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3 3333 O MOVIMENTO FEMINISTA E O SUJEITO COLETIVO FEMINISTA

5 fff CONSIDERAÇÕES FINAIS

“Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever” (LISPECTOR, 1977, p. 75 ).

Difícil concluir esse trabalho. Como diria Guimarães Rosa (2001, p. 200), “contar é muito, muito dificultoso. Não pelos anos que já se passaram. Mas pela astúcia que têm certas coisas passadas de fazer balancê, de se remexerem nos lugares”. Todavia, é preciso fechar ciclos – aqui está o desfecho da minha relação de amor e solidariedade feminista para com as mulheres do Cariri, e de término dos percursos de pesquisa constituídos no doutoramento. Também está escrito meu espanto com a conformação de relações patriarcais de sexo tão desiguais e violentas. Enquanto escrevo essas considerações finais, um homossexual foi assassinado a facadas dentro de sua casa em virtude de sua performance de gênero, vista socialmente como feminina. No solo sagrado do Cariri é um pecado mortal nascer mulher, mas também é mortal ser identificado como uma.

Aqui, retomarei os objetivos, as questões formuladas e as principais sínteses constituídas a partir da metodologia feminista efetivada pelas militantes caririenses, que é avaliar os aprendizados individuais e coletivos envolvidos no processo, apontando propostas de encaminhamento das questões apresentadas. Este trabalho é um produto coletivo que intenta autopreservar a memória social das mulheres feministas sertanejas, mesmo sendo escrito por uma mulher com um ponto de vista situado – branca, acadêmica, bissexual, partidarizada e com raízes na periferia do semiárido nordestino.

A investigação partiu da observação das experiências cotidianas de violência e resistência das mulheres do Cariri cearense e objetivou apreender as particularidades de constituição do sujeito coletivo feminista a partir da experiência militante da Frente de Mulheres dos Movimentos Sociais.

Muito já se falou sobre o sertão, e talvez eu não apresente aqui nenhuma questão inédita; entretanto a experiência particular dessas mulheres que estão longe dos grandes centros urbanos e convivem com relações sociais de sexo, raça/etnia e classe, atravessadas pela regionalidade interna ao país – formadoras de desigualdades entre norte-nordeste e sul-sudeste, marcando a vida das mulheres, tem sido pouco analisada pelo feminismo hegemônico centrado no ponto de vista do sul-sudeste. Nisto, agencio imagens de um Nordeste anti-moderno que convive com as transformações contemporâneas do modo de produção capitalista que realoca indústrias dos

grandes centros urbanos para cidades do interior do semiárido nordestino, redesenhando as cartografias regionais e impactando na conformação do nó patriarcado-racismo-capitalismo.

Não é possível falar de um único Cariri, pois ele se conforma a partir de uma heterogeneidade de cidades, contextos geopolíticos, culturais e econômicos, não sendo, pois, um bloco estável. A identidade cultural do Cariri foi politicamente fabricada pelas elites locais, fundada em um discurso de integração e regionalismo que intenciona apagar os tensionamentos contidos entre as cidades que compõem a região. Quando, em 2009, o governo estadual, por meio de lei complementar, delimita a região metropolitana do Cariri, o faz com a responsabilidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. Esse projeto de desenvolvimento regional foi alavancado pela região deter bons indicadores socioeconômicos e potencial de se transformar em nicho produtivo para o capital a partir da chegada de indústrias e de políticas de investimento no turismo religioso, cultural e ecológico.

Região apreendida, assim, enquanto um espaço vivido por tratar-se de “uma porção territorial usufruída por um determinado grupo social, cuja permanência na área é suficiente para estabelecer usos e ocupação, costumes, especificidades da organização social, cultural e econômica” (RIBEIRO 1993, p. 214). O espaço do Cariri cearense socialmente produzido diferencia-se de outros espaços por apresentar aspectos resultantes de experiências vividas e historicamente produzidas pelos moradores da região, e também pelas classes dirigentes que se beneficiam com o discurso de regionalidade e integração cultural do Cariri.

