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Farinha de sementes de linhaça biológica vs Farinha de sementes de

3. Resultados e discussão

3.3. Estudo da qualidade de sementes edíveis e derivados ao longo do tempo de

3.3.3. Farinha de sementes de linhaça biológica vs Farinha de sementes de

Com o mesmo objetivo do ponto 3.2.4., fez-se a mesma comparação entre as sementes de linhaça biológica moídas e a farinha de sementes de linhaça não biológica (ponto 3.2.3., farinha de sementes de linhaça avulso) a 10 °C, 20 °C e 40 °C, representadas nas Figuras 3.7., 3.8. e 3.9.

Inicialmente, a farinha biológica possuía uma população de MAM de 6,07 Log UFC/g e de FFL de 5,14 Log UFC/g, enquanto a farinha não biológica possuía níveis de MAM de 5,40 Log UFC/g e de fungos de 4,54 Log UFC/g.

Figura 3.7. - Qualidade microbiológica da farinha de sementes de linhaça biológica e da farinha de sementes de linhaça não biológica, ao longo do tempo, a 10 °C.

À temperatura de 10 °C (Figura 3.7.), a população de MAM variou ligeiramente nas duas amostras. No final do estudo a farinha obtida de sementes biológicas possuía 6,36 Log UFC/g de MMA, enquanto a farinha obtida de sementes não biológicas 5,21 Log UFC/g.

A população de FFL variou ligeiramente nas duas farinhas, tendo a farinha não biológica apresentado valores abaixo da farinha biológica. Nesta última, foram

0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 0 50 100 150 200 250 300 350 L OG (UFC /g ) Tempo (dias)

Farinha de Sementes de Linhaça a 10 ⁰C

MAM farinha de linhaça biológica MAM farinha de linhaça não biológica

FFL farinha de semente de linhaça biológica

FFL farinha de linhaça não biológica

51 enumerados no final do estudo 5,07 Log UFC/g de FFL. Na farinha não biológica foram enumerados no final do estudo 4,25 Log UFC/g de FFL, e no início 4,54 Log UFC/g.

Figura 3.8. - Qualidade microbiológica da farinha de sementes de linhaça biológica e da farinha de sementes de linhaça não biológica, ao longo do tempo, a 20 °C.

À temperatura de 20 °C (Figura 3.8.), pode observar-se que a população de MAM da farinha biológica foi sempre superior à da farinha não biológica. A farinha biológica possuía no início 6,07 Log UFC/g e no final 5,25 Log UFC/g, enquanto a não biológica tinha inicialmente 5,40 Log UFC/g e no fim do estudo apresentava 4,17 Log UFC/g.

No que diz respeito aos FFL, os valores enumerados nas duas farinhas ao longo do tempo foram semelhantes. A população de FFL na farinha biológica era de 5,14 Log UFC/g, e no final do estudo 4,45 Log UFC/g. A farinha não biológica tinha inicialmente 4,54 Log UFC/g de FFL e, no fim do estudo apresentava 4,09 Log UFC/g.

0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 0 50 100 150 200 250 300 350 L OG (UFC /g ) Tempo (dias)

Farinha de Sementes de Linhaça a 20 ⁰C

MAM farinha de linhaça biológica MAM farinha de linhaça não biológica

FFL farinha de linhaça biológica FFL farinha de linhaça não biológica

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Figura 3.9. - Qualidade microbiológica da farinha de sementes de linhaça biológica e da farinha de sementes de linhaça não biológica, ao longo do tempo, a 40 °C.

À temperatura de 40 °C (Figura 3.9.) a população de MAM sofreu uma redução acentuada durante cerca de dois meses, no caso da farinha de linhaça biológica, e de três meses, no caso da farinha de linhaça não biológica. Assim, a farinha de linhaça biológica apresentou ao fim de dois meses uma redução de MAM superior a dois ciclos logarítmicos, tendo-se seguido um ligeiro aumento, uma estabilização e, no final do estudo, enumeraram-se 3,73 Log UFC/g. Os MAM sofreram uma redução superior a um ciclo logarítmico na farinha de linhaça não biológica tendo-se registado, nesta altura, valores médios de 4,14 Log UFC/g. Posteriormente, registou-se um novo aumento, e, quando o estudo terminou, enumerou-se uma população média de MAM de 4,58 Log UFC/g, nas sementes não biológicas.

Relativamente à população de FFL, ambas as amostras apresentaram uma redução das populações deste grupo microbiano, durante os primeiros sessenta dias. No caso da farinha de sementes de linhaça biológica a redução ultrapassou os três ciclos logarítmicos, tendo atingido valores de 2,00 Log UFC/g, valor que se manteve até ao final do estudo. No caso da farinha das sementes obtidas por agricultura convencional, a redução foi superior a um ciclo logarítmico, tendo-se atingido nesta altura 3,41 Log UFC/g. A partir

0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 0 50 100 150 200 250 300 350 L OG (UFC /g ) Tempo (dias)

Farinha de Sementes de Linhaça a 40 ⁰C

MAM farinha de linhaça biológica MAM farinha de linhaça não biológica

FFL farinha de linhaça biológica FFL farinha de linhaça não biológica

53 desta altura, observou-se uma ligeira subida dos níveis médios de FFL, tendo-se enumerado no final do estudo valores médios de 2,96 Log UFC/g.

As sementes estudadas neste trabalho foram obtidas de várias marcas comerciais, as quais eram originárias de países diferentes, pelo que os resultados obtidos na avaliação da qualidade microbiológica estão relacionados com fatores intrínsecos, mas também resultam das condições de produção e processamento nos diferentes produtores nas várias regiões do mundo. As sementes estão expostas a uma grande variedade de contaminantes, nomeadamente fungos. Este problema torna-se mais sério em alguns países onde as características do clima, as práticas agrícolas e as condições de armazenamento são propícias à proliferação fúngica e consequentemente à produção de toxinas (Aziz et al., (2007).

Os resultados obtidos alertam para a importância de melhorar as práticas de fabrico e higiene em todos os níveis da cadeia de produção para diminuir a contaminação do produto final. Deverão ser identificados os pontos críticos de controlo ao longo das várias operações de produção das sementes edíveis. Willis et al. (2009) alertam para a operação de secagem como uma etapa crítica a qual deveria incluir um tratamento adequado, por calor, para reduzir a microbiota indesejável. Outros autores (Torlak et al. 2013) referem que a torrefação das sementes, operação aplicada em algumas situações, contribui para o controlo de contaminações neste tipo de alimentos. Contudo, temperaturas muito altas podem afetar negativamente a qualidade nutricional das sementes edíveis. Em todas as situações em que são aplicados tratamentos de descontaminação devem ser acauteladas medidas para evitar as contaminações cruzadas posteriores.

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4. Conclusão

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