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5.1 Parâmetros de avaliação do IQA

5.1.6 Fósforo total – (Ft)

O Fósforo constitui um elemento químico importante na biossíntese celular uma vez que integra as moléculas responsáveis pelas cargas genéticas e de transferência de energia.

Segundo a legislação CONAMA 357/2005, a quantidade de Fósforo total permitida em águas de rio de Classe II é de 0,030 mg.L-1 para ambientes lênticos e de 0,100 mg.L-1 para ambientes lóticos.

O Fósforo presente nas águas dos rios pode advir de dissoluções de rochas, degradação de matéria orgânica, introdução de substâncias ricas em fosfato como detergentes e fertilizan- tes minerais entre outros. A presença de Fósforo juntamente com nitrogênio, são os principais responsáveis pelo desenvolvimento de organismos autotróficos fotossintetizantes em especial as cianobactérias e algas.

Rio Jaguari: na época de chuva, conforme apresentado na Tabela 16e na Figura 15,

em 103 coletas, representado por 11 períodos, o Ft foi quantificado o valor médio de 0,248±0,139 mg.L-1, apresentando concentração acima do valor máximo permitido (VMP) pela legislação.

De acordo com a Tabela 16 e a Figura 15, na época de chuva, os valores mínimos Ft detectados, foram no período P5C de 0,039 mg.L-1, P7C 0,010 mg.L-1 e P9C 0,008 mg.L-1 de Ft, estes contemplam a legislação. Avaliando-se os valores máximos de Ft obtidos nesta épo- ca, a média geral foi de 0,505 mg.L-1, sendo que no período P5C encontrou-se 1,360 mg.L-1, referente a 8 amostragens.

O Rio Jaguari, das 103 coletas no período chuvoso, 98 análises de Ft apresentaram a- cima do VMP pela legislação, representando 95% do tempo em que as águas do Rio Jaguari permaneceram com teores em desacordo com a legislação. Portanto, valores obtidos de Ft somados com teores agregados de nitrogênio total, apresentam condições e potencial de de- senvolvimento de eutrofização.

Quanto a época de seca, no Rio Jaguari a média geral de Ft referente a 97 coletas, re- presentado por 10 períodos foi de 0,181±0,078 mg.L-1, apresentando valor inferior cerca de 38% referente a época de chuva.

O valor médio mínimo na época de seca foi de 0,084±0,078 mg.L-1, representando cerca de 30% menor ao valor correspondente a época de chuva. Já o valor mínimo de Ft de- tectado no período foi em ambos os períodos P2S e P6S de 0,010 mg.L-1 referente a 10 e 11amostragens respectivamente.

O valor máximo médio geral detectado de Ft na época de seca foi de 0,308 mg.L-1, va- lor este inferior cerca de 39% em relação a época de chuva.

Quanto ao valor médio de Ft detectado na época de estiagem, das 97 coletas, 91 análi- ses apresentaram-se acima do VMP pela legislação, representando 94% do tempo em que as águas do Rio Jaguari permaneceram em desacordo com a legislação.

Os períodos P1; P2; P3; P5; P7 e P8, tanto na época de chuva quanto a de seca, indi- cam forte contaminação com Ft, e pela apresentação da Tabela 16 e da Figura 15, conclui-se que os teores no Rio Jaguari na época de chuva, parte daquele quantificado pode ser proveni- ente da poluição difusa, porém a maior parte origina-se das áreas urbanas.

Rio Atibaia: na época de chuva apresentou valor médio geral de Ft foi de

0,216±0,146 mg.L-1, valor este próximo aos encontrados na mesma época do Rio Jaguari, entretanto, a média dos valores mínimos encontrados nas 103 coletas do Rio Atibaia foi de 0,094 mg.L-1, quanto ao valor máximo a média foi de 0,542±0,352 mg.L-1, sendo que no pe- ríodo P4C apresentou o valor máximo de 2,450 mg.L-1, elevando o valor médio em cerca de 54%, referente a média dos 10 períodos excluindo o período P4C, o cálculo do Ft é de 0,351±0,172 mg.L-1.

A Tabela 16 e a Figura 15 apresentam valor mínimo médio geral de Ft nos 10 períodos de 0,086 mg.L-1, muito próximo ao detectado na época de chuva 0,094 mg.L-1. Os valores máximos de Ft encontrados na época de seca apresentam a média geral de 0,435 mg.L-1, valor este inferior ao detectado na época de chuva.

Na época de seca, das 97 coletas, foram detectadas 86 análises de Ft com valores aci- ma do VPM pela legislação, representando 89% do tempo em que as águas do Rio Atibaia permaneceram acima dos valores máximos permitido pela legislação quanto a este parâmetro para rios de Classe II.

