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caso, por ter feito novas experiências e conquistado novas qualidades, o desenvolvimento da vida se torna ainda mais complexo, dirigido para horizontes imensamente mais vastos Pelo novo

No documento PRINCÍPIOS DE UMA NOVA ÉTICA (páginas 60-90)

OS TRÊS BIÓTIPOS TERRESTRES

No 3.º caso, por ter feito novas experiências e conquistado novas qualidades, o desenvolvimento da vida se torna ainda mais complexo, dirigido para horizontes imensamente mais vastos Pelo novo

entendimento adquirido, nascem novos impulsos, que movimentam o ser para novos caminhos, que o levam além dos precedentes. Ele não existe mais só para si, cercado de mistério, no seu pequeno mundo terrestre, mas vive conscientemente em função do universo, do qual se torna cidadão, coordenando-se organicamente no seio do seu funcionamento. Ele concebe e resolve novos problemas. Progredindo no conhecimento da natureza das coisas, não cai mais vítima das tantas ilusões da vida. Ele finalmente entendeu que os velhos objetivos pelos quais tanto lutava, têm valor relativo. A sua vida transbordou para além dos velhos limites, em que ficava presa. Assim, ela adquire novo significado e conteúdo. Ao invés das restritas conquistas terrenas para escravizar os vencidos, surgem as conquistas da inteligência e do espírito para erguer todos a

um nível evolutivo mais adiantado e feliz. Chegando a esse plano, o ser transformou a sua vida de cego, dirigido pelos instintos mais ou menos controlados, na de um iluminado dirigido pelo conhecimento. Eis, então, que o caminho, ao longo do qual se desenvolverá o destino de quem vive nesse nível, está marcado, mas para além dos velhos limites, em direção diferente. O ser não está mais fechado neles, descobriu uma nova forma de existência, adquiriu nova forma mental, com a correlativa conduta. Mudou com isso o ca- minho do seu destino. Por ter atingido esse nível superior, se torna possível para o indivíduo a realização dos valores imperecíveis, que estão atrás das aparências que constituíam o mundo do precedente nível inferior. É lógico que esse outro biótipo, isto é, o do 3.º caso, tenha um tipo de destino, cujo conteúdo é completamente diferente dos dois casos precedentes.

Nestes três casos vemos funcionar o indivíduo em três níveis diferentes. No 1.º caso, ele funciona como ventre, no 2.º como cérebro, no 3.º como espírito. O centro da vida se desloca dos sentidos à mente, à alma, subindo para formas de existência cada vez mais evoluídas. Na luta pela vida, cada um resolve o problema fundamental da sua defesa de uma maneira diferente: o 1.º biótipo apenas com a força bruta dos seus recursos físicos, ignaro de qualquer idéia de justiça; o 2.º conhece o que é justiça, mas a usa só para defender os seus interesses, em seu proveito; o 3.º biótipo não julga e se entrega completamente à única verdadeira justiça, a de Deus, usando como arma para a sua defesa somente a sua obediência a Lei.

Deste modo vão progredindo juntas a sensibilização do ser, a sua inteligência, a sua capacidade de entender, e assim evitando-se erros e as correlativas dores. Claro que assim muda o tipo de vida que pertence ao ser, o que quer dizer que a evolução transforma também o tipo de destino que espera o indivíduo em seu nascimento. Ele tem que lutar, para subir de um plano biológico para outro, mas uma vez atingido um mais adiantado, isto automaticamente implica o desenvolver-se da sua existência, conforme um tipo de destino diferente dos precedentes, proporcionado ao novo nível em que o indivíduo, de acordo com o seu amadurecimento, mereceu nascer.

