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3.2.1 Local e animais

O trabalho foi conduzido nas instalações do Departamento de Produção Animal da "Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz" Universidade de São Paulo, em Piracicaba, São Paulo As instalações constavam de um sistema de confinamento do tipo "tie stall", com baias individuais.

Foram utilizadas cinco vacas Holandesas, no período seco, fistuladas com cânulas no rúmen e no duodeno proximal.

3.2.2 Tratamentos

O trabalho experimental foi delineado para estudar a inclusão de uréia na dose de 2% da MS na dieta de vacas secas. As fontes de uréia utilizadas foram a uréia adubo tradicional e a uréia extrusada com uma fonte de amido como milho ou sorgo (Amiréia 150S), tendo como tratamento controle uma terceira dieta exclusiva com farelo de soja. Estes tratamentos foram formulados para resultar em dietas isoprotéicas e isoenergéticas, utilizando o programa CPM - Dairy. As dietas continham silagem de milho, polpa cítrica peletizada, raspa de mandioca, mistura mineral e vitamínica, e os respectivos suplementos protéicos (Tabela 5).

Tabela 5. Composição das dietas experimentais (% da MS).

Item Silagem de milho FS 45,00 A150S 45,00 U 45,00 Polpa Cítrica Peletizada 10,53 10,53 10,53

Raspa de Mandioca 15,35 23,76 25,59

Farelo de soja 25,96 13,70 13,72

Uréia - - 2,00

Amiréia-150S - 3,85 -

Minerais e vitaminas 3,16 3,16 3,16

3.2.3 Período experimental e colheita de dados

O período experimental teve a duração de 42 dias, composto de 3 períodos de 14 dias, sendo 9 dias para adaptação dos animais às dietas e 5 dias para colheita dos dados.

Os animais eram alimentados uma vez ao dia, às 18:00 horas. As sobras de alimento eram pesadas e descartadas diariamente, antes do fornecimento das dietas. Durante o período de colheita de dados o fornecimento da dieta era feito em quantidade para que a sobra fosse mínima (baseado no consumo dos animais durante o período de adaptação) e havendo sobra de alimento, esta era colocada dentro do rúmen.

Todos os alimentos e dietas foram amostrados durante cada período de colheita de dados, agrupadas para se obter uma amostra por período e armazenadas a -18°C. As amostras foram secas em estufa de ventilação forçada à 65°C por 48 horas, moídas em partículas de tamanho de 2mm e analisadas para determinação da MS, MO e PB de acordo com AOAC (1990), FDN e FDA de acordo com os métodos propostos por Van Soest (1991). As análises foram realizadas junto ao Laboratório de Bromatologia do Departamento de Produção Animal, ESALQ/USP.

O marcador externo utilizado para determinação da digestibilidade no trato digestivo total foi o óxido de cromo e foi colocado no rúmen através da cânula, embrulhado em papel, na quantidade de 50 g/d, em duas doses de 25g, aproximadamente às 8:00 e às 20:00 horas, do 5º ao 14º dia de cada período.

Amostras das fezes foram colhidas nos quatro primeiros dias do período de colheita de dados, em intervalos de quatro horas, atrasando-se o horário em 1 hora por dia para se ter amostragens em cada hora do dia. As amostras foram agrupadas por animal e por período e armazenadas a -18°C. Após o término do período experimental foram secas em estufa de ventilação

forçada a 65°C por 48 horas, moídas em partículas de tamanho de 2mm e analisadas para determinação de MS, MO e PB de acordo com AOAC (1990) e FDN e FDA de acordo com os métodos propostos por Van Soest (1991). As análises foram realizadas junto ao Laboratório de Bromatologia do Departamento de Produção Animal, ESALQ/USP. Também foi feita determinação da concentração de cromo por fluorescência de raios X, no Laboratório de Instrumentação Nuclear do Centro de Energia Nuclear na Agricultura, CENA-USP.

A digestibilidade aparente no trato total foi calculada de acordo com a fórmula:

Digestibilidadenutriente(%)= (1 - [i]alimento/[i]fezes x [n]fezes/[n]alimento)x100

Onde:

[i] = concentração do indicador (cromo); [n] = concentração do nutriente.

