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4.2 Características estruturais do dossel forrageiro

4.2.6 Composição botânica e morfológica

4.2.7.3 Fibra Insolúvel em Detergente Neutro (FDN)

Houve efeito de resíduo (P=0,0071), altura do dossel (P=0,0103), época do ano (P=0,0001) e das interações resíduo x altura do dossel (P=0,0869), interceptação luminosa x altura do dossel (P=0,0001) e altura do dossel x época do ano (P=0,0201) durante a fase de rebrotação.

Os tratamentos de maior intensidade de pastejo (resíduo 30cm) apresentaram menores valores de FDN, gerados por uma diminuição desse valor nas avaliações de +40 cm. Para as avaliações de + 20 cm não houve diferença entre os valores de FDN associados aos diferentes resíduos (Tabela 58).

Tabela 58. Porcentagem de fibra insolúvel em detergente neutro na massa de forragem durante a rebrotação de capim-Mombaça com pastejos realizados a 30 e 50 cm de resíduo durante o período de janeiro de 2001 a fevereiro de 2002

Fase de Rebrotação

Resíduo (cm) +20 +40 Média

30 67,3 aA (0,24) 66,0 bB (0,24) 66,6 B (0,17)

50 67,6 aA (0,24) 67,3 aA (0,38) 67,5 A (0,22) Média 67,5 a (0,17) 66,7 b (0,22)

Médias na mesma coluna seguidas de mesma letra maiúscula não diferem entre si (P > 0,10) Médias na mesma linha seguidas de mesma letra minúscula não diferem entre si (P > 0,10) Valores entre parênteses indicam erro padrão da média

Nas avaliações de +20 cm na condição de 95% de IL durante a rebrotação, os valores de FDN foram menores que para os pastejos realizados a 100% IL (Tabela 59).

Já para as avaliações de +40 cm de rebrotamento ocorreu o contrário, isto é, maiores valores de FDN para pastejos mais frequentes (95% IL). Na média, os valores não diferiram entre as condições de 95 e 100 % IL.

Tabela 59. Porcentagem de fibra insolúvel em detergente neutro na massa de forragem durante a rebrotação de capim-Mombaça com pastejos realizados a 95 e 100 % de interceptação luminosa do dossel forrageiro durante o período de janeiro de 2001 a fevereiro de 2002

Fase de Rebrotação

Interceptação Luminosa (%) +20 +40 Média

95 66,8 bB (0,24) 67,5 aA (0,24) 67,2 A (0,17) 100 68,1 aA (0,24) 65,9 bB (0,38) 67,0 A (0,22)

Média 67,5 a (0,17) 66,7 b (0,22)

Médias na mesma coluna seguidas de mesma letra maiúscula não diferem entre si (P > 0,10) Médias na mesma linha seguidas de mesma letra minúscula não diferem entre si (P > 0,10) Valores entre parênteses indicam erro padrão da média

Tabela 60. Porcentagem de fibra insolúvel em detergente neutro na massa de forragem durante a rebrotação de capim-Mombaça submetido a combinações de intervalos entre pastejos (IL) e intensidades de pastejo (altura do resíduo) durante o período de janeiro de 2001 a fevereiro de 2002

Fase de Rebrotação

Época do ano +20 +40 Média

Verão 68,6 aA (0,27) 67,6 bA (0,27) 68,1 A (0,19) Outono/Inverno 65,4 aB (0,51) 66,1 aB (0,67) 65,8 C (0,42) Primavera Média 68,4 aA (0,27) 67,5 a (0,17) 66,3 bB (0,27) 66,7 b (0,22) 67,4 B (0,19)

Médias na mesma coluna seguidas de mesma letra maiúscula não diferem entre si (P > 0,10) Médias na mesma linha seguidas de mesma letra minúscula não diferem entre si (P > 0,10) Valores entre parênteses indicam erro padrão da média

Em relação à época do ano, os maiores valores de FDN foram encontrados durante o verão e os menores durante o outono/inverno. A interação altura do pasto x época do ano foi causada porque no outono/inverno o valor de FDN foi menor na

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avaliação de +20 cm do que na avaliação de +40 cm, diferentemente do que ocorreu durante a primavera e o verão (Tabela 60).

