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Percebe-se no meio acadêmico é grande a preocupação com o desenvolvimento relacionado aos objetos de aprendizagem (OA), com unidades de ensino que consigam transmitir ao aluno uma sequência lógica para o aprendizado. Todavia, o objeto de estudo do presente trabalho é o desenvolvimento de um ferramental que possibilite o planejamento e não a criação dos próprios objetos de aprendizagem, os quais serão desenvolvidos a

posteriori, podendo ser ramificações do trabalho.

Entre as incansáveis buscas por ferramentas que envolvessem de um lado o planejamento colaborativo de um curso/disciplina e por outro aplicadas ao ensino de engenharia, foram observadas as listadas a seguir, porém nenhuma delas abordando os dois lados de forma simultânea.

3.1. Pedagogical Pattern Collector (PPC)

O (PPC, 2013) é uma ferramenta online que foi desenvolvida como parte do projeto LDSE (Learning Design Support Environment), a qual fornece um modo 'Navegador', para explorar os conjuntos de padrões pedagógicos (desenhos de aula / desenhos de aprendizagem), ou artefatos pedagógicos em sua forma mais genérica, para que possam ser reutilizados dentro do contexto local de uma disciplina, em uma abordagem aberta e compartilhada.

Esta última possibilidade, a de reutilização dos artefatos pedagógicos, tornam-se possíveis dentro do modo 'Designer' da ferramenta, o qual permite a criação de um novo artefato por parte do especialista, ou a adaptação de um modelo pré-existente para a sua aula, módulo ou curso propriamente ditos.

A proposta da ferramenta PPC limita-se na criação e compartilhamento dos rotulados padrões pedagógicos (que no presente trabalho são denominados artefatos pedagógicos). Não existe a complementação no sentido de promover interações entre as pessoas somado ao fato de não ser flexível no que tange o suporte para o feedback dos usuários. Além disso, não prevê a possibilidade de comparar a posteriori as versões de artefatos geradas pelos especialistas, quesito este que dependeria de um mecanismo de rede social acoplado, algo que foge do escopo da ferramenta em questão.

Observe através da Figura 3.1 uma exemplificação de tela da ferramenta PPC, na qual aparecem de forma notória os itens pedagógicos (unidades mínimas de aprendizagem) referentes a uma sequência proposta elaborada pelo professor, e que poderia ser considerada como uma “aula”. Nota-se que existe uma preocupação temporal em cada

artefato somado à ação por parte do aluno que seria recomendada para cada um deles. No caso do próprio exemplo tem-se possibilidades de leitura, trabalho colaborativo, discussão e prática.

Figura 3.1 – Exemplo de artefato pedagógico da ferramenta PPC Fonte: (PPC, 2013)

Continuando com a análise da ferramenta, pode ser observado um dos pontos fortes também representado pela Figura 3.2. Essa visão torna visível por meio de um “gráfico de pizza” qual a distribuição das técnicas de aprendizagem previstas pelo professor e seus percentuais de acordo com a carga horária atribuída a cada artefato.

Dessa forma, nota-se a preocupação com a diversificação das técnicas utilizadas em sala de aula e que justifiquem a presença em um conteúdo abordado na disciplina em questão. Certamente nesta visão é visível traços fortes com a preocupação de planejamento, dentro de uma situação normal de encadeamento de conteúdo.

Para exemplificar, imagine que na Figura 3.2 haja a seguinte distribuição para uma unidade de aprendizagem (aula ou sessão):

• 65 minutos de leitura • 45 minutos de colaboração • 10 minutos de discussão • 45 minutos de atividade prática

Tem-se neste caso um modo bastante interessante para nortear a sequência da disciplina, porém ainda com poucos detalhes sobre questões mais operacionais e até mesmo relacionada ao conteúdo, o que para muitos professores não atende aos quesitos básicos do planejamento de uma aula.

Figura 3.2 – Exemplo de uma tela da ferramenta PPC Fonte: (PPC, 2013)

3.2. Pedagogical Plan Manager (PPM)

O (PPM, 2013) é um ambiente online direcionado a apoiar o planejamento pedagógico cuja premissa básica é de representar os planos como entidades hierárquicas que podem ser construídas e visualizadas em diferentes níveis de detalhe.

A estrutura da ferramenta deve suportar "autores" (oferecendo-lhes a possibilidade de trabalhar com uma estrutura top-down) e "leitores", que na organização top-down têm um fator facilitador para o entendimento de planos complexos, isto é, compreender a estrutura geral, relacionando justificativas com detalhes concretos.

A ferramenta possui uma estrutura hierárquica na representação de conteúdos encadeados, e tem como proposta a de fomentar um planejamento aula a aula para o professor, próximo ao chamado “plano de aula”, ou plano de ensino.

Pela Figura 3.3 tem-se uma representação exata da estrutura da ferramenta, com todas as suas representações estruturais na visão do professor.

Figura 3.3 – Tela extraída da ferramenta PPM Fonte: (PPM, 2013)

Assim, cada plano tem uma série de atributos para expressar (entre outras coisas) a razão pela qual a intervenção é proposta, e o referencial teórico/didático no qual é inserido.

A interface foi projetada, segundo (OLIMPO, 2013) de forma a permitir que autores e leitores lidem de forma fácil e natural com a estrutura hierárquica dos conteúdos pedagógicos inseridos.

A ferramenta (PPM,2013), embora possa ser usada de forma compartilhada, resume- se à concepção de planos de aulas, havendo uma granularidade que a impede de compor algo maior e mais complexo como um projeto pedagógico inteiro de um curso, ou até mesmo uma reformulação curricular propriamente dita.

Observe através da Figura 3.3 mostrada anteriormente como funciona a estrutura da ferramenta, que notadamente se aproxima muito ao programa de aula tradicional dos professores, acrescido de um grau de sofisticação associado à uma interface administrativa, que prevê a inclusão de itens, subitens, anexo de arquivos e referências bibliográficas relativas a ao planejamento das referidas aulas.

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