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55 Em relação ao Gráfico 9 de resultados de WLD é bastante claro que o pouco valor de UFC registradas no mês de julho ocorreu por conta da faixa amarela presente no meio de cultura, lembrando que os resultados do WLD tem menor peso no cálculo do MI que o RK, pelo fato da seletividade do segundo meio agregando microrganismos com capacidade de deterioração maiores que no WLD. O reflexo desse resultado é visível no Gráfico 13 e na tabela 6 no próximo tópico.

6.3.3- Cerveja Maturada

Para a cerveja maturada houveram 21 coletas em janeiro, 25 em fevereiro, 20 em março, 14 em abril, 17 em maio, 19 em junho, 18 em julho e 15 em agosto. Nos dados obtidos da cerveja maturada a partir do Gráfico 10 abaixo, interpreta-se que diferentemente da cerveja fermentada, o pior mês observado seja o de maio, e o segundo pior o de abril. Observa-se também o quão destoante o pico, tanto do RK quanto do WLD, nos meses de maio e julho, cujo resultado excelente foi semelhante ao apresentado na cerveja fermentada.

Gráfico 10 – Média aritmética de Unidades Formadores de Colônias Totais da cerveja maturada por amostras coletadas

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto

Raka Ray 16,57 62,68 22,20 69,43 73,00 27,53 0,00 48,47 WLD 9,71 45,72 24,75 25,93 76,59 20,26 13,39 35,07 YM + CuSO4 0 0 0,25 0 1,35 0 0 0 0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00 90,00

56 Gráfico 11 – Curva de evolução das faixas de contaminação no meio de cultura RK

Os números do RK da cerveja maturada demonstrado no Gráfico 11 acima, somente saíram ausentes no mês de julho deixando claro pelo Gráfico 12 a seguir que o WLD como o único responsável pelas UFC agregadas neste mês, semelhante à cerveja fermentada. Esta observação dá um indício de que praticamente nenhum microrganismo possa ter sido agregado da fermentação para a maturação.

Gráfico 12 – Curva de evolução das faixas de contaminação no meio de cultura WLD

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto

Faixa Verde 7 7 3 0 6 0 0 2 Faixa Amarela 4 4 5 3 4 3 0 4 Faixa Vermelha 1 1 1 4 4 1 0 3 0 1 2 3 4 5 6 7 8

Faixas de Contaminação RK

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto

Faixa Verde 7 7 1 0 3 3 0 1 Faixa Amarela 1 1 6 3 1 3 2 1 Faixa Vermelha 1 1 1 1 5 1 1 2 0 1 2 3 4 5 6 7 8

Faixas de Contaminação WLD

57 Relacionando os dois resultados tanto da cerveja fermentada quanto da maturada conclui-se que a o problema apresentado em maio na maturação foi pontual e não foi agregado da fermentação, pois nos resultados da cerveja maturada esta obteve um baixo número de UFC’s no mês de maio.

A hipótese feita da relação maturação-filtração foi de que ainda existe carga contaminante que está sendo agregada à maturação, um reflexo observado nos meses de abril para maio em que a maturação teve picos de contaminação e logo em seguida a filtração decresceu junto.

6.3.4- Evolução do Micro Index

Alguns dos resultados obtido na Tabela 7 e no Gráfico 13 foram obtidos a partir da eliminação de pontos mortos, aproximadamente três foram encontrados na etapa da filtração e uma série de tubulações em que as soluções de CIP não tinham acesso. Outra ação que foi bastante efetiva foi o acompanhamento dos procedimentos de assepsia no momento de sua realização, a redução considerável da ocorrência de erros no processo de limpeza alavancou a filtração para próximo dos 60%.

Tabela 7- Evolução dos índices de MI ao longo do ano

A grande queda observada nos índices da etapa da fermentação no mês de abril que impactou gravemente no índice de MI, demonstrada na Tabela 7, foi causada por uma contaminação do fermento (leveduras) utilizado na fase de fermentação da cerveja. Quando ocorre um problema isolado deste tipo a queda no índice é de grande peso, sendo mais impactante que a presença de microrganismos no meio de cultura RK.

58 Gráfico 13 – Curva de evolução dos índices de contaminação microbiológica

A queda do índice dos meses de julho para agosto ainda não foram elucidadas, necessitando reavaliar futuramente a cadeia de processo e caso a meta estabelecida não consiga ser alcançada, realizar-se-á um novo ciclo com um Plan restruturado do novo problema.

“A natureza repetida e cíclica da melhoria contínua pode ser resumida no ciclo do PDCA, definido como uma sequência de atividades que são percorridas de maneira cíclica para melhoria das atividades” (SLACK, 1996).

De acordo com a citação acima mesmo que o problema não seja atingido o ciclo deve prosseguir gerando novos problemas e elucidando novas hipóteses para atingir o objetivo final.

Com isso independente se o problema não atingir a fase de padronização, o final de cada ciclo originará um novo com maior complexidade (NASCIMENTO, 2011).

59 Figura 9. Rampa de Melhoria do Ciclo PDCA

Fonte: (ANDRADE, 2003)

As afirmações foram ilustradas com a figura de Andrade (2003), em que esta demonstra a geração de um novo ciclo cada vez mais completo de acordo com o tempo gasto por tempo.

VII CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluiu-se que a ferramenta do PDCA é um sistema eficiente de gerenciamento de qualidade, pois esta auxiliou na identificação do problema de contaminação microbiológica. Com sua aplicação cíclica, na etapa de Plan foi possível identificar o problema em caráter macro, estabelecer metas a partir da ferramenta de MI, classificar as áreas de fermentação, maturação e filtração do processo de produção de cerveja como as principais impactantes para o índice de MI, e identificar hipóteses para o problema com o auxílio da ferramenta de diagrama de causa e efeito. As ações geradas pelas informações fornecidas pelo PDCA na fase de Do demonstraram bastante eficiência conseguindo solucionar boa parte da contaminação, ficando evidente com os resultados microbiológicos na fase de Check, principalmente referente ao mês de julho onde várias amostras mostraram ausência de contaminação.

Como oportunidade para trabalhos futuros, o primeiro ciclo ainda deve ser finalizado e avaliado se será necessário o reinício do ciclo, caso a meta não seja alcançada. Ao pesquisar novos métodos de como aplicar o PDCA observou-se poucos trabalhos sobre a aplicação desta ferramenta em indústrias e empresas, o que dificultou na busca pelo enriquecimento do trabalho.

60 VIII REFERÊNCIAS

AMBEV, Programa de Formação Técnica, Cervejeiros AmBev. São Paulo: AmBev, 2012.

ANDRADE, F. F. O Método de Melhorias PDCA – Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do Título de Mestre em Engenharia, São Paulo, 2003.

BADIRU, A. B. AYENI, B. J. Practitioner’s guide to quality and process improvement. Londres: Chapman & Hall, 1993. 353p.

BRASIL. Regulamenta a Lei No 8.918, de 14 de julho de 1994, que dispõe sobre a padronização, a classificação, o registro, a inspeção, a produção e a fiscalização de bebidas. Decreto n° 2.314, de 04 de setembro de 1997: Diário Oficial da União, 05/09/1997, pag. 19.549.

BRASIL. Regulamenta a Lei no 8.918, de 14 de julho de 1994, que dispõe sobre a padronização, a classificação, o registro, a inspeção, a produção e a fiscalização de bebidas. Decreto n 6.871, de 04 de junho de 2009: Presidência da República Casa Civil, 04/07/2009.

CAMPOS V. F. Gerenciamento da Rotina do Trabalho do Dia a Dia. Nova Lima:

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