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FIGURA 2: TAXA DE DESMATAMEnTO nA REGIãO AMAzônICA DE ACORDO COM PRODES E SIMULAçãO DE TAXAS FUTURAS

30.000 25.000 20.000 15.000 10.000 5.000 0 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Km2 / ano Simulação de taxas de desenvolvimento futuras

Medida 1996 - 2005

Dados Prodes Metas quinquenais

80,5%

42%

42% 42%

DESMATAMENTO

2020 (ha) EMISSÕES GEE/ha(tC/ha) EQUIVALÊNCIAFATOR TOTAL DE EMISSÕESPROJETADAS (tCO2e)

1.953.500 132,3 44/14 947.642.850 1. DESMATAMENTO 2020 (ha) 2. EMISSÕES GEE/ha 3. (tC/ha) 4. FATOR

EQUIVALÊNCIA 5. TOTAL DE EMISSÕESPROJETADAS (tCO2e)

6. 1.570.000 7. 56,1 8. 44/12 9. 322.949.000

Os planos para redução do desmatamento relativos aos demais biomas também estão em processo de discussão e desenvolvimento. Ao lado, o quadro síntese das emissões totais estimadas de GEE para 2020 por mudança do uso da terra, por bioma:

3.3.

FUNDOS PÚBLICOS

Quanto a instrumentos econômicos é importante ressaltar que dentre os previstos na PnMC especíicos para Mudança do Clima, o Fundo nacional sobre Mudança do Clima (FnMC) encontra-se em estágio mais avançado. O FnMC foi criado pela lei nº 12.114, de dezembro de 2009 e tem natureza contábil, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, com a inalidade de assegurar recursos para apoio a projetos, estudos e inanciamento de empreendimentos que objetivem a mitigação e a adaptação às mudanças do clima e aos seus efeitos. É o primeiro mecanismo a utilizar recursos provenientes da exploração de petróleo no combate à mudança do clima.

Avanço relevante, é a primeira regulamentação da lei que criou o FnMC por meio do decreto nº 7.343, de 26 de outubro de 2010. O FnMC é um importante instrumento da PnMC, que poderá aumentar as oportunidades e promover as ações

nacionais na área climática. A regulamentação do FnMC vem acompanhada da instituição de um Comitê Gestor, icando o BnDES como agente inanceiro no que se refere aos recursos reembolsáveis. Em 2011 o Comitê Gestor aprovou os primeiros projetos para inanciamento do FnMC.

Embora não esteja listado expressamente como um instrumento da PnMC, deve-se citar que o Brasil também conta com o Fundo Amazônia. É um mecanismo contábil de natureza inanceira, não incluído no orçamento da União. Foi criado pelo decreto 6.527/2008 e é gerido pelo BnDES. O fundo capta doações para investimentos não reembolsáveis, com o objetivo de promover projetos para a prevenção e controle do desmatamento e para a conservação e o uso sustentável das lorestas no bioma amazônico, incluindo o

desenvolvimento cientíico e tecnológico, a modernização e eiciência institucional.

3.4.

PSA E REDD+

no Brasil, ainda que já haja projetos de lei tramitando no congresso com o intuito de estabelecer uma política federal de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), não existe uma lei nacional com esse im. Por outro lado, vários estados têm adotado leis que preveem PSA. O que se observa é uma grande variedade de arranjos políticos e institucionais acerca do tema, uma vez que, dentre as iniciativas que englobam PSA existentes no Brasil, se encontram algumas que são especíicas sobre o tema, enquanto outras que são leis estaduais de mudança do clima que instituem programas de PSA.

Dentre os arranjos de PSA existentes no Brasil, há predominância de modelos baseados sobretudo no papel de órgãos públicos, com exceção de Acre e Amazonas, que criam um arcabouço jurídico para a participação de instituições privadas para gestão e captação de recursos para os programas de PSA. Tais arranjos têm como fonte de recursos, o orçamento público e fundos estaduais, mas também preveem outras fontes, tais como doações nacionais e internacionais. Tais leis estabelecem regras para apoiar serviços ambientais de formas ampla, contendo, em alguns casos, direcionamentos especiais para serviços que envolvem sequestro ou conservação do estoque de carbono.