Embora o Cariri seja um território heterogêneo, conformado por relações de ruralidade e urbanidade, ainda prevalecem os traços constitutivos da propriedade senhorial, do coronelismo, messianismo, cangaço, tradição e religiosidade, mesmo que estes convivam com novas relações de produção potenciadas pela chegada das indústrias e a interiorização das universidades, que ampliaram o setor de serviços e modificaram as relações sociais de sexo, raça/etnia e classe na região, imprimindo traços de urbanidade, modernidade e metropolização.

Para analisar essa experiência particular das mulheres caririenses, acionei as categorias de relações sociais de sexo, patriarcado e sujeito coletivo. Cabe aqui dizer que utilizei o conceito de imbricação das relações se sexo, raça/etnia e classe para analisar a realidade do Cariri cearense, considerando sua formação social e a heterogeneidade da região. Aqui, o nó patriarcado-racismo-capitalismo assume contornos diferenciados, aprofundando as explorações-dominações-apropriações de raça/etnia, classe e sexo. Também repercute em uma

região demarcada pela violência, silenciamento e apagamento das mulheres, com altos índices de violência e feminicídio, forte interdição à mobilidade e à participação política das mulheres, tutela e vigilância das corporalidades e vivências sexuais, assim como a precariedade das políticas públicas de proteção e atenção às mulheres.

Procurei, pois, situar na primeira parte do trabalho a constituição do sujeito coletivo e do sujeito coletivo feminista, tendo como ponto de partida a noção de classe social inspirada na tradição marxista, acrescida do ponto de vista situado da teoria feminista – especialmente da noção de sujeito em Beauvoir (2009), que a propõe como uma tentativa de negar a existência de um sujeito universal, masculino, branco e essencialista. Em Beauvoir o sujeito é determinado pelas relações sociais em que está inserido, e congrega em si a capacidade de transcendência a partir de um projeto de liberdade e autonomia; de forma que ao mobilizar a categoria do Outro para falar da situação da mulher, a autora alude acerca de um tipo específico de alteridade, a “alteridade absoluta”. A condição de subordinação da mulher é equivalente a outras situações de alteridade marcadas pela opressão: a dos negros, a dos povos colonizados, a do povo judeu e a do proletariado, que também são constituídos como Outros nas relações sociais, submetidos a condições de desigualdade, objetificados e alienados de sua subjetividade e interditados ao exercício substantivo da transcendência.

Contudo, há diferenças entre essas existências na alteridade. Em todas essas situações, a formação de coletividades opera no sentido de reforçar a agência desses sujeitos e dotá-los de condições de resistência à objetificação e à opressão; em todas, exceto na situação das mulheres, porque elas não formam uma coletividade, o que, para a feminista francesa, é a condição indispensável para superar a própria alienação e transcender a situação. Cabe ao indivíduo a sua identificação enquanto outro e o engajamento em um projeto coletivo de torna-se mulher, torna-se sujeito por meio da ação coletiva.

Como ponto de chegada, tentei descrever o fundo comum no qual se desenvolveram as particularidades da experiência militante das mulheres caririenses corporificadas na Frente de Mulheres dos Movimentos do Cariri. Uma experiência distante dos grandes centros urbanos e demarcada pelo patriarcado rural, propriedade senhorial e a tradição místico-religiosa, que impôs às mulheres, de forma individual e coletiva, a constante fabricação de resistências, enfrentamentos e estratégias de sobrevivência. A Frente se constituiu a partir do esgotamento da experiência da Marcha das Vadias, quando as mulheres começaram a problematizar as

estruturas que produziam uma região tão violenta para elas e a pensar em ações políticas sistemáticas para alcançar a emancipação das mulheres em coletivo.

