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De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de um terço da taxa de morbidade mundial pode ser atribuída a fatores de risco associados com o meio ambiente. A desnutrição é o principal fator que contribui para que essas doenças

ocorram, chegando a atingir cerca de 150 milhões de crianças e enfraquecendo o seu sistema imunológico. As diarréias atacam as paredes do intestino, impedindo a digestão e a absorção dos alimentos, agravando dessa maneira, a desnutrição.

A respeito da vacinação, verificou-se que a grande maioria da população vacina as crianças, independentemente das campanhas promovidas pelos governos federal, estadual e municipal (Tabela 11 e gráfico 11).

Tabela 11 – Saúde - vacinação infantil

Vacinação Infantil (%)

Nas campanhas 52,9

Indep. das campanhas 42,7

Não vacinou 4,4

TOTAL 100,0

Gráfico 11 - Saúde - vacinação infantil Fonte: Dados da Pesquisa – 2003

Quanto à mortalidade infantil, os dados mostraram um índice relativamente baixo nas faixas etárias de 0-1 ano (1,1%) e 1-2 anos em torno de 3,3%, para um período de dois anos, que corresponde aos dados fornecidos pelo PSF e que coincidiram com os dados levantados nessa pesquisa. Sem dúvida, este fato está relacionado às campanhas de vacinação veiculadas pelo rádio e pela televisão e também devido à implantação do PSF, que provavelmente vem contribuindo para uma melhoria das condições de saúde da população infantil através de acompanhamento e incentivo à vacinação.

Sobre as doenças que acometem a população adulta e idosa verificou-se que estas também estão associadas às condições de habitat, ou seja, alojamentos inadequados e superpovoados, às carências alimentares, o nível de instrução,

0 10 20 30 40 50 60 Nas campanhas

Indep. das campanhas

dificuldades em encontrar trabalho, a luta diária por sobrevivência, e porque não dizer, a fome, responsável maior pelo estado de carência nutricional da população.

Com referência as causas de internação, destacaram a Insuficiência Respiratória Aguda ( IRA) e as cardiopatias.

Fazendo uma comparação entre, as doenças acometidas pelos adultos e idosos acima de 60 anos, percebe-se que no primeiro, as doenças de maior incidência são: a dengue, a hipertensão arterial, a diabetes, a doença mental, as cardiopatias, a IRA, seguida em menor proporção à tuberculose, a AIDS e a Hanseníase. Com relação a AIDS, foram detectados na comunidade, três casos, sendo uma criança de 8 anos e dois adultos (pais e filho), estes recebem assistência médica e são acompanhados pelo Hospital de AIDS de João Pessoa. No segundo caso, as principais doenças são: a hipertensão arterial seguida de diabetes, dengue, cardiopatias, pneumonia, IRA e, em menor proporção: gripes, dermatites, doença mental, diarréias (Tabela e gráfico nº 12 e Tabela e gráfico nº 13).

Tabela 12 – Total de adultos acometidos por doenças (18 a 59 anos) DOENÇAS Nº DE PESSOAS (%) Dengue 41,5 Hipertensão Arterial 16,2 Diabetes 12,0 Doença Mental 7,8 Cardiopatias 6,5

IRA (Insuficiência Respiratória Aguda) 4,4

Tuberculose 3,3

AIDS 2,0

Hanseníase 2,0

Outras 4,3

TOTAL 100,0

Gráfico 12 - Total de adultos acometidos por doenças ( 18 a 59 anos) Fonte: Dados da Pesquisa - 2003

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 Dengue Hipertensão Arterial Diabetes Doença Mental Cardiopatias IRA (Insuficiência Respiratória Aguda) Tuberculose AIDS Hanseníase Outras

Tabela 13 - Total de idosos acometidos por doenças (+ 60 anos) DOENÇAS Nº DE PESSOAS (%) Hipertensão Arterial 30,0 Diabetes 15,6 Dengue 11,0 Cardiopatias 10,0 Pneumonia 6,6

IRA (Insuficiência Respiratória Aguda) 6,0 Gripes freqüentes 5,6 Dermatites 4,4 Doença Mental 3,3 Diarréia freqüente 2,2 Outras 5,3 TOTAL 100,0

Fonte: Dados da Pesquisa - 2003

Gráfico 13 - Total de idosos acometidos por doenças (+ 60 anos) Fonte: Dados da Pesquisa - 2003

O relatório da FAC (1998), aponta que as condições ambientais e sócio- econômicas conduzem a um grave quadro de morbidez que afeta, particularmente, a população infantil, através da incidência de diarréia, verminoses e desnutrição.

Além disso, é necessário um trabalho de educação ambiental acompanhando todo o processo de saneamento, recolhimento do lixo, etc. concomitante à construção e/ou reconstrução de casas.

0 5 10 15 20 25 30 Hipertensão Arterial Diabetes Dengue Cardiopatias Pneumonia IRA (Insuficiência Respiratória Aguda) Gripes freqüentes Dermatites Doença Mental Diarréia frequênte Outras

2.1.3.3 Riscos ambientais “naturais” induzidos pela ação humana

Os riscos ambientais naturais são, na maioria dos casos, induzidos pela própria população. Esses riscos são decorrentes de características geológicas e geomorfológicas do próprio sítio onde se desenvolveu a Comunidade do Timbó, principalmente o segmento chamado Timbó de Baixo ou Timbó II: uma antiga área de extração de barro das encostas responsável pela formação de um “anfiteatro” amplo cercado por barreiras. O material extraído proveniente dos sedimentos da Formação Barreiras caracteriza-se por apresentar suscetibilidade média ao processo de desabamentos, deslizamentos e formação de ravinamentos.

As barreiras que cercam esse anfiteatro do lado sul são íngremes e desprovidas de qualquer cobertura vegetal. O círculo se completa a oeste por barreiras com talude proveniente do desmoronamento do material deixado na parte superior, uma espécie de cornija de material desnudo. No lado sul, as quedas de barreiras acontecem sempre por ocasião da estação chuvosa (maio, junho, julho, podendo se antecipar para abril, maio, junho), quando ocorre o máximo de precipitações consecutivas em João Pessoa, mas são induzidas pela própria população através da retirada de barro e outros materiais na sua base o que forma grandes cavidades desequilibrando a barreira ao formar rachaduras em todo o seu perfil o que irá contribuir para desmoronamentos durante as chuvas que penetram ao longo dessas rachaduras.

Além dos riscos geológicos citados, o Timbó II ou o de Baixo se estende pelo piso do anfiteatro de erosão antrópica mencionado, até atingir os terraços e a planície do rio Timbó. Os riscos aí são decorrentes da impermeabilização dos solos por compactação, para a abertura de becos e vielas e pela densidade das habitações que, contribuem para o aumento da energia do escoamento superficial das águas das chuvas provocando ravinamentos. As habitações que se situam nas proximidades do rio sofrem com os alagamentos por ocasião das enchentes sazonais e as mais precárias são construídas em locais permanentemente encharcados (Fotos 40)

Foto 40 Residência construída nas proximidades do rio Timbó.

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