Em relação à Redd+ também existem projetos de lei tramitando no congresso com o intuito de estabelecer uma política federal. Por outro lado, existem legislações estaduais com

TABELA 4: BIOMAS

FONtE: DECREtO pRESIDENCIAL Nº 7.390, DE 9 DE DEzEMBRO DE 2010, quE REGuLAMENtA OS ARtIGOS 6ª, 11ª E 12ª DA LEI 12.187/2009. BIOMAS AMAZÔNIA (milhões tCO2e) CERRADO (milhões tCO2e) MATA ATLÂNTICA, CAATINGA E PANTANAL (milhões tCO2e) AMAZÔNIA (milhões tCO2e) Emissões estimadas 947,64 322,95 132,91 1.403,50

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www.fgv.br/ces/epc esse im, mas, como no caso de PSA, destaca-

se a ausência de um marco legal federal. A lei federal é relevante para trazer segurança jurídica para a diversidade de iniciativas subnacionais em curso, estabelecendo uma estrutura base para orientar e contemplá-las. Assim, como apresentado, tanto para PSA como para Redd+, existem projetos de lei em trâmite no Congresso nacional com o im de instituir leis federais sobre os dois temas.

3.5.

CÓDIGO FLORESTAL

O Código Florestal é a lei federal que deine as Áreas de Preservação Permanente (APPs), a Amazônia Legal, os direitos de propriedade e restrições de uso de áreas de lorestas em cada região (e.g. área de Reserva Legal em propriedades privadas) e, também, os critérios para supressão e exploração da vegetação nativa. É ele o principal documento que versa sobre as questões de ordem lorestal no Brasil. Desde maio de 2012, está em vigor uma

Medida Provisória (MP) que institui diversas novas medidas em relação ao Código Florestal antigo. Ainda que a vigência de tal código tenha dado início na data de sua publicação, destaca- se que ela tem prazo de vigência de 60 dias, prorrogáveis por igual período. Logo, o novo Código Florestal é um instrumento legal que não virou uma lei propriamente dita e, para que tenha eicácia deinitiva, ele deve ser aprovado pelo Congresso nacional e sancionado pelo Presidente da República.

nesse sentido, as alterações que estão propostas no novo documento não serão exploradas em detalhe nesse trabalho. Por hora o que se vê é que o texto proposto altera signiicativamente a legislação lorestal e reduz parte das obrigações de proteção e recomposição das matas brasileiras, o que, por sua vez, pode incentivar o desmatamento e desestimular a recomposição lorestal. Esses fatores têm o potencial de um possível incremento de emissões de GEE e redução dos

estoques potenciais e existentes de carbono. Por outro lado, todo o debate e revisão da legislação lorestal pode ser uma oportunidade para aperfeiçoar os instrumentos econômicos já existentes para incentivar e apoiar a implementação efetiva da legislação lorestal.

3.6.

LEI DE GESTÃO DE FLORESTAS

PÚBLICAS

A Lei de Gestão de Florestas Públicas estabelece que a gestão das lorestas públicas se dará, entre outras lorestas, nas Unidades de Conservação de Uso Sustentável, as quais, por sua vez, dividem-se em dois tipos nessa lei, cada qual com características particulares: “unidades de proteção integral”, com

objetivo primordial de conservação lorestal e sendo permitido apenas o uso indireto de seus recursos naturais; e “unidades de uso sustentável”, cujo objetivo é compatibilizar o uso sustentável dos recursos naturais das lorestas com sua conservação, de forma a

buscar alinhamento entre ativos ambientais e viabilidade econômica de projetos sustentáveis. Além disso, segundo essa lei, as Área de Preservação Permanente não são consideradas para a realização de manejo lorestal

sustentável.

Essa lei ainda prevê a criação de reservas extrativistas, reservas de desenvolvimento sustentável, concessão de uso, dentre outras, para populações tradicionais que utilizam recursos naturais de lorestas públicas, quando houver concessões lorestais onerosas. Instituiu- se, ainda, com esse diploma, dentro da estrutura do Ministério do Meio Ambiente, o Sistema Florestal Brasileiro (SFB) e também o Fundo nacional de Desenvolvimento Florestas (FnDF), além de modiicar partes de outras leis. Embora a referida lei proteja estoques de carbono lorestais relevantes, não há previsão de um incentivo econômico para remunerar serviços ecossistêmicos relacionados a remoção e estoque de carbono pelas lorestas.

P R O P O S TA S

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