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A conclusão a que até aqui chegamos é que há três tipos fundamentais de destino, conforme a natureza do indivíduo, representada pelo nível evolutivo em que ele se encontra. Ora, quando conhecemos esse fato básico, eis que já possuímos os elementos para estabelecer qual é o tipo de destino que a cada indivíduo caberá na sua vida. Quando, através do estudo das nossas qualidades, podemos individuar qual é o nosso tipo biológico, eis que já podemos determinar nas suas linhas gerais qual será o nosso destino. Estabelecido esse primeiro ponto de nossa pesquisa, continuemos aprofundando cada vez com maior exatidão a observação do fenômeno -

O que dissemos até aqui a este respeito, não nos oferece senão uma visão esquemática básica para nos orientarmos na pesquisa e enfrentarmos a solução do problema. O nosso objetivo é o de chegar a estabelecer um método que nos ensine como conhecer o destino particular de cada um e prever o seu desenvolvimento. Isto se torna para nós possível pelo fato de que agora estamos orientados dentro do plano do universo, pela solução, oferecida em nossos livros, de tantos problemas, que religiões, filosofias e ciência ainda não te solveram. Os menores problemas particulares não podem ser resolvidos. senão depois de ser atingida a solução dos problemas universais, que nos orienta na pesquisa. O nosso mundo procura soluções isoladas, mas problema nenhum é solúvel isoladamente, num universo onde tudo é ligado e comunicante, regido por uma só lei, fundamentalmente unitária.

Um fato que é preciso levar em conta é que na prática os mencionados três níveis não se apresentam como três compartimentos estanques, absolutamente separados um do outro, mas como três fases sucessivas e contíguas do mesmo processo evolutivo, que todos estão percorrendo. É fácil assim compreender que o passado transposto esteja superado, mas não completamente destruído, podendo voltar a sobreviver como um retorno ou lembrança daquele passado. Aparece, então, na superfície da consciência o que foi escrito nas camadas inferiores da personalidade, ao longo do caminho do seu desenvolvimento.

de destino, mas viva numa fase de transição de um nível para outro, na qual lutam para se concretizar impulsos que provêm dos planos inferiores, juntamente com outros dos superiores. O que prevalece depende da medida em que o passado foi superado. Lembremo-nos de que se trata de um fenômeno de evolução, o que representa um continuo transformismo. Eis como pode nascer a luta entre o velho, que não quer morrer, e o novo que, por lei de evolução, quer e deve nascer. Velho e novo significam diversas qualidades da personalidade e correlativos impulsos que dirigem a sua conduta. É preciso, então, para estabelecer qual será o destino do indivíduo, conhecer que o tipo biológico nele prevalece por ser mais poderoso, e que por isso vencerá na luta. Para prever, então, qual será o destino de um homem, é necessário antes de tudo saber em que medida a sua personalidade contem as características de cada um dos três níveis. No 1.º caso, o ser vive todo no plano instintivo animal e não há luta entre impulsos diferentes. É no 2.º caso, que é o da maioria humana, que surge o problema de saber até que ponto o animal do 1.º caso está ainda vivo no homem, e até que ponto apareceu o novo biótipo deste 2.º caso. No 3.º caso, que é excepcional na terra, o problema é sa- ber até que ponto no homem sobrevive o biótipo do 1.º e do 2.º caso.

Pode assim acontecer que o indivíduo não ocupe somente um nível de evolução. Como já frisamos no capítulo precedente, a estrutura do eu, mais que por um ponto, pode ser apresentada por uma linha, que vai avançando ao longo do caminho da evolução. O seu ponto mais adiantado é representado pela cabeça que vai explorando o futuro para subir. O seu ponto mais atrasado é como uma cauda que vai morrendo abandonada no passado. Com a evolução, a vida se desenvolve do lado da cabeça, ficando superada do lado da cauda. Então a luta pode nascer entre a cabeça, que exige todas as energias vitais para subir, e a cauda que quer ficar dona do terreno que foi o seu. Tudo isto acontece dentro da amplitude evolutiva que o eu abrange. A conduta do ser depende das qualidades que possui e dos impulsos que nele prevalecem. Quando o indivíduo deixa prevalecer os do lado da cauda, que representa o mal, então está voltando para trás, involuindo para o AS. Quando o indivíduo deixa prevalecer os impulsos do lado da cabeça, que representa o bem, então está progredindo para a frente, evoluindo para o S.

