto às suas semelhanças e diferenças.

Tentar explicar as razões para a inactividade física entre os utentes que não a praticam.

Material e Métodos

O estudo desenvolvido foi do tipo transversal observacional.

Foi aplicado um questionário simples, anónimo, não validado, preenchido pelo entrevistador com base nas respostas do doente, a todos os utentes vistos em consultas nos CSSJ e CSE. Este questionário encontra-se apresentado em seguida:

Sexo M F Se sim,

Idade 19-35 35-65 >65 Tipo de Exercício

CS Urbano Rural Número de horas por semana

Pratica Exercício Físico? Local Ginásio/Academia/Clube

Não Sim Piscina

Se não, Ar livre

Porquê Falta de tempo Centro de reabilitação

Motivos financeiros Outro

Incapacidade física

Recusa pessoal Porquê Bem-estar / Diversão / Gosto

Outro Acha necessário

Prescrição / recomendação médica Outro

Os dados foram recolhidos com o consentimento informado dos doentes.

Utilizaram-se também dados recolhidos na consulta (peso e altura) para calcular o IMC do utente. O peso e a altura dos utentes foram recolhidos através de medições usando os meios ao dispor em ambos os CS.

Apenas utentes adultos (idade igual ou superior a 19 anos) foram considerados. As idades foram divididas em intervalos (adulto jovem 19 a 34 anos; adulto 35-64 anos; idoso >65 anos).

No total, foram recolhidos os dados de 55 consultas de MGF no CSSJ e de 44 no CSE.

A actividade física inserida na vida diária, tal como descrita nas orientações guia da ACSM & AHA (geralmente de baixa intensidade e de duração inferior a 10 minutos), foi considerada irrelevante para o estudo.

A prática de exercício físico foi caracterizada quanto ao tipo, número de horas por semana, local e a razão porque o utente o fazia.

Nos utentes que não praticavam exercício físico foi pedido que identificassem a principal razão para tal.

CSSJ 11% 49% 40% 19-34 35-64 >66 Resultados Obtidos

A população inquirida era composta por 54,55% de mulheres e 45,45% de homens no CSSJ e por 72,73% de utentes femininas e 27,27% de utentes masculinos no CSE.

A distribuição percentual por idades foi:

Com base no cálculo do IMC, os doentes foram divididos em doentes com ou sem sobrecarga ponderal (conforme o valor do IMC era inferior ou superior a 25 kg/m2, respectivamente). Da aplicação deste critério resultou que 58,18% dos utentes consultados no CSSJ e 56,82% no CSE apresentavam, de acordo com o seu IMC, sobrepeso.

Com base nas respostas dos utentes dos dois CS, a percentagem de utentes a praticar exercício físico situa-se nos 47,27% nos utentes do Porto e em 54,55% nos utentes de Esposende.

Entre os que não praticavam, os motivos apresentados foram os seguintes:

CSE 23% 68% 9% CSSJ 27,59% 27,59% 44,83% CSE 30% 25% 45% 27,59% 27,59% 44,83% Falta de Tempo Incapacidade Física

A actividade de jardinagem foi considerada uma actividade física quando os utentes referiam a sua prática com intensidade (sensação de taquicardia e taquipneia, aumento da sudação) e mais de meia hora seguida.

Em ambos os locais a caminhada é a actividade física mais praticada, representando 61,54% da actividade desenvolvida no meio urbano e 45,83% no meio rural.

De acordo com os dados de peso e altura recolhidos na consulta foi calculado o IMC para todos os utentes entrevistados. Com base neste cálculo, a percentagem de pacientes com excesso de peso no CSSJ foi de 58,18% e no CSE de 56,82%, ambas elevadas e semelhantes entre si. O IMC médio calculado foi de 26,7 no CSE e de 26,6 no CSSJ.

Os números observados suportam a premissa de que o excesso de peso e a obesidade são epidemias dos tempos modernos.

