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PARTE II – ESTUDO EMPÍRICO

2.3 Fases e procedimentos no estudo empírico

Inicialmente, investigou-se, por meio da internet, se outros estudos haviam sido desenvolvidos junto às bibliotecas escolares do município de Ji-Paraná e nada foi identificado, portanto, esta, possivelmente, se constitui como a primeira pesquisa realizada neste âmbito.

Esta pesquisa foi elaborada em duas fases: a primeira, com visita à Secretaria Municipal de Educação e a segunda com visitas às escolas.

Na primeira fase para entrevistar a Secretária Municipal e a responsável pela equipe pedagógica que, neste caso, segundo informação da própria Secretaria, é a Superintendente de Ensino do Município, com o objetivo de detectar:

(a) O perfil das bibliotecas: 1) o número de escolas de Ensino Fundamental

existentes na área urbana e destas, quantas possuem biblioteca e 2) a caracterização e situação destas bibliotecas;

(b) Papel da Secretaria e da equipe pedagógica em relação a elas: quais as

ações da Secretaria Municipal e da equipe pedagógica em relação a essas bibliotecas, as intervenções em nível físico e formativo; e

(c) Perspectivas sobre as BE: identificar o conhecimento e as práticas, em

64 Para esta etapa, realizada em setembro de 2016, por meio de entrevistas, contava-se com a participação de dois sujeitos, porém foi possível entrevistar apenas um, que foi a Superintendente de Ensino do município. Segundo o pessoal de apoio, a Secretária Municipal de Educação não teria agenda disponível em nenhuma das tentativas, em função de problemas particulares ou de trabalho. Lamentamos este fato, por se tratar de um tema de relevância dentro do processo educacional pouco explorado, sendo um momento oportuno para discussão, por envolver e poder ouvir os mais diversos atores educacionais sobre um campo que necessita muito de apoio dos órgãos governamentais, principalmente dos diretamente ligados à educação, para tomada de decisões e elaboração de políticas públicas, ações essas necessárias neste setor, conforme pôde-se constatar no referencial teórico apresentado, o que inclui o cumprimento da Lei 12.224/10 até o ano de 2020.

Na entrevista, a Superintendente citou que três das escolas urbanas possuíam somente salas de leitura, que biblioteca escolar com estrutura adequada, nenhuma possuía e que “algumas se aproximam de uma estrutura adequada”.

Embora tenha afirmado desde o início da entrevista que as escolas não têm BE, e sim salas de leitura, foi possível denotar a falta de controle ou de conhecimento da Secretaria do número de escolas com algum espaço, como se apresentam, mesmo não se tratando de BE, como apontado, mas de sala de leitura.

A ideia inicial para esta primeira etapa era de saber o número de escolas com BE, levantado na Secretaria Municipal, mas percebeu-se a necessidade de uma complementação, pois, ao observar a relação das escolas com seus respectivos endereços, se avistou a possibilidade de mais um direcionamento (fonte) para obtenção da informação sobre a escola possuir biblioteca ou não, antes de sair a campo. Com esses novos dados, foi possível entrar em contato, via telefone, com cada uma das escolas de Ensino Fundamental do perímetro urbano e perguntar se possuía biblioteca. Nessa comunicação, mais três escolas indicaram, ao telefone, possuírem biblioteca. Decidiu-se, então, que as seis seriam incluídas na pesquisa.

Passou-se, então, à segunda fase, agendando as visitas nas seis escolas para realização das entrevistas e aplicação de questionários ao diretor, ao responsável pela equipe pedagógica, e à pessoa responsável pela biblioteca/sala de leitura na escola, bem como a análise documental, realizadas entre setembro e dezembro de 2016.

65 Após cumprimento deste item do cronograma, já com os instrumentos de coleta em mãos, fez-se leitura e releitura dos mesmos, para entendimento e posicionamento das categorias a serem definidas, conforme método já descrito neste trabalho.

Um fato relevante referente ao Regimento Interno, o Projeto Político Pedagógico e o Plano de Ação é que nos questionários eles são citados como existentes, mas metade das escolas visitadas não os disponibilizaram, alegando estarem em atualização ou construção; duas cederam parte deles; e uma disponibilizou todos os três.

66 3 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS

Para melhor compreensão da análise dos dados, determinou-se que para as instituições e os sujeitos colaboradores será atribuída uma codificação, visando, assim, a preservar suas identidades, da seguinte maneira:

- letra E, para escola, seguida de um número, do 1 (um) ao 6 (seis), correspondendo ao número de escolas participantes, portanto: E1, E2, E3, E4, E5 e E6;

- letra D, para o Diretor;

- letra P, para o Responsável pela equipe pedagógica; - letra B, para o responsável pela biblioteca.

À Secretaria Municipal de Educação, representada pela Superintendente de ensino, será atribuída a sigla S.

Quando for necessário indicar o sujeito da instituição a que está relacionado, será feita a junção do código da escola à do sujeito.

Como a delimitação do universo da pesquisa ficou vinculada às escolas de Ensino Fundamental da área urbana com BE, e como a proposta era contar com a participação do diretor, do responsável pela equipe pedagógica e de um responsável pela BE, portanto, três sujeitos de cada escola, teremos, ao final, um total de dezoito entrevistados, que somados à Secretária Municipal de Educação e à Superintendente, totalizaria vinte participantes. Porém a Secretária de Educação, por motivos já expostos, não participou; e nas escolas, por falta de pessoal ocupando todas as funções, o resultado da participação foi o seguinte:

Quadro 1: Participação dos sujeitos por escola.

Escola (D) (P) (B) Total: E1 X - - 1 E2 X X - 2 E3 X X - 2 E4 X - - 1 E5 X - - 1 E6 X X X 3 Total: 6 3 1 10

67 Com os dez participantes das escolas, somados a um participante da Secretaria de Educação, totalizou onze participantes da pesquisa, que fizeram parte das entrevistas e responderam aos questionários.

Quanto à disponibilização dos documentos solicitados para análise – Projeto Político Pedagógico (PPP), Regimento Interno (RI) e Plano de Ação (PA), a fim de se verificar como é tratada a inclusão da biblioteca, o resultado foi o seguinte:

Quadro 2: Documentos disponibilizados pelas escolas

Escola RI PPP PA E1 X X - E2 - - - E3 - - - E4 - - - E5 X X X E6 X - -

Como é possível ver no quadro, a maioria das escolas não disponibilizou os documentos solicitados.

Para a análise dos dados, considerou-se as orientações de Minayo (2010), segundo o qual as opiniões dos informantes são apresentadas da maneira mais fiel possível, como se os dados falassem por si próprios; na análise, o propósito é ir além do descrito, fazendo uma decomposição dos dados e buscando as relações entre partes que foram decompostas e, por último, na interpretação – que pode ser feita após a análise ou após a descrição – busca-se sentidos das falas e das ações para se chegar a uma compreensão ou explicação que vão além do descrito e analisado.

Ainda em Minayo (2010), nesta fase “é de fundamental importância ser capaz de ir além das falas e dos fatos ou, em outras palavras, caminharmos na direção do que está explícito para o que é implícito, do revelado para o velado, do texto para o subtexto”.