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Na tentativa de identificar em etapas a indústria maquiladora, Carrillo e Partida (2004), definem o processo de maquila em três fases, respectivo ao processo da inserção das empresas de maquila no México na dinâmica da produção internacional e estabelecimento dos vínculos econômicos e institucionais. Cada uma dessas fases é abordada a seguir.

3.4.1 Primeira Fase

Iniciando nos anos sessenta, os primeiros vinte anos do programa de industrialização através da maquila, o objetivo principal foi à geração de emprego.

Este período é marcado por instalação de indústrias de baixo nível tecnológico, de montagem, que contratavam mão de obra barata, baixo nível de qualificação e salários baixos.

Do ponto de vista das relações da indústria de maquila com seu entorno, eram mínimas, apenas mantendo vínculos comerciais e produtivos com a empresa responsável pelo IED. Com algumas exceções respectivos as agências de promoção de exportação, de transportes de mercadorias, mínima participação de instituições públicas ou privadas para capacitação, assistência tecnológica para produção. A pesquisa e desenvolvimento (P&D) se detinha somente nos Estados Unidos.

A política pública se deteve apenas em disponibilizar na criação dos parques industriais e promovendo condição de atração de IED.

3.4.2 Segunda Fase

Devido à crise dos anos oitenta, no aspecto produtividade e competitividade em muitos setores industriais pelo mundo, ocorreu uma reestruturação na organização das empresas buscando novos mercados com características singulares como: uma considerável base industrial, mercado de trabalho crescente e condições macroeconômicas e sociopolíticas que garantiam estabilidade, para assim realocar partes dos processos produtivos que demandavam maior capacidade tecnológica.

Como exemplo deste processo, a indústria eletrônica e automotiva se encaixam no modelo de industrias de maquila que exigiam uma mão de obra qualificada e consequentemente proporcionou mudanças na dinâmica do trabalho na região de fronteira do México-Estados Unidos.

Com o surgimento destas indústrias com maior incremento na capacidade produtiva, além de proporcionar linhas de montagem completas com maquinários modernos, iniciou um processo de terceirização das maquilas no mercado local para fabricação de peças, manutenção e reparação, criando um tecido industrial mais denso (CARRILLO; PARTIDA, 2004). Além da demanda por profissionais com maior qualificação,

iniciou um processo de instituições de educação e capacitação técnica dentro de uma perspectiva quando a demanda tecnológica e produtiva da industrias.

Cabe destacar do aumento de profissionais na área dos trâmites aduaneiros, transportes, de construção de infraestrutura para as maquiladoras, agências de publicidade e seleção de pessoal. Além de associações comerciais e câmaras.

Nesta fase, os governos continuavam a oferecer incentivos e facilidades para atração de IED, na melhoria de infraestrutura urbana.

3.4.3 Terceira Fase

A partir dos anos noventa, caracterizado pela abertura comercial a nível mundial, a reestruturação industrial de vários setores, do dinamismo e difusão das tecnologias para a produção e organização das empresas, tornando as cadeias produtivas globais, possibilitando as indústrias maquiladoras a produzir manufaturas mais completas, com características e desenhos adaptados com tecnologia diferenciada.

Assim, como apresentado o modelo da maquila vem se desenvolvendo ao longo do tempo de modo a atender mais a seus interesses. Contudo, isso não implica em situação em que não se vislumbre benefícios aos países e à população diretamente envolvida em tal segmento produtivo que como se sabe é alvo constante de críticas, muitas às vezes sem razão.

O certo é que bom ou ruim a maquila ganha cada vez mais espaço junto à realidade econômica dos países, principalmente, daqueles que revelam dificuldades de desenvolvimento ou possuem uma economia e logística industrial desfavorável o que é o caso de muitos dos países da América Latina.

Talvez a maquila até tenha uma importância muito maior que se perceba, notadamente quando se verifica que a economia mundial há muito tempo se mostra desafiada a mostrar números mais animadores.

Tabela 1 – Principais características de acumulação na maquila da Delphi

Elaboração própria baseado na tabela, Main features of the accumulation process of delphi’s business of sensors and actuators.

Fonte: (DUTRÉNIT; VERA-CRUZ, 2005).

Feitas tais considerações, ao dar continuidade ao trabalho anota-se que Dutrénit e Vera-cruz (2005), trata em específico este processo da indústria Delphi no México através de um quadro durante os processos que a indústria passou desde a sua instalação na década de setenta.

Com a tendência de complexidade maior nos processos, provocou maior intensidade do capital nos processos produtivos e na demanda cada vez maior de mão de obra qualificada.

A reorganização de muitas maquiladoras em unidades de negócio independente, permitiu uma diversificação de seus clientes, e consequentemente maior grau de integração entre o local e o regional.

Quanto ao setor público, nesta fase, as políticas públicas sofrem um processo de descentralização, permitindo assim atender melhor as demandas locais dos empresários nas regiões de fronteira.

As peculiaridades modelo de produção da maquila na América Latina é o assunto que é alvo de abordagem no próximo item do trabalho, o qual tal qual os muitos outros do estudo são importantes para a identificação da melhor resposta para o problema aqui analisado.

A seguir trata-se das peculiaridades da maquila na América Latina, mais um importante assunto analisado na pesquisa que irá contribuir diretamente para a

identificação da melhor resposta para o problema nela analisado e que envolve a verificação se a maquila paraguaia realmente se apresenta como uma alternativa para integração do Paraguai a economia mundial e regional e ainda é capaz de contribuir para o desenvolvimento econômico e social de tal Nação, ou simplesmente se revela como um simples modelo produtivo voltado ao interesse econômico?