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CAPÍTULO IV – ESTÁGIO: APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS

1. Fases do Estágio

1.3 Fase de Lecionação autónoma

Nesta fase de leccionação autónoma foram cumpridas 12h15 min. das quais estavam previstas 40 horas de acordo com o regulamento de estágio. Esta fase decorreu durante o período escolar da EADCN, tendo início no dia 12 de Dezembro de 2016 e término no dia 3 de Abril de 2017, contabilizando o total de 10h em TDC e 2h15min. em PF.

1.3.1 Lecionação autónoma em TDC

Na fase de lecionação autónoma em TDC, dividimos a nossa intervenção na prática pedagógica em dois blocos, 4 aulas de 90 min no final do 1º período e 3 aulas no final do 2º período, tendo em conta o nosso plano de acção, organizado de acordo com as horas disponibilizadas pela EADCN.

As estruturas dos blocos de aulas foram por nós efetuadas tal como os exercícios, tendo em conta os conteúdos programáticos do 3º ano de TDC da EADCN (Anexo A) e

69 encontram-se descritos nos apêndices I e J. Os aspetos relacionados com a nossa temática estão assinalados a cor, em cada exercício, para que se possa verificar melhor a nossa intervenção interdisciplinar.

No 1º bloco de aulas, tal como referido no diário de bordo TDC (Apêndice F) os objetivos específicos da temática proposta foram atingidos de uma forma positiva, foram alcançadas algumas melhorias a nível da estabilidade da meia ponta embora o processo se tenha continuado a desenvolver no bloco seguinte de aulas a lecionar e no estabelecimento de uma relação direta com as aulas de PF. Neste bloco apenas foram efetuadas ligações verbais, entre as disciplinas, na última aula de TDC pois a aplicação do circuito do treino do equilíbrio de PF só foi realizada antes da 4ª aula de lecionação autónoma do 1º período de TDC (conforme apêndice H).

No 2º bloco de aulas efetuámos correções de acordo com os objetivos específicos da nossa temática, o reforço do equilíbrio, incidindo as mesmas na estabilidade da meia ponta através do fortalecimento muscular, desenvolvimento da pirouette, uso da meia ponta nas várias fases da aula (barra e centro), aperfeiçoamento do equilíbrio das grandes poses e todos os aspetos técnicos relevantes para esse efeito e observámos melhorias nesses aspetos. Foi dado muito ênfase às ligações verbais com os exercícios do circuito que nos encontrávamos a aplicar em PF, com o intuito de se efetivar as ligações interdisciplinares devidas.

No final do 2º bloco de aulas verificámos que houve melhoria nas pirouettes, observando-se resultados significativos a nível da dinâmica e, também, ao nível de melhores equilíbrios.

Salientamos no entanto alguns aspetos relevantes, referidos no diário de bordo (apêndice F) na fase de lecionação autónoma. Apesar das alunas serem bastante empenhadas, concentradas e apresentarem uma boa receção às correções, na 1ª aula de lecionação autónoma, deparámo-nos com alguma dificuldade em manter a dinâmica da aula, devido ao facto das alunas não memorizarem logo os exercícios propostos. Como tal os exercícios previstos para o trabalho de centro não foram cumpridos, afim de nos adaptarmos o melhor possível à realidade do momento, e para que as alunas saíssem da aula motivadas e bem-dispostas optámos por implementar dois exercícios de allegro tendo em conta o tempo de gestão da aula. Com o decorrer das intervenções pedagógicas a dinâmica das aulas foi melhorando bastante e a nossa segurança e à vontade na lecionação em contexto vocacional também, quer com as alunas quer com o pianista.

Na 3ª aula de lecionação autónoma surgiu um imprevisto, o professor titular dos alunos do 3º ano C, turma dos rapazes em TDC, não deu aula e os mesmos juntaram-se às raparigas, pelo que tivemos de nos adaptar a esta nova situação. Foi uma experiência muito interessante, positiva e enriquecedora podermos dar uma aula de TDC a 20 alunos, dos

70 quais 11 eram rapazes, tentando gerir a aula conjunta da melhor forma e aplicando correções com base na nossa temática a todos os alunos.

No quadro 5 do apêndice H apresentamos a distribuição das aulas de lecionação autónoma em TDC ao longo do nosso Estágio e cada aula encontra-se descrita nos apêndices I e J.

1.3.2 Lecionação autónoma em PF

Na fase de lecionação autónoma em PF, dividimos a nossa intervenção da prática pedagógica como iremos explicitar de seguida.

Na 1ª aula de lecionação autónoma explicámos o circuito de treino e os objetivos da sua aplicação aos alunos e estes colocaram-no em prática pela primeira vez, onde tinham que permanecer em cada estação 45 seg. em retiré a ¾ de ponta com o membro inferior direito de suporte e depois repetiam o processo com o outro membro. O tempo de descanso era de 45 seg. e tinha como intuito a troca de estação (ver Apêndice K).

Na 2ª aula de lecionação autónoma aumentámos a duração do circuito de treino e na 3ª aula de lecionação aumentámos a intensidade do treino pois o circuito foi aplicado duas

vezes. Este aumento progressivo foi baseado na literatura de Xarez (2012), que defende

que é “necessário aumentar progressivamente a carga de trabalho através de maior intensidade, maior duração ou maior frequência dos estímulos” (p.21).

No quadro 6 do apêndice H apresentamos a distribuição das aulas de lecionação autónoma ao longo do nosso Estágio e cada aula encontra-se descrita no apêndice G, diário de bordo de PF.

1.3.3. Reflexões

No final das intervenções pedagógicas verificámos um desenvolvimento/reforço do equilíbrio estático e dinâmico baseado na interdisciplinariedade entre TDC e PF. Este fato confirmou-se quer pelas nossas observações na prática pedagógica através da melhoria na dinâmica e equilíbrios da pirouette, uso da meia ponta alta nas várias fases da aula (barra e centro), aperfeiçoamento do equilíbrio das grandes poses (tal como referido no diário de

bordo de TDC – Apêndice F), quer pela estabilidade da meia ponta através do

fortalecimento muscular (com base nos testes do retiré cujos dados se apresentam no apêndice L),.

71 As ligações verbais em TDC com os exercícios aplicados no circuito de PF foram extremamente importantes e observámos uma maior consciência do trabalho dos alunos no equilíbrio, o que se salientou quando se alterou a referência espacial dos alunos (a frente dos alunos passou do ponto referencial de Vaganova 1 para o ponto 5) nos exercícios de

pirouettes.

Tal como Xarez (2012) refere na sua literatura o bailarino deve variar a sua forma de treino estimulando diferentes fontes de informação sensorial, realizar exercícios de olhos fechados, utilizar exercícios na barra ou sem a mesma, com ou sem espelho, diferentes tipos de calçado e de piso.

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