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Festa do milho crioulo

No documento Agrobiodiversidade e diversidade cultural (páginas 84-88)

O objetivo da festa foi de divulgar e mostrar o trabalho obtido. Esse era o momento de somar a produção com a transformação, com a cultura e com a festa que serviria de estímulo e auto-estima para continuarmos a lutar pela construção da soberania das famílias camponesas, bem como da sociedade brasileira.

I Festa Estadual do Milho Crioulo

Promovida pelo MPA, a I Festa Estadual do Milho Crioulo aconte- ceu no dia 20 de maio de 2000, em Anchieta (SC), e reuniu cerca de cinco mil pessoas, entre elas agricultores, autoridades, especialistas da área e o público em geral. O tema escolhido foi “Pela agroecologia, biodiversidade e autonomia dos pequenos agricultores” e o lema “A festa das sementes crioulas – a ordem e ninguém passar fome”.

A programação contou com comidas típicas, produtos a base de milho crioulo produzido pelos agricultores da região. Além de apresenta- ções culturais, como teatro, música e baile. Durante o evento foi ministra- da a palestra “Produção de sementes e desenvolvimento sustentável x Imperialismo e Transgênicos”, pelo assessor da Via Campesina, Frei Sér- gio Görguen, atualmente deputado Estadual do Rio Grande do Sul.

Município de Anchieta – Capital Catarinense do Milho Crioulo

Esse reconhecimento foi concedido pela Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina, articulado e coordenado pelo ex.deputado Esta- dual e ex. prefeito de Chapecó Pedro Uczai autor do projeto de lei, no ano de 2000. Diante disso foi realizado ato solene na Assembléia Legislativa que reconheceu esse trabalho da entidade e dos agricultores do Município. Nesse período já eram 03 anos de trabalho e já havíamos colhido bons resultados. O reconhecimento do nosso trabalho pela Assembléia Catarinense, fortaleceu e animou os agricultores, pois vencemos uma etapa, já que éramos considerados atrasados. Ganhamos uma placa com os se- guintes dizeres: “A Assembléia Legislativa de Santa Catarina, com base na lei nº. 11.455 de 19 de Junho de 2000, concede ao Município de Anchieta, capital catarinense do milho crioulo, sendo assinado pelos Deputados Volnei Morastoni Presidente da mesa e do autor do Projeto Lei”.

Grupo de mulheres que realiza trabalho

comumitário com plantas medicinais.

Continuamos o trabalho com as comunidades, organizando grupos, para produzir sementes e alimentos orgânicos. Como reconhecimento do trabalho coletivo surgiu a I Festa Estadual e Nacional do Milho Crioulo.

I Festa Nacional do Milho Crioulo - Fenamic

A primeira edição da Festa Nacional do Milho Crioulo teve um ca- ráter mais amplo de mostrou todas as experiências de sementes dos camponeses do Brasil. Foi realizada nos dias 05 e 06 de Abril de 2002. O encontro trazia a defesa “Agroecologia, biodiversidade e autonomia dos pequenos agricultores” – A Festa das Sementes Crioulas. No primeiro dia, o público pode conferir a palestra com o tema “Por um Projeto de Vida pelo Povo” de Ademar Bogo/MST. Também houve apresentações culturais, teatro, danças típicas (Alemã, Italiana e outras), isso no primeiro dia. Já no dia 06, foi realizado culto ecumênico, desfile cultural e divulga- ção de produtos e trajes típicos das regiões de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia, Mato Grosso, Espírito Santo, Piauí, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Bahia, e o Ceara. O evento contou com a presença de camponeses de todos esses estados.

II Festa Nacional do Milho Crioulo – I Encontro de Formação Cam- ponesa - I Feira de Sementes Crioulas

Realizada nos dias 21 a 25 de abril de 2003, em Anchieta/Santa Catarina, a II Festa Nacional das Sementes Crioulas – FENAMIC ga- nhou espaço e tornou um dos maiores eventos de agrobiodiversidade do Brasil. O evento buscava afirmar o projeto, tendo como tema “Pela agroecologia, biodiversidade e autonomia dos pequenos agricultores” e o lema “Sementes são patrimônio dos povos a serviço da humanidade”. O lema faz parte da Campanha Internacional de luta contra as empresas transnacionais, que Patenteiam sementes.

Todas as edições foram organizadas pela Via Campesina Brasileira - compõe o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Trabalhadores rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento das Mulheres Camponesas (MMC) e Comissão Pastoral da Terra (CPT), Sindicato

dos Trabalhadores Rurais de Anchieta (SIN- TRAF), Centro de Apoio ao Pequeno Agricul- tor (CAPA), Assessoria de técnicas Al- ternativas(AS-PTA) e pela Paróquia Santa Inês de Anchieta.

A proposta era mostrar o trabalho de res- gate de sementes crioulas realizado no sul do país. Entre os participantes, camponeses de to- dos os Estados, autoridades e personalidades de renome internacional como a especialista em agrobiodiversidade, Silvia Ribeiro; o especialis- ta na produção agroecológica, Miguel Altieri; o professor de geografia da USP, Ariovaldo Umbelino e outros que mostraram suas experi-

Plenária da Festa do Milho Crioula de Anchieta

ências nas áreas de pesquisa cientifica, junto a camponeses de todo o mundo.

Ao todo foram 60 estandes, com experiênci- as em sementes de várias espécies, agroecologia, alimentação e artesanato. Participaram 22 Esta- dos brasileiros e oito Paises Latino Americanos. O público atingido foi de 25.000 pessoas que parti- ciparam desde a formação camponesa (dois dias), com palestras sobre produção ecológica, situação política nas relações comerciais do mundo, de do- mínio capitalista. Também apresentações culturais e degustação de comidas típicas de todas as regi- ões do país.

Na ocasião foram distribuídas oito to- neladas de sementes adquiridas e doadas pela CONAB. Mas no total, contabilizando as trocas e a comercialização no evento, foi atingido um volume de aproximadamente 16 toneladas.

III Festa Nacional do Milho Crioulo – II Encontro de Formação Camponesa

Essa esta em andamento e acontecerá em abril de 2007, na cidade de Anchieta, Santa Catarina. A estimativa de público é de 30.000 partici- pantes entre a formação camponesa, a feira e a festa do milho crioulo. O tema será o da Campanha Internacional “Sementes são um Patrimônio dos Povos a Serviço da Humanidade”.

Apresentação da produção de sementes de pequenos produtores, na Festa do Milho Crioulo, em Anchieta.

No documento Agrobiodiversidade e diversidade cultural (páginas 84-88)