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ASD EXTERNA E DO SECTOR PÚBLICO

A. Cenário de base

9. No cenário de base, a trajectória da dívida externa ultrapassa o nível do limiar do VA da dívida externa PGP. Como reflexo das baixas exportações do país, o rácio VA da dívida externa PGP/exportações é mais que o triplo do limiar indicativo de 100%, e deve permanecer acima do limiar até 2015, quando terá início a exportação de petróleo. Os indicadores da dívida externa apresentam uma melhora notável com o advento do petróleo: todos os rácios passam a ficar abaixo do limiar e tendem a declinar. O rácio dívida/PIB permanece ligeiramente acima do limiar até ao início da produção de petróleo. 10. A dinâmica da dívida de S. Tomé e Príncipe mantém-se abaixo dos limiares no que respeita a todos os demais indicadores. O rácio dívida/PIB situa-se a 2% do limiar em 2011 e 2012, e empréstimos adicionais acima do previsto no cenário de base empurrarão este rácio para mais além do limiar dependente de políticas, onde ele permanecerá até ao início da produção de petróleo. O governo obteve novos

empréstimos concessionais no último ano de diversas fontes para compensar a insuficiência de donativos.8

7 Não há muita diferença entre as ASD externa e

pública, pois o governo de S. Tomé e Príncipe não emite dívida interna e não se prevê que venha a fazê- lo no cenário de base.

8 Em 2009, as fontes de financiamento bilateral em

condições altamente concessionais foram Angola (USD 10 milhões), Nigéria (USD 10 milhões) e Portugal (USD 1 milhão), para além das instituições multilaterais (USD 4 milhões). Em 2010, o país recebeu

financiamento concessional de Portugal (USD 17,4 milhões) e de instituições multilaterais (USD 3 milhões), e em 2011 as autoridades receberam empréstimos concessionais da Nigéria

(USD 10 milhões) e de organismos multilaterais (USD 4,7 milhões), até ao final de Agosto.

11. A expectativa é que os rácios do serviço da dívida permaneçam abaixo do limiar durante o período coberto pelas

projecções. Embora os rácios do serviço da dívida de S. Tomé e Príncipe fiquem abaixo dos limiares indicativos, o país não será capaz de alargar a sua muito estreita base exportadora no curto prazo. Sem a produção de petróleo, isto poderia contribuir para riscos de solvência e liquidez.

Limiares

indicativos 1/ 2009 2010 2011 VAL da dívida externa

Como % do PIB 30 20 33 32

Como % das export. 100 151 298 324 Como % da receita 200 105 178 181 Serviço da dívida

Como % das export. 15 3 11 14 Como % da receita 25 2 7 8

S. Tomé e Príncipe: Indicadores da dívida externa

1/ Representa o limiar indicativo da ASD de países de baixo rendimento para S. Tomé e Príncipe, que é classificado como um país de fraco desempenho segundo o índice CPIA do Banco Mundial.

B. Análise de Sensibilidade e Cenário Alternativo

12. Os testes de stress mostram o quanto a dívida é vulnerável a um abrandamento no crescimento das exportações e a uma combinação de outros choques económicos adversos. O valor actualizado da dívida supera os 30% do PIB até 2022. Da mesma forma, o rácio dívida/receitas ultrapassa o limiar de 200% no período 2012–14, ascendendo a 310% em 2013. Se o crescimento das exportações for menor que o esperado, o rácio VA da dívida/exportações sobe para quase 800% em 2013 e o rácio serviço da dívida/exportações ultrapassa o limiar,

superando os 31% em 2014. Diversos outros choques potenciais também fariam com que os níveis da dívida permanecessem acima dos limiares indicativos por um período prolongado. Se o défice da balança corrente fosse mais baixo, a dívida poderia ser reduzida com maior rapidez. É pouco provável que os défices da balança corrente sejam menores nos próximos anos, à medida que projectos de construção restantes são iniciados e os já existentes vão sendo concluídos.

Caixa 2. S. Tomé e Príncipe: Pressupostos Macroeconómicos no Cenário Alternativo não-Petrolífero com Ajustamento

Presume-se que o crescimento do PIB real seja 0,5% do PIB inferior ao do cenário de base em 2013– 15, com o governo a reduzir o seu programa de investimento público na ausência do financiamento proveniente das receitas do petróleo. No longo prazo, as projecções indicam um crescimento sustentado de cerca de 5,5%, semelhante à norma histórica. Atingir este potencial exigirá políticas macroeconómicas sólidas, medidas para melhorar o ambiente de negócios e a aplicação bem sucedida de uma estratégia de desenvolvimento do turismo. O crescimento seria impulsionado pelo turismo, a agricultura e as pescas. Na ausência do petróleo, o investimento teria de ser apoiado por fluxos de entrada de donativos.

O défice da balança corrente excl. juros

projectado cairia de cerca de 30% do PIB para um

nível médio de cerca de 25%, como reflexo do declínio nas importações.

O défice primário interno sofre um ajuste total de 2% num período de dois anos a partir de 2014 para se manter em linha com a disponibilidade de financiamento não gerador de dívida. Os empréstimos concessionais devem crescer para financiar as despesas de capital associadas ao programa de investimento público. Para minimizar o impacto sobre o crescimento, o ajustamento teria de

advir de medidas para mobilizar mais receitas (ou seja, alargamento da base tributária com a consolidação das reformas fiscais) e cortar gastos não prioritários. O cenário continua a presumir receitas dos bónus de assinatura do petróleo em 2011 e 2012, como reflexo dos contratos já firmados e das negociações em curso.

Os empréstimos concessionais cairiam dos níveis insustentáveis registados em 2009–11 para a norma histórica de 3% do PIB, começando com a redução de cerca de 3% do PIB ao ano nos empréstimos planeados para o período 2012–15. Todos os empréstimos de longo prazo serão contraídos em condições altamente concessionais. Os cerca de USD 24 milhões ora previstos em investimentos de capital a ser financiados por empréstimos

concessionais em 2013 e 2014 terão de ser adiados para manter o rácio VA da dívida/PIB próximo do limiar.

O financiamento na forma de donativos deve permanecer próximo da norma histórica, mas a mobilização de donativos adicionais poderia atenuar o impacto da diminuição dos empréstimos para investimentos de capital.

Os fluxos de IDE cairão para cerca de 5% do PIB, o que é coerente com a média dos países subsarianos.

13. Num cenário não-petrolífero, a dinâmica da dívida de S. Tomé e Príncipe permaneceria próxima dos limiares, com o aumento da vulnerabilidade a choques. Os défices orçamentais seriam financiados através de empréstimos em condições altamente

concessionais, elevando os níveis de

endividamento em relação ao cenário de base. O rácio dívida/exportações ultrapassaria os limiares por uma margem significativa em todo o período projectado. O rácio dívida/PIB teria um acréscimo

constante até ultrapassar ligeiramente o limiar de 30% entre 2021 e 2023, para depois cair

gradualmente em razão de uma combinação de disciplina orçamental e crescimento do PIB. Um ajustamento para corrigir o rácio

dívida/exportações afigura-se difícil em vista da estreita base exportadora. No longo prazo, porém, seria necessário um ajustamento orçamental sustentado para reverter a ultrapassagem do limiar dívida/PIB.

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