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Fluxo de caixa da cultura da laranja

3 METODOLOGIA

3.4 Modelo empírico

3.4.1 Fluxo de caixa da cultura da laranja

A estrutura do fluxo de caixa da atividade detalhada no ANEXO A está baseada em dados da safra 2008/09 e segue uma estrutura de custo da cultura da laranja para processamento industrial cedida pela ASSOCITRUS4.

A análise da atividade engloba atividades desde a formação do pomar até o fim do ciclo de vida da cultura. Nessa análise constam dados sobre os custos envolvidos no processo de produção como: quantidades de máquinas necessárias em todo o processo definido em número de horas máquina necessárias, gasto com mão-de-obra, impostos, óleo diesel, energia elétrica, despesas administrativas, equipamentos, benfeitorias, e coeficientes técnicos com relação à produtividade do pomar em função da idade das plantas, dentre outros.

A descrição das contas do Fluxo de Caixa da cultura da laranja para um ano qualquer está detalhada no Quadro 1. Observa-se que existem várias contas relacionando custos e receitas envolvidos na atividade.

Os componentes do fluxo de caixa que apresentam maior variabilidade (risco) são os associados aos preços dos insumos (fertilizantes e defensivos), do lado dos custos; preço da laranja com venda destinada para a indústria e produtividade da laranja, do lado da receita. Esses componentes do fluxo de caixa da atividade podem afetar a rentabilidade da cultura ao longo do tempo e ainda sofrem influência de variações em variáveis como a taxa de câmbio e preço externo do suco de laranja concentrado congelado. Embora a taxa de câmbio e o preço do suco não estejam relacionados nas contas do fluxo de caixa da atividade, ou seja, não há uma equação contábil relacionando custos e receitas da atividade com o preço do suco e a taxa de câmbio, há

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ASSOCITRUS. Estrutura de custo da cultura da laranja para processamento industrial. Disponível em: <http://www.associtrus.com.br/arquivos/custoASSOCITRUSmaio2008>. Acesso em: 10 maio 2009.

grande preocupação do setor em saber qual o impacto de mudanças no câmbio e no preço do suco sobre a rentabilidade da atividade.

Discriminação Componentes do Fluxo de Caixa

1. Custos variáveis totais 1.1. Custos variáveis indiretos

1.1.1. Impostos e outras contribuições 1.1.2. Despesas administrativas 1.1.3. Energia elétrica

1.1.4. Salários e encargos

1.1.5. Seguro sobre máquinas e implementos

1.2. Custos variáveis diretos

1.2.1. Insumos 1.2.1.1. Acaricidas 1.2.2.2. Inseticidas 1.2.2.3. Fungicidas 1.2.2.4. Corretivos e fertilizantes 1.2.2.5. Mudas 1.2.2.6. Herbicidas

1.2.2. Manutenção de benfeitorias e equipamentos 1.2.3. Manutenção de maquinários

1.2.5. Manutenção de edificações e cercas 1.2.6. Óleo diesel e combustíveis

1.2.7. Colheita e frete da produção 1.2.8. Pagamento a terceiros - Máquinas 1.2.9. Pagamento a terceiros - mão de obra

2. Receitas (quantidade de caixas vendidas* preço da caixa laranja) 3. Resultados

3.1. Fluxo de caixa (receita - custos variáveis) Quadro 1 - Fluxo de caixa da cultura da laranja

Fonte: ASSOCITRUS (2008)

O fluxo de caixa da cultura é composto pelas contas de custos variáveis indiretos, custos variáveis diretos e receita. Na conta de custos variáveis indiretos constam: impostos e outras contribuições; despesas administrativas; energia elétrica; salários e encargos e seguros sobre máquinas e implementos.

• Na conta impostos e outras contribuições, considera-se o gasto total, no ano, com o pagamento ao FUNDECITRUS (R$0,09 cobrado por caixa de laranja produzida) e o Contribuição Especial para a Seguridade Social Rural - CESSR, alíquota de 2,3% sobre o faturamento da propriedade;

• A conta despesas administrativas representa 5% dos custos operacionais diretos (Custos com: maquinário, mão de obra, insumos e diversos) referentes à área destinada à laranja (100 ha);

• A conta Energia elétrica representa a despesa com energia elétrica na propriedade (100 ha) no ano, onde, a tarifa do kWh é definida anualmente pelo governo através da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL e está atrelada a inflação do período e aos custos do setor;

• Na conta Salários os mesmos são definidos através de negociação entre os produtores e os sindicatos e geralmente os reajustes são concedidos com base na inflação medida pelo (Índice Geral de Preços do Mercado – IGP-M) e os encargos são calculados como uma proporção dos salários pagos;

• Na conta Seguro sobre máquinas e implementos o pagamento é calculado com base em um percentual do valor da máquina ou implemento segurados.

Na conta de custos variáveis diretos o item 1.2.1. Insumos é composto por gastos com: acaricidas, inseticidas, fungicidas, corretivos e fertilizantes, mudas, herbicidas (nomes comerciais). Esses insumos utilizados na atividade têm seus preços determinados pelas condições de oferta e demanda do mercado e, portanto, são fontes de incerteza sobre a rentabilidade do setor, pois, o produtor não tem qualquer influência na formação de preços desses insumos, que são considerados como variáveis aleatórias.

A conta 1.2.2.- Manutenção de benfeitorias e equipamentos é resultado da incidência de uma taxa anual de 3% sobre o montante de capital imobilizado na compra de equipamentos e empregado em benfeitorias. Esse recurso é utilizado para a manutenção de benfeitorias e

máquinas de forma a mantê-las em perfeitas condições de funcionamento durante todo o período de vida útil da cultura.

Na conta 1.2.3. - Manutenção de maquinários - calcula-se a despesa com a manutenção das máquinas utilizadas na área destinada para a cultura (100 ha) referente a quantidade de horas máquinas necessárias anualmente em valor monetário.

Na conta 1.2.5. - Manutenção de edificações e cercas - aplica-se uma taxa de 3% ao ano sobre o valor monetário investido em edificações e cercas.

Na conta 1.2.6. - Óleo diesel e combustíveis - calcula-se o valor monetário gasto com óleo diesel e combustível na propriedade (100 ha) para cada ano que varia de acordo com as quantidades utilizadas nas operações com máquinas e o preço do combustível que é formado no mercado.

A conta 1.2.7.- Colheita e frete da produção - representa o custo referente a pagamento a terceiros pela colheita e transporte da laranja. Normalmente, o valor pago pela colheita e frete é definido em negociação entre produtores e terceiros e os acordos seguem a inflação medida pelo IGP-DI.

A conta 1.2.8. - Pagamento a terceiros Máquinas – representa o custo referente à atividades com máquinas no ano de início da implantação do pomar (ano 0).

A conta 1.2.9. - Pagamento a terceiros mão-de-obra – refere-se ao custo com mão-de- obra no período de implantação do pomar (3 primeiros anos).

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