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Neste trabalho, foram utilizados dados extraídos de um levantamento realizado nas universidades federais brasileiras pelo Tribunal de Contas da União intitulado “Levantamento Integrado de Governança Organizacional Pública”. Esse levantamento integra as áreas de Tecnologia da Informação, Pessoas, Contratações e Governança Pública.

Os dados desta pesquisa foram coletados a partir dos resultados individuais de cada uma das universidades, constantes no levantamento realizado pelo TCU no ano de 2018 (BRASIL, 2018b). Foi escolhido utilizar os dados de 2018 visto que, no ano de produção desta dissertação, este era o relatório mais atual do TCU e, portanto, continha as informações mais atualizadas das universidades. O TCU realiza anualmente esse levantamento de governança pública que busca aferir a situação das instituições da administração pública federal e incentivar o desenvolvimento de boas práticas nesta área (BRASIL, 2018b). Esses resultados estão amplamente divulgados no site do Tribunal de Contas da União.

É enviado um questionário, conforme o Apêndice A, para cada instituição com perguntas associadas a práticas de governança que devem ser utilizadas em cada uma dessas áreas. A partir disso, as instituições participantes, devem assinalar as questões com uma opção dentre as seguintes: “não adota”, “há decisão formal ou plano para adotá-lo”, “adota em menor parte”, “adota parcialmente”, “adota em maior parte ou totalmente” e “não se aplica”. No portal do TCU, existem instruções para o correto preenchimento desse questionário, informando quais situações enquadram-se em cada um dos níveis dessa escala.

A partir das respostas assinaladas pelas instituições, o TCU realiza uma série de análises e cálculos para que seja possível aferir alguns índices, como é o caso do índice de governança e gestão de TI (iGovTI), objeto de estudo deste trabalho. Este índice é composto por um agregador chamado GovernançaTI e pelo índice de Capacidade em Gestão de TI (iGestTI), conforme visualizado na Figura 10.

Figura 10 - Estrutura do iGovTI

Fonte: Autoria Própria.

GovernançaTI é um agregador que possui a informação a respeito da implantação de um modelo de gestão de tecnologia da informação (ModeloTI), de como é realizado o monitoramento e avaliação da TI (MonitorAvaliaTI) e de quais são os resultados alcançados (ResultadoTI).

O indicador iGestTI, divide-se ainda em outras variáveis conforme a Figura 11. Ele é composto por ações relacionadas à operação da TI, tais como, o planejamento (PlanejamentoTI), as pessoas que a operam (PessoasTI) e aquilo que efetivamente é executado (ProcessosTI). O agregador ProcessosTI divide-se ainda em capacidade em gestão de serviços (iGestServicoTI); capacidade em gestão de níveis de serviços (iGestNiveisServicoTI); capacidade em gestão de riscos (iGestRiscos); capacidade em estrutura e processos de gestão de segurança da informação (iGestSegInfo) e este se divide

ainda em políticas de responsabilidades para gestão da segurança (EstrutSeg) e processos e atividades para a gestão da segurança (GestSeg); capacidade em gestão de processos de software (ProcessoSoftware); capacidade em gestão de projetos (iGestProjetosTI) e capacidade em gestão de contratos (iGestContratosTI).

Figura 11 - Estrutura do iGestTI

Fonte: Autoria Própria.

Para tornar possível estabelecer uma relação entre os resultados de governança de TI com os resultados de governança corporativa foram coletados também os resultados do índice integrado de Governança e Gestão Públicas (iGG). A Figura 12 descreve a estrutura dos índices que compõe o iGG.

Figura 12 - Estrutura do iGG

Fonte: Autoria Própria.

Esse indicador é composto pelