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3.   Revisão Bibliográfica 17

5.5   Experimentos cinéticos (modelos baseados em frações molares) 55

A primeira corrida de reação foi um teste preliminar no qual o aparato experimental a ser empregado nas demais corridas e o tempo para atingir o equilíbrio químico foram verificados. Deste ponto em diante as análises por Karl Fischer foram a referência para a modelagem cinética das corridas de esterificação realizadas.

Neste teste, a temperatura de reação isotérmica foi ajustada para 40ºC e a razão molar inicial de reagentes foi de 1 mol de ácido acético para 2 moles de sec-butanol. Esta seria a condição de reação mais lenta prevista no planejamento experimental inicial, com

temperaturas variando entre 40, 50 e 60ºC. Os resultados desta reação estão apresentados na Figura 14:

Nesta reação, o ajuste de modelo de 2ª ordem baseado em frações molares mostra que, aos 500 minutos de reação o equilíbrio químico ainda não havia sido atingido. Com base neste resultado, decidiu-se revisar o planejamento experimental alterando a faixa de temperaturas de 40, 50 e 60ºC para 60, 70 e 75 ºC (esta última temperatura limitada pelo banho térmico com água empregado, pois a partir de 80ºC o controle da isotermia ao longo da reação era ineficaz. Além disso, acima de 85ºC haveria o risco de vaporização de misturas azeótropicas que poderiam se formar durante a reação, afetando a hipótese de conservação de massa ao longo da reação e exigindo a introdução do ELV e não-idealidades da fase gasosa nos modelos cinéticos).

Figura 14 - Perfil de frações molares da água na reação realizada a 40ºC partindo da razão

Reações partindo de razão molar ácido/álcool = 1:2

Neste primeiro estudo, o ajuste dos parâmetros ko e Kx foi realizado de forma

independente entre as corridas realizadas a 40, 60, 70 e 75ºC. As constantes de equilíbrio obtidas pelo ajuste se aproximaram daquelas medidas com os últimos resultados de análise do meio reacional, realizados sempre 20 – 30 hs após o início da reação, com exceção da reação realizada à 40°C (última análise pode ter sofrido inconsistência experimental, como perda de massa durante acondicionamento em estufa).

A Tabela 9 e as Figuras 15 e 16 resumem os resultados dos ajustes do modelo de 2ª ordem para as reações realizadas partindo da razão molar 1:2 (ácido:álcool).

Tabela 9 - Resultados dos parâmetros cinéticos ajustados para as reações com composição molar inicial 1:2

(ácido:álcool) realizadas à 40, 60, 70 e 75°C.

T reação (ºC) ko (min) Kx (ajustado) Kx (experimental) R2 (%)

40 0,0011 0,20 0,92 98,28

60 0,0030 0,87 0,91 98,58

70 0,0057 0,91 0,96 99,15

75 0,0078 1,20 1,51 99,34

Figura 15 - Resultados dos modelos de 2ª ordem baseado em fracos molares cujos parâmetros

cinéticos ajustados para as reações com composição molar inicial 1:2 (ácido:álcool) à 40, 60, 70 e 75°C.

Reações partindo de razão molar ácido/álcool = 1:1

Aplicando a mesma abordagem anterior, o ajuste dos parâmetros ko e Kx foi realizado de

forma independente entre as corridas realizadas a 60, 70 e 75ºC. As constantes de equilíbrio obtidas pelo ajuste diferiram em aproximadamente 20% daquelas medidas com os últimos resultados de análise do meio reacional, realizados sempre 20 – 30 hs após o início da reação. O efeito da variação de temperatura sobre as constantes de equilíbrio foi pequeno, assim como nas reações partindo da razão molar ácido/álcool = 1:2.

A Tabela 10 e as Figuras 17 e 18 resumem os resultados dos ajustes do modelo de 2ª ordem para as reações realizadas partindo da razão molar 1:1 (ácido:álcool).

Tabela 10 - Resultados dos parâmetros cinéticos ajustados para as reações com composição molar inicial 1:1

(ácido:álcool) realizadas à 60, 70 e 75°C.

T reação (ºC) ko (min) Kx (ajustado) Kx (experimental) R2 (%)

60 0,0063 1,89 2,18 98,94

70 0,0123 1,88 2,38 99,68

75 0,0165 1,81 2,15 99,34

Ea = 49263 J/mol Ao = 2986 s-1

Figura 16 - Obtenção dos parâmetros cinéticos Ao (fator pré-exponencial em s-1) e Ea (energia de ativação em J/mol) pela lei de Ahrrenius aplicada às reações com composição molar inicial 1:2 (ácido:álcool) à 40, 60, 70 e 75°C.

Ea = 61544 J/mol Ao = 473544 s-1

Figura 17 - Resultados dos modelos de 2ª ordem baseado em fracos molares cujos parâmetros cinéticos ajustados para as reações com composição molar inicial 1:1 (ácido:álcool) à 60, 70 e 75°C

Figura 18 - Obtenção dos parâmetros cinéticos Ao (fator pré-exponencial em s-1) e Ea (energia de ativação em J/mol) pela lei de Ahrrenius aplicada às reações com composição molar inicial 1:1 (ácido:álcool) à 60, 70 e 75°C.

Reações partindo de razão molar ácido/álcool = 2:1

Aplicando a mesma abordagem anterior o ajuste dos parâmetros ko e Kx foi realizado de

forma independente entre as corridas realizadas a 60 e 70°C. A reação à 75ºC sofreu problemas de consistência na análise Karl Fischer e foi desconsiderada para o estudo. As constantes de equilíbrio obtidas pelo ajuste diferiram em aproximadamente 40% daquelas medidas com os últimos resultados de análise do meio reacional, realizados sempre 20 – 30 hs após o início da reação. O efeito da variação de temperatura sobre as constantes de equilíbrio foi maior do que nas reações partindo de razões molares ácido/álcool 1:2 e 1:1.

A Tabela 11 e as Figuras 19 e 20 resumem os resultados dos ajustes do modelo de 2ª ordem para as reações realizadas partindo da razão molar 2:1 (ácido:álcool).

Tabela 11 - Resultados dos parâmetros cinéticos ajustados para as reações com composição molar inicial 2:1

(ácido:álcool) realizadas à 60 e 70°C.

T reação (ºC) ko (min) Kx (ajustado) Kx (experimental) R2 (%)

60 0,0121 2,05 2,71 99,85

70 0,0202 2,31 2,74 99,87

justados para as reações com composição molar inicial 2:1 (ácido:álcool) à 60 e 70°C Figura 19 - Resultados dos modelos de 2ª ordem baseado em fracos molares cujos parâmetros cinéticos ajustados para as reações com composição molar inicial 2:1 (ácido:álcool) à 60 e 70°C

  Aplicando a lei de Ahrrenius para todos os resultados das 3 condições iniciais de reação (razões molares 1:2, 1:1 e 2:1) e uma condição adicional (razão molar ácido/álcool 3:1) observa-se na Figura 21 que, para a mesma temperatura, a razão molar inicial interfere nas constantes cinéticas da reação, quando é usado modelo cinético baseado em frações molares. O ajuste (R²) para lei de Ahrrenius não foi bom.

Ea = 49076 J/mol Ao = 9988 s-1

Figura 20 - Obtenção dos parâmetros cinéticos Ao (fator pré-exponencial em s-1) e Ea (energia de ativação em J/mol) pela lei de Ahrrenius aplicada às reações com composição molar inicial 2:1 (ácido:álcool) à 60 e 70°C.

Figura 21 - Obtenção dos parâmetros cinéticos Ao (fator pré-exponencial em s-1) e Ea

(energia de ativação em J/mol) pela lei de Ahrrenius aplicada às reações com composição molar inicial 1:2, 1:1, 2:1 e 3:1 (ácido:álcool) à 60, 70 e 75°C.

Além desta correlação indesejável da constante cinética com as condições iniciais da reação, o equilíbrio químico experimental também apresenta forte correlação com as razões molares iniciais.

Tabela 12 - Constantes de equilíbrio químico experimentais (Kx) claramente correlacionadas com as razões molares iniciais. Kx T (ºC) 1:2 1:1 2:1 3:1 40 0,92 60 0,96 2,18 2,71 70 0,91 2,38 2,74 3,65 75 1,51 2,15

Razao molar ácido:álcool

O resultado observado na Tabela 12 e Figura 21 pode ser efeito das não-idealidades do sistema em fase líquida, uma vez que as interações moleculares não são todas iguais entre as 4 diferentes moléculas. O efeito da variação do perfil de frações molares sobre as interações moleculares poderiam ser explicadas pelos coeficientes de atividade de cada componente, por sua vez, função das frações molares de todos os componentes da mistura. A abordagem a seguir aplica um modelo de reação de 2ª ordem baseados em atividades no lugar de frações molares.