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4.2 Arranjo da infra-estrutura em sistemas de pagamentos de varejo

4.2.1 Experiência internacional

Interoperabilidade dos canais de distribuição dos instrumentos de pagamento

A infra-estrutura de acesso aos instrumentos eletrônicos de pagamento, a

todos os países analisados neste Relatório, as redes de terminais ATM são compartilhad

anutenção das máquinas e o desenvolvimento de novas plataformas e produtos são feitos por uma empresa de propriedade dos bancos, o que gera gan

os de tarifa interbancária, cobrada quando o cliente de um banco realiza uma operação no ATM de outro banco. Se um ATM é instalado por um banco em determina

qui denominada de canais de distribuição, tem influência determinante na utilização desses instrumentos. A interoperabilidade e o compartilhamento de redes de terminais ATM e POS tem sido fator importante para a disseminação da utilização dos instrumentos eletrônicos de pagamento em diversos países. Em

as. Observa-se, no entanto, diferentes modelos de compartilhamento. Em alguns países, uma única rede serve a todas as instituições financeiras, com alto grau de padronização e interoperabilidade. Nesses casos, em geral, as máquinas são padronizadas e o acesso às operações básicas (saques, consultas e pagamentos) é aberto a todos os usuários, de qualquer banco. A operação da rede, a m

hos de escala e redução substancial do custo unitário por transação, além de obter os benefícios das externalidades de rede, propiciando maior comodidade aos usuários dos serviços bancários.

Nesse modelo, as máquinas pertencem aos bancos, que se remuneram pela interoperabilidade – compartilhamento – por meio de tarifa interbancária. A viabilidade de um terminal ATM é medida pela rentabilidade do ponto em term

do espaço público (centro comercial, metrô etc) e a tarifa interbancária apurada não remunera, no mínimo, o seu custo, a máquina é deslocada para outro ponto.

Países como Portugal, Suíça, Bélgica, Reino Unido, Finlândia e França adotam o modelo de rede única para terminais ATM.

No Reino Unido e na Suécia, a rede única surgiu a partir da fusão de duas ou mais redes de ATM anteriormente existentes e permitiu a completa interoperabilidade entre os terminais dos bancos. Na Finlândia, os três maiores bancos criaram uma empresa específica para o gerenciamento de suas redes proprietárias.

No caso de Portugal, a automação do sistema bancário se deu, desde o início, com a adoção de infra-estrutura única e compartilhada para captura e processamento de transações em terminais ATM e POS.

O modelo de compartilhamento com mais de uma rede proprietária é observado na Espanha, na Itália, na Holanda, nos Estados Unidos e na Alemanha. Nesses países, as operações básicas são compartilhadas, mas há diferenciação na oferta de produtos financeiros exclusivos de cada rede individual.

de de redes de ATM nos aises selecionados possibilitou o crescimento da utilização desse canal de distribuição, com o aumento do número de transações por habitante e de terminais, em função d

Um fator que pode influenciar a utilização de redes de ATM

máquinas compartilhadas. Isso pode ser uma das causas das maiores taxas de crescimento de utilização observadas nos paises – Portugal, Reino Unido e Suécia – onde não são cobradas tarifas diretas do cliente pelo uso de terminais compartilhad

Outro fator que propiciou a interoperabilidade das redes de ATM nos países considerados foi o processo de concentração bancária ocorrido a partir da década de 90. A existência de poucas instituições financeiras de varejo, com redes de tamanho semelhante, facilita o compartilhamento já que a interoperabilidade entre redes de diferentes portes traz assimetria nos ganhos (Guibourg, 2001).

pagamento, a interoperabilidade afeta diretamente os estabelecimentos comerciais A adoção de rede única ou a interoperabilida

p

a redução dos custos de instalação e manutenção, viabilizados pelo compartilhamento (Guibourg, 2001).

interoperadas é a cobrança, ou não, de tarifas dos usuários na utilização de

os.

em função de permitir uma redução do custo de utilização da infra-estrutura de captura das transações. Para o usuário, o benefício da interoperabilidade ocorre pelo efeito da maior aceitabilidade do instrumento de pagamento, já que os estabelecimentos passarão a ter menor custo fixo na aceitação das diversas bandeiras.

