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8. Descrição e análise dos resultados da investigação

8.1.1 Fase 1 – Entrevista semiestruturada

Foram entrevistados três professores de EV do Agrupamento de Escolas Dr. Costa Matos – Vila Nova de Gaia, As entrevistas foram conduzidas em contexto informal ao estilo de conversa, mas seguindo um guião semiestruturado. Tendo em conta que nenhum dos professores tinha conhecimento prévio da tecnologia de RA, foi previamente disponibilizado aos professores um videograma sobre aplicações de RA em contexto educativo. Foi solicitado de seguida a identificação no ME Imaginarte das áreas/conteúdos nos quais os alunos mostram mais dificuldade e que na sua opinião poderiam beneficiar da aumentação proporcionada pela RA.

- Porquê a necessidade da entrevista?

No caso concreto do presente estudo pretende-se realizar uma intervenção num ME de EV disponibilizando conteúdos digitais a alunos mediante a tecnologia de RA. Nesse sentido é importante perceber

quais as áreas de intervenção prioritária. O diálogo com professores especialistas na área permitiu selecionar um conjunto exequível de áreas passíveis de intervenção.

- Equipamento necessário

Para a realização das entrevistas foi utilizado um guião de entrevista, uma caneta e um bloco de notas. Foi também utilizado um dispositivo de computação móvel (smartphone) para a gravação áudio da entrevista para referência futura e um tablet para exibição de um videograma focando as principais potencialidades da tecnologia de RA.

- Métodos e técnicas de recolha de dados

Foi utilizada a técnica de entrevista semiestruturada para a qual se elaborou previamente um guião simples baseado nos seguintes tópicos:

1. Funções desempenhadas

1.1 Quais são as funções e cargos que desempenha na escola onde presta serviço? 2. Conhecimentos prévios sobre a tecnologia de Realidade Aumentada (RA)

2.1 Já tinha ouvido falar, ou conhecia anteriormente a tecnologia de Realidade Aumentada? 2.2.1 Se sim, onde tomou contacto com a tecnologia e quais são as suas experiências? 3. Tipo de utilização de recursos multimédia

3.1 Utiliza os recursos multimédia presentes no manual escolar? 3.2 Qual a sua opinião sobre o valor destes recursos?

4. Opinião sobre os conteúdos a intervencionar

4.1 Tendo em conta as possibilidades da tecnologia de RA, quais são, na sua opinião, as áreas/conteúdos do manual escolar Imaginarte que poderiam beneficiar da aplicação da RA, contribuindo para uma melhor compreensão e maior motivação dos alunos na utilização do manual escolar como ferramenta de apoio ao estudo?

5. Recetividade à utilização da tecnologia de Realidade Aumentada

5.1 Estaria recetivo a colaborar numa experiência envolvendo o desenvolvimento de recursos digitais sobrepostos ao manual escolar através da tecnologia de Realidade Aumentada?

5.2 Estaria recetivo a realizar formação no sentido de produzir/desenvolver conteúdos digitais baseados em tecnologia de Realidade Aumentada para os seus alunos, de acordo com as necessidades concretas de cada turma/grupo de alunos?

5.3 Estaria recetivo a utilizar recursos digitais multimédia suportados pela tecnologia de Realidade Aumentada se os mesmos fossem disponibilizados com o manual escolar?

5.3.1 Se sim acha que essa funcionalidade poderia influenciar a escolha do próximo manual escolar para o seu agrupamento?

- Amostra e perfil da mesma

O perfil dos professores participantes foi escolhido em função do nível de ensino onde se realiza a intervenção, isto é, professores do 2.º Ciclo do Ensino Básico, pertencentes ao grupo 240 – Educação Visual e Educação Tecnológica.

- Critérios de seleção da amostra

A amostra, considerada de conveniência, incluiu três professores do Agrupamento de Escolas Dr. Costa Matos – Vila Nova de Gaia que se mostraram recetivos à realização da investigação.

- Recolha de dados

Em suporte áudio complementado por notas manuscritas. - Tratamento de dados

A partir da análise das notas e gravações produzidas nas entrevistas, fez-se o cruzamento das áreas prioritárias de intervenção que se repetiam ou cruzavam. Foi elaborada uma tabela de frequência identificando essas áreas no programa Microsoft Excel.

- Síntese dos resultados e recomendações

Da análise dos dados obtidos durante o processo de entrevistas observou-se que todos os professores entrevistados lecionam no 2.º ciclo do Ensino Básico e são professores de Educação Visual e Educação Tecnológica. Dos inquiridos dois professores são diretores de turma e dois ocupam um cargo de coordenação/subcoordenação.

Relativamente ao conhecimento prévio sobre a RA, nenhum dos inquiridos tinha conhecimento anterior sobre a tecnologia de RA. O seu primeiro contacto com a mesma, e com a sua aplicabilidade em contextos educacionais, ocorreu durante o segundo período do ano letivo de 2014/2015, entre janeiro e abril, através de duas exposições realizadas na biblioteca da escola sede do agrupamento de escolas Dr. Costa Matos – Vila Nova de Gaia.

Quando questionados sobre o modo de utilização e qual o valor atribuído aos recursos digitais multimédia disponibilizados no manual escolar40, de um modo geral, constatou-se que os professores valorizam

e utilizam regularmente estes recursos como complementos educacionais importantes para a compreensão dos conteúdos e motivação dos alunos.

Relativamente ao desenvolvimento dos protótipos e às áreas/conteúdos a intervencionar, as informações recolhidas nas entrevistas permitiram associar potencialidades da RA a conteúdos/áreas importantes, nomeadamente:

A perceção de tridimensionalidade (uma caraterística fundamental suportada pela

RA) em sólidos geométricos e objetos com formas complexas.

A utilização de recursos digitais multimédia como explicação ou reforço das

aprendizagens, em áreas como a cor, estruturas modulares, património cultural e a geometria. O conjunto de perguntas sobre a recetividade à utilização da tecnologia de RA permitiu concluir que, de um modo geral, os professores estão disponíveis para colaborar em projetos de investigação e desenvolvimento pois percecionam estes processos como uma forma de melhorar a qualidade das abordagens didáticas e pedagógicas. Relativamente à sua valorização pessoal, quando questionados se estariam dispostos a fazer formação que lhes conferisse a possibilidade de desenvolver os seus próprios recursos digitais baseados em RA, as respostas não foram unanimes. Existe alguma disponibilidade para frequentar formação na área do desenvolvimento de recursos baseados em RA, mas com reservas relativamente ao grau de dificuldade, tendo em conta que os professores não se consideram especialistas na área das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). De um modo geral, todos os entrevistados se mostraram recetivos à utilização destes recursos. Dos inquiridos 100% estariam dispostos a colaborar em projetos de investigação e desenvolvimento envolvendo esta tecnologia, 67% disponíveis para realizar formação e 100% estariam dispostos a utilizar estes recursos caso fossem disponibilizados com o ME. Não descartando outros fatores importantes no processo de seleção de um novo manual escolar, os inquiridos constatam que em situações de avaliação muito semelhantes, a inclusão de recursos através de RA poderia ser um fator positivo na decisão de adoção de um novo manual escolar, Figura 8-1.

Figura 8-1: Recetividade dos professores relativamente à tecnologia de Realidade Aumentada, Guião de entrevista, pergunta 5.1, 5.2, 5.3 e 5.3.1.

8.1.2 Fase 2 – Utilização de dispositivos móveis dos alunos

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