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1. Do telemóvel ao swipe

1.3 Usabilidade & Experiência de Utilização

1.3.1 Eye Tracking & Mobile

São encontrados muitas vezes, em sistemas de informação modernos, vários problemas de usabilidade. As aplicações desenvolvidas para dispositivos móveis não são uma exceção. Uma das técnicas mais interessantes de avaliação de usabilidade é o Eye tracking. Este método permite acompanhar o movimento dos olhos do utilizador enquanto este interage com o sistema, utilizando para o efeito uma câmara que está fixa ao dispositivo que está a ser utilizado – Eye tracker. Proveniente dos resultados deste teste, o avaliador recebe dados como relatórios gráficos sobre como o utilizador distribuiu a sua atenção visual enquanto estava a executar as tarefas pedidas na aplicação (Chynał, Szymański, & Sobecki, 2012).

Com o rápido desenvolvimento das tecnologias móveis, os smartphones estão cada vez mais a tornar-se parte do nosso dia-a-dia. Existem várias aplicações desenvolvidas para smartphone no mercado, com vista a suprimir as necessidades dos utilizadores. Recentemente as avaliações da experiência de utilização em smartphone são baseadas em inquéritos por questionários, o que torna avaliação bastante simples e suscetível à falta de evidências que a suportem. Nos últimos anos, as aplicações para smartphone tem recebido maior atenção por parte das indústrias e dos investigadores, pois a performance de uma aplicação afeta diretamente a experiencia de utilização, o que tem encorajado as industrias a estarem constantemente à procura de melhores performances nas aplicações (Chynał et al., 2012).

O eye tracking resume-se então numa técnica que envolve medir onde é que o utilizador concentra o seu olhar enquanto visualiza determinado conteúdo. Com a utilização desta técnica é possível medir:

1. Para onde o utilizador está a olhar; 2. Durante quanto tempo esteve a olhar;

3. De que forma o foco de atenção muda de um item para outro; 4. Que partes da interface não desencadearam atenção;

5. De que forma navegam na página/aplicação;

6. Como o tamanho e o posicionamento dos itens afetam atenção do utilizador.

Com os dados recolhidos da avaliação com o Eye tracker o software gera dados sobre estas ações, na forma de mapas de calor ou de imagens com pontos de fixação (Affairs, 2014).

Mapas de calor

Os mapas de calor representam determinados pontos onde o utilizador concentrou a sua atenção e determinam também durante quanto tempo manteve o olhar nesses pontos. Uma escala de cores que vai mudando de azul para vermelho indica a duração do foco. Um ponto vermelho sobre uma determinada área significa que o participante concentrou-se nessa parte do conteúdo por um longo período de tempo (Affairs, 2014).

Figura 2 - Exemplo Mapa de Calor (Affairs, 2014) Pontos de Fixação

Os pontos de fixação fazem a ligação, através de uma linha, do movimento efetuado pelos olhos, períodos de atenção e o rápido movimento de seguida. É efetuado um circulo vermelho na área de foco, enquanto que a linha vermelha desenha o caminho percorrido (Affairs, 2014).

Figura 3 - Exemplo pontos de fixação (Affairs, 2014)

Strayer et al (2003) recorreram no seu estudo ao eye tracking para investigar os possíveis efeitos das conversas ao telemóvel num ambiente simulado de condução. Os autores utilizaram um ambiente simulado de alta fidelidade que providenciava um contexto de condução imersiva para os participantes. Os dados do eye tracker foram utilizados para analisar e determinar se conversar ao telemóvel durante o exercício de condução prejudica a performance do condutor. Os dados recolhidos do eye tracker levam os autores a chegar à conclusão que conversar ao telemóvel afeta a atenção visual dos participantes, e que mesmo quando os participantes olham diretamente para os objetos na estrada, existe uma menor probabilidade de lhes prestar atenção se estiverem a conversar ao telemóvel. É importante referir que neste estudo de Strayer et al (Strayer et al., 2003), não existiu manipulação manual do telefone durante as tarefas experimentais. Os autores concluem que a investigação demonstra que as conversas ao telemóvel, ainda que com recurso a mãos-livres, afetam tanto a memória de reconhecimento como a memória percetiva, os participantes envolvidos no estudo referiram que na opinião deles, é mais fácil conduzir a conversar ao telemóvel do que conduzir sozinho, pois desta maneira o tempo passa mais rápido.

Kabugo et al (2016) recorreram também, no seu estudo, ao eye tracking para a recolha de informação de como os estudantes movimentam os olhos enquanto estão a observar diversos objetos de estudo. O eye tracker utilizado neste estudo foi o Tobii-T120 e foi utilizado para observar como os estudantes movimentam os seus olhos enquanto estudam diferentes objetos de estudo num smartphone. Os autores defendem que este tipo de instrumentos de recolha de dados pode ser muito valioso para perceber de que maneira os estudantes utilizam as tecnologias em proveito da aprendizagem, e para indicar aos professores de que modo podem aproveitar melhor as tecnologias nas suas

metodologias de ensino. Os autores explicam que o eye tracker funciona de modo a capturar o movimento dos olhos refletindo uma luz infravermelha nos olhos do utilizador, sendo aplicado uma fórmula matemática para determinar o ponto exato do olhar. Os autores dão também como exemplo o uso crescente desta tecnologia, especialmente no setor empresarial, onde existem vários estudos que visam analisar o comportamento visual do consumidor em determinados produtos. Entre outras as principais ilações retiradas do estudo foram as seguintes:

• Se um objeto se mover rapidamente isso pode afetar negativamente o tempo de perceção e o funcionamento cognitivo do aluno.

• Os estudantes passam mais tempo a observar o primeiro paragrafo dos textos do que os restantes.

• Estudantes fixam mais nas imagens do que nas palavras.

Estes resultados são úteis aos investigadores e à comunidade académica em vista a melhorar tecnologicamente os conteúdos digitais de suporte às aulas.

2. Para a compreensão do swipe: Uma revisão

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