Eis que este estudo de psicanálise nos leva ao terreno da ética, da qual ela não se pode separar. Podemos agora entender o que significa a luta que as religiões ensinam contra os instintos inferiores para superar a animalidade, substituindo-a por outros hábitos e qualidades. Explica-se como possam ter valor e função biológica a renúncia pelo ideal, os impulsos de sublimação, conceitos que de outro modo aparecem biologicamente destrutivo, e por isso condenáveis.

É coisa comum em nosso mundo, que religiões e leis, se querem sei entendidas, têm de se moldar. De fato, a ética atual se baseia na premissa de que, face ao tipo dominante, elas se lhe proporcionam e se lhe adaptam quando querem educá-lo para a superação dos seus instintos animais, para que prevaleçam impulsos mais elevados Realmente as religiões partem dos pressupostos do pecador, que elas têm de converter do mal para o bem. Existem, porém, apesar de excepcionalmente, biótipos mais adiantados, para os quais é lógico que essa ética resulta absurda, porque com a sua forma mental de outro nível biológico, eles concebem tudo de forma diferente, já tendo realizado aquelas superações que se exigem deles. Mas pode existir também o caso do biótipo do 3.º nível, que tem de lutar para que nele não prevaleçam os impulsos do 1.º e 2.º nível, no lugar dos do 3.º. Isto pode acontecer no caso em que o indivíduo entrou há pouco em novo plano de existência e até esta altura ainda não consegue levantar todo o seu eu das suas precedentes moradas inferiores.

Uma ética completa deveria ser construída por níveis diferentes para ser proporcionada à natureza e exigências da personalidade de cada um desses biótipos. É lógico que a ética que dirige o trabalho de construção biológica, que pertence a um involuído, não pode ser igual à ética que pertence a um evoluído. O que o nosso mundo mais procura é menor trabalho possível, de modo que tudo está feito em série, para as maiorias e a minoria abandonada a si mesma está fora da série. Pode assim se verificar luta entre éticas de nível diferente, cada uma feita para dirigir um biótipo diferente, sendo os mais evoluídos expulsos da regra geral, que vale para a maioria. É lógico, então, que tais indivíduos se isolem e afastem das massas, que seguem outro caminho, que não é o seu. Podem assim acontecer que os melhores sejam condenados como inimigos das religiões, enquanto talvez eles sejam os poucos que possuem a verdadeira espiritualidade.

De tudo isto podemos concluir quão complexo seja o problema da ética e como ele não possa ser resolvido isoladamente, mas apenas em função da solução de muitos outros problemas, como até aqui os temos estudados.

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Observemos agora mais de perto como se desenvolve, dentro da amplitude que o eu abrange, essa luta entre planos evolutivos diferentes. Assunto importante, porque nesta luta se manifesta a técnica com a qual se realiza o processo da evolução através do amadurecimento do eu. A este respeito já vimos que ele se pode encontrar em três posições: 1) nível inferior, 2) nível médio, 3) nível superior. Mas elas não são senão três degraus sucessivos do seu contínuo caminho evolutivo. Para o homem, o ponto de partida é a posição 1), isto é, a da animalidade; o ponto de chegada é a posição 3), isto é, a da espiritualidade. A evolução consiste nesse deslocamento de um nível para o outro. O processo da evolução humana se realiza na amplitude representada por estes três níveis. É por. isso que os estamos estudando, porque eles nos mostram o caminho do desenvolvimento da personalidade humana.

O homem do nível inferior é um primitivo sem conhecimento, sem saber o que faz, porque é dirigido por alguns elementares instintos animalescos, aos quais ele obedece cegamente. Em nosso mundo ele constitui as raças inferiores, as camadas mais baixas da sociedade, mais do que economicamente, baixas intelectual e moralmente, de modo que tal tipo de involuído se pode encontrar também no meio dos ricos e seletos da nossa sociedade. Mas qualquer que seja sua posição exterior, tal biótipo fica sempre na lama que é o seu ambiente natural, do qual gosta, sem desejo de sair dele. Fica satisfeito na terra, seu paraíso, no qual encontra egoísmo, ferocidade, guerras, roubos, crimes, tudo do que ele precisa para desabafar os seus instintos.

