quantitativas Ritmo de trabalho Exigências cognitivas emocionais Exigências
Exigências Laborais
(média=3,83)
Alto Risco Baixo Risco Média
92 médio de 4,47 que traduz aqui a elevada exigência que o trabalho dos enfermeiros do SUG ao nível emocional são expostos. Estas exigências proveem da relação com os doentes/família que recorrem ao serviço de urgência, em situações de grande vulnerabilidade e stresse, por vezes em situações críticas e até mesmo a morte, que obriga os enfermeiros a adquirir e desenvolver competências para lidar com estas situações. As
Exigências cognitivas (média=4,27) proveem da constante atenção necessária na
prestação de cuidados ao doente pelos enfermeiros, na tomada de decisão constante, por vezes difícil, e na necessidade de utilizar frequentemente a criatividade para fazer face às dificuldades inerentes ao contexto organizacional. O Ritmo de trabalho (média=4,26) no SUG também é elevado, em virtude da grande afluência de doentes e aos recursos humanos serem, por vezes, insuficientes, o que leva a que cada enfermeiro tenha que trabalhar mais rapidamente para conseguir dar resposta a todas as solicitações. Este facto encontra-se também relacionado com a subescala Exigências quantitativas (média=3,02), levando a que frequentemente o trabalho se acumule pelas elevadas exigências e por falta de tempo para completar todas as tarefas.
Gráfico 7 - Tercis obtidos nas subescalas da dimensão Exigências Laborais
Gráfico 8 - Tercis das subescalas da dimensão Exigências Laborais da versão média portuguesa do COPSOQ (Silva, 2012)
93 Como podemos observar no Gráfico 7 comparando com o Gráfico 8, os valores obtidos do estudo atual encontram-se todos acima dos valores de referência para a população portuguesa, pelo que nos pode indicar que de facto o SUG é um serviço de grande exigência, a todos os níveis, para os enfermeiros que ali trabalham. Nas subescalas
Exigências Emocionais e Exigências Cognitivas esses valores ultrapassam os 95% da
população que se encontra numa situação de risco para a saúde e na subescala Ritmo de
Trabalho o valor aproxima-se dos 85%. Este constitui um dado muito importante e
relevante, pois o risco psicossocial é elevado nesta dimensão, podendo trazer repercussões ao nível da saúde dos enfermeiros, pelo que será urgente a tomada de medidas preventivas/corretivas, para evitar que os demais problemas de saúde possam surgir.
Gráfico 9 - Médias das subescalas da dimensão Organização do Trabalho e Conteúdo
Na dimensão Organização do Trabalho e Conteúdo, o risco para a saúde é intermédio (média=2,37), embora se encontre perto do baixo risco, que se verifica nas subescalas
Possibilidades de Desenvolvimento e Significado do Trabalho, que poderá estar
relacionado com as características do próprio serviço, onde os enfermeiros têm oportunidade de se deparar com situações novas todos os dias onde a aprendizagem é constante e onde é frequente a aquisição e utilização de conhecimentos e competências para fazer face ás exigências, envolvidos num espírito de iniciativa. Para demonstrar a entrega destes profissionais, eles sentem que o seu trabalho é importante, expressando aqui que se encontram envolvidos e motivados.
3,24 1,64 1,78 2,60 1 2 3 4 5 Injluência no
trabalho Possibilidades de desenvolvimento Signijicado do trabalho Compromisso face ao local de trabalho
Organização do Trabalho e Conteúdo
(média=2,37) Alto Risco Baixo Risco Média94 Gráfico 10 - Tercis obtidos nas subescalas da dimensão Organização do Trabalho e Conteúdo
Gráfico 11 - Tercis das subescalas da dimensão Organização do Trabalho e Conteúdo da versão média portuguesa do COPSOQ (Silva, 2012)
Comparando com a versão média portuguesa, nesta dimensão as diferenças são menores, destacando-se pela positiva a subescala Possibilidades de desenvolvimento, em que quase a totalidade dos enfermeiros encontram-se numa situação favorável para a saúde. Tal como para a população portuguesa, também cerca de 30% dos enfermeiros encontram-se em risco para a saúde, na subescala Influência no trabalho.
Gráfico 12 - Médias das subescalas da dimensão Relações Sociais e Liderança 3,21 2,00 3,42 3,31 2,37 2,96 3,49 1 2 3 4 5
Relações Sociais e Liderança
(média=2,98) Alto Risco Baixo Risco Média95 Na dimensão Relações sociais e Liderança, o risco é intermédio (média=2,98), sendo de salientar a subescala Transparência do papel laboral desempenhado, que se encontra num nível baixo de risco (média=2,00), em que os enfermeiros sabem qual o seu papel no serviço, estando definido diariamente os postos de trabalho a que estão afetos e que funções têm que desempenhar, sabendo o que é esperado de si e que responsabilidades têm. Já no nível intermédio, mas perto do baixo risco, encontramos a dimensão Apoio
social de colegas (média=2,37), o que demonstra aqui a existência frequente de entreajuda
e apoio entre os colegas, onde estará implícito um cimentado “espírito de equipa”. Em sentido contrário, encontramos as subescalas Recompensas (Reconhecimento) (média=3,42) e Qualidade da liderança (média=3,49), que se encontram ainda no nível intermédio de risco, mas já com valores que se aproximam do risco elevado. Podendo estar aqui saliente que os enfermeiros do SUG, por vezes não se sentem reconhecidos pelo trabalho realizado, estando envolvido um certo sentimento de injustiça. Em relação à qualidade da liderança, também o nível de risco se aproxima do elevado, que se poderá dever a alguma insatisfação a este nível, pois a dificuldade de gerir um serviço com estas dimensões poderá levar a que nem todos se sintam satisfeitos.
96 Gráfico 14 - Tercis das subescalas da dimensão Relações Sociais e Liderança da versão média
portuguesa do COPSOQ (Silva, 2012)
Encontramos aqui, algumas diferenças entre os estudos, nomeadamente na subescala
Qualidade da liderança, em que mais de 40% dos enfermeiros encontram-se em risco
para a saúde, tal como na subescala Recompensas onde o valor atinge quase os 50%. Em contraste surgem as subescalas Apoio social de colegas, em que, quase 70% dos enfermeiros encontram-se numa situação favorável para a saúde e a subescala
Transparência do papel onde encontramos cerca de 85% nessa mesma situação.
Gráfico 15 - Médias das subescalas da dimensão Valores no Local de Trabalho
Na dimensão Valores no Local de Trabalho (média=2,65), o nível de risco é intermédio, no entanto na subescala Comunidade social no trabalho, risco é baixo (média=1,98), o
1,89 2,52 2,79 3,41 1 2 3 4 5 Comunidade social no trabalho Conjiança
horizontal Conjiança vertical Justiça e respeito