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Ferramentas que Incentivam o Compartilhamento do Conhecimento

2.2 Conhecimento Organizacional

2.2.3 Ferramentas que Incentivam o Compartilhamento do Conhecimento

conhecimento seja mais lucrativo do que guardá-lo. Davenport e Prusak (1998) apresentam dentre as ferramentas disponíveis para auxiliar neste processo: comunidades de interesse, comunidades de prática, centros de excelência, portais, repositórios de documentos, mapas de conhecimento, equipes virtuais, revisões pós-projetos, coaching, treinamentos, mentoring, entre outros processos.

Para Angeloni et al. (2008) o autor pioneiro em tratar a organização como um sistema social foi Schon (1971). O mesmo, diz que a organização possui bases epistemológicas, constituídas por uma estrutura, uma tecnologia e uma teoria. Sendo a estrutura as relações estabelecidas entre as pessoas, seja no âmbito formal ou informal da organização. Dessa forma, afirma que existe uma “(...) estrutura informal paralela a formal, que reagiria mais rapidamente às situações, na medida em que apresenta maior flexibilidade do que o formalismo burocrático”. A tecnologia refere-se às técnicas e modos de implementar ações organizacionais. Já a teoria trata das regras por meio das quais se interpreta a realidade do ambiente organizacional, coexistindo uma teoria formal (normas de conduta) e uma teoria informal, que são noções tácitas decorrentes de experiências vividas (ANGELONI et al., 2008, p.3).

Lacombe (2007) afirma que a empresa precisa estabelecer uma rede de onde o conhecimento possa estar acessível a todos que dele necessitam. Nesta rede estariam três principais tópicos: páginas amarelas da empresa, lições aprendidas e inteligência do concorrente. Nas páginas amarelas da empresa seriam armazenados os contratos da empresa, fornecedores potenciais, clientes potenciais, habilidades disponíveis, conhecimentos disponíveis e quem os possui. No tópico lições aprendidas haveria um check-list do que deu certo e do que deu errado nos projetos já realizados; o conhecimento adquirido nos projetos anteriores; decisões que foram tomadas de forma certa e errada e por que. No tópico de inteligência do concorrente devem estar planos, produção, produtos, fatia do mercado, clientes, preços, processos de vendas, formas de financiamento.

Santos, Leite e Farraresi (2007) ressaltam também a importância da implantação de práticas de gestão do conhecimento nas organizações, tais como, portais corporativos, comunidades de prática, sistema de comunicação em tempo real.

Angeloni et al. (2008, p.348) apresenta a ferramenta “páginas amarelas – consiste em um mapa contendo todos os indivíduos da organização, suas respectivas competências e áreas de atuação, oferecendo um método eficiente e relativamente barato de localizar especialistas”. E também apresenta as “páginas azuis” que funcionam da mesma forma, porém contém conhecimentos externos a organização (fornecedores, ex-funcionários). Esta duas ferramentas são semelhantes aos mapas do conhecimento apresentados por outros autores.

No que se refere aos mapas do conhecimento, Davenport e Prusak (1998) entendem que um mapa do conhecimento indica o conhecimento, porém não possui os conteúdos deste conhecimento. Dessa forma, caracteriza-se como um roteiro para localizar os conhecimentos importantes dentro da organização, sejam em documentos, bancos de dados ou pessoas.

Angeloni et al. (2008) diz que os fórum de discussão são ferramentas que utilizam o ambiente eletrônico para a colaboração e compartilhamento de conhecimento, por meio da criação de comunidades virtuais favorecendo a interação de diferentes pessoas independente de distâncias físicas.

As comunidades de prática são grupos de pessoas no interior de uma organização que, de maneira informal, compartilham seus conhecimentos em um determinado assunto (WENGLER, 1988). Ou seja, grupos auto-organizados que comunicam-se e compartilham práticas, interesses ou objetivos de trabalho (ANGELONI et al., 2008). Dessa forma, as comunidades de prática consistem em grupos de pessoas ligadas informalmente por um interesse comum na aplicação prática de determinada técnica. Funcionam por meio de encontros formais nas organizações e em momentos informais diários; e também podem ser

operacionalizadas com a utilização de ambientes virtuais para comunicação em tempo real, facilitando o registro e o compartilhamento do conhecimento. Neste sentido, verifica-se que as comunidades de prática são ferramentas que podem oferecer uma alternativa interessante para o compartilhamento do conhecimento tácito, desde que as organizações proporcionem uma infra-estrutura adequada às necessidades do grupo, como o estabelecimento de rotinas e eventos periódicos para incentivar a aplicação dos conhecimentos adquiridos, o incentivo a participação dos colaboradores nas decisões, a mensuração e apresentação dos resultados obtidos, entre outros aspectos.

Esta seção buscou apresentar algumas das ferramentas disponíveis para auxiliar as organizações a promoverem o compartilhamento do conhecimento entre seus colaboradores. Porém o universo de possibilidades neste campo é bastante amplo, o que possibilita a aplicação de diversas práticas e técnicas dependendo dos objetivos propostos pela organização. Destaca-se que promover o compartilhamento do conhecimento organizacional é um processo complexo, que deve ser avaliado por diversos ângulos e requer um olhar direcionado ao ambiente interno das organizações, avaliando-se todas as possibilidades a fim de compreender como aproveitar da melhor forma o conhecimento gerado internamente.

3 MÉTODO

A seguir apresenta-se o método utilizado no estudo a fim de alcançar os objetivos propostos, dividindo-se em cinco tópicos. Sendo que primeiro trata das estratégias de pesquisa e do método adotado. O segundo explica o modelo conceitual do estudo, deixando claro que teorias e autores foram utilizados como base para o planejamento e organização da pesquisa. O terceiro tópico expõe o objeto do estudo, apresentando de forma breve a caracterização da empresa pesquisada (considerou-se importante tal caracterização, para que se possa entender, de forma geral qual o contexto da pesquisa) e busca-se expor as características dos participantes quanto às variáveis pessoais e relativas ao trabalho. O quarto apresenta a técnica de coleta dos dados e o último tópico trata da técnica de análise dos dados utilizada no presente estudo.

Os procedimentos metodológicos auxiliam na organização e conferem credibilidade à pesquisa realizada. Segundo Bianchi, Alvarenga e Bianchi (2003) entende-se por método o caminho a ser seguido a fim de alcançar os objetivos. A definição do melhor método para um determinado estudo é influenciada pela natureza da pesquisa a ser realizada (AMARANTUNGA et al., 2002).