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4.3.1 Unidade de Manufatura

As unidades de manufatura de usinagem são formadas por minifábricas compostas por células de manufaturas. Os equipamentos que compõem essas células estão dispostos em forma de U permitindo a otimização da área fabril e a utilização de operadores multifuncionais, entre outras vantagens características do layout celular. A interligação entre os equipamentos que compõem as células é feita a partir de esteiras acionadas, esteiras por gravidade ou pelos próprios operadores.

As unidades de manufatura (UM) operam de forma descentralizada com uma estrutura formada por gerente, chefias, lideranças de manufatura e operadores. As áreas de manutenção e pre-set pertencem à lotação das unidades de manufatura, respondendo operacionalmente para o gerente da UM. Áreas de apoio como engenharia de processos e qualidade não respondem para este gerente, mesmo tendo seu trabalho diário focalizado na UM.

Na Figura 27, está ilustrada uma Junta Fixa, parcialmente produzida na UM, em estudo neste trabalho. Juntas Fixas são componentes de construção compacta, montadas no lado da roda dos veículos com tração dianteira, que transmitem torque e rotação em ângulos de até 50 graus, garantindo velocidade constante ao veículo. Na Figura 27, é indicado o principal componente da junta, o qual é produzido nas células de manufatura aqui abordadas.

Figura 27: Junta Fixa

Fonte: GKN DO BRASIL LTDA (2004)

4.3.2 Programação de Produção

Neste estudo, avaliam-se quatro células de manufatura que compõem a unidade de juntas fixas, designadas por Alfa, Beta, Delta e Zeta. A programação de produção na fabricação de juntas fixas depende da demanda dos clientes. Procura-se atender às janelas de entrega dos diversos clientes, assim como os prazos de entrega dos itens de exportação.

A programação da produção diferencia-se em cada célula. Nas células Alfa e Beta, estabeleceu-se uma sintonia direta com as necessidades da montagem, isto é, determinaram-se lotes mínimos de fabricação orientados por um sistema visual do nível de consumo da montagem. Nas células Delta e Zeta, o que orienta a produção é uma planilha preparada pelo setor de PPCM (Programação de Produção e Controle de Produção) e revisada diariamente, onde são indicados o tamanho do lote e o momento da sua entrada em produção. Variações na planilha podem decorrer das necessidades advindas da manufatura, do cliente, da entrega de matéria-prima ou de sincronia na montagem.

4.3.3 Processamento e Coleta dos Dados

Um Diário de bordo (DB) é preenchido por cada operador em cada posto de trabalho, onde são registradas todas as paradas dos equipamentos. Com o objetivo de facilitar o preenchimento dos dados de parada no DB e nos sistemas automáticos de coleta, foi criada uma tipologia de paradas envolvendo as principais causas de paradas nos equipamentos.

De posse dessa tipologia, os operadores passaram a registrar as paradas e quantidades de produção de seus equipamentos, em todos os turnos de trabalho. Finalizado os turnos, os DB são recolhidos e seus dados lançados no sistema corporativo. Para a coleta

automática de dados, foram desenvolvidas interfaces de comunicação entre os fabricantes dos sistemas de coleta e a área de tecnologia da informação da empresa, que permitiram a gravação automática dos dados no sistema corporativo.

Outra coleta de dados necessária para efetivar o cálculo da eficiência está relacionada aos problemas de qualidade, os quais, na empresa, são registrados em cartões de sucata e retrabalho. Esses cartões são recolhidos, mas somente são lançados no sistema após análise crítica por parte dos analistas de qualidade das unidades de manufatura.

4.3.4 Análise de Eficiência

Em 1999, foi desenvolvido pela área de Sistemas da Informação da empresa um módulo específico para o cálculo da Eficiência Global do Equipamento (OEE - Overall

Equipment Efficiency). Para o cálculo da OEE, além dos dados de paradas, são utilizados

registros de tempo de ciclo teóricos por item e os registros de sucata e retrabalho, todos disponíveis no sistema corporativo da empresa, representando respectivamente os índices de disponibilidade (D), performance (P) e qualidade (Q). O cálculo da OEE é dado por (NAKAJIMA, 1989):

Q P D

OEE= × × . (2)

Os cálculos de disponibilidade (D), performance (P) e qualidade (Q) são dados nas equações (3), (4) e (5), respectivamente.

a c de Tempo Paradas a c de Tempo D arg arg − = (3) operação de Tempo produzida Quantidade teórico Ciclo P= × (4) total odução s retrabalho e fugos total odução Q Pr Re Pr − = (5)

4.3.5 Modelos e Roteiros do Processo de Fabricação de Juntas Fixas

Uma tabela inicial, apresentada no Apêndice A, foi formada indicando todos os modelos de juntas fixas e o seu roteiro no processo de fabricação. Na tabela, é possível observar a variedade de peças consideradas, bem como seus diferentes roteiros de fabricação. Algumas operações são comuns a todos os modelos de peças.

4.3.6 Tamanho das Juntas Fixas

O tamanho das juntas fixas é a sua característica principal, determinada pelas dimensões dos diâmetros externo e interno, e representando a capacidade de transmissão de cada junta.

4.3.7 Agrupamento da Peças e Operações

Com o objetivo de facilitar a análise do estudo e sem prejuízo técnico do mesmo, num primeiro momento, foram agrupados modelos que possuem o mesmo roteiro de fabricação e tamanho. O resultado desse agrupamento inicial vem apresentado no Apêndice B.

Num segundo momento, foram selecionadas as operações significativas do ponto de vista técnico de usinagem. Nesta seleção, foram removidas operações de inspeção e proteção à integridade das peças [por exemplo, lavar (40) e teste de camada (45)] comuns a todos os modelos.

No Apêndice C, está apresentado o agrupamento final de modelos, tamanhos e roteiros de processo. Os dados no Apêndice C serão usados na aplicação do método de formação de famílias, apresentada na seção 4.7.