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40 Figura 11 – Interior do Espaço das Idades na Covilhã

Fonte: Blog do Espaço das Idades

3.2.2 Análise dos resultados

A recolha destes dados permitiu a melhor compreensão dos problemas, necessidades e preferências deste público. Os dados recolhidos, foram analisados e resumidos, uma vez que se trata de uma entrevista com guião livre.

Quanto às características físicas, 10 das 15 mulheres sofriam de problemas relacionados com os membros inferiores, tendo 6 destas afirmado ter sido operadas. As articulações foram mencionadas, não só os joelhos mas também as articulações dos braços se mostraram problemáticas, dificultando a rotação. Relativamente às alterações associadas ao envelhecimento, as 15 mulheres mencionaram a diminuição da estatura e o aumento dos perímetros da zona abdominal e das ancas, consequência do aumento de peso.

Em resposta à questão relacionada com as tipologias de vestuário mais utilizadas, as respostas mais repetidas foram: partes de cima, camisolas, 11 mulheres, cardigans, 8 mulheres, camisas, 6 mulheres; partes de baixo, saia, 6 mulheres, calças 11 mulheres, neste caso, as mulheres disseram que a escolha dependia da actividade e/ou estação. Relativamente às silhuetas, a preferência recaiu sobre as silhuetas naturais, que descrevem como: “nem cintado nem largo” ou “sem se notarem as formas”, tendo sido a opção escolhida pelas 15 mulheres. Durante a entrevista foi destacada a importância de “cair bem”, por 2 mulheres. Estas idosas vestem-se por camadas, 8 das mulheres envergavam camisolas interiores, embora acrescentem que não podem vestir muita roupa uma vez que lhes dificulta os movimentos. Quanto aos cuidados a ter com o vestuário preferem roupa de baixa manutenção, algo que baste “lavar e vestir”, foi a opção escolhida pelas 15 das mulheres. Relativamente à roupa que adquirem nas lojas de pronto-a-vestir, 7 mulheres afirmaram que é muito comprida. O orçamento que destinam ao vestuário é pouco, segundo 10 das entrevistadas. Estas procuram vestuário “a preços acessíveis” e “peças bonitas por pouco dinheiro” sendo as lojas chinesas e indianas locais de compra habituais.

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3.2.3 Centro de assistência paroquial de Carvide

O segundo local seleccionado para a realização das entrevistas exploratórias foi o Centro de assistência paroquial de Carvide (Figura 12). A investigadora dirigiu-se ao local, no dia 1 de Outubro de 2012, com o objectivo de realizar as entrevistas, foi possível, graças à generosidade das funcionárias, realizar a mesma a uma amostra de 30 mulheres com mais de 65 anos. Procedeu-se à explicação dos objectivos do projecto, tendo de seguida sido realizadas as entrevistas.

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Figura 12 – Exterior do Centro de assistência paroquial de Carvide Fonte: Blog do Centro de assistência paroquial de Carvide

3.2.4 Análise dos resultados

A recolha destes dados permitiu a melhor compreensão dos problemas, necessidades e preferências deste público. Os dados recolhidos, foram analisados e resumidos, uma vez que se trata de uma entrevista com guião livre.

Quanto às características físicas, 23 mulheres sofriam de problemas relacionados com os membros inferiores, tendo sido apontadas como zonas problemáticas as pernas, joelhos e pés, sendo que mais uma vez, várias mulheres afirmaram ter sido operadas anteriormente. Os membros superiores mostraram-se problemáticos, não tendo, contudo, sido apontados tantas vezes quanto os inferiores, mas ainda assim, mencionados por 11 das inquiridas, sendo que o problema mais repetido no que diz respeito aos braços, é a sua rotação. Relativamente às alterações associadas ao envelhecimento, as 27 mulheres mencionaram a diminuição da estatura e oscilações de peso, 7 mulheres notaram um aumento da largura do tronco e 3 do volume das nádegas.

As tipologias de vestuário mais mencionadas foram: partes de cima, camisolas por 24 mulheres, camisas por 11 das mulheres, cardigans por 10 mulheres; partes de baixo, as calças são utilizadas por 19 das inquiridas e as saias por 13. Relativamente às silhuetas, a escolha recai sobre as silhuetas naturais que descrevem como “intermédia, nem cintada nem larga”

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ou “à medida do corpo”, mas uma das senhoras declarou que gostava de “andar à moda”. Vestem-se por camadas, tendo as camisolas interiores sido mencionadas por 7 das senhoras. Preferem roupa de fácil limpeza, “fácil e rápido”. Quanto ao orçamento que destinam ao vestuário, é pouco ou nenhum, uma vez que acumularam “muita roupa ao longo da vida” e que a roupa de antigamente “dura muito tempo” e, por isso, não sentem necessidade de adquirir nova.

3.2.5 Análise comparativa e discussão dos resultados

Em ambas as localizações, relativamente a tipologias de vestuário, as mulheres afirmaram vestir: para partes de cima, camisolas, camisas e cardigans; para partes de baixo, calças e saias. Relativamente a silhuetas, a preferência vai para silhuetas naturais “nem cintado nem largo” ou “à medida do corpo”. A forma de vestir é por camadas, sendo que as mulheres mencionaram utilizar camisola interior, embora demasiadas peças possam agravar a dificuldade de realizar movimentos, já por si difícil devido à diminuição da amplitude dos membros.

Quanto aos requisitos das peças, em ambas as localizações, foi mencionada a necessidade do vestuário ser de baixa manutenção, ou seja, “lavar e secar”, como mencionaram algumas mulheres, estão assim excluídos materiais que necessitem de ser limpos a seco ou de lavagem manual. É importante ter atenção aos aviamentos, aberturas e construção das partes de baixo, uma vez que as entrevistadas, mencionaram ter sido operadas aos membros inferiores. Em menor quantidade, mas ainda assim mencionados na segunda localização, foram problemas a nível da rotação dos braços. Quanto aos requisitos extrínsecos às peças, o factor preço é relevante, bem como a qualidade ligada à duração das mesmas.

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3.3 Levantamento antropométrico

De forma a compreender as razões da insatisfação das mulheres com mais de 55 anos, relativamente ao vestuário adquirido nas lojas de pronto-a-vestir, foi realizado um levantamento antropométrico, para melhor perceber as diferenças entre os corpos envelhecidos e os tamanhos disponíveis nas lojas.

O levantamento antropométrico foi realizado no Centro de Saúde da Venda Nova, em Lisboa, a 51 mulheres com mais de 65 anos. As medições foram feitas manualmente e baseadas na Norma prNP 4270:1993, por uma profissional com conhecimentos de modelagem.

Os resultados das medições realizadas são apresentados no Anexo II, que se basearam em sete medidas do corpo humano: os perímetros do peito, cintura, anca, coxa e braço e altura de tronco e pernas.

Figura 13 – Medição da altura exterior da perna e altura do tronco Fonte: ISO 8559 (1989)

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