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FALÊNCIA (D 7.661/45) 1 Sentença

No documento Resumo Direito Comercial (páginas 65-69)

Na sentença declaratória da falência consigna-se o nome do

devedor, a hora da declaração , o termo legal, a nomeação do sín- dico (o qual na lei de 2005 passou a denominar-se administrador judicial), bem como os demais requisitos do art. 14, parágrafo

único, do DL 7.661/45). 2. Fases da falência

12 ESUMO DE DIREITO COMERCIAL

a apuração dos débitos e dos créditos, bem como da conduta do

falido. A fase de liquidaçãoabrange a venda dos bens da massa,

com a distribuição do resultado entre os credores relacionados

no quadro geral de credores, segundo uma ordem legal de prefe- rências.

Tais fases eram seqüenciais, seguindo-se uma à outra. Por mandamento da lei n. 11.101/05, porém, a fase de sindicância e a fase de liquidação, mesmo nos processos anteriores em curso,

passaram a ser simultâneas. A alienação dos bens pode iniciar-se

agora logo após o auto de arrecadação, independentemente da

formação do quadro geral de credores e da conclusão do inquéri-

to judicial (art. 192, § 1°, salvo se ojuiztiverautori- zado a continuação provisória do negó cio (art. 99, XI).

juiz poderá autorizar a locação ou arrendamento de bens imóveis ou móveis a fim de evitar a sua deterioração, cujos re-

sultados reverterão em favor da massa (§ 5° do art. 192 da L 11.101/05, acrescentado pela L 11.127, de 28 .6.2005).

3. síndico

A nom eação do síndico deve recair entre os maiores credores,

domiciliados no foro da falência. Pode ser nomeado também um

estranho ao rol de credo res (síndico dativo) se três credores suces- sivamente nomeados nã o aceitarem o encargo (arts. 59 e ss.)

síndicoé o administrador da massa falida, sob a direção do

juiz, respondendo civil e criminalmente por seus atos.

Entre as inúmeras incumbências do síndico contam-se as se- guintes: representar a massa falida, arrecadar os bens do falido, prestar informações aos interessados, verificar os créditos, ela- a liquidação, vendendo os bens da massa, com a distribuição do produto entre os credores habilitados.

4. Obrigações pessoais do falido

art. 34 do DL 7.66 1/45 impõe várias obrigações pessoais ao

falido, e aos diretores, administradores ou gerentes d a sociedade

falida, como prestar informações e não se ausentar do lugar da

falência sem autorização do juiz. O não cumprimento desses de-

veres poderá sujeitá-los a prisão administrativa, para coagi-los

FALÊNCIAS, CONCORDATAS RECUPERAÇÕES 29

Isso nos processos anteriores, regidos pelo DL 7.661/45, onde se aplica, e se continuará aplicando, somente prisão adm inistrati-

a égide da L 11.101/05, em que o não cumprimento dos deveres

mencionados, após intimação do juiz para o ato, implica crime de desobediência (art. 104, parágrafo único).

5. A continuação do negócio

No d ireito anterior podia ser autorizada a continuação do ne- gócio (art. 74), com a administração de um gerente proposto pelo síndico e com transações só a dinh eiro, até o momento em que se facultava o pedido de concordata suspensiva (§ 7° art. 74). O ins-

tituto, portanto, existia no interesse do falido, propiciando uma

ponte até a concordata suspensiva, ondeo falido, eventualmente, poderia recuperar-se.