Entre os utentes com excesso de peso no CSSJ, apenas 43,75% praticavam exercício, número inferior ao verificado em doentes com peso normal, 52,17%. Este resultado também se verificou no CSE, embora menos marcado: entre os utentes com

Tipos de Exercício praticados - CSSJ

61,54% 3,85% 3,85% 7,69% 7,69% 3,85% 11,54% Caminhada Natação Hidroginástica Ginástica Escalada Corrida Cardiofitness

Tipos de Exercício praticados - CSE

8,33% 4,17% 8,33% 8,33% 8,33% 4,17% 4,17% 4,17% 4,17% 45,83% Caminhada Natação Hidroginástica Ginástica Bicicleta Jardinagem Pilates Ioga Musculação Corrida

sobrecarga ponderal 52% praticava exercício físico, nos com peso na faixa normal, 57,89%.

O número médio de horas/semana de exercício foi de, aproximadamente, 4h30min no CSSJ e de, aproximadamente, 6h30min no CSE.

A grande maioria dos utentes que praticavam exercício faziam-no ao ar livre, percentagem ligeiramente superior no CSSJ (69,23%) em comparação com o CSE (62,50%).

A razão para a prática de exercício nas duas populações variou de forma marcada. Nos entrevistados em Esposende, os motivos foram, em número decrescente: A sensação de Bem-estar (50%), Prescrição Médica (25%), o facto de achar necessário (16,67%), com fins laborais (4,17%) e por fim pela necessidade de se fazer deslocar (no caso usando uma bicicleta – 4,17%).

No CSSJ, as razões foram: Prescrição Médica (34,62%), o facto de achar necessário (34,62%), a sensação de Bem-estar (23,08%) e, por fim, por razões profissionais (7,69%).

Discussão

O estudo realizado encontra-se limitado, na amplitude dos seus resultados, pelo pequeno número de utentes entrevistados, pelo uso de um questionário não validado e de instrumentos de medição do peso e altura não estandardizados, que variaram entre os centros de saúde.

Ao contrário do esperado, houve uma grande desproporção na distribuição por sexos dos utentes entrevistados: em meio urbano as mulheres representaram 54,55%. Esta

16,67% 50 % 4,17% 25%4,17% Acha necessário Bem-estar Profissional Prescrição Deslocação CSSJ 23,08% 7,69% 34,62% 34,62% CSE 16,67% 50% 4,17% 25% 4,17%

composição das pirâmides etárias de ambos os CS, em que se verifica um predomínio feminino, e por outro pelo maior número de programas de saúde orientadas para as mulheres como as consultas de rastreio oncológico e saúde materno-infantil.

Não se verificaram grandes diferenças entre as justificações apresentadas para a ausência de actividade física regular na vida dos utentes.

Os motivos apontados para a inactividade física prenderam-se, na maior parte dos casos, com a falta de tempo, mesmo em casos de utentes em que a veracidade de tal motivo é dúbio. Utentes reformados sem actividades paralelas, outros com incapacidade laboral, outros ainda desempregados, sem limitações físicas ou funcionais, apresentaram esta razão para a sua inactividade. Por outro lado, a maior poluição do Centro do Porto, as ruas estreitas, com pouca exposição solar, e algum sentimento de insegurança podem levar alguns utentes a ter de se fazer deslocar para um parque ou ginásio longe de casa ou do emprego para a prática de alguma actividade. Estas deslocações, geralmente no fim do período laboral, podem em alguns casos requerer um período de tempo que não é compatível com as suas restantes actividades quotidianas. Este resultado pode também traduzir desinformação em relação à quantidade de tempo diária necessária à prática de exercício físico que, com base nas orientações guia apresentadas, tem benefícios para a saúde. A desinformação pode também existir em relação aos próprios benefícios que podem resultar do exercício físico regular.

Nenhum utente referiu os custos financeiros de uma actividade física como a razão principal da inactividade. Esta razão foi referida por duas vezes no CSSJ, mas em segundo lugar, atrás da falta de tempo. Seria de esperar que algumas pessoas apontariam essa razão, uma vez que a prática ao ar livre não é tão agradável num ambiente mais poluído como é o Centro do Porto e o preço dos ginásios, no centro da cidade, é por vezes proibitivo para famílias com orçamento mensal limitado (situação gravada pelo momento económico corrente).