As amostragens do fluido ruminal foram feitas simultaneamente às de fezes, alternando-se os horários, tendo amostras ao longo de 24 horas com intervalos de duas horas. As amostras de digesta ruminal foram retiradas de vários pontos do rúmen, filtradas em tecido de fralda e devolvidas ao rúmen. O pH do fluido obtido foi determinado imediatamente após a colheita e uma amostra foi retirada em cada horário de colheita e armazenada a -18°C. Após o período experimental foram centrifugadas e uma alíquota de 800µL do sobrenadante foi adicionada a 100µL de solução de padrão interno (ácido 2 etil butírico) e 200µL de ácido metafosfórico a 25%, em frascos para leitura em cromatógrafo líquido gasoso Hewlett Packard 5890 Series II (Hewlett Packard Company, Avondale, PA) para deteminação de ácidos graxos voláteis por cromatografia gasosa, de acordo com Palmquist & Conrad, (1971). Outra alíquota foi utilizada para determinação de nitrogênio amoniacal, conforme metodologia de Chaney & Marbach (1962), adaptada para ser usada em placas

de microtítulo e lida em aparelho do tipo Elisa Reader BIORAD (absorbância de 550nm).

Amostras de sangue foram colhidas no quinto dia do período de colheita de dados, através de punção venosa na cauda, em tubos a vácuo e com fluoreto de sódio como antiglicolítico e oxalato de potássio como anticoagulante, nos tempos de 0, 2, 4 e 6 horas após a alimentação. As amostras foram centrifugadas a 4000g por 20 minutos e o plasma foi mantido congelado a -18°C até procederem-se as respectivas análises. As análises realizadas foram: glicose pelo autoanalisador YSI 2700 Select (Biochemistry Analyser, Yellow Spring-OH) e uréia segundo Chaney & Marbach (1962), adapatado para ser usado em placas de microtítulo e lido em aparelho do tipo Elisa Reader BIORAD (absorbância de 550nm).

3.2.4 Delineamento experimental

O delineamento estatístico utilizado foi o de blocos casualizados, constando de 5 blocos, sendo que cada bloco era representado por um animal. Foram realizados 3 períodos, correspondentes às repetições.

A análise estatística dos dados foi realizada utilizando-se o procedimento "GLM" para as variáveis consumo e digestibilidade no trato digestivo total, para as demais variáveis foi utilizado o procedimento “MIXED”, ambos do programa estatístico “SAS”. Após detectada significância, as médias foram comparadas pelo Teste dos Quadrados Mínimos.

4.1 Experimento 1

Os dados da análise bromatológica dos ingredientes são apresentados na Tabela 6. A composição das dietas foi estimada a partir dos resultados dos ingredientes.

Tabela 6. Composição bromatológica das dietas.

% da MS MS (%) MO PB FDN FDA Silagem de capim 23,21 90,29 8,01 49,11 34,73 Farelo de soja 88,60 93,81 48,67 10,43 6,19 Raspa de mandioca 88,03 98,37 2,81 12,03 7,56 Polpa cítrica 85,60 94,17 6,81 24,13 21,40 Dietas Fase 1 FS 40,03 89,98 17,32 28,94 20,50 A150S 40,07 90,54 17,07 28,68 20,39 U 40,08 90,62 17,22 28,90 20,51 Dietas Fase 2 FS 34,68 89,07 15,42 33,32 23,60 A150S 34,78 89,37 15,38 33,61 24,11 U 34,66 92,79 14,95 33,94 24,38

Os dados de ingestão de matéria seca (MS), produção e composição do leite são apresentados na Tabela 7.

Tabela 7. Ingestão de MS, produção e composição do leite, variação do peso e score corporal.

