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Fase 1: Identificação de empresas que trabalham com VSE

A identificação de empresas envolvidas com VSE foi viabilizada a partir de uma busca nos meios de divulgação eletrônicos de dados secundários disponíveis no período entre 10/04 e 01/10 do ano de 2014. Foram considerados dados secundários pois foram coletados ou produzidos por demais pessoas, sem ser o pesquisador, e para fins diferentes do presente trabalho (Harris, 2001).

Na presente investigação, tendo empresas como o foco da análise, os textos considerados foram: notícias, conteúdo site de internet coorporativos, relatórios anuais de desempenho ou de sustentabilidade e relatórios de estudos. O principal requisito foi de que as informações fossem públicas, e não deveriam, necessariamente, estar contidas em domínio das empresas analisadas, podendo ter como fontes as universidades, associações, ONG’s, clubes verdes ou de empresas de consultoria. Não foram consideradas notícias em jornais ou revistas não acadêmicas. Além disso, só foram

Fase 1 -Identificação de empresas que trabalham com

VSE

Fase 2 - Tipologia de trabalhos relacionados à VSE

no meio coorporativo

Fase 3 - Obtenção de percepções empresariais

sobre VSE

Método Qualitativo - Coleta e Análise de dados Secundários

Qualitativo - Coleta e Análise de

dados Secundários Qualitativo - Entrevistas

Fontes de Dados

Dados secundários - Páginas da Internet, Relatórios Coorporativos, Estudos

Dados secundários - Páginas da Internet, Relatórios Coorporativos, Estudos

Sete entrevistas com profissionais de empresas

54 consideradas dados públicos, disponíveis na internet e nos idiomas inglês, português e espanhol.

A identificação das empresas foi feita inicialmente a partir da análise dos sites TEEB, WBCS e o The B Team, três clubes verdes já conhecidos pelo pesquisador, onde foi possível identificar patrocinadores e demais envolvidos nas atividades com VSE. Após esse passo, o site de uma consultoria especializada em VSE, (Trucost8) foi útil na identificação de outras empresas, clubes verdes e universidades também envolvidas com o tema.

As ferramentas e programas desenvolvidos por universidades e de ONG’s, citadas no artigo de Houdet et. al., 2012, também foram analisadas, que são: Business &

Biodiversity Interdependency Indicator, Ecosystem Services Benchmark, Ecosystem Services Review, ARtificial Intelligence for Eco- system Services, Integrated Valuation of Ecosystem Services and Tradeoffs, Ecological Asset Information Management, Model EcosystemServices Credit Calculator e Wild- life Habitat Benefits Estimation Toolkit.

Dentre esses programas nem todos foram considerados, pois no período de análise alguns trabalham com a temática de ecossistema e biodiversidade porém sem a instrumentalizar por meio da valoração econômica ou por estarem em outro idioma, como o francês.

A busca de outras possíveis empresas envolvidas com o tema foi feita por meio de pesquisas na internet com a ferramenta Google, com os seguintes termos: biodiversity

and ecosystem services, corporate ecosystem valuation, economic value of nature, ecosystem markets, ecosystem services, externalities valuation, natual capital, environmental profit and loss, valuation of ecosystem services. A busca de sites

empresariais ou a citação preliminar de alguma empresa ocorreu até a vigésima página de resultados para cada uma das buscas. Com essa investigação foi viável encontrar empresas, como Merafe Resources sem trabalhos com clube verde ou consultorias. Ao longo do levantamento de dados foi percebida a necessidade de melhor especificar a unidade de análise, pois em um ambiente globalizado empresas podem ter diversos nomes ou unidades dentro de um mesmo grupo. O direcionamento foi de sempre considerar a instância controladora do grupo de empresa, como por exemplo: a Kering

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55 foi considerada como unidade de análise e não Puma, assim como a Tata Motors e não

Jaguar. As diversas ações das diferentes empresas ou filiais de um grupo foram

somadas à empresa controladora. Também foi decidido somente excluir empresas de consultoria da unidade de análise, pois em muitas vezes há uma sobreposição de ações realizadas para clientes e para a própria consultoria.

Devido ao número e diversidade de empresas envolvidas nas atividades com VSE decidiu-se avaliar o grau de impacto ambiental das empresas com a segregação entre setores de alto, médio e baixo impacto ambiental. A proposta de setorização e avaliação de impacto por setor partiu do ranking da revista americana Newsweek, o Newsweek

Green Ranking, para o ano de 20129, conforme apresentado na Tabela 5. Esse ranking

estuda e pondera em termos monetários os impactos de empresas 500 empresas globais, para nove indicadores, como uso da terra, emissão de carbono, disposição de resíduos sólidos, poluição do ar e consumo de água (Albino et al., 2012). O Newsweek Green

Ranking apresenta apenas o setor das empresas e o seu impacto ambiental de 0 a 100, o

julgamento de setores de alto, médio e baixo impacto foi direcionado pelo pesquisador a partir das médias de impacto das empresas de cada setor.

Tabela 5: Grau do impacto ambiental monetizado por setor

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http://www.newsweek.com/2012/10/22/newsweek-green-rankings-2012-global-500-list.html

Setor Grau de Impacto

Ambiental Monetizado

Comida, Bebida e Tabaco Energia Insumos Utilidades Bens de Consumo Bens Industriais Equipamentos de Tecnologia Imobiliário

Têxtil, Aparatos e Bens de Luxo Transporte e Logística Varejo Veículos e Autopeças Financeiro Mídia e Publicidade Saúde

Tecnologia da Informação e Serviços Telecomunicação

Alto

Baixo Medio

56 A ponderação e análise dos impactos setoriais por meio do valor monetário pode ser realizada por ferramentas de análise de sistema ambiental, integradas à VSE, importantes instrumentos para acessar e gerenciar o impacto gerado pela empresa ao meio ambiente (Ahlroth et al., 2011; Ness et al., 2007; Rowley et al., 2012).