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Experimento outono/inverno para genótipos selecionados e adaptados a

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16. RESULTADOS E DISCUSSÃO

16.4 Experimento outono/inverno para genótipos selecionados e adaptados a

A partir da seleção realizada nos experimentos anteriores, selecionaram-se quatros genótipos que se destacaram pela resistencia à requeima e ou produtividade para uma avaliação final. Neste último ensaio, observou-se efeito altamente significativo de genótipo em relação à severidade da requeima expressa em AACPD (Anexo 24).

Houve diferença estatística entre os acessos testados, o que pode corroborar com os estudos de Costa (2009) que caracterizou Perinha Água Branca como portador de resistencia resistência parcial à requeima. Esse estudo possibilitou ainda a inclusão do acesso ENAS 1227 e de Carolina como igulamente resistentes à requeima (Tabela 18). Pode-se, ainda, selecionar o acesso ENAS 1026 como detentor de tal característica. O uso dessas cultivares no cultivo orgânico possibilitará maior segurança ao produtor. Segundo Cardoso et al (2011), a produção de sementes de hortaliças é um grande gargalo da produção orgânica brasileira para o agricultor familiar e o desenvolvimento de cultivares de hortaliças adaptadas ao manejo orgânico deve ser realizado em conjunto entre pesquisadores e agricultores. O cultivo do tomateiro em sistemas de produção orgânicos, no Brasil, tem sido um grande desafio para pesquisadores, técnicos e agricultores. O primeiro grande desafio a ser superado é encontrar cultivares que atendam aos requisitos da produtividade, qualidade e rentabilidade. As cultivares devem apresentar rusticidade, resistência a pragas e doenças e capacidade de produção em condições de uso de fertilizantes pouco solúveis. Atualmente varias instituições no país realizam trabalhos de seleção de genótipos quanto a resistência a doenças (SAAVEDRA & SPOOR, 2002; GONÇALVES et al., 2008; GUIMARAES et al.,2009; GIORDANO et al., 2010) principalmente a Phytophthora infestans (ABREU et al., 2008; COSTA, 2009; FIORINE et al., 2010.

A adaptação dessas cultivares ao manejo orgânico não é a única vantagem desses acessos. A inclusão desses acessos a programas de melhoramento destinados a agricultura orgânica pode trazer ainda mais benefícios ao produtor orgânico.

Em relação aos parâmetros de produtividades observou efeitos significativos de genótipo sobre as variáveis analisadas (Anexo 24).

Houve a formação de dois agrupamentos, um com os acessos produzindo mais de 2,0 Kg por planta e o restante produzindo valores inferiores a 1,5 Kg por planta. Destaca-se ainda nesses resultados as cultivares ‘Perinha Água Branca’ e a ‘‘Carolina’ por produzirem mais

Tabela 18. Severidade da requeima do tomateiro, causada por Phytophthora infestans,

expressa pelos valores de Área Abaixo da Curva de Progresso da Requeima (AACPD), estimadas com base em avaliações feitas na planta inteira tendo como base a escala diagramáticas Simplificada, para seis diferentes cultivares de tomate sob condições de campo, Seropédica. UFRRJ, 2013. Genótipo AACPD ENAS 1127 2535,39 a Mascot 1708,92 b ENAS 1026 1290,23 c ENAS 1227 862,26 d ‘Carolina’ 672,41 d

‘Perinha Água Branca’ 485,15 d

C.V.(%) 20,8

*Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste Scott-Knott a 5% de probabilidade.

95 que Mascot F1. O mesmo comportamento foi observados em relação à produção comercial. A taxa de perda de descarte de frutos ficou entre 4 e 8 % para os genótipos selecionados, 9% para o híbrido comercial e 21% para o padrão suscetível ENAS 1127 (Tabela 19). Em termo de número de frutos produzido o acesso ENAS 1026 se destacou com maior número de frutos totais, comerciais e não comerciais.

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Tabela 19. Comparação entre as médias em delineamento blocos causualizados das caracteristicas produção total (g.parcela -1), produção de

frutos comerciais (g.parcela-1), produção de frutos não-comerciais (g.parcela-1), número de frutos totais (frutos.parcela-1), número de frutos comerciais (frutos.parcela-1) e número de frutos comerciais (frutos.parcela-1) para dezesseis diferentes cultivares de tomate sob condições de campo. UFRRJ, Seropédica, 2013.

