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FIBROMYOMÀS TOOLUÇÃO CENTRÍPETA

Processos operatórios applicaveis á extracção destes tumores pela vagina. .

Adoptando o termo evolução uterina centrípeta queremos designar todos os tumores pertencentes á categoria d'aquelles que podem ser accessiveis pela vagina, quando haja que intervir cirurgica- mente.

O que caractérisa essencialmente estes tumo- res é a sua tendência a desenvolverem-se para a cavidade uterina; este desenvolvimento pode ser completo ou incompleto, isto é, o tumor pode es- tar em relação com o utero só por um pedículo — ou então, toda ou parte da sua superficie estar inclusa no tecido da parede uterina, levantando a mucosa e exigindo, para a sua extirpação mano- bras d'enucleaçào ou d'exerése, destinadas a rom- per as suas relações com as partes visinhas.

D'aqui nascem muito naturalmente duas es- pécies de tumores:

Fibromyomas pediculados—(Polypos.) Fibro- my-ornas sesseis—quer sejam intersticiaes ou sub-

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Entre estas duas classes não ha um limite bem determinado, podendo haver typos intermé- dios para os quaes seja di ficil determinarmo-nos pela via por que devem ser tratados.

Entretanto parece estar demonstrado, pela estatística dos melhores operadores, que para a ablação dos fibromyomas, a via abdominal deve ser o methodo de necessidade; a via vaginal, como mais segura, deverá constituir o meio de escolha,

d'eleição.

Posto isto, passemos á discripção dos proces- sos empregados, para o tratamento cirúrgico das duas espécies de fibromyomas já mencionadas.

POLYPOS

Podemos, como faz Pozzi, dividir os polypos em três classes, segundo o grau da sua evolução:

intra uterinos—intermittentes—e utero-vaginaes. Os

primeiros são os fibromyomas já pediculados mas ainda dentro da cavidade uterina; os segundos são os que, na occasião das regras, passam o collo, para desapparecerem nos períodos inter-mens- ruaes; os terceiros são os que teem passado com- pletamente o collo do utero e apparecem na va- gina.

Ora todas as vezes que as perdas sanguíneas e as dores não sejam excessivas, convirá esperar que o polypo se desenvolva para a vagina, pois

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que a operação n'este caso é mais simples e me- nos grave.

Em todos os casos, porém, antes de intervir é necessário ter em consideração muitas disposi- ções importantes do tumor:

a) Do seu volume e forma. b) Da largura do pedículo.

c) Do logar d'implantaçao do pediculo. d) Do grau de dilatabilidade do collo. e) Do estado geral causado pelo polypo.

Para fazer a ablação d'uni tumor pela via vaginal é necessário que o seu volume não seja muito considerável, a fim de que a mão possa intro- duzir-se, contornando o polypo, e explorar o ponto d'implantaçao do pediculo para fazer o seu corte. Esta condição nem sempre é respeitada; ha uma variedade de tumores, enormespolypos, ou quando o collo uterino está apertado contra o tumor (for- ma d'ampulheta) em que é difficil vencer estes obstáculos. Tem-se imaginado n'estes casos vários meios conducentes a reduzir o volume do tumor- Mais tarde veremos quaes elles sejam.

Um outro obstáculo encontra-se ainda na não

dilatabilidade do collo, quando o polypo não é va-

ginal. E' conveniente n'este caso proceder á dila- tação do collo, por os variados processos que ha para esse fim, sangrentos ou não, lentos ou extem- porâneos.

Os polypos podem ulcerar-se, enflammara mu- cosa do canal genital e ser a causa de secreções

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fétidas que se accumulam nos fundos de sacco, atraz do tumor.

Os phenomenos de septicemia são frequen- tes, sendo prudente não operar n'estas condições deploráveis, para evitar a auto-innoculaçâo e seus accidentes consecutivos. Ha occasiões, porem, em que podemos ser forçados a operar quando estes phenomenos septicemicos de que acabamos de fal- lar, concomitantemente com hemorrhagias, forem importantes, tanto mais que as hemorrhagias repeti- das são a consequência d'absorpçao dos germens sépticos produzindo uma dyscrasia sanguínea pre- disponente para as perdas de sangue continuas.

De todos os tumores do utero, o polypo va- ginal é o mais fácil d'extrahir, especialmente se o pediculo se acha inserido sobre o collo ou sobre o segmento inferior. Vários processos teem sido em- pregados com successo, entre es quaes temos a mencionar como mais importantes os seguintes :

Esmagamento linear de Maisonneuve, pela

ansa galvânica, pelo esmagador Chassaignac.

Todos estes processos tem inconvenientes que facilmente se remedeiam fazendo uso do bisturi ou das thesouras. Effectivamente o verdadeiro proces- so cirúrgico para a extracção dos polypos consis- te na excisão por instrumentos cortantes.

A applicaçâo d'uraa pinça dentada curva, so- bre o pediculo e a excisão com o bisturi ou the- souras curvas, da parte sub-jacente á pinça, consti- tuem toda a operação.

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tá dentro do utero, convém dilatar o collo, pin- çar o polypo, trazel-o á vagina e separal-o do seu pedículo.

—Eis o modo de proceder—

Contornando o tumor com o dedo chegamos á sua inserção; se fica muito acima trazemol-o a

baixo por meio de pinças de garras.

E' prudente não praticar tracções muito ener-

.gicas, porque poderiam produzir uma inversão do utero. Se o pedículo é accessivel, se não é muito volumoso, corta-se tão cerce quanto possível com

thesouras guiadas pelo dedo que ao mesmo tempo

protege a parede uterina.

D'outro modo será melhor praticar a fragmen- tação, isto é dividir o tumor com as thesou- ras, como se faz para a embryotomia. A hemor-

rhagia n'estes casos é insignificante e fácil de com- bater com irrigação d'agua bem quente.

Escusado será dizer que é indispensável guar- dar todos os preceitos da rigorosa antisepsia.

Faremos, com alguns dias d'antecedencia, ir- rigações com sublimado ou bi-iodeto de mercúrio a Viooo e tampon de gaze iodoformada.

Em seguida á operação faremos uma irriga- ção abundante com uma sonda intra-uterina (Do- leris), encheremos toda a cavidade com gaze iodo- formada e outro tampon vaginal.

Se não houver movimento febril, o penso conservar-se-ha muitos dias; no caso contrario re- novaremos o curativo depois de nova irrigação

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FIBROMYOMAS SESSEIS

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