Um trabalho superior, dirigido para a espiritualidade, inicia-se no nível médio, que é aquele onde está situada a nossa civilização. Aqui o homem começa a sair do pântano da animalidade, adquire e desenvolve a inteligência, funda religiões e filosofias, descobre a arte, a organização social, a ciência. Mas o nível precedente não está ainda esquecido e definitivamente superado. Ele sobrevive no subconsciente, dele volta para dominar, e a inteligência, que deveria ser usada para se libertar, é colocada a seu serviço. As religiões, em nome do ideal de espiritualidade do 3.º nível, pregam a libertação e a superação da animalidade do 1.º nível, mas para quem pertence a um plano biológico inferior é muito difícil entender a verdade de um plano superior. Então tal biótipo a aceita só na aparência, e na realidade a pratica como uma forma de hipocrisia. A verdade em que de fato o indivíduo acredita é a do seu nível de vida, aquela que ele traz impressa na sua personalidade e que representa a sua forma mental, com a qual ele tudo concebe, entende e julga. Um verdadeiro trabalho de superação por sublimação, que afasta o ser da animalidade, se faz no 3.º nível. Em nosso mundo aparecem as funções do consciente racional, mas estas são usadas em favor do subconsciente animal. Existem grandes descobertas científicas, testemunhos do valor da inteligência humana, mas o uso delas é para fazer guerras. matar destruir obedecendo aos instintos animalidade. Isto nos mostra que no fundo o homem moderno possui a forma mental da fera na floresta, da qual difere pelo fato de que, para satisfazer os seus impulsos primitivos, usa métodos inteligentes, que não são mais os dos dentes e garras, mas as armas atômicas. O homem chegou ao conhecimento que a ciência lhe oferece, não para superar os instintos e se orientar diferentemente, mas para os satisfazer com meios mais poderosos. Assim o eu não dominou o inferior, mas se colocou às suas ordens. O poder da inteligência não foi conquistado para subjugar o subconsciente, mas para servi-lo. Ela não foi utilizada para subir, mas se tornou astúcia dirigida para as satisfações materiais, vantagens imediatas egoístas; o que devia ser um meio de ascensão, se prostituiu a serviço do que é inferior.

O verdadeiro trabalho construtivo da espiritualidade inicia-se no nível superior. O eu superior começa a afirmar-se com a sua luta contra os impulsos do subconsciente, para atingir a definitiva superação da animalidade. Neste plano o homem não coloca a sua inteligência à serviço da sua parte inferior, mas da superior. O eu não se alia à sua parte mais baixa, mas à mais alta. A balança, que no nível médio se

inclinava incerta ora para um lado, ora para outro, em tentativas nem sempre bem sucedidas na luta contra o subconsciente, agora pende para o lado do superconsciente. Se dividirmos a amplitude da personalidade humana em três terços ou níveis, vemos que no 1.º caso o que domina é o 1.º nível; no 2.º caso começa a dominar o 2.º, mas em favor do 1.º e ao mesmo tempo realizando tentativas para subir para o 3.º nível; no 3.º caso é o 3.º nível que se alia ao 2.º para dominar e superar definitivamente o 1.º nível. Assim, é neste 3.º caso que se realiza a grande batalha da sublimação, que leva o ser para o plano biológico superior. Certo que, ao homem que já atingiu o 3.º nível e que pela sua natureza é levado a tomar a sério o ideal vivendo-o de fato, deve parecer uma coisa muito estranha o utilizar-se o ideal para cobrir e ajudar o esforço de satisfazer os impulsos inferiores. Mas de outro lado como pode o homem do 2.º nível entender o que está acima da sua natureza, para além dos limites da sua forma mental? E como se pode exigir que ele tome a sério para vivê-lo o que não pode entender? Há distância entre um plano de vida e o outro, e o ser tem que percorrê-la toda, se quer atingir o superior. Mas, apesar de tudo, é a este 3.º nível que terá de chegar a humanidade de amanhã, é o homem desse tipo superior que dominará no futuro.