Em todos os países analisados, há total interoperabilidade das redes e dois modelos que viabilizam a interoperabilidade. O primeiro caracteriza-se pela presença de uma única empresa

credenciador e/ou processador para todas as bandeiras, fornecendo a infra-estrutura física e de rede para captura das transações e processamento dos pagamentos.

s credenciadoras. Mesmo nesse caso, verificou-se o compartilhamento das redes de captura das

multilateral, processamento em lote e liquidação diferida, no dia seguinte ao da transação. Há algumas exceções: na Suécia, os pa

dos terminais POS. Há, basicamente,

atuando como

É o caso de Portugal, da Suíça, da Holanda, da Bélgica, do Reino Unido e da Suécia.

No segundo caso, mais de uma ou várias empresas, que podem ser os bancos emissores, atuam como credenciadoras e/ou processadoras, não sendo exclusiva para uma bandeira, ou seja, os credenciadores podem prestar serviços para qualquer bandeira, o que gera o benefício da competição entre a

transações, em geral por intermédio de uma terceira empresa responsável pela integração das redes individuais.

Arranjo da infra-estrutura de compensação e de liquidação

A infra-estrutura de compensação e de liquidação de pagamentos nos países observados sofreu importantes mudanças a partir da década de 80. No que diz respeito, especificamente, aos pagamentos de varejo, observa-se clara tendência à unificação da infra-estrutura, com compensação

gamentos de varejo são compensados de forma bilateral; na Alemanha e na Suíça, esses pagamentos são efetuados preferencialmente pelo valor bruto (BIS, 2001).

Mais recentemente, com a União Européia, a unificação dessa infra- estrutura tende a se dar em termos regionais, com diversos países utilizando a mesma infra-estrutura de liquidação para os pagamentos de varejo.

O lançamento do euro como moeda única em 1999 e a introdução de notas e moedas de euro em janeiro de 2002, proporcionaram à comunidade européia a op

iminação de tarifas para as transferências trans-fronteiras entre os países memb

objetivo de estabelecer a padronização

Bank Association

(EBA) em 20

única (PE-ACH) até 2010, são algumas das principais medidas que estarão em curso na Europa no sentido de eliminar os custos e aumentar a eficiência dos pagamentos de varejo em toda a Europa do euro. Não

transferências trans-fronteiras, havendo, portando, um incentivo aos países que ainda utilizam cheques a migrarem para pagamentos eletrônicos.

a tendência à unificação da infra-estrutura ocorre, fundamentalmente, em função dos ganhos de escala que uma estrutura concentrada permite. A padronização de processos e protocolos de comunicação aliada à

de custos.

Portugal e Suécia possuem um único sistema para a liquidação de todos os instrumentos

sistemas, em geral, segmentados entre instrumentos eletrônicos e em papel. Na ortunidade de criarem um espaço único de pagamentos em euro.

O primeiro passo no sentido da criação da SEPA (Single Euro

Payments Area) foi a determinação do Parlamento Europeu, por meio da Diretiva EC

2.560/2001, que estabeleceu regras e prazos de transição para a eliminação de qualquer discr

ros do Euro Zona. (European Commission, 2002).

Em 2002, os principais bancos e associações bancárias européias criaram o European Payments Counciul (EPC), com o

das regras e procedimentos dos instrumentos de pagamentos de varejo e a consolidação da infra-estrutura no sentido de reduzir os custos das transferências em euro entre os países membros (EPC, 2002).

A criação do sistema STEP2, operado pela European

03, a unificação e a harmonização das regras, dos padrões e dos procedimentos para as transferências de fundos e transações de débito direto em 2006, a criação de padronização para as operações de cartões em 2007, com a introdução dos padrões EMV em todos os países e a migração das transações de varejo domésticas para uma câmara

foi implementada nenhuma medida de incentivo à utilização de cheques nas

Ess

simplificação de controles para os participantes possibilita uma redução significativa

Observa-se, na Tabela 27, que Espanha, Finlândia, Holanda, Itália,

Alemanha, nos Estados Unidos e no Brasil, observa-se a coexistência de várias câmaras, atuando de forma genérica ou especializada.

País

Alemanha

Tabela 27: Infra-estrutura de compensação e de liquidação

cterísticas de um instrumento de