Por outro lado, um número significativo de utentes apresentou a limitação física como razão para não praticar exercício físico. Esta constatação sugere desinformação, por parte dos doentes, em relação aos exercícios que podem realizar e com que intensidade, quais são os benefícios, quais os riscos. Desde que adaptado à capacidade funcional do doente, o exercício físico raramente é contra-indicado de forma absoluta.

A justificação apresentada de sensação de incapacidade física, recusa pessoal, preguiça ou outra desmotivação para o exercício físico revela, novamente, a falta de

informação da população em relação aos riscos, benefícios e relação risco/benefício da prática de exercício físico e da própria inactividade física.

A média de horas semanais dedicadas pelos utentes ao exercício foi bastante desigual nas duas populações, com uma média de 6h 36min dispendidas em Esposende e de 4h 32min no Porto. Numa população tão pequena como foi a estudada, um utente apenas que dedique muito tempo da sua semana à actividade física pode alterar os resultados da média, resultando num valor mais elevado que o esperado.

Contrário ao que seria de esperar, verificou-se que uma percentagem grande dos utentes em meio urbano realizavam exercício ao ar livre (69,23%). Tal prende-se com o facto de o exercício físico mais escolhido ser a caminhada. Este exercício é de baixa intensidade e não apresenta custos associados, podendo ser facilmente integrado na rotina diária.

As razões apresentadas para a prática de exercício diferiram entre os 2 CS. No Porto, há uma maior percentagem de utentes que o pratica por prescrição ou indicação médica e uma menor percentagem que o faz por Bem-estar, ao contrário de Esposende.

O facto de a prescrição médica ser um motivo importante, em termos percentuais, significa que a classe médica tem, de facto, uma influência positiva nesta questão quando faz recomendações quanto aos benefícios de uma vida activa.

A diferença relativa ao Bem-estar pode ser explicada pelas diferenças entre um meio de características urbanas como o centro do Porto e um rural, ou semi-rural, como é Esposende e suas áreas adjacentes. O ambiente em que se desenvolve a actividade é provavelmente o responsável por tais diferenças. A maior parte dos utentes que caminhavam em Esposende referiam fazê-lo na marginal, um local amplo, plano, seguro, necessidade de atravessar ruas, com vista sobre a margem do rio, com grande exposição solar, com complexos como as piscinas de Esposende, máquinas exteriores de musculação e percursos de manutenção estabelecidos ao ar livre. Todo este cenário pode tornar a prática mais agradável, aumentando o bem-estar.

Comparando os doentes com excesso de peso com os de peso normal, observa-se que a percentagem que pratica exercício é maior (52,17% versus 43,75%). Este

Conclusões

A prática de exercício físico desempenha um papel fulcral num estilo de vida saudável. Os seus efeitos benéficos no organismo, mas principalmente os efeitos deletérios da inactividade, ainda que crescentemente divulgados, não são ainda muito compreendidos pelo público em geral. A prática desportiva parece pouco enraizada na população.

O sobrepeso e a obesidade apresentam-se, de facto, como um problema crescente na nossa população. A importância de controlar e reverter a sobrecarga ponderal e os seus efeitos deletérios e o papel do exercício nesse processo não parece muito bem estabelecida na maioria dos utentes. Apresenta-se como fundamental uma maior informação da população quanto a este tema.

A classe médica, quando devidamente informada, tem um papel fundamental no esclarecimento da população quanto aos benefícios do exercício físico e quanto aos riscos de não o fazer. A aplicação de um plano de exercício direccionado ao utente, com todas as suas comorbilidades de base, não é feita em muitos casos. Os utentes não parecem saber o que podem e mesmo devem fazer em termos de exercício quando apresentam alguma limitação funcional. O estabelecimento de um programa de exercício deve ser uma etapa importante do seguimento de um doente. Dada a falta de tempo que muitos utentes referem com limitação, deve primeiro ser esclarecido quanto tempo de facto é preciso, de forma semanal, para a prática de exercício físico. Em segundo lugar pode ser proposto um programa de exercícios para o utente realizar em casa ou integrar na sua rotina diária (como usar transportes públicos e caminhar em

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