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Fabricação e caracterização de tiras de ligas metálicas semi-sólidas fundidas e tixolaminadas, próximo ao ponto eutético (baixo intervalo

U é a densidade do metal,

5 Resultado e discussões

5.2 Fabricação e caracterização de tiras de ligas metálicas semi-sólidas fundidas e tixolaminadas, próximo ao ponto eutético (baixo intervalo

de solidificação)

Para fabricação e caracterização de tiras de ligas metálicas semi-sólidas fundidas e tixolaminadas, próximo ao ponto eutético (baixo intervalo de solidificação), serão analisados, o efeito da fluidez na fabricação da tira semi-sólida fundida, a variação da largura e espessura da tira semi-sólida fundida e a produção da tira por tixolaminação.

5.2.1 Efeito da fluidez na fabricação da tira semi-sólida fundida

A Figura 5.19 mostra o acabamento das tiras semi-sólidas da liga Sn-37%Pb, vazadas a temperatura de aproximadamente 280°C e 220°C. A temperatura de fusão e o intervalo de solidificação desta liga são, respectivamente, de 185°C e 3°C. A composição química desta liga está próximo ao ponto eutético (temperatura do eutético de 183 °C com 61,9%Sn), e assim, apresenta elevada fluidez (diagrama da Figura 3.11). A velocidade dos cilindros, como anteriormente estudada, foi mantida a 0,25 m/s para criar uma tira de melhor qualidade, mantendo o equilíbrio estático das tensões superficiais. O bocal também foi escolhido para

obter um tempo de contato de 0,2 s suficiente, para criar uma casca metálica ao longo do arco de contato de 50 mm de comprimento e largura de 45 mm aproximadamente (área total de contato 2250 mm2). A vazão da liga fundida, como anteriormente descrita, está em torno de 13 ml/s usando um cadinho de 500 ml.

A temperatura de vazamento de 220°C produz uma tira de largura que segue a largura do bocal previamente aquecido. O bocal cerâmico como construído e pintado com grafite coloidal (Dycote Dr 178), tem suportado diversas simulações, e não é suscetível de erosão e quebra para a velocidade aplicada.

A outra tira fabricada, a partir da liga vazada a 280 °C, não segue a largura do bocal de 45 mm e espalha sobre o cilindro de solidificação, devido ao alto grau de molhamento. Assim, altas temperaturas de vazamento, necessitam maior tempo de contato com o cilindro de solidificação ou precisa de melhor capacidade de extração de calor. Então, se a quantidade da fase sólida no material pastoso diminui com o superaquecimento térmico da liga fundida, maior quantidade de calor latente deve ser removida pelo cilindro inferior, em menor espaço de tempo. Conseqüentemente, o controle da velocidade dos cilindros é outra variável importante para obter uma solidificação adequada do material semi-sólido, para produzir tiras metálicas semi-sólidas fundidas de boa qualidade como discutido na Seção 5.1.17.

A superfície da tira solidificada em contato com o cilindro inferior produz uma superfície de bom acabamento. Por outro lado, a superfície solidificada com a face voltada para a atmosfera é extremamente rugosa, e aparentemente não propícia a estampagem, principalmente, para a tira fabricada na temperatura de vazamento de 280 °C. Neste caso, uma laminação posterior, pode garantir uma superfície de melhor qualidade. Problemas de aderência das tiras sobre os cilindros, não ocorreram, para as condições aplicadas (acabamento superficial dos cilindros até a lixa de granulometria 1200).

Acessórios, como guardas e guias, não são necessários na cadeira de laminação para garantir o alinhamento das tiras semi-sólidas fundidas e tixolaminadas, durante o processamento. Logo, um equipamento compacto, e assim de fácil manutenção e preparação, para os experimentos.

Perfil de temperatura de processamento 280°C Perfil de temperatura de processamento 220ºC Figura 5.19. Comparação do acabamento da superfície voltada para atmosfera da tira semi- sólida para duas temperaturas de processamento como indicadas, o material retido na soleira do bocal cerâmico (nozzle) após o ensaio para o processamento a 220 ºC, e os perfis de evolução de temperatura para cada temperatura de vazamento.