Tal faculdade, porém, nesse sentido, foi cassada e agora,

também nos processos anteriores, só existe a continuação provi- sória das atividades do falido, no interesse da massa, sob a dire- ção do adm inistrador judicial (art. 99, XI, L 11 .101/05), até a li- quidação, uma vez que a concordata suspensiva não pode mais

ser concedida (art. 192, § 1°, L 11.101/05). 6. A fase de liquidação

Com o vimos, por determinação da lei nova, a venda dos bens

da massa pode iniciar-se logo após o auto de arrecadação, inde-

pendentemente da formação do quadro geral de credores e da conclusão do inquérito judicial. Em conseqü ência, além da venda

por propostas ou por leilão, deve agora também ser admitida a

venda por p regão, prevista na lei atual. 7. Inquérito judicial

Destina-se o inquérito judicial à apuração de crimes falimen- tares. Nos processos que correm sob a lei nova não há mais inqué- rito judicial, podendo o procedimento penal lastrear-se em dados

diversos, principalmente nas informaçõ es e nos relatórios do ad- ministrador judicial. Perm anece, porém, o inquérito judicial nos

feitos iniciados anteriormente, correndo em autos próprios. 8. A ordem das preferência

13 ESUMO DE DIREITO COMERCIAL

gistrando-se, amiúde, divergência doutrinária na classificação.

De qualquer forma, porém, a ordem prevalente anterior deve ser mantida nos processos anteriores, uma vez que correm sob

as determinaçõ es das leis anteriores.

É o seguinte o esquema da ordem das preferências no regi-

me do DL 7.661/45:

ORDEM DAS PREFERÊNCIAS NO DL 7.661/45 1) créditos trabalhistas

2) créditos fiscais e parafiscais encargos da massa(custas judiciais)

4) dívidas da massa(feitas pelo síndico)

5) créditos com direito real de garantia(penhor, hipoteca) 6) créditos com privilégio especial sobre determinados bens (p. ex.,

despesas do salvamento sobre a coisa salvada)

7) créditos com privilégio geral(como debêntures)

8) créditos quirografários(cheques, notas promissórias, vales, letras de câmbio etc.)

Não existiam créditos subquirografários. B) CONCORDATAS (DL 7.661/45)

A Lei 11.101/05 aboliu as concordatas, estabelecendo, contu-

do, que as concordatas já deferidas antes da vigência da lei nova

seguem seu curso normal, nos termos da lei anterior, até sua conclusão (art. 192).

Estabeleceu também que as empresas em regime de concor- data, em dia com as obrigações respectivas, não ficam proibidas

de requerer recuperação judicial, extinguindo-se, neste caso, a

concordata. O pedido, porém, só poderá abranger a recuperação

judicial padrão, ou comum, não sendo admitida, na hipótese, a

opção pelo plano especial das micro e pequenas empresas (art.

192, § 2°).

Na ocorrência de conversão de concordata em falência, apli- car-se-á a lei nova (L 11.101/05, art. 192, § 4°).

Ao contrário do que ocorre na recuperação judicial, a con-

cessão de concordata não dependia da concordância ou da boa

vontade dos credores. O beneficio era concedido por sentença, pelo juiz, ao seu pruden te critério, desde que presentes os requi-

FALÊNCIAS, CONCORDATAS E RECUPERAÇÕES 31

sitos legais. O concordatário continuava ou voltava a exercer a

sua atividade normalmente, com restrições somente quanto à venda de imóveis e à venda ou transferência do estabelecimento (arts. 149 e 167). Podiam, todavia, os credores opor-se ao pedido

de concordata, através de embargos, lastreados nos motivos re-

lacionados no art. 143, como, por exemplo, sacrificio dos credo- res maior do que a liquidação na falência.

Deve ser destacado que somente os credores quirografários

estão sujeitos aos efeitos da concordata. O s credores privilegia-

dos não são p or ela atingidos.

Se o concordatário não cum prir a concordata, preventiva ou suspensiva, poderá o prejudicado ped ir a sua rescisão (art. 150,

DL 7.661/45). A rescisão da concordata preventiva acarreta a fa-

lência do devedor, e a da concordata suspensiva acarreta o pros- seguimento da falência, que tinha sido apenas suspensa. Os cre- dores posteriores à concordata não estão impedidos d e requerer

a falência do concordatário (art. 154, DL 7.661/45). 1. A concordata preventiva

A concordata preventiva destinava-se a prevenir ou evitar a falência. O devedor, ao requerer a concordata, poderia propor o

pagamento de 50% de seus débitos à vista, ou de 60% , 75%, 90% ou 100%, se a prazo, respectivamente, em 6, 12, 18 ou 24 meses. O prazo começava a correr a partir do pedido.

