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3 A Importância das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte na

3.4 Fatores Condicionantes e Taxa de Mortalidade de Pequenas Empresas

O Sebrae (1999), em conjunto com a Methodos Consultoria, fez uma pesquisa junto as micro e pequenas empresas sobre a taxa de mortalidade e os fatores condicionantes desta mortalidade, para que pudesse servir de informação para o planejamento do negócio e orientação aos futuros microempresários e empreendedores.

Na primeira fase, apurou-se a taxa de mortalidade das empresas para até três anos de criação das mesmas. Na segunda etapa do trabalho, procurou-se identificar os fatores condicionantes dessa mortalidade, analisando-se os resultados de entrevistas realizadas junto a empresas extintas e empreendimentos em atividade.

Taxa de Mortalidade

Conforme a Unidade da Federação, a taxa de mortalidade variou de cerca de 30% até 61%, no primeiro ano de existência da empresa, de 40% até 68%, no segundo ano, e de 55% até 73%, no terceiro ano do empreendimento.

Fatores Condicionantes

O porte da empresa parece ser elemento importante que distingue empresas em atividade e negócios extintos. Em praticamente todas as Unidades da Federação pesquisadas o percentual de pequenas empresas em atividade é inferior ao de pequenas empresas extintas, isto é, quanto maior o empreendimento, maiores são as possibilidades de sucesso, ou seja, somente as microempresas têm mais

empresas extintas do que em atividade, o que não acontece com as de pequeno, médio e grande porte.

Igualmente, pode-se estimar que a experiência anterior ou conhecimento do ramo de negócio tenha relevância para o sucesso da empresa, já que oito das onze unidades pesquisadas esse fator foi apontado por empresas em atividade em percentuais significativamente maiores do que aqueles de negócios extintos.

Como principal motivo para a abertura ou entrada no negócio, tanto empresários de firmas de sucesso como entrevistados de empresas extintas apontam a identificação de uma oportunidade de negócio. Isto quer dizer que não adianta somente ter uma boa idéia para abrir uma empresa, é necessário que haja planejamento (plano de negócio) para que a empresa tenha um rumo certo, um norte, um caminho a seguir.

As diferenças surgem quando é comparada, entre dois grupos, a segunda razão que os levaram a ingressar no mundo dos negócios. No caso das empresas em atividade, a existência de experiência anterior é o maior fator apontado em todas as Unidades da Federação, havendo significativas diferenças percentuais em relação ao grupo de empresas extintas.

Embora, em ambos os grupos, haja uma supremacia dos empresários que ocupavam-se, exclusivamente, dos negócios da empresa no primeiro ano das suas atividades, os percentuais daqueles pertencentes às empresas de sucesso, em oito UF’s, são significativamente superiores àqueles pertinentes às firmas extintas, ou seja, não desviar a atenção para outros negócios faz com que o empresário fique atento à análise de ambiente externo e interno, podendo planejar de forma mais efetiva.

Na maioria dos estados pesquisados, tanto empresas em atividade quanto extintas, recorreram principalmente ao contador para conduzir ou gerenciar as empresas, vindo a seguir o Sebrae e pessoas que conheciam o ramo de atividade.

A falta de capital de giro foi apontada, em oito dos onze estados pesquisados, tanto pelas empresas em atividade como pelos negócios extintos, como a maior dificuldade na condução das atividades das empresas. Também a carga tributária e a recessão econômica foram fatores citados por ambos os grupos como inibidores dos negócios.

Os dois grupos julgaram que, principalmente, a empresa para ter sucesso deve possuir bom conhecimento do mercado onde atua. Mais uma vez a análise do ambiente externo é considerada como primordial para o bom desempenho das organizações, atividade esta que é muito evidenciada nas grandes empresas e considerada como fator crítico de sucesso no planejamento estratégico empresarial, item já discutido em capítulo anterior. Também ter um bom administrador e fazer uso de capital próprio foram fatores considerados importantes para o sucesso do empreendimento.

A escolaridade do sócio-prorietário não foi detectada como fator de diferença entre empresas de sucesso e empreendimentos extintos, tanto um quanto o outro, prevalecem empresários com “colegial completo até superior incompleto”.

A atividade exercida antes de ser empresário, tanto nas empresas de sucesso quanto nas extintas, ampla maioria dos entrevistados, em todos os estados pesquisados, trabalhava antes de se tornarem empresários. No Paraná, 100% dos empresários de sucesso trabalhavam anteriormente à abertura de negócio. No Acre, há um grande número de empresários que antes de ingressar no mundo dos negócios, trabalhava como funcionário público. No caso dos entrevistados que não trabalhavam antes de se tornarem empresários, ampla maioria nos estados pesquisados, tanto de empresas de sucesso como extintas, era estudante ou dona de casa.

Quanto à experiência anterior ou conhecimento do ramo de negócio, pode-se dizer que este é o ponto crucial. Em oito estados dos onze pesquisados, a experiência ou o conhecimento no ramo de negócio aberto foi relevante para o sucesso do

empreendimento. E neste caso da experiência anterior ou conhecimento do negócio, sobressaem os empresários que trabalhavam anteriormente como autônomo.

Em cinco estados, o custo do processo para “dar baixa” na Junta Comercial foi o fator preponderante para a empresa não ser extinta oficialmente, cabendo ressaltar que percentuais elevados também foram encontrados em outros três estados. A esperança de reativar a empresa foi apontada como o motivo primordial por empresários de quatro estados pesquisados, salientando-se que em três outros igualmente houve alta incidência dessa resposta.

Conclusão da pesquisa

A oportunidade de negócio é o principal motivo para abertura ou entrada no negócio, tanto em empresas de sucesso quanto em extintas.

Não há uma relação direta entre a procura por profissional ou instituição para auxiliar na condução da empresa e o sucesso ou extinção de um negócio.

Quanto aos fatores mais importantes para o sucesso de uma empresa está o bom conhecimento do mercado onde atua (análise do ambiente externo), ter um bom administrador e fazer uso de capital próprio, foram fatores considerados importantes pelos empresários de sucesso e também pelos de insucesso.

De forma geral, conhecimentos sobre organização empresarial, planejamento (plano de negócio, na abertura da empresa, e planejamento estratégico, se a empresa já estiver constituída), e vendas são os pontos mais importantes para os empresários, no primeiro ano de funcionamento da empresa, tanto para empresas em atividade como para empreendimentos extintos.

3.5 Formas de Inserção das Micro e Pequenas Empresas na