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Capítulo 3 Desenvolvimento do Modelo

3.4. Fase de Resultados

Este sub-capítulo deverá apresentar, de forma detalhada, os procedimentos envolvidos nesta fase, que possam ser específicos a uma, e outra, forma de abordagem (subjectiva/objectiva), bem como, os que possam fazer parte do processo de confrontação dos resultados alcançados por ambas.

Esta fase centrar-se-á, em termos gerais, no processo a partir do qual deverá ser gerado o produto final do modelo de Qualidade de Vida Urbana a desenvolver: o IQVU, e ao qual se convencionou denominar por Processo de Obtenção do IQVU, devendo os seus princípios conceptuais e operacionais, ser muito semelhantes, em ambas as abordagens.

3.4.1. Obtenção do IQVU

A nível conceptual, o que se pretende com este processo, será o de se puder qualificar determinado território, no que concerne a Qualidade de Vida Urbana, tendo por base uma série de impactos aí verificados sobre a qualidade de vida dos seus

54 residentes, e provocados por um conjunto de fenómenos tidos como influentes nesse aspecto. A nível operacional, esse processo de qualificação passará por atribuir um Valor de Categoria EAI, a cada uma das unidades territoriais de análise, devendo influir sobre ele, todo o conjunto daqueles valores que, nessas mesmas unidades de análise, possam servir para qualificar o impacto de Factores. Ou por outra, deverá ser com base na conjugação dos resultados individuais achados sobre cada Factor, que a unidade de análise, no qual eles recaem, deverá ser avaliada relativamente a Qualidade de Vida Urbana.

Uma vez definidos, e devidamente ponderados (pelo utilizador) cada um dos quatro Factores a integrar o IQVU (utilizando o exemplo da Figura 16), o modelo deverá agora (com base num processo automatizado, e por isso, inacessível aos utilizadores), puder identificar, em cada uma das unidades de análise, os Valores de Categoria EAI que os possam qualificar. Tendo como referência, uma delas, onde tenham sido identificados os quatro Valores de Categoria EAI, estes deverão, desde logo, ser sujeitos a uma relação de cálculo, com base numa média, que possa considerar os pesos previamente atribuídos a cada um dos Factores, cujo impacto representam.

55 Concluído o processamento que possa, deste modo, abranger a totalidade da área geográfica (do concelho de Cascais, neste caso), deverá agora, ser possível ao modelo, gerar um mapa que possa integrar os resultados dos processos de Obtenção do IQVU assim efectuados, para cada uma das unidades de análise.

Figura 17 – Processo de Obtenção do IQVU para o concelho de Cascais

3.4.2. Confrontação dos resultados

Confrontar (ou comparar) a representação cartográfica de um dado IQVU, resultante de uma abordagem objectiva, com um outro, gerado a partir das mesmas definições estabelecidas para o primeiro (selecção dos mesmos Factores e idêntica atribuição de ponderações), mas desta feita, obtido mediante uma abordagem subjectiva poderá, efectivamente, ser uma possibilidade a explorar.

A confrontação de resultados será possível, na medida em que, apesar de terem sido concebidos por intermédio de processos distintos, eles decorrem de pressupostos idênticos à partida (Factores e ponderações), e a leitura a efectuar sobre eles (aos respectivos produtos cartográficos) será baseada no mesmo código simbólico.

56 No entanto, para que a comparação a efectuar entre resultados, se processe de forma o mais adequada possível, deverá ser necessário resolver a discrepância que se verifica entre representações cartográficas, ao nível das unidades de análise utilizadas num, e noutro caso (Lugares, na abordagem subjectiva, e Secções, na abordagem objectiva).

Para tal, dever-se-á recorrer ao denominado procedimento de transição entre unidades de análise, cuja função será, a de fazer transitar o resultado obtido na unidade de análise, sob a qual, se encontra cartograficamente representado o IQVU gerado pela abordagem objectiva (e por isso, atribuído à Secção), para aquela unidade de análise utilizada na abordagem subjectiva (o Lugar), e vice-versa. O procedimento em questão deverá ser exequível, uma vez que os limites de Secções, e Lugares, são coincidentes, referindo-se estes últimos, contudo, a unidades territorialmente mais extensas, normalmente compostas por duas ou mais Secções. Naquele caso em que a transição a realizar, deva efectuar-se de Lugar para Secção (ou Secções), o procedimento deverá concretizar-se com relativa simplicidade, na medida em que bastará atribuir o mesmo Valor de Categoria EAI representado sobre dado Lugar, a todas as Secções que o possam compor.

57 O procedimento inverso (de Secção para Lugar) deverá, todavia, ser um pouco mais complexo, isto porque, como já se viu, cada Lugar pode conter mais do que uma Secção, e o Valor de Categoria EAI atribuído a cada uma delas, poderá diferir. A transição, para um dado Lugar, dos valores verificados sobre um conjunto de Secções a ele pertencentes deverá, então, implicar a necessidade de se encontrar um só Valor de Categoria EAI a atribuir ao Lugar, que possa representar todo o conjunto daqueles observados sobre essas Secções.

Assim, e antes de mais, o procedimento a efectuar, neste caso, deverá considerar, sobre cada uma das Secções, dois atributos: o Valor de Categoria EAI atribuído, e a dimensão da área ocupada pela mesma. O que se pretende será recorrer a uma relação de cálculo, entre os referidos Valores de Categoria EAI, através da aplicação de uma média, que possa ser ponderada, com base na dimensão da área ocupada pela Secção, a que cada um deles está atribuído (este procedimento deverá assemelhar-se ao das Áreas Ponderadas, utilizado como MRUA, e descrito no sub-capítulo 3.5.3.1.). Assim, mesmo considerando todos os resultados verificados, aquele a alcançar para Lugar, tenderá a aproximar-se mais, dos que possam representar uma maior extensão de território.

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