FS A150S U Pr=F EPM IMS (kg)a 14,83 15,98 15,22 - - Produção de leite (kg) 19,13 19,73 18,48 0,2666 0,4833 LCG3,5% (kg)b 18,31 19,50 19,52 0,1487 0,5231 Composição do leite Gordura (%) 3,45b 3,45b 3,80a 0,0589 0,1225 (kg) 0,62b 0,67ab 0,71a 0,0580 0,0443 Proteína (%) 3,10 3,06 3,12 0,2632 0,0313 (kg) 0,59 0,60 0,57 0,7059 0,0316 Lactose (%) 4,37 4,32 4,29 0,2985 0,0412 (kg) 0,85 0,85 0,80 0,2486 0,0517

Sólidos totais (%) 11,52b 11,54b 11,92a 0,0709 0,1422 (kg) 2,15 2,25 2,25 0,5439 0,1384 Variação do peso corporal (kg) 13,15 15,37 18,00 0,8178 5,3858 Variação do score corporal 0,21b 0,49a 0,13b 0,0200 0,08997 FS= farelo de soja; A150S= amiréia; U= uréia; EPM= erro padrão da média;

aIngestão de matéria seca; bLeite corrigido para teor de gordura igual a 3,5%; Pr=F =

probabilidade de haver efeito significativo entre os tratamentos; EPM = erro padrão da média; Letras diferentes nas linhas referem-se a médias que diferem entre si pelo Teste dos Quadrados Mínimos (P<0,05).

A ingestão de MS não foi analisada estatisticamente, uma vez que as medidas foram feitas por grupo de animais por tratamento e não individualmente. O dados mostram que numericamente a uréia e a amiréia não reduziram o consumo em comparação com o farelo de soja.

Roman-Ponce et al. (1975), observaram uma ingestão de MS igual para os tratamentos com farelo de soja e "Starea", porém, os animais que receberam o tratamento com uréia apresentaram menor consumo.

Oliveira et al. (2001) observaram diminuição do consumo de MS quando uréia foi incluída na dieta em doses semelhantes a do presente trabalho (1,4 e 2,1%). A inclusão de 0,7% de uréia na MS não afetou o consumo, em comparação com o farelo de soja exclusivo

Resultados semelhantes entre farelo de soja e uréia foram observados em 2 estudos conduzidos no Departamento de Produção Animal da ESALQ/USP, com vacas no terço médio de lactação, produzindo ao redor de 30 a 32 litros de leite/d, onde a inclusão de 1% de uréia na dieta em substituição parcial ao farelo de soja resultou em redução numérica no consumo (Santos et al., 2001), semelhante a deste ensaio, enquanto que a inclusão de 2% em comparação com 1% de uréia também reduziu numericamente o consumo de MS (Imaizumi, não publicado).

Entretanto, Plumer et al. (1971) e Guidi (1999) não obtiveram diferença no consumo quando substituíram parcialmente o farelo de soja por uréia, em quantidades de 2 ou 3% do concentrado e 1,1% da MS da dieta, respectivamente.

Na revisão de literatura conduzida por Santos et al. (1998a) foram compilados doze trabalhos, que estudaram a suplementação de uréia para vacas com produção entre 30 a 40 kg de leite por dia. Os efeitos da uréia sobre o consumo de MS foram inconsistentes, em alguns casos aumentando, em outros não afetando, ou ainda reduzindo o consumo.

Em nenhum dos trabalhos revisados a inclusão de uréia na dieta de vacas no terço final de lactação afetou o consumo negativamente. Os poucos trabalhos que mostraram efeitos negativos significativos utilizaram vacas principalmente no início de lactação, ou no máximo, vacas produzindo acima de 30 kg de leite por dia, no terço médio da lactação.

As Figuras 1 e 2 ilustram o efeito dos tratamentos sobre a produção de leite e leite corrigido para teor de gordura igual a 3,5% durante o período experimental.

Figura 1 - Efeito dos tratamentos sobre a produção de leite durante o período experimental.

Figura 2 - Efeito dos tratamentos sobre a produção de leite corrigido para teor de gordura igual a 3,5% durante o período experimental.

Não houve diferença significativa entre os tratamentos (P>0,05) para produção de leite, nem para leite corrigido para teor de gordura igual a 3,5%. Estes dados concordam com diversos trabalhos em que o farelo de soja

produção de leite 14 16 18 20 22 24 1 2 3 4 5 6 7 semana produção (kg / d) FS A150S U LCG (3,5%) 14 16 18 20 22 1 2 3 4 5 6 7 semana produção (kg / d) FS A150S U

foi parcialmente substituído por uréia sem afetar a produção de leite (Plumer et al., 1971; Johnson et al., 1987; Casper et al., 1990; Broderick et al., 1993; Santos et al., 1998; Guidi, 1999; Imaizumi, 2000).