Durante o pré-pastejo houve efeito de interceptação luminosa (P=0,0090), estrato (P=0,0001), época do ano (P=0,0056) e das interações resíduo x estrato (P=0,0026), resíduo x época do ano (P=0,0058) e interceptação luminosa x época do ano (P=0,0980).

Não houve diferença entre os valores de FDN para as intensidades de pastejo impostas como tratamento (resíduos de 30 e 50 cm ) (Tabela 61). A média foi de 68,4%, sendo, no entanto, um valor bem menor do que os normalmente encontrados na literatura. Machado et al. (1998) também não encontraram efeito da altura de corte sobre os valores de FDN. Já Euclides (1999), estudando o consumo voluntário de três epécies de Panicum maximum sob pastejo, encontrou valores de 68,0, 69,2, 68,1% para Colonião, Tobiatã e Tanzânia, respectivamente, quantificando o FDN de extrusa ruminal, valores esses semelhantes ao deste experimento.

O estrato basal apresentou maior valor de FDN que o estrato superior para as duas intensidades de pastejo estudadas. Essa variação no valor de fibra é conseqüência da variação de estrutura ao longo do perfil vertical do dossel forrageiro. (Tabela 61).

Tabela 61. Porcentagem de fibra insolúvel em detergente neutro nos estratos basal e superior da massa de forragem em pré-pastejo de capim-Mombaça com pastejos realizados a 30 e 50 cm de resíduo durante o período de janeiro de 2001 a fevereiro de 2002

Estrato

Resíduo (cm) Basal Superior Média

30 71,1 aA (0,27) 66,1 bA (0,27) 68,6 A (0,19)

50 69,8 aB (0,27) 66,6 bA (0,27) 68,2 A (0,19) Média 70,5 a (0,19) 66,3 b (0,19)

Médias na mesma coluna seguidas de mesma letra maiúscula não diferem entre si (P > 0,10) Médias na mesma linha seguidas de mesma letra minúscula não diferem entre si (P > 0,10) Valores entre parênteses indicam erro padrão da média

Em relação à época do ano, os valores de FDN do verão foram cerca de 1 unidade percentual superiores às demais estações do ano (Tabela 62). Machado et al.

(1998) também encontraram valores de FDN inferiores no período de inverno comparativamente ao verão. Essa diferença pode ser gerada pela alta intensidade da atividade metabólica da planta durante o verão necessitando, assim, de um aumento de seus constituintes de parede celular para que não ocorra rompimento da célula devido a alta absorção de água. Já Braga (2001) encontrou valores semelhantes de FDN em relação às épocas do ano. A interação resíduo x época do ano ocorreu porque houve uma queda no valor de FDN na primavera para os tratamentos mais lenientes (resíduo de 50cm).

Tabela 62. Porcentagem de fibra insolúvel em detergente neutro na massa de forragem em pré-pastejo de capim-Mombaça com pastejos realizados a 30 e 50 cm de resíduo durante o período de janeiro de 2001 a fevereiro de 2002

Resíduo (cm)

Época do ano 30 50 Média

Verão 69,1 aA (0,32) 69,0 aA (0,32) 69,0 A (0,23) Outono/Inverno 67,9 aB (0,50) 68,5 aA (0,50) 68,2 B (0,35) Primavera Média 68,9 aAB (0,34) 68,6 a (0,19) 67,0 bB (0,34) 68,2 a (0,19) 68,0 B (0,24)

Médias na mesma coluna seguidas de mesma letra maiúscula não diferem entre si (P > 0,10) Médias na mesma linha seguidas de mesma letra minúscula não diferem entre si (P > 0,10) Valores entre parênteses indicam erro padrão da média

Os tratamentos de 95% IL geraram um menor valor de FDN quando comparados àqueles de 100 % IL (Tabela 63). A interação interceptação luminosa x época do ano foi provavelmente conseqüência da ausência de diferença entre os regimes de 95 e 100 % IL durante o verão, diferentemente do que ocorreu durante o outono/inverno e primavera, quando 100 % IL resultou em valores mais elevados de FDN que 95% IL. Corrêa et al. (1998), estudando os capins Mombaça e Tanzânia com corte aos 35 dias, encontraram 75 e 74,5% de FDN, respectivamente. Braga (2001) também não encontrou diferenças nos valores de FDN durante o período de verão ao aumentar o intervalo entre pastejos de 28 para 42 dias, porém a média de FDN encontrada por esse autor foi 75,3%, ou seja, 6

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unidades percentuais superior à média verificada neste experimento. Herling et al. (2000) encontraram decrécimos nos teores de FDN ao longo dos pastejos independentemente do período de descanso (28 e 35 dias) e da oferta de forragem (3,3; 4,1e 4,9%) estudados, e associaram esse decréscimo à diminuição do crescimento das plantas.

