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ÁREA DE PROJETO E O CURRÍCULO DO ENSINO SECUNDÁRIO “Currículo nacional: conjunto de aprendizagens a

2.2. Finalidades e competências da Área de Projeto

Segundo as orientações do Ministério da Educação40, AP privilegia “aprendizagens essenciais que se pretende que todos os alunos do ensino secundário

desenvolvam no âmbito destas componentes de formação e que se encontram enquadradas por grandes finalidades a atingir e por competências a desenvolver no domínio da educação/formação prescritas para o ensino secundário.” Quanto às

grandes finalidades desta área curricular não disciplinar, destacam-se41:

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Orientações do Ministério da Educação para a Área de Projeto dos Cursos Científico-Humanísticos e o Projeto Tecnológico dos Cursos Tecnológicos, p.8. Disponível online em:

[ http://sitio.dgidc.min-edu.pt/secundario/Documents/AP_PT_Homolog.pdf] (consultado em 10.08.2011).

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45 - a realização de projetos concretos (entendendo-se por projeto uma forma de trabalho cooperativo e interdisciplinar), por parte dos alunos, numa perspetiva integradora do saber;

- a promoção da orientação escolar e profissional do aluno, preparando-o para o prosseguimento de estudos e/ou facilitando a sua inserção no mercado de trabalho; - o desenvolvimento da responsabilidade de cada aluno nos processos de mudança pessoal (projetos de vida) e social;

- a valorização de uma metodologia de trabalho prática inter e transdisciplinar, que ajude os aluno a desenvolver todas as suas faculdades;

- o estímulo ao desenvolvimento de uma cultura de avaliação e aperfeiçoamento contínuos;

- a valorização do debate intelectual como meio adequado à resolução de problemas, esclarecimento de dúvidas, confrontação de ideias e apresentação de críticas.

Ainda segundo a tutela, todas estas finalidades visam o desenvolvimento de um conjunto de competências que fazem parte integrante da formação do aluno.

Relativamente às competências, estas organizam-se, fundamentalmente, em torno de dois grandes eixos estruturantes que são o da gestão da informação e o do trabalho em equipa. No entanto, pode-se ainda destacar42:

- a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC);

- a conceção e desenvolvimento de projetos concretos relacionados com a(s) área(s) de interesse vocacional e pessoal;

- a utilização de metodologias de trabalho de projeto (levantamento de hipóteses, investigação, recolha, seleção, análise e debate de dados e informações);

- a pesquisa de forma autónoma e a utilização de critérios de qualidade na seleção da informação;

- o desenvolvimento de projetos em grupo, cooperando com os outros e responsabilizando-se, individualmente, pelas tarefas que lhe são atribuídas.

Desta forma, em AP o aluno torna-se membro ativo da construção do seu próprio conhecimento, pois terá que refletir, questionar o quotidiano e o saber estabelecido, colocar hipóteses, debater ideias, construir estratégias e apresentar possíveis soluções para os problemas detetados.

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46 2.3. Papel do professor da Área de Projeto

Segundo as já citadas orientações,43 “a AP é um vetor de integração curricular ao articular o projeto educativo da escola com o conjunto das aprendizagens essenciais previstas no plano de estudo de cada curso científico-humanístico”. É neste contexto de

integração e articulação que se insere AP, marcada pela presença de um professor responsável pela coordenação e mediação dos projetos. Por outro lado, cabe ao professor orientar o aluno durante todo o desenvolvimento do projeto, por exemplo, promover nos alunos hábitos de trabalho autónomo e em grupo, bem como a gestão do tempo. Para além do professor responsável, a AP implica o envolvimento/ participação ativa, cooperante do diretor de turma e dos professores que integram o Conselho de Turma e de outros recursos humanos da escola e da comunidade. Citando o referido documento44: “Os professores responsáveis pela Área de Projeto em cada turma

deverão articular o seu trabalho com os outros professores, bem como com especialistas do meio onde a escola está inserida, identificando saídas profissionais associadas aos projetos desenvolvidos pelos alunos e estabelecendo relações com a comunidade – empresas, instituições – que permitam aprofundar e sustentar as opções escolares e profissionais dos alunos”.

O professor de AP deverá ainda45 “informar o conselho de turma sobre os

projetos escolhidos pelos diferentes grupos de trabalho, solicitar o apoio específico dos restantes professores de turma, nas suas disciplinas ou valências de modo que estes projetos se articulem e integrem o plano anual de trabalho de turma”.

Ainda de acordo com as referidas orientações, um professor de AP deve possuir experiência no ensino secundário, preferencialmente no curso Científico-Humanístico em causa. Por outro lado, deverá ter competências na área do trabalho de projeto, bem como conhecimento adequado do meio cultural, social e económico em que a escola se enquadra.

A concretização do projeto promoverá relações com o meio exterior à escola (autarquias, instituições de solidariedade social, empresas, órgãos de poder local e poder central…). Desta forma, também se aconselha que o professor de AP seja próximo dos Encarregados de Educação (EE), no sentido de os informar com regularidade, assim como ao Conselho de Turma, dos trabalhos que os alunos estão a desenvolver, pois

43 Idem, ibidem, p.7. 44 Idem, ibidem, p.14. 45 Idem

47 também eles poderão constituir-se como recursos importantes no desenvolvimento dos projetos.

O papel do professor deverá ser tão incidente na dinâmica relacional como nos conteúdos. Assim, caberá ao professor estar atento às necessidades e problemas de cada pequeno grupo, dinamizando possíveis trocas intergrupos. A orientação deverá ser definida de acordo com a especificidade do projeto e as caraterísticas do grupo, segundo registos, diários ou outras modalidades a combinar. O exercício da pedagogia do projeto faz o professor desempenhar determinadas funções e papéis na turma, introduzindo radicais mudanças nas tradicionais relações professor/aluno.