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Fatores de Sucesso e Insucesso

A intenção inicial para esse Trabalho de Projeto era recuperar um dos muitos edifícios abandonados no concelho de Cascais. O principal interesse surge através da proximidade com a região e consequente facilidade em adquirir/requerer informações, seja na Loja de Cascais ou no Arquivo Municipal de Cascais.

A primeira questão deste projeto surgiu com a escolha do Objeto:

Qual o edifício da região de Cascais que necessite de uma reabilitação urgente, quer pela sua arquitetura, quer pela localização?

O primeiro Objeto escolhido para este trabalho foi o Edifício Cruzeiro, no Monte Estoril. Com o Objeto definido, faltava escolher a Temática. Assim, foi realizada uma pesquisa através de Bibliotecas Municipais pela necessidade em conhecer os principais pontos de interesse e história de Cascais – Guias Turísticos e Catálogos de Exposições.

Fig. 121 Edifício Cruzeiro, Monte Estoril

Disponível em: http://ruinarte.blogspot.pt/2011/03/o-centro-comercial-cruzeiro.html a 18 de Julho de 2018

O concelho de Cascais tem diversos pontos de interesse:

 Localização próxima da capital portuguesa;

 Costa com diversas praias cobiçadas quer por portugueses como estrageiros;

 Facilidade de acesso a grandes espaços comerciais, hospitais e escolas de renome;

 E, principalmente, o Clima Temperado e a Qualidade nas Águas Marítimas e Termais.

Com qualidades naturais tão importantes, surgiram novas questões:

O que foi feito para valorizar estas qualidades intrínsecas?

O estudo dos seguintes capítulos influenciou a escolha do tema – Turismo de Saúde:

Estoril: Estação Marítima, Climatérica, Termal e Sportiva e As Curas: Helioterapia, Hidroterapia, Crenoterapia e Talassoterapia, do Catálogo O Estoril e as Origens do Turismo

em Portugal. (2011) (Henriques, Pinto, & Mangorrinha, Catálogo de Exposição "O Estoril e as Origens do Turismo em Portugal. 1911-1931", 2011)

“A fama das suas termas ainda se mantinha em 1910, data em que o visionário Daniel Dalgado, a quem se deveu a criação da expressão Riviera de Portugal, mercê da apologia do clima dos Estoris, anotaria que «se todos estes dons da natureza fossem judiciosamente empregues, com a devida atenção às necessidades e confortos dos doentes ingleses e outros, o Estoril tornar-se-ia muito em breve no melhor centro de águas cloretadas de sódio para o tratamento do reumatismo crónico e da gota, durante o inverno».”,

do Livro Cascais: 650 anos de História (2014) (Henriques J. M., Cascais. 650 anos de História. 1364-2014, 2014)

A 14 de Novembro de 2016 surge o primeiro fator de insucesso deste trabalho. Houve a necessidade de alterar o Objeto, porque foi apresentada uma proposta oficial, através da Câmara Municipal de Cascais, de reabilitação do edifício Cruzeiro, com o objetivo de criar a “Academia das Artes”:

“O primeiro centro comercial em Portugal, o icónico edifício “Cruzeiro”, no Monte Estoril, vai ser transformado num polo cultural que irá acolher uma escola de teatro, um centro de formação de artes performativas e audiovisuais, uma biblioteca e uma sala de espectáculos com 400 lugares. Uma nova centralidade dedicada à cultura vai nascer em Cascais com a criação do Edifício Cruzeiro – Academia das Artes do Estoril (AAE).” ("Edifício Cruzeiro Transformado em Academia das

Artes do Estoril", 2016)

Com o impasse em relação ao Objeto, a intenção sobre a temática – terapêuticas naturais – tornou-se mais sólida. Até surgir um novo Objeto, foram aprofundadas as pesquisas termais, bem como dos valores termais na região de Cascais. O tema, efetivamente, foi definido como Turismo de Saúde e houve a necessidade de fundamentá- lo bem como a qualidade das Águas Minerais Naturais, sem cair na tendência elitista atual dos spas modernos.

Existe um Turismo de Saúde direcionado à população em geral que, nos dias de hoje, não é valorizado, tornando-se em Turismo de Saúde e Bem-Estar: Spas que não são acessíveis ‘a todas as carteiras’ – as terapêuticas naturais deveriam, por norma, ser acessíveis, e este torna-se um dos principais objetivos deste projeto de reabilitação.

Inicialmente, surgiram temas a ser desenvolvidos que, pelo rumo que a pesquisa levou, foram ‘limados’ até aos capítulos apresentados neste trabalho: Estudo Termal – Turismo de Saúde, Conteúdo Termal do País, Arquitetura Termal, História Termal da Região de Cascais/Estoril - e Estudo do Objeto – Arquitetura de Veraneio (estilo arquitetónico definido depois de escolher o edifício-objeto) e Arquitetura do Edifício a Reabilitar.

Depois de uma nova pesquisa acerca das localizações possíveis que respondem à intenção inicial - recuperar um dos muitos edifícios abandonados no concelho de Cascais -, foi realizado um Pedido de Consulta da Caixa Histórica , pertencente ao edifício escolhido, através da Loja de Cascais, e consequente pedido da cópia da Planta com o Levantamento de Medidas do Edifício Existente.

Foram recolhidos elementos fotográficos apenas exteriores no local do Objeto escolhido, pois a propriedade encontra-se vedada. Mais tarde, foi necessária uma ida à Conservatória do Registo Predial para pedir informações quanto ao proprietário do edifício de maneira a que possa visitar os interiores do edifício. Na Loja de Cascais não existe registo do lote, pelo que é impossível facultar a informação pedida e foi necessário consultar os registos topográficos da região do edifício através do Arquivo Histórico de Cascais. Depois de recolhidos todos os dados relativos ao edifício, foi possível adquirir os dados de alguns dos herdeiros da propriedade, que foram contactados para pedir autorização para visitar, analisar e fotografar os interiores do edifício, no entanto não houve retorno ao contato.

Depois de conhecidas as características do Objeto escolhido, surge a necessidade de conhecer a sua Arquitetura. Através do estudo do Objeto e de alguns textos sobre o estilo arquitetónico deste edifício, estamos de novo a recuperar valores intrínsecos da região. Foi escolhida uma casa de habitação – datada dos anos 20 do século XX – com características relacionadas à Arquitetura de Veraneio típica de Cascais que, neste momento, se encontra abandonada, o que se trata de uma realidade, infelizmente, muito comum na região de Cascais. Ao consultar um texto acerca deste estilo arquitetónico que faz referência a este edifício, houve um dado bastante interessante. O proprietário deste Chalé, António José Viana da Silva Carvalho, foi igualmente proprietário dos “Banhos do Estoril” e da quinta onde as termas do Estoril estavam localizadas – “Quinta do Viana”, ou seja, a história termal e arquitetónica deste projeto complementam-se na sua contemporaneidade e proprietário.

Fig. 122 Chalé S. Pedro, Rua de Olivença Disponível em: Fotografias da autora

Fig. 123 Chalé S. Pedro, Rua de Olivença Disponível em: Fotografia da autora

Um último fator de insucesso deste projeto centra-se na Calendarização deste Trabalho de Projeto, que não foi cumprida. Infelizmente, este trabalho tinha como data de conclusão o mês de Dezembro de 2017, que, por fatores pessoais e profissionais, não foi possível cumprir.