Mas quando farelo de soja, uréia e "Starea" foram avaliados como fontes de N, os animais alimentados com uréia produziram menos leite conforme Helmer et al. (1970b) e Roman-Ponce et al. (1975), não havendo diferença entre os tratamentos com farelo de soja e "Starea".

Menor produção de leite com inclusão de uréia também foi relatado por Santos et al. (2001) e por Imaizumi (não publicado).

Silva et al. (2001), trabalhando com vacas mestiças em início de lactação, produzindo ao redor de 20 kg leite/dia, observaram efeito negativo da inclusão de uréia nas doses de 1,4 e 2,1% da MS da dieta em comparação ao farelo de soja exclusivo.

Nos doze trabalhos revisados por Santos et al. (1998a), onze utilizaram vacas com produção acima de 30 kg de leite/d e em apenas dois deles a inclusão de uréia na dieta reduziu a produção de leite. Em ambos os trabalhos as vacas estavam em início de lactação. Em apenas um destes dois trabalhos a redução na produção pode ser parcialmente atribuída à redução de consumo de MS.

Apenas um dos doze trabalhos revisados por Santos et al. (1998a) utilizou vacas em início de lactação, com produção de apenas 20 a 23 kg de leite/d. A inclusão de 1,2% de uréia na dieta destas vacas reduziu o consumo de MS e a produção de leite, semelhante ao relatado por Silva et al. (2001).

Na maioria dos trabalhos revisados, quando ocorre efeito negativo da uréia na produção de leite, esta parece estar relacionada a uma redução no consumo de MS. Esta redução no consumo, resultando em uma menor produção de leite, parece estar mais relacionada ao estágio de lactação do que à produção de leite em si, uma vez que esta seja de 20 ou 30 a 40 kg leite/d. Entretanto, Santos et al. (2001) e Imaizumi (não publicado) observaram leve

efeito negativo da uréia tanto em consumo como em produção de leite de vacas no terço médio da lactação.

Quando vacas de alta produção, no início da lactação, têm seu desempenho afetado negativamente pela adição de uréia, sem que tenha havido redução de consumo, é provável que uma deficiência de proteína metabolizável esteja ocorrendo, devido à limitação do potencial do rúmen em suprir quantidades adequadas de proteína microbiana para o intestino da vaca. Santos et al. (1998b) observaram que vacas em início de lactação, produzindo ao redor de 45 kg leite/d, apesar de não terem seu consumo reduzido pela adição de uréia na dieta, apresentaram redução significativa da produção de leite.

Na Figura 3 pode-se observar o efeitos dos tratamentos sobre o teor de gordura do leite durante o período experimental.

Figura 3 - Efeito dos tratamentos sobre o teor de gordura do leite durante o período experimental.

O teor de gordura do leite foi maior para o tratamento U (P<0,05), não havendo diferença entre os tratamentos FS e A150S (P>0,05). A produção

teor de gordura 2 2,5 3 3,5 4 4,5 1 2 3 4 5 6 7 semana % de gordura FS A150S U

de gordura também foi maior (P<0,05) para o tratamento U, intermediária para o tratamento A150S e inferior para o tratamento FS. Estes dados são semelhantes aos relatados por Roman-Ponce et al. (1975), Helmer et al. (1970b) e Plumer et al. (1971) onde o teor de gordura do leite foi maior para os animais que receberam o tratamento com uréia.

Entretanto, SILVA et al. (2001) observaram efeito negativo da adição de uréia sobre a porcentagem de gordura do leite, o que poderia ser explicado por uma redução no consumo de energia devido ao menor consumo de MS.

Huber et al. (1967), Johnson et al. (1987), Casper et al. (1990), Broderick et al. (1993) e Guidi (1999) não observaram nenhum efeito da uréia no teor de gordura do leite. Os trabalhos revisados por Santos et al. (1998a) também não mostraram efeito da suplementação com uréia no teor de gordura do leite de vacas produzindo entre 20 a 41 kg leite/d.