As mulheres em movimento começam a reconhecer-se enquanto sujeitas estranhadas, despossuídas e apropriadas, além de construírem uma adesão - individual e coletiva - a um projeto de liberdade e autonomia feminista, caracterizado como anti-patriarcal, anticapitalista, antirracista, laico e suprapartidário. Tal projeto, ao meu ver, constitui um nós comum entre as mulheres caririenses, e estabelece em termos individuais e coletivos a formação de uma consciência de classe, uma consciência enquanto sujeito coletivo, que permite a autodesignação dessas mulheres enquanto feministas. Para Cisne (2014, p. 37),

[...] a identificação na outra de sua condição de mulher possui uma função fundamental para a formação da consciência, pois contribui diretamente para a desnaturalização da opressão feminina, além de fortalecer as mulheres individual e coletivamente (CISNE, 2014, p. 37).

A composição da Frente de Mulheres é extremamente heterogênea, agregando mulheres dos movimentos, associações e sindicatos de luta pela terra, de militância articulada às pastorais e às Comunidades Eclesiais de Base, professoras e estudantes universitárias, mulheres negras, de terreiro de axé, de partidos de esquerda, jovens, sem nenhuma filiação partidária, lésbicas, bissexuais e não-binárias. Essas mulheres foram paulatinamente estabelecendo uma resistência feminista que articula as relações sociais de sexo, raça/etnia e classe em uma perspectiva socialista que apreende que “[...] a classe, além de ter sexo, possui raça/etnia, e essas dimensões imprimem condicionalidades que estruturam de forma diferente as vivências das formas de exploração e opressão nesta sociedade” (CISNE; SANTOS, 2018, p. 123).

A Frente é entendida enquanto uma articulação feminista autônoma, mesmo que tenha em sua composição sindicatos e partidos políticos, que ocupa a esfera pública de forma coletiva, horizontalizada e autogestionada, com forte capacidade organizativa e legitimidade frente à sociedade e ao Estado. Ao meu ver, os processos organizativos da Frente de Mulheres são estruturados por intermédio da autodesignação enquanto feministas, da autotransformação de suas práticas cotidianas, da formação política e das ações coletivas. Um projeto individual e coletivo de apropriação de si e reconhecimento das outras para a conformação de um nós comum. Apesar de entenderem que o projeto de tornar-se mulher e feminista tem como sujeito histórico coletivo específico as mulheres, em sua multiplicidade e diversidade, não dispensam a participação masculina nas ações e formações políticas da Frente, pois para elas o feminismo

é um projeto societário que diz respeito à coletividade dos sujeitos sociais e autorrealização dos indivíduos como sujeitos da liberdade.

O tempo de escrita deste trabalho foi também de expansão das movimentações feministas no Brasil, intituladas de Primavera Feminista, com constituição de inúmeros coletivos, movimentos e grupos de pesquisa e extensão universitários feministas, debates no interior dos partidos de esquerda e do Estado sobre feminismo, gênero e políticas públicas para as mulheres, bem como o fortalecimento do ciberativismo e do artivismo feminista. Isso igualmente se expressou na particularidade do Cariri, com um forte protagonismo das mulheres nas ações de rua, ampliação dos coletivos de feministas jovens e popularização dos debates em torno dos feminismos. De outra parte, também foi um momento histórico de alargamento do conservadorismo no interior da sociedade brasileira, com expansão do fundamentalismo neopentecostal e de práticas sociais misóginas, racistas e LGBTQIAfóbicas. O Cariri também não ficou imune a esse processo que pressionou as mulheres da Frente, que estavam com inúmeras ações políticas a elaborarem estratégias de autocuidado, proteção e combate ao medo da violência. Aqui, reflexiono acerca da superexposição das mulheres da Frente e de como isso repercute nas suas vidas, especialmente na esfera privada, já que têm sua mobilidade afetada e precisam repensar os seus itinerários - individuais e coletivos - em uma região tão demarcada pela violência e o feminicídio.

Como diria Lispector (1977, p. 86): “Silêncio. O silêncio é tal que nem o pensamento pensa. [...] E agora – agora só me resta acender um cigarro e ir para casa. [...] Não esquecer que por enquanto é tempo de morangos. Sim”. Tudo também termina com um sim. Espero que as mulheres do Cariri continuem mapeando suas vivências, narrando suas histórias e produzindo fotografias das relações patriarcais de sexo e da resistência a elas no Cariri.

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