Fachada 1

O sistema de vedação vertical externa denominado Fachada 1 está locallizado na primeira edificação (oficina e garagem). A Fachada 1 separa a oficina da garagem, como pode ser observado na Figura 55.

Figura 55 – Localização da Fachada 1

Fonte: Hauser (2017) Adaptado

A foto dos componentes da Fachada 1 pode ser observada na Figura 56, sendo o sistema composto pela base de concreto, a parede de CLT ensaiada, as paredes laterais e a laje superior. A planta do ambiente e a vista do elemento ensaiado estão apresentadas na Figura 57.

Figura 56 - Fachada 1

Figura 57 –Fachada 1: (a) Planta Baixa da oficina e (b) Vista da partição vertical

(a) (b)

Fonte: O autor

Na Figura 58 são apresentadas duas fotos da partição vertical recém- posicionada, antes do término da oficina e garagem. Nela estão evidentes as aberturas das instalações elétricas da oficina, preexistentes na peça. Para a realização dos ensaios, essas aberturas foram vedadas com painéis de madeira maçica duplos com espessura total de 3,6 centímetros.

Figura 58 – Fachada 1 antes da finalização da edificação: (a) Lado externo e (b) Lado interno

(a) (b)

Fonte: O autor

Na Figura 59 é apresentado o desenho de um segmento do elemento ensaiado. Nele estão mostrados o direcionamento, o alinhamento e dimensões das chapas usadas na montagem da parede em fábrica.

Figura 59 – Placa da Fachada 1: (a) Direção das chapas e (b) Alinhamento e dimensões

(a) (b)

Lengenda: D = 80 mm, d1 = 20 mm, d2 = 40 mm e L = 140 mm Fonte: O autor

Como as duas edificações estudadas ainda não possuíam esquadrias após a finalização do CLT, todas as salas de recepção tiveram suas aberturas (portas, janelas e domus) vedadas com madeirite resinado comum de espessura 10 milímetros.

Para a medição dos parâmetros exibidos na norma ISO 16283-3:2016 foram definidas as localizações dos pontos de fonte e de microfone internos (Figura 60) e externos (Figura 61) à edificação, respeitando todas as distâncias exigidas na mesma norma. Dos pontos externos escolhidos, três deles estão a uma distância de 2 m da fachada e posicionados em relação ao meio da partição. O último está também a uma distância de 2 m da fachada e afastado 1 m de uma protusão similar a uma varanda (telhado da garagem). Os microfones foram colocados a uma altura de 1,5 m acima do chão em relação à sala receptora, tanto no exterior quanto no interior da sala. A fonte foi posicionada no chão do lado externo, e colocada a uma altura de 1,5 m na sala receptora.

Figura 60 – Pontos internos de fonte (F) e microfones (P) da sala receptora da Fachada 1 ensaiada

Fonte: O autor

Figura 61 – Pontos externos de fonte (F) e microfones (P) em relação a Fachada 1

Fonte: O autor

A fonte, o microfone, o medidor e o calibrador utilizados em todos os ensaios de isolamento sonoro aéreo estavam em conformidade com as diretrizes indicadas pela norma ISO 16283-3:2016. O conjunto de equipamentos é da marca Brüel&Kjaer

e é composto por um medidor de nível de pressão sonora BK 2270, uma a fonte omnidirecional Tipo 4292-L, um amplificador Tipo 2734 e o software Building Acoustics BZ 7228. Os ensaios de isolamento sonoro aéreo das fachadas foram realizados pelo método Global Loudspeaker.

Como sinal sonoro foi emitido ruído rosa com duração de 15 segundos no ponto externo da fonte. As medições dos níveis de pressão sonora foram obtidas em função de frequência em bandas de 1/3 de oitava entre 100 Hz e 5000 Hz. O nível de pressão sonora (L1,2m) é a média dos valores de nível de pressão sonora obtidos

nos pontos de microfone externos P1, P2 e P3, e é calculada de acordo com a Equação 7. Uma nova medição foi realizada no ponto P4, onde foi retirado diretamente um segundo nível de pressão sonora (L1,2m). A obtenção de dois níveis

de pressão sonora (L1,2m) permite a comparação entre dois resultados

independentes de isolamento sonoro aéreo da Fachada 1, um deles com os pontos P1, P2 e P3 (Ensaio 1) e o outro com o ponto P4 (Ensaio 2). Foram feitas duas medições pois a norma ISO 16283:2016 indica que o ponto de microfone externo deve estar afastado ao menos 1 metro de quaisquer sacadas ou protuberâncias, entretanto existe uma laje diante da Fachada 1, dificultando a interpretação da norma.

Foi realizada uma nova emissão do ruído rosa com o mesmo nível sonoro da medição externa para realização da medição do nível de pressão sonora nos pontos internos de microfone. O nível de pressão sonora médio (L2) dos pontos internos foi

calculado de acordo com a Equação 8.

Sem a emissão de ruído, os mesmos pontos internos de microfone foram utilizados para medição do nível de pressão sonora do som residual. A média do nível de pressão sonora do som residual (Lb) foi determinada pela Equação 2, para posterior verificação da influência do mesmo sobre os dados coletados.

Com a fonte posicionada na sala receptora, os pontos internos de fonte e de microfone foram utilizados para a determinação do tempo de reverberação (T) da sala. Foi gerado o ruído interrompido e mensurado o tempo de reverberação para as frequências entre 100 Hz e 5000 Hz, em bandas de 1/3 de oitava. Foi feita a emissão sonora em um ponto de fonte e uma medição por ponto interno, totalizando seis medições.

Não foi necessária a realização do procedimento de baixa frequência na obtenção de nenhum dos parâmetros, pois a sala receptora possui o volume aproximado de 67m³, superior aos 25m³ que apontam a obrigatoriedade desse procedimento.

Após a realização de todos os procedimentos da norma ISO 16283-3:2016 no ensaio de isolamento sonoro aéreo da Fachada 1, foram obtidos todos os parâmetros necessários ao cálculo do número único Diferença Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nT,w). O procedimento explicitado em Erro! Fonte de referência não

encontrada. Erro! Fonte de referência não encontrada. foi seguido e inicialmente o valor do nível de pressão sonora do som residual (Lb) foi utilizado para verificar se

houve influência sobre o nível de pressão sonora da sala receptora (L2). Após a

verificação da necessidade de correções, a Diferença Padronizada de Nivel (D2m,nT)

em função de frequência foi calculada a partir da Equação 10, com o uso dos níveis de pressão sonora (L1,2m e L2) e do tempo de reverberação (T). Por fim, a Diferença

Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nT,w) foi obtida com os procedimentos

descritos na sessão 2.3 Holografia acústica, retirados da norma ISO 717-1:2013. Foram calculados dois valores de Diferença Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nT,w), pois foram realizados o Ensaio 1 e o Ensaio 2.