Tabela 63. Porcentagem de fibra insolúvel em detergente neutro na massa de forragem em pré-pastejo de capim-Mombaça com pastejos realizados a 95 e 100 % de interceptação luminosa do dossel forrageiro durante o período de janeiro de 2001 a fevereiro de 2002

Interceptação Luminosa (%)

Época do ano 95 100 Média

Verão 69,1 aA (0,32) 69,0 aA (0,32) 69,0 A (0,23) Outono/Inverno 67,5 bB (0,50) 68,8 aA (0,50) 68,2 B (0,35)

Primavera 67,4 bB (0,34) 68,6 aA (0,34) 68,0 B (0,24) Média 68,0 b (0,19) 68,8 a (0,19)

Médias na mesma coluna seguidas de mesma letra maiúscula não diferem entre si (P > 0,10) Médias na mesma linha seguidas de mesma letra minúscula não diferem entre si (P > 0,10) Valores entre parênteses indicam erro padrão da média

No período de outono/inverno houve efeito apenas de estrato (P=0,0001) e das interações interceptação luminosa x estrato (P=0,0258) e resíduo x estrato (P=0,0249). O estrato basal apresentou o maior teor de FDN (Tabela 64) refletindo a menor relação folha:haste encontrada nessa porção do dossel. O estrato superior acabou apresentando valor superior ao do estrato mediano devido à característica estrutural própria da pastagem nessa época reprodutiva, que fez com que no estrato superior a proporção de hastes florescidas fosse maior do que no estrato mediano (Tabela 48). A interação interceptação luminosa x estrato foi caracterizada porque o tratamento com 95% de IL apresentou valor de FDN maior do que os de 100 % IL para o estrato superior (Tabela 64).

Tabela 64. Porcentagem de fibra insolúvel em detergente neutro nos estratos basal, mediano e superior da massa de forragem em pré-pastejo de capim- Mombaça com pastejos realizados a 95 e 100 % de interceptação luminosa do dossel forrageiro durante o período de abril de 2001 a setembro de 2001

Interceptação Luminosa (%) Estrato 95 100 Média Basal 69,7 aA (0,72) 70,7 aA (0,72) 70,2 A (0,51) Mediano 65,3 aB (0,72) 66,8 aB (0,72) 66,1 C (0,51) Superior Média 68,7 bA (0,72) 67,9 a (0,41) 66,4 aB (0,72) 68,0 a (0,41) 67,6 B (0,51)

Médias na mesma coluna seguidas de mesma letra maiúscula não diferem entre si (P > 0,10) Médias na mesma linha seguidas de mesma letra minúscula não diferem entre si (P > 0,10) Valores entre parênteses indicam erro padrão da média

A interação resíduo x estrato foi caracterizada pela diminuição do valor de FDN para o resíduo 30 cm em relação ao resíduo 50 cm no estrato mediano (Tabela 65). Essa diminuição esteve mais associada provavelmente à idade da haste para esse estrato quando comparados os resíduos do que em termos de quantidade de haste, visto que em termos de proporção de hastes e hastes florescidas não houve efeito da interação estrato x resíduo.

Tabela 65. Porcentagem de fibra insolúvel em detergente neutro nos estratos basal, mediano e superior da massa de forragem em pré-pastejo de capim- Mombaça com pastejos realizados a 30 e 50 cm de resíduo durante o período de abril de 2001 a setembro de 2001 Resíduo (cm) Estrato 30 50 Média Basal 70,7 aA (0,72) 69,8 aA (0,72) 70,2 A (0,51) Mediano 65,0 bC (0,72) 67,1 aB (0,72) 66,1 C (0,51) Superior Média 68,5 aB (0,72) 68,1 a (0,42) 66,6 bB (0,72) 67,8 a (0,42) 67,6 B (0,51)

Médias na mesma coluna seguidas de mesma letra maiúscula não diferem entre si (P > 0,10) Médias na mesma linha seguidas de mesma letra minúscula não diferem entre si (P > 0,10) Valores entre parênteses indicam erro padrão da média

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