5.2.2 Variação da largura e espessura da tira semi-sólida fundida

A Figura 5.20 mostra a variação da espessura e largura ao longo do comprimento da tira semi-sólida fundida a 220 °C. Tanto a largura quanto a espessura, aumentam das extremidades para a região central da tira metálica. A região central é relacionada ao nível máximo atingido pela piscina do material semi-sólido, no bocal, durante o processamento. Então, existe um período de transiente inicial (cabeça da tira), estado estacionário (parte central) e um período de transiente final (cauda da tira).

Figura 5.20. A bobina da tira semi-sólida fundida a 220 °C, os estágios obtidos ao longo da tira, e os perfis da espessura e largura da bobina da tira semi-sólida fundida. A quantidade da liga fundida foi de 3,2 kg.

A geometria do bocal e seu pré-aquecimento garantem a produção da tira metálica semi- sólida fundida com largura de 45 mm, aproximadamente. Um controle dinâmico deve ser aplicado, para ajustar a velocidade dos cilindros. Isto pode diminuir as perdas nas extremidades das tiras, e assim, obter o máximo de eficiência no processo.

5.2.3 Tira tixolaminada

O processo de tixolaminação foi usado para conformar imediatamente a superfície que se solidifica voltada para a atmosfera, e assim, um melhor acabamento é obtido. Desse modo, uma economia de energia ocorre, pois não é necessária a laminação posterior no estado sólido. A força de tixolaminação consiste de duas partes: a primeira para conformar a lama/pasta metálica levada pela casca metálica; a segunda parte para conformar a casca metálica (região coquilhada) a qual tem maior tensão de escoamento. Assim, a conformação de áreas heterogêneas ocorre.

0 0,5 1 1,5 2 0 2 4 6 8 10 12 C omprimento,m Es p es s u ra ,m m 0 10 20 30 40 50 0 2 4 6 8 10 12 C omprimento,m La rg ur a ,m m

Durante a tixolaminação, tensões de origem térmica se desenvolvem na interface casca coquilhada/cilindro de solidificação, que transporta o material semi-sólido superaquecido. Tensões de origem mecânica também originam pela pressão aplicada pelos cilindros do laminador.

Então, é necessário controlar a espessura da tira semi-sólida fundida formada pela casca coquilhada, que arrasta o material semi-sólido em sua superfície, a fim de prever a distância entre os cilindros do laminador. As temperaturas de vazamento testadas foram de 220 °C, 240 °C e 260 °C.

Para todas as temperaturas empregadas, a parte do transiente inicial (cabeça da tira) não foi contínua. Isto pode ser explicado, pelo super-resfriamento térmico da liga entre os cilindros, os quais estão na temperatura ambiente no início do processo, e também pela pressão exercida na tira. Com o prosseguimento da tixolaminação, a temperatura dos cilindros aumenta e um pedaço de tira contínua resulta para todas as condições, Figura 5.21.

O aumento na largura foi causado pela tensão de compressão dos cilindros sobre as duas partes da tira semi-sólida fundida a 220 °C e 240 °C. Por outro lado, somente parte da tira é conformada para temperatura de processamento de 260 °C. Isto pode ser explicado pela elevada fluidez da liga, não criando uma espessura suficiente para a tixolaminação. Então, a temperatura para tixolaminação deve variar entre 220 °C e 240 °C. Naturalmente, o aumento da força de separação entre os cilindros ocorre quando menor for o espaçamento entre eles. Como resultado, defeitos de bordas como trincas nas tiras tixolaminadas podem ocorrer para uma distância entre cilindros menor de 1 mm.

Trincas extensivas ao longo da tira tixolaminada e nas bordas no início da tixolaminação. Liga Sn-37%Pb.

Tiras tixolaminadas (240ºC)

(220°C) (260ºC)

Figura 5.21. Tiras tixolaminadas obtidas pelas temperaturas de vazamento de 220 °C, 240 °C e 260 °C para distância entre cilindros de 1,2 mm. A tira tixolaminada a 240 °C foi usada para obtenção dos discos metálicos (blanks) para a caracterização mecânica. Perfis de temperatura de processamento como indicado. A temperatura do bocal está abaixo da linha de reação eutética (183 ºC).