Um possível efeito benéfico da uréia na degradação de fibra e ou no pH ruminal poderiam explicar o maior teor de gordura nesse tratamento, observado no presente trabalho. Os dados do experimento 2 (Tabela 17), mostram que os valores de pH ruminal nas primeiras duas horas após a alimentação foram superiores para o tratamento U, sendo que apenas neste tratamento o pH ruminal se manteve acima de 6 nas primeiras quatro horas após a alimentação. A ausência de efeito benéfico da amiréia no teor de gordura do leite poderia ser um indicador de que esse produto realmente teve uma liberação mais lenta no rúmen, entretanto, os dados de amônia ruminal (Tabela 18) não sugerem uma degradação mais lenta da uréia contida neste produto.

A Figura 4 mostra o efeito dos tratamentos sobre o teor de proteína do leite durante o período experimental.

Figura 4 - Efeito dos tratamentos sobre o teor de proteína do leite durante o período experimental.

O teor de proteína do leite e a produção de proteína do leite não foram afetados pelos tratamentos (P>0,05), estando de acordo com o encontrado por Plumer et al. (1971), Johnson et al. (1987), Broderick et al. (1993), Guidi (1999), Imaizumi (2000) e Santos et al. (2001).

Roman-Ponce et al. (1975) também não obtiveram diferença no teor de proteína do leite de animais suplementados com farelo de soja, uréia ou "Starea", mas a produção de proteína foi menor para o tratamento com uréia, devido a menor produção de leite com este tratamento.

A proteína do leite foi reduzida pela alimentação com uréia conforme Huber et al. (1967), Helmer et al. (1970b) e Silva et al. (2001). Já Casper et al. (1990) observaram maiores teores de proteína do leite nas dietas com uréia e sugeriram que pode ter sido devido a um aumento no teor de nitrogênio não protéico do leite.

Na revisão de Santos et al. (1998a), dos doze trabalhos revisados, a inclusão de uréia na dieta, em substituição parcial às fontes de proteína verdadeira, não afetou o teor protéico do leite na maioria dos trabalhos. Dos

teor de proteína 2,8 3 3,2 3,4 1 2 3 4 5 6 7 semana % de proteína FS A150S U

poucos trabalhos onde algum efeito da uréia na proteína do leite foi observado, houve predominância para um efeito positivo.

Broderick et al. (1993) sugeriram que a ausência de efeito negativo em termos de produção de proteína do leite em vários estudos, quando se incluiu uréia em dietas para vacas leiteiras, indica que a proteína metabolizável não foi limitante no tratamento com uréia.

O efeito dos tratamentos sobre o teor de lactose do leite pode ser observado na Figura 5.

Figura 5 - Efeito dos tratamentos sobre o teor de lactose do leite durante o período experimental.

Não houve diferença entre os tratamentos para teor e produção de lactose do leite (P>0,05), condizente com Johnson et al. (1987) que não obtiveram efeito da inclusão de 0,72% de uréia na dieta sobre a lactose do leite, e com Imaizumi (2000). Vale ressaltar os baixos valores de lactose de leite observados no presente estudo. Um possível efeito do estresse calórico, ao qual foram submetidas as vacas, pode em parte explicar tal fato.

teor de lactose 4 4,2 4,4 4,6 1 2 3 4 5 6 7 semana % de lactose FS A150S U

Na Figura 6 está ilustrado o efeito dos tratamentos sobre o teor de sólidos totais do leite durante o período experimental.

Figura 6 - Efeito dos tratamentos sobre o teor de sólidos totais do leite durante o período experimental.

