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FASCITE PLANTAR

No documento Ortopedia e Traumatologia (páginas 132-136)

8 – DOENÇAS DEGENERATIVAS

3) Artroplastia Total é a substituição completa de uma articulação por uma junta artificial Está indicada em casos avançados com muita dor e perda de movimentos, sendo

8.5  FASCITE PLANTAR

 

Como descrito, a fáscia plantar é uma estrutura laminar que se origina no calcanhar e recobre a superfície plantar do pé (fig. ao lado). Ela serve de inserção ao coxim plantar, redistribui forças e funciona como amortecedor por meio de movimentos de alongamentos e encurtamentos, conforme os passos.

Este movimento repetitivo pode causar modificações na fascia representada por microrroturas e, depois degeneração, inflamação –

fascite - e dor.

Classicamente, a fascite é mais frequente na origem da fáscia, no calcâneo, onde dá dor local. Ë mais frequente na mulher de meia idade e nos indivíduos mais jovens pode estar associada a esportes como que envolvem correr e saltar. No homem adulto pode estar associada a hiperuricemia.

A sintomatologia típica é dor na face medial-plantar do calcanhar que é pior de manhã ao sair da cama ou após períodos de repouso. Após os primeiros passos a dor melhora mas, depois, com a atividade, ela reaparece. Esta condição é que o leigo chama de “esporão do calcâneo” pois, na radiografia, muitas vezes, há ossificação na origem da fáscia. Entretanto, este achado é casual e não é o esporão que causa a sintomatologia, mas o processo inflamatório.

O tratamento é fundamentalmente conservador com banhos de imersão na água quente, uso de calcanheiras de silicone, aplicação de ultrassom terapêutico e alongamentos. O uso de anti-inflamatórios deve ser feito por períodos curtos. Mesmo com tratamento a sintomatologia pode permanecer e só vai diminuindo com o tempo. Raramente há indicação cirúrgica de tratamento.

8.7 OSTEOPOROSE 

 

A osteoporose é uma condição em que há diminuição da massa óssea. Como consequência, o osso fica menos denso (Fig. 8.1) e mais frágil, o que facilita a ocorrência de fraturas. Quando há diminuição da massa óssea, mas não ao ponto de causar fraturas, temos a osteopenia.

Há vários tipos de osteoporose como a associada a doenças metabólicas, distúrbios hormonais (hiperparatireoidismo), medicamentoso (corticoterapia crônica) doenças do colágeno, mas a mais frequente é aquela associada ao envelhecimento, principalmente na mulher, em decorrência da menopausa. Com aumento da expectativa de vida em todos o mundo, a população idosa está em franco crescimento, o que causa grande aumento da incidência de osteoporose e suas consequências, como dor óssea, cifose adquirida e fratura. Mais dois fatores contribuem para o agravamento da osteoporose. Um é a alimentação moderna, em que a ingestão de alimentos processados é muito grande, o que diminui a ingestão de verduras, legumes e derivados do leite. Outro, relaciona-se com o sedentarismo da vida moderna.

O diagnóstico pode ser feito quando a condição já está estabelecida, por exemplo, com a ocorrência de fratura, ou pela mudança da postura (Fig. 8.2) e dor torácica ou lombar, ou preventivamente com exames de densitometria óssea de rotina, como muitas mulheres

Fig.  8.1  Aspecto  do  trabeculado  do  osso  esponjoso  normal  (esquerda)  e  osteoporótico  (direita).  Com  a  osteoporose  há  diminuição  do  número  e  espessura  das  trabéculas,  o  que  causa  aumento  do  espaço  intertrabecular  e  diminuição  da  densidade óssea. 

fazem. Quando há necessidade, investigações subsequentes como dosagem de cálcio, fósforo e investigação da função renal, etc devem ser realizados.

A osteoporose é afecção que pode necessitar atendimento multidisciplinar como do ginecologista, reumatologista, fisiatra, fisioterapeuta, nutrólogo, ortopedista, etc, cada um com enfoque em sua área de atuação.

O tratamento varia com a condição do paciente. Em passado recente, recomendava-se a reposição hormonal, mas em função, dos efeitos colaterais em termos de aumento da incidência de neoplasias esta prática, hoje, sofre restrições. O uso de suplementação de vitamina D e cálcio parece exercer efeito positivo sobre o osso. Há, ainda, substâncias que promovem balanço ósseo positivo, como os bisfosfonatos mas, recentemente foram relatados efeitos colaterais tardios com o uso crônico, como necrose de mandíbula e ocorrência de fraturas bizarras. Assim, esta terapêutica também está em reconsideração. Tudo isto reforça a recomendação de levar uma vida saudável, com alimentação adequada e combate ao sedentarismo com práticas físicas.

Do ponto de vista ortopédico o envolvimento maior é com o tratamento das fraturas, sendo as mais comuns a por compressão de vértebra (Fig.8.3), fratura de Colles (pag. 53) e as fraturas do terço proximal do fêmur, principalmente a transtrocantérica e a do colo do fêmur.

Fig.  8.2  Figura  ilustrativa  do  aumento  da  cifose  torácica  e  lordose  lombar  em  decorrência  da  osteoporose,  o  que  dá  ao  indivíduo  aspecto  de  “corcunda”. 

Este tipo de fratura ocorre tipicamente no idoso por queda da própria altura, geralmente em casa. Facilitam a ocorrência da queda o défice de equilíbrio, más condições físicas e mentais, diminuição da acuidade visual e problemas urinários que levam o idoso a levantar-se à noite para ir ao banheiro, muitas vezes, sem acender a luz. Outro fator que contribui é a própria arquitetura interna da casa, com degraus, móveis que servem de obstáculos, tapetes que escorregam e facilitam o tropeço, iluminação inadequada, etc. A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia tem um modelo de casa segura para orientar aqueles interessados em diminuir acidentes em casa.

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Após uma fratura proximal do fêmur, a pessoa fica incapaz de levantar-se, queixa-se de forte dor na raiz da coxa e, tipicamente, fica com membro fraturado em rotação interna e

Fig.  8.3  –  Coluna  vertebral  extremamente osteoporótica em que  se  notam  compressões  dos  corpos  vertebrais  em  vários  graus,  dando‐ lhes  aspeto  encunhado,  o  que  acentua a curva cifótica. 

ser fratura do colo do fêmur ou transtrocantérica (fratura proximal do fêmur, genericamente) e uma radiografia da bacia deve ser solicitada. Estas fraturas recebem tratamento cirúrgico (Fig. 8.4), pois, se o idoso fica acamado, suas condições gerais deterioram, deixa de alimentar-se, desidrata, desenvolve pneumonia, infecção urinária, escaras, o que, geralmente levam a grande sofrimento e morte. Assim, mesmo com riscos cirúrgicos aumentados, a cirurgia, muitas vezes é a sua possibilidade de sobreviver. Por isto, ela deve ver feita o mais rapidamente possível, assim que o paciente estiver avaliado e equilibrado clinicamente, e a cirurgia consiste em reduzir a fratura e fixá-la internamente, A ideia é mobilizar o paciente o mais precocemente após a operação, sentá-lo,realizar exercícios com os membros (inclusive com o operado), fisioterapia respiratória e, depois, colocar o paciente de pé o mais precocemente possível. Outra alternativa de tratamento é a colocação de uma prótese de quadril, ao invés de realizar a osteossíntese, e isto ficará a critério do cirurgião.

 

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