Chegado a este ponto da sua evolução, o ser não gasta mais o seu tempo e energias na luta contra o seu semelhante. A inteligência mostrou ao homem qual é o verdadeiro sentido da vida, o seu objetivo, o caminho a percorrer. Então, tempo e energia serão inteligentemente usados, não mais, nas vás tentativas de um cego, mas no trabalho que dá mais fruto como conquista de felicidade o trabalho da superação da animalidade e do aperfeiçoamento moral. A ética e as religiões se tornarão problema de atualidade, vital, biologicamente fundamental, porque terão de cumprir inteligentemente a tarefa de dirigir a evolução da humanidade.

Há uma diferença básica entre a religiosidade do homem do 2.º nível e a do homem do 3.º nível. O primeiro, obedecendo à lei do seu nível, concebendo tudo em forma de luta, segue o método gregário, pelo qual uma doutrina ou religião é antes de tudo um grupo ao qual ele pertence e que representa o castelo dentro do qual ele mora, castelo armado contra todos os outros. Na religião desse biótipo, qualquer que ela seja, está implícita a condenação de todas as outras, constituídas por grupos humanos rivais e inimigos. Cla- ro que os ideais das religiões, produto do 3.º nível, descendo ao nosso mundo não podem modificar as leis biológicas aqui vigorantes, que são as do 2.º nível.

A religião do biótipo do 3.º nível é imparcial e universal, não um partido de grupo. Pela sua forma mental completamente diferente, ele não se pode sujeitar à maneira de conceber e agir das massas. Expulso do terreno delas, ao qual ele não se pôde adaptar, porque a sua fase de trabalho evolutivo é diferente, o homem do 3.º nível permanece no mundo um isolado e condenado, envolvido num tremendo esforço ascensional, pelo qual este pioneiro do porvir está procurando sozinho aproximar-se sempre mais de Deus. Tal indivíduo não pode ficar preso a formas diferentes que dividem as religiões, enquanto para ele a coisa mais importante não é a forma. mas a substância, que pouco interessa ao nosso mundo. Ele sabe que a verdade de Deus está acima da luta, e que a do homem não pode ser atingida por absolutismos, porque é relativa e progressiva.

Mas o nosso mundo está constituído pelo homem do 2.º nível, que pensa com a sua forma mental e dela não pode sair. Ora, para quem vive nesse nível, o homem do 3.º tipo é irreligioso, causa de escândalo porque está fora do rebanho, condenado por isso. Mas para o homem do 3.º tipo, o do 2.º é um ser movido, sem conhecimento, pelos instintos do subconsciente. E quando o 3º tipo se queixa, porque a religiosidade não é o que deveria ser para ele, os representantes das religiões entendem sua queixa como condenação do que é santo, como falta de religiosidade, como suspeita rivalidade de interesses religiosos, porque tal é a forma mental dos homens do 2.º tipo, que pronunciam esse julgamento. Tudo tem que existir em função da capacidade de entender de um dado biótipo. Também as religiões têm que obedecer à psicologia das massas, se adaptar às formas que ela exige, se querem penetrar em nosso mundo. O 2.º tipo precisa de imagens que impressionem os seus sentidos, o 3.º tipo, ao invés disso, se ocupa em modificar a sua vida a cada momento. O 2.º tipo procura seguidores para potencializar o seu grupo. O 3.º tipo deixa tais proselitismos fanáticos e, sem impor à força a sua fé aos outros, procura melhorar-se a si mesmo e à sua conduta para com os outros.

Eis então que o homem do 3.º nível é um desterrado em nosso mundo, um expulso pela maioria que faz tudo só para si, obedecendo às leis do seu plano biológico. Tal expulsão é lógica, porque esse homem está saindo das fileiras da gente comum, está se deslocando com o seu centro vital para outro plano de vida, ainda desconhecido para os outros, não pode então funcionar como eles, em série, dentro do rebanho comum. O 3.º tipo está definitivamente superando e abandonando ao seu passado o que pertence ao nível

No documento PRINCÍPIOS DE UMA NOVA ÉTICA (páginas 60-90)