Cultivar Produção (g.planta

-1

) Número de frutos.planta-1

Total Comercical Não Comercial Total Comercical Não Comercial

‘Carolina’ 2336,25 a 2188,43 a 147,81 b 159,00 c 149,25 c 10,50 b

‘Perinha Água Branca’ 2325,81 a 2212,87 a 112,93 b 158,00 c 150,00 c 8,00 b

Mascott 2273,62 a 2133,00 a 140,62 b 237,00 b 222,00 b 14,75 b

ENAS 1026 1504,68 b 1383,75 b 120,93 b 328,75 a 301,25 a 27,75 a

ENAS 1227 1742,18 b 1580,50 b 161,68 b 253,25 b 230,50 b 22,75 a

ENAS 1127 1474,68 b 1174,37 b 300,31 a 52,25 d 41,50d 10,50b

C.V.(%) 17,9 17,6 33,5 25,2 26,1 22,4

97 Observou-se efeito significativo de genótipo sobre a percentagem de frutos rachados, atacados por inseto e com sintomas de requeima (Anexo 25). De modo geral, os frutos rachados representaram a maior parte dos frutos com defeitos e o acesso ENAS 1026 pela com maior proporção desses frutos. Em Perinha Água Branca, as maiores perdas foram devido ao ataque de broca. Em Mascot F1, as maiores perdas foi devido à requeima (Tabela 20).

Tabela 20. Efeito de cultivar sobre de frutos rachados, atacados por insetos e com sintomas

de Requeima. UFRRJ, Seropédica, 2013.

Acesso Porcentagem de frutos

Rachados Atacados por insetos Requeima

Carolina 61,35 b 40,31 a 0,00 b

Perinha Água Branca 46,70 c 50,42 a 0,00 b

Mascot 60,43 b 28,24 b 11,57 a

ENAS 1026 87,28 a 13,43 b 0,38 b

ENAS 1227 79,57 a 14,17 b 1,40 b

ENAS 1127 66,16 b 22,89 b 11,30 a

C,V(%) 14,0 32,6 91,8

*Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste Scott-Knott a 5% de probabilidade,

Observou efeito significativo de genótipo sobre diâmetro longitudinal e equatorial e espessura de polpa dos frutos (Anexo 26). Os acessos selecionados variaram de 19,86 a 40,06 mm para diâmetro longitudinal, de 21,08 a 27,04 mm em diâmetro equatorial e de 2,06 a 4,64 mmde espessura de polpa (Tabela 21). O Padrão sucetível, destacou-se por apresentar frutos de tamanhos maiores que os demais acessos avaliados, obtendo maior média para diâmetro longitudinal e equatorial.

Tabela 21. Efeito de cultivar sobre o comprimento, largura e espessura dos frutos de tomate

tipo cereja. Seropédica, UFRRJ. 2013. Cultivar Diâmetro longitudinal (mm) Diâmetro equatorial (mm) Espessura de polpa (mm) Carolina 34,78 c 27,04 b 3,70 b

Perinha Água Branca 40,06 b 28,52 b 4,64 a

Mascot 33,34 c 26,30 b 3,28 c

ENAS 1026 19,86 d 21,08 d 2,06 e

ENAS 1227 21,44 d 24,38 c 2,42 d

ENAS 1127 42,68 a 37,30 a 4,60 a

C.V.(%) 6,11 6,38 5,95

*Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste Scott-Knott a 5% de probabilidade.

Observou efeito significativo de genótipo sobre o teor de sólido solúveis totais (ºBrix), acidez total titulável (% ácido cítrico), relação SST/ATT e pH (Anexo 27). Os valores médios de acidez total titulável, representada pela concentração de ácido cítrico, fotram maiores que 0,32% em todos os acessos (Tabela 22), valor este considerado mínimo para tomate de alta qualidade (KADER et al., 1978). A ATT foi superior à observada por De Almeida Guimarães

et al. (2009).

98 relação aos demias genótipos. A maior relação SST/ATT foi observada em frutos de Perinha Água Branca.

Segundo GOULD (1974) frutos de tomate que apresentam teores de pH acima de 4,50 classificam-se como não ácidos. Fernandes & Martinez (2002) indicam para o consumo in

natura, tomates com pH próximos da faixa de 4,00 a 4,50. A acidez e o pH são fatores de

extrema importância quando se analisa o nível de aceitação de um produto. Quando o fruto se revela excessivamente ácido é rejeitado para o consumo, principalmente pela população brasileira (BORGUINI, 2002).

Tabela 22. Efeito de cultivar sobre o sólido solúveis totais (ºBrix), acidez total titulável (%

ácido cítrico), relação SST/ATT e pH, dos frutos de tomate tipo cereja. Seropédica, UFRRJ. 2013. Cultivar SST (ºBrix) ATT (% Ác, Cítrico) SST/ATT pH ‘Carolina’ 7,60 b 0,52 d 14,56 b 4,93 a P. A. B. 7,65 b 0,46 d 16,48 a 4,76 a Mascot 8,90 a 0,64 b 13,83 b 4,44 b ENAS 1026 7,66 b 0,68 b 11,31 c 4,33 b ENAS 1227 7,38 b 0,82 a 9,60 d 4,36 b ENAS 1127 6,36 c 0,59 c 10,79 c 4,58 b C,V(%) 5,87 14,5 13,7 7,48

*Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste Scott-Knott a 5% de probabilidade.

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