Das amostras analisadas na época de chuva, 97 análises de Ft foram detectadas acima do VMP, representando 94% do tempo em que as águas do Rio Atibaia permaneceram em desacordo com a legislação.

Na época de seca, o Rio Atibaia apresentou a média referente a 97 coletas, representa- do por 10 períodos no valor de 0,213±0,118 mg.L-1, valor este que pouco difere ao detectado na época de chuva 0,216 mg.L-1.

Em relação ao Ft do Rio Jaguari, verifica-se que na época de chuvosa ocorre um apor- te ao rio de 27,02% superior ao da época de seca. Os dados encontrados de Ft no Rio Atibaia indicam que sua origem é muito provavelmente proveniente da ação antrópica, provinda dos esgotos urbanos e efluentes, conforme apresentado na Tabela 16.

Tabela 16. Valores médios de Fósforo total (Ft), dos Rios Jaguari e Atibaia nas épocas de chuva e de seca de 200 coletas efetuadas entre outubro / 2003 a março / 2015.

PER.* MÉDIA DP MIN. MAX. D** MÉDIA DP MIN. MAX. D**

R P1 0.100 0.000 0.100 0.100 6/6 0.100 0.000 0.100 0.100 6/6 I P2 0.100 0.000 0.100 0.100 12/12 0.091 0.028 0.010 0.100 10/10 O P3 0.447 0.184 0.170 0.760 11/11 0.389 0.223 0.120 0.620 9/9 P4 0.113 0.024 0.100 0.180 12/12 0.115 0.019 0.100 0.140 4/4 J P5 0.355 0.512 0.039 1.360 8/8 0.103 0.009 0.100 0.130 12/12 A P6 0.107 0.013 0.100 0.140 10/10 0.058 0.056 0.010 0.140 5/11 G P7 0.096 0.076 0.010 0.200 5/8 0.133 0.033 0.110 0.190 7/7 U P8 0.415 0.289 0.196 1.068 8/8 0.199 0.076 0.066 0.356 13/13 A P9 0.137 0.112 0.008 0.288 7/9 0.268 0.136 0.096 0.588 13/13 R P10 0.517 0.133 0.322 0.712 9/9 0.359 0.197 0.124 0.712 12/12 Í P11 0.343 0.186 0.100 0.648 10/10 - - - - - 0.248 0.139 0.113 0.505 95%# 0.181 0.078 0.084 0.308 94%# 0.167 0.154 0.090 0.434 - 0.118 0.080 0.042 0.243 - R P1 0.253 0.105 0.150 0.400 6/6 0.282 0.053 0.230 0.375 6/6 I P2 0.164 0.056 0.100 0.270 12/12 0.156 0.044 0.100 0.260 10/10 O P3 0.331 0.139 0.100 0.600 11/11 0.389 0.223 0.120 0.620 9/9 P4 0.436 0.757 0.120 2.450 12/12 0.225 0.128 0.110 0.350 4/4 A P5 0.125 0.068 0.050 0.270 8/8 0.198 0.065 0.120 0.340 12/12 T P6 0.100 0.000 0.100 0.100 10/10 0.010 0.000 0.010 0.010 0/11 I P7 0.039 0.054 0.010 0.140 2/8 0.119 0.011 0.100 0.130 7/7 B P8 0.281 0.099 0.080 0.420 8/8 0.184 0.098 0.039 0.358 13/13 A P9 0.202 0.052 0.124 0.272 9/9 0.340 0.394 0.016 1.346 13/13 I P10 0.243 0.124 0.098 0.440 9/9 0.233 0.168 0.016 0.560 12/12 A P11 0.205 0.149 0.098 0.600 10/10 - - - - - 0.216 0.146 0.094 0.542 94%# 0.213 0.118 0.086 0.435 89%# 0.111 0.208 0.037 0.653 - 0.109 0.119 0.068 0.367 -

D** - Número de amostras em desacordo com CONAMA 357, referente ao número de amostras analisadas.

# - Valor percentual das amostras em desacordo.

Fósforo total (mg.L-1): PERÍODOS

CHUVOSO SECO

PER.* Períodos de amostragens.

Média

Média Desv.Padrão

Desv.Padrão

Figura 15. Valores médios de Fósforo total (Ft), dos Rios Jaguari e Atibaia nas épocas de chuva e de seca de 200 coletas efetuadas entre outubro / 2003 a março / 2015 em relação ao valor máximo permi- tido (VMP).

Fonte: elaborado pelo autor.

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