No despacho de processamento era nomeado um comissário para fiscalizar as atividades do devedor.

2. A concordata suspensiva

A concordata suspensiva destinava-se a suspender uma fa- lência já decretada. Num determinado momento do processo de

falência (normalmente em 5 dias após o seg undo relatório do sín- dico), podia o falido que atendesse a certos requisitos, pedir concordata suspensiva, propondo o pagamento das dívidas quiro- grafárias no montante de 35% à vista ou 50% num prazo de até 2 anos.

As concordatas suspensivas foram abolidas pela Lei 11.101/

05, não podendo m ais ser concedidas, mesmo nos processos de

132 ESUMO DE DIREITO COMERCIAL

deferidas, antes da lei nova, porém, continuarão em andamento até sua conclusão.

É curioso observar que uma lei cujo propósito declarado foi o de recuperar empresas, subtraiu a possibilidade da concordata suspensiva, última oportunidade de recuperação.

A desistência da concordata suspensiva, já deferida antes da lei nova, implica a volta ao status quo ante, ou seja, na volta ao

estado de falência, que só tinha sido suspenso. ÍNDICE ALFAB ÉTICO-REMISSIVO

Ação cambial, 88 Aceite, 87

Acionista único, 61 Acionistas,52

Ações de sociedade anônima, 49 Administração da soei Jade anônima,

54

Agronegócio, título do, 98

Analfabeto, como pode assumirobri-

gação cambial, 101

Anulação de título de crédito, 89, 103

Apresentaçãodetítulode crédito,87 Arquivamento, no Re gistrodo o-

mércio, 24 Assembléia Geral, 53 Associações, 38

Aval, 87

Avalista,defesado, 99 Aviamento,20 Banco

operações, 113

organização, 107 Bens particulares de sócio,

penhorabilidade dos, 63

Bônus de subscrição, 51

Capital autorizado, S/A de, 48 Capital determinado, S/A de, 48

Capital e indústria,sociedade de,43

"Causadebendi",investigação da,99

Cédula de Crédito Bancário, 98 Cédula de Crédito Imobiliário, 97

Cédula de Produto Rural, 97 Cédulas de crédito, 94

Cédulas hipotecárias, 97

Cego,como pode assumirobrigação cambial, 101

Certificado de Direitos do Agronegócio, 9

Certificado de Depósitos Creditórios doAgronegócio, 98 Certificados de Recebíveis do Agronegócio, 98 Certificadosde depósito,97 Cheque, 90 Cisão, 5 Cláusulas extravagantes, 103 Coligadas, sociedades, 5

Comandita por ações, sociedade em, 55

Comandita simples, sociedade em, 43 Comércio

conceito económico, 1

conceito jurídico, 17 natureza e características,17 Comissões Parlamentares de Inqué-

rito e sigilo bancário, 115 Companhia ou sociedadeanônima,

47

Conceito

de Direito Comercial e Direito Empresarial, 1

deempresa,20, 21 de empresário, 17,18

econômico de comércio, 16 jurídico de comércio, 17

13 ESUMO DE DIREITO C MERCIA NDICEALFABÉTICO-REMISSIVO 35 Concordatapreventiva, 131 Concordatasuspensiva, 131 Concordatas, 130 Conhecimento de depósito, 93 Conhecimento de transporte ou de frete, 94 Conselho de Administração, 54 Conselho Fiscal, 55 Consórcio, 58

