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Fintechs de previdência privada devem crescer com pandemia

FOLHA DE S. PAULO / SP - STARTUPS - pág.: A26. Qua, 7 de Abril de 2021 SEGURIDADE SOCIAL

Isabela Bolzani são paulo

A maior digitalização do sistema financeiro trazida pela pandemia de coronavírus e a adesão ainda baixa a planos de previdência complementar tendem a impulsionar a chegada das chamadas prevtechs - fintechs voltadas para a previdência privada. Como toda fintech, a expectativa é que essas iniciativas ganhem espaço ao atenderem lacunas específicas que muitas vezes são deixadas de lado pelas companhias mais tradicionais.

Segundo Antonio Rocha, presidente da Onze, gestora de investimentos focada em fundos de previdência privada, além do maior foco no digital impulsionado pela atual conjuntura, as mudanças trazidas pela r e f o r m a d a P r e v i d ê n c i a e m 2 0 1 9 e a m a i o r preocupação de pessoas com a formação de uma reserva de capital também abriram espaço para o surgimento de iniciativas mais focadas no setor. "Esse é um ciclo relativamente novo, mas que tem um foco importante tanto na gestão do capital como na disseminação da educação financeira e do conceito de previdência privada. Além disso, a pegada é trazer taxas menores e melhores fundos de previdência para o mercado", afirmou Rocha.

Para o presidente da Abrapp (Associação Brasileira d a s E n t i d a d e s F e c h a d a s d e P r e v i d ê n c i a

Complementar), Luís Ricardo Martins, apesar de a

reinvenção do setor para um ambiente mais tecnológico exigir grandes doses de planejamento e investimentos, o movimento já começou e tende a se intensificar ao longo dos próximos anos.

"Já vemos a população querendo se planejar para o futuro, buscando taxas menores, consultores nas estratégias de investimentos de previdência. Esse é o caminho no qual a gente vem trabalhando", afirmou. As discussões acerca de taxas mais acessíveis e um leque mais amplo de opções, no entanto, não são de hoje. Mesmo entre empresas mais tradicionais são raras as que impõem taxas de carregamento (que i n c i d e m s o b r e o i n v e s t i m e n t o e m m o m e n t o s e s p e c í f i c o s ) .

Os últimos dados da associação apontam que os

ativos dos fundos de pensão ultrapassaram a marca de R$ 1 trilhão em novembro do ano passado, representado cerca de 13,7% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.

As carteiras dos fundos de pensão também tiveram o melhor retorno anual, alcançando a rentabilidade de 4,51% no mês. Além disso, as entidades fechadas de

previdência complementar -denominação oficial dos

fundos de pensão- tiveram o maior superávit desde 2015, com R$ 26,6 bilhões.

O crescente interesse dos brasileiros em poupar e investir também acaba refletindo nos planos para a p o s e n t a d o r i a f u t u r a e , c o n s e q u e n t e m e n t e , esquentam o mercado de fintechs para o segmento. De acordo com o diretor da ABFintechs (Associação Brasileira de Fintechs), Renan Schaefer, apesar de o conceito de prevtech ser relativamente novo, já há diversas fintechs que englobam a previdência

complementar em suas atuações.

"Temos diversas startups financeiras que abrangem o tema, mas como ainda existe uma complexidade e um desconhecimento considerável pelo assunto, a tendência é que fintechs cada vez mais nichadas apareçam para preencher essas lacunas."

"Esse movimento acaba sendo positivo. Muitas fintechs nascem e crescem dentro de segmentos específicos exatamente porque conseguem atender uma dor muito pontual do sistema financeiro. E há bastante espaço para concorrência", completou Schaefer.

O movimento, segundo os executivos do setor, tende a crescer tanto do lado da previdência aberta (planos voltados para qualquer pessoa que esteja interessada) quanto para a previdência fechada (os fundos de pensão, criados exclusivamente para funcionários de uma empresa ou de uma categoria específica). Dados da Susep (Superintendência de Seguros Privados) apontam que o segmento de previdência registrou mais de 32 milhões de participantes em janeiro de 2021 -um aumento de 12,2% em relação a igual mês de 2020.

FOLHA DE S. PAULO / SP - STARTUPS - pág.: A26. Qua, 7 de Abril de 2021 SEGURIDADE SOCIAL Fena-Previ (Federação Nacional de Previdência

Privada e Vida), o segmento de previdência já demonstrou avanços importantes na agenda de inovação tecnológica, mas ainda tem espaço para avançar.

"O Brasil já deu um salto significativo no que diz respeito à previdência e seguro de vida, mas ainda é um mercado em expansão. Passar pela reforma [da Previdência] foi um passo importante e certamente isso impulsionará o mercado. Tudo é bem-vindo desde que passe pelo crivo dos supervisores e reguladores do mercado", afirmou de Paula.

Muitas fintechs nascem e crescem dentro de s e g m e n t o s e s p e c í f i c o s e x a t a m e n t e p o r q u e conseguem atender uma dor muito pontual do sistema financeiro. E há bastante espaço para concorrência Renan

Schaefer

diretor da Associação Brasileira de Fintechs

Startup inicia nova produção de vacinas contra Covid- 19

Câmara de descontaminação, pessoal com roupas impermeáveis e sala com atmosfera controlada, toda precaução é pouca para os funcionários do laboratório BioNTech que começaram a produzir a vacina contra a Covid-19 em uma nova fábrica na Alemanha.

Visto de fora, o edifício nos arredores de Marburg parece insignificante. Tudo muda assim que se entra na fábrica , da qual deve sair um bilhão de doses por ano. É a segunda fábrica europeia a produzir a vacina desenvolvida pela BioNTech com a sua parceira Pfizer.

Desde que recebeu autorização da Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) na semana passada, a produção funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana.

As primeiras doses fabricadas em Marburg por 400 funcionários deverão ser distribuídas no início de abril. A BioNTech anunciou que pretende produzir neste ano até 2,5 bilhões de doses da vacina, ou seja, 25% a mais do que o planejado originalmente. Junto com a e m p r e s a a m e r i c a n a M o d e r n a , a a l i a n ç a Tizer/BioNTech foi a primeira a lançar uma vacina, usando o procedimento pioneiro de RN A mensageiro. Para Marburg, hospedar a fábrica da empresa alemã faz parte de uma longa história de inovação médica,

lançada em 1890 pelo primeiro prêmio Nobel de Medicina, Emil von Behring, que desenvolveu a vacina contra difteria nessa cidade.

A fábrica da startup fundada pelo casal Õzlem Türeci e Ugur Sahin está localizada nas instalações da antiga empresa farmacêutica Berhingwerke, produtora de vacinas. A BioNTech comprou o local no verão passado do grupo farmacêutico suíço Novartis. Site:

https://acervo.folha.com.br/digital/leitor.do?numero=494 89

Imunização tem de ser prioridade para o

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