O teor de sólidos totais do leite foi maior (P<0,05) para o tratamento U, enquanto a produção de sólidos totais não diferiu (P>0,05) entre os tratamentos. Imaizumi (2000) também não encontrou diferença entre os teores e produções de lactose do leite quando substituiu parcialmente o farelo de soja por uréia. Estes dados diferem, em parte, dos encontrados por Roman- Ponce et al. (1975), onde o teor de sólidos totais foi semelhante entre os tratamentos com farelo de soja e uréia e menor para o tratamento com "Starea". Não houve diferença entre os tratamentos para variação do peso corporal (P>0,05), estando de acordo com o observado por Plumer et al. (1971). Entretanto, os animais que receberam o tratamento A150S tiveram maior ganho de condição corporal (P<0,05), não havendo diferença entre os tratamentos FS e U.

teor de sólidos totais

11 11,2 11,4 11,6 11,8 12 12,2 1 2 3 4 5 6 7 semana % de sólidos totais FS A150S U

Os animais alimentados com uréia perderam significativamente mais peso do que aqueles que alimentados com farelo de soja ou "Starea" em trabalho de Helmer et al. (1970b), o que também foi observado por Huber et al. (1967).

Na Tabela 8 e Figura 7 pode-se observar os valores de nitrogênio uréico no plasma sangüíneo para os tratamentos na primeira fase experimental.

Tabela 8. Concentração de nitrogênio ureico no plasma sangüíneo (mg N/dL).

Tempos FS A150S U Subparcelas

0 16,87 17,90c 18,80 17,86

2 18,60 20,62ab 21,00 20,07

4 19,61 20,60ab 20,75 20,32

6 19,87 21,52a 19,85 20,12

Parcelas 18,51 20,16 20,10

Tempo = horas após a alimentação; Subparcelas = média das subparcelas (tempos); Parcelas = média das parcelas (tratamentos); Letras diferentes nas colunas referem-se a médias que diferem entre si pelo Teste dos Quadrados Mínimos (P<0,05).

Figura 7 - Efeito dos tratamentos sobre a concentração de N ureico no plasma nos vários tempos de colheita após a alimentação durante a primeira fase do período experimental.

N ureico no plasma 14 16 18 20 22 0 2 4 6 tempo (horas) concentração (mg / dL) FS A150S U

Não houve diferença (P>0,05) entre os tratamentos para a concentração de nitrogênio ureico no plasma sangüíneo, em um valor médio para os tratamentos abrangendo todos os tempos (subparcelas). Também não houve diferença (P>0,05) entre os tempos de colheita, considerando uma média geral para os tratamentos nos diferentes tempos de colheita (parcelas).

Comparando tratamentos dentro de tempos e tempos dentro de tratamentos, houve diferença apenas para tempos dentro do tratamento A150S, sendo que o tempo zero hora apresentou o menor valor e o tempo seis horas apresentou o maior valor para concentração de nitrogênio ureico no plasma sanguíneo (P<0,05).

Na Tabela 9 e Figura 8 são apresentados os valores de nitrogênio ureico no plasma sanguíneo para os tratamentos na segunda fase experimental, após o ajuste das dietas.

Tabela 9. Concentração de nitrogênio ureico no plasma sanguíneo (mg/dL).

Tempo FS A150S U Subparcelas

0 16,04aB 21,97abA 14,27bB 17,43a

2 14,29bB 23,14aA 15,99abB 17,81a

4 11,15cB 19,42bcA 16,17abA 15,58b

6 10,19cB 19,00cA 17,27aA 15,49b

Parcelas 12,92B 20,88A 15,92B

Tempo = horas após a alimentação; Subparcelas = média das subparcelas (tempos); Parcelas = média as parcelas (tratamentos); Letras minúsculas referem-se a médias que diferem entre si nas colunas pelo Teste dos Quadrados Mínimos (P<0,05); Letras maiúsculas referem-se a médias que diferem entre si nas linhas pelo Teste dos Quadrados Mínimos (P<0,05).

Figura 8 - Efeito dos tratamentos sobre a concentração de N ureico no plasma nos vários tempos de colheita após alimentação durante a segunda fase do período experimental.

A concentração de nitrogênio ureico no plasma sangüíneo na segunda fase experimental foi maior (P<0,05) para o tratamento A150S, não havendo diferença entre os tratamentos U e FS, considerando uma média única para todos os tempos de colheita. Os tempos de zero e duas horas apresentaram os maiores valores de concentração de nitrogênio ureico no

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