Conta de participação, sociedade em, 44

Continuação do negócio, 129 Continuação provisória das

atividades, 125

Contrato, títulovinculadoa, 101 Contratos bancários, 113, 114 Controladora, sociedade, 5 Cooperativas, 3

Cotas sociais, penhorabilidade das, 6 Crimes concursais,125, 126 Crimescontra apropriedade indus-

trial, 35

Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional e sigilo bancário, 114

Cultivares, 34 Debêntures, 51, 9 Denominação social, 40

Desconsideração da pessoa jurídica,74 Desenho industrial,30

"Design",32 Direito Bancário, 107

Direito Comercial Empresarial características, 17 conceito de, 16 fases do, 15 Diretoria de S/A, 55 Duplicata, 93 Duplicata simulada,10

Empresa, conceitode, 20, 21 Empresade pequeno porte (EPP), 41,

58

Empresário individual, 41

obrigações,18

prepostos, 19

Empresas bancárias, espécies de,

10

Empresário, conceito de, 17, 18 Endosso, 8

Estabelecimento, 20

Falência lei atual, 116 leianterior, 127

Firma ourazão social,39 Fisco e sigilo bancário, 114 Fundo de comércio, 21 Fusão, 57 Grupode sociedades, 58 Incorporação, 57 Indisponibilidade de bens, 112 Inquérito administrativo,112 Inquérito judicial, 129

InstitutoNacional daPropriedade

Industrial (INP I),27 Intervenção extrajudicial, 110 Invenção, 28

"Joint ventures", 58 "Know-how", 33

Lei Uniforme asLetras e Promissó- rias, 85

Lei Uniforme do cheque, 90 Letra decâmbio,90

Letra deCréditodo Agronegócio, 98 Letra de Crédito Imobiliário, 97 Letrasimobiliárias, 96

Limitada, sociedade, 45

Liquidaçãoextrajudicial, 110

Livros mercantis,18

Marcas, 33

Marido e mulher, sociedade de, 61, 75

Matricula de comerciante, 23 Mercado de capitais, 63

icroempresa (ME), 41, 58 inistério Público Federal

sigilobancário, 114 Modelo deutilidade, 30 Nome coletivo, so4edade em, 42 Nome empresarial, 24, 36, 39 Nota promissória, 90 Notas de crédito, 96

Obrigação cambialpor procuração, 101

Operações bancárias, 113

Organizaçãobancária, 107

Pagamento parcial detítulode crédi- to, 102

Partes beneficiárias,51

Participantes nafalência e narecu- peração judicial,11

Patentes registros, 27 Penhora de bens particulares, 63 Penhorabilidade de cotas sociais 62 Pequeno porte,empresade, 41 Pessoa jurídica, desconsideração da,

74

Pessoa jurídica, quase-, 57 "Pipeline", 28

Poi,:o comercial, 21 Preferências, ordemdas,132 Prepostos doempresário, 19

Prescriçãode títulos de crédito,89

"Prosoluto", 102 "Prosolvendo",102 Procuração

obrigação cambial assumida por, 101

Propriedade comercial, 21 Propriedade industrial, 27, 35 Propriedade intelectual, 26

Propriedade literária, artística e cien-

tífica, 26

Protesto,88

Quase-pessoa jurídica, 58

Quebra desigilobancário, 114 Quinhão de sócio, usufruto, 63 Razãc social, 39 Recuperação judicial, 117 Recuperação extrajudicial, 11 Registrode comércio,22 Registros e patentes, 27 Renovação de aluguel,21 Segredo defábrica,20, 33 Sigilo bancário, 114

Sistema Financeiro Nacional, 109 e sigilobancário,114 Sociedade anónima, 47 controladora, 58 de capital e indústria,43 de marido e mulher,61, 75 de umsócio só, 61

em comandita por ações, 55 em comandita simples, 4 em comum (irregular ou de fato),

57

em conta de participação, 44 em nomecoletivo,42 limitada, 45

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