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3.2 Experimentos de campo

3.2.2 Experimento 2: avaliação do desempenho animal

3.2.2.1 Período experimental, animais, delineamento estatístico e tratamentos O segundo experimento teve duração de 60 dias, entre 30 de janeiro e 30 de março de 2009, subdivididos em 4 períodos de 15 dias, durante os quais foram avaliados parâmetros ruminais e metabólicos de vacas secas recebendo concentrados com três níveis e duas fontes de PB.

Foram utilizadas 4 vacas secas holandesas, com peso inicial médio de 660 (± 110) kg, canuladas no rúmen. O delineamento estatístico adotado foi um quadrado latino 4x4, sendo que, em cada período, 10 dias foram destinados à adaptação dos animais à dieta e 5 dias à coleta de dados.

O experimento apresentou os mesmos 3 tratamentos do experimento 1, acrescido de um 4º tratamento, com a dose intermediária de proteína bruta (13,4%), mas tendo como fonte de nitrogênio a uréia, no lugar do farelo de soja, como mostrado na Tabela 7.

Tabela 7 – Composição dos concentrados experimentais (%MS)

T1 T2 T3 T4

Milho moído fino 95,4 83,8 72,2 93,8

Farelo de soja 0,0 11,6 23,2 0,0

Uréia 0,0 0,0 0,0 1,6

Núcleo mineral 4,6 4,6 4,6 4,6

PB concentrado 8,7 13,4 18,1 13,4

3.2.2.2 Manejo alimentar dos animais

As vacas foram mantidas no mesmo lote de pastejo do experimento 1 e receberam alimento concentrado duas vezes ao dia (5h e 16h). O consumo total das vacas foi previamente estimado de acordo com o NRC (2001), e a partir dele foi estabelecida a dose diária de concentrado para cada vaca, buscando manter a mesma relação volumoso:concentrado estimada para as vacas em lactação (65:35), com objetivo de simular ambiente ruminal semelhante. Sendo assim, a dose diária de concentrado fornecida para cada vaca foi de 5,7 kg de MN.

3.2.2.3 Manejo do pastejo, medições no pasto e amostragem dos alimentos

O manejo do pastejo, as medições no pasto e as amostragens de pastejo simulado e concentrado foram feitos da mesma forma descrita para o experimento 1, uma vez que as vacas dos dois experimentos formavam um lote único de manejo.

3.2.2.4 Coleta de fluido ruminal

A coleta de fluido ruminal foi realizada no primeiro dia de cada período de coleta, nos seguintes horários: 5h (fornecimento do concentrado), 7h, 10h, 13h, 16h (fornecimento do concentrado), 18h, 21h, 24h, 3h. Um cano de PVC com uma das extremidades vedada e com pequenos furos nas laterais foi inserido no rúmen pela fístula até atravessar a camada de partículas grosseiras (“mat” ruminal). Uma mangueira foi inserida dentro do cano e, com o auxílio de uma piceta, o líquido ruminal foi sugado por vácuo (figura 8).

Figura 8 – Coleta de fluido ruminal com auxílio de cano de PVC, mangueira e piceta

Aproximadamente 300 mL de fluido foram coletados de cada vaca em cada horário. Após a coleta, as amostras foram homogeneizadas, tiveram seu pH medido e alíquotas de 60 mL foram congeladas a -20ºC para posterior análise de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) e de nitrogênio amoniacal.

3.2.2.5 Pesagem e escore de condição corporal dos animais

Os animais foram pesados e tiveram seu escore de condição corporal mensurado no início e final de cada período, por dois dias consecutivos, no período da manhã, sempre pela mesma pessoa. A escala de condição corporal utilizada foi a proposta por Wildman (1992), como descrito no experimento 1.

3.2.2.6 Coleta de sangue

Amostras de sangue foram coletadas no último dia de cada período de coleta, 4 horas após a alimentação matinal, por meio de punção de vasos coccígeos em tubos com vácuo. As amostras foram centrifugadas a 3.000 g por 20 minutos a 4ºC para obtenção de plasma, acondicionadas em tubos de 2 mL do tipo "ependorff' e congeladas a -20° C para posterior determinação dos níveis de uréia plasmática.

3.2.2.7 Consumo de pasto: administração do marcador, coleta de fezes e digestibilidade dos alimentos

O óxido de cromo foi utilizado como marcador externo para determinação de produção total de fezes para posterior estimativa de consumo de forragem. Dessa forma, 20 g do marcador foram administradas diariamente, do 3º ao 15º dia de cada período, diretamente no rúmen das vacas por meio das fístulas, duas vezes ao dia, em péletes de papel toalha de 10 g.

As fezes de cada animal foram coletadas nos últimos 5 dias da administração do marcador, duas vezes ao dia, congeladas a -20ºC para posterior secagem, moagem, composição e análise de concentração de cromo, que foi realizada juntamente com as amostras do experimento 1.

O marcador externo hidroxifenilpropano modificado e enriquecido (LIPE®) também foi utilizado para determinação de produção fecal. Uma cápsula comercial de 0,5 g foi ministrada diariamente pela fístula ruminal nos últimos 7 dias de cada período. As fezes foram coletadas nos últimos 5 dias e enviadas para análise em laboratório comercial da empresa fornecedora do marcador.

Para determinação da digestibilidade in vivo dos alimentos, necessária também para o cálculo de consumo de forragem, foi utilizado o marcador interno MSi, conforme metodologia descrita para o experimento 1.

3.2.2.8 Produção de proteína microbiana: coleta de urina

A produção de proteína microbiana foi estimada com base na concentração de derivados de purina presentes na urina de cada animal (STANGASSINGER et al, 1995). A coleta de urina foi realizada nos três últimos dias de cada período, duas vezes ao dia,

nos horários das alimentações, acidificada e congelada a -20º C, para posterior composição de uma amostra por animal por período e análise.

O ácido utilizado foi o HCl 6N, na proporção de 2 mL de ácido para 40 mL de urina, sempre certificando-se de que o pH da amostra ficasse menor que 3. Caso mais ácido tenha sido necessário para atingir esse pH, a diluição foi anotada para posterior correção nos cálculos.

3.2.2.9 Excreção de nitrogênio: coleta de fezes e urina

As amostras de fezes e urinas coletadas para as determinações de óxido de cromo e derivados de purina, respectivamente, descritas nas duas seções anteriores, foram também utilizadas para determinação da concentração de nitrogênio.

A partir da concentração de nitrogênio, da produção total de fezes, estimada pelos dois marcadores utilizados, e do volume total de urina, estimado pela concentração de creatinina, foram estimadas as excreções diárias (g) de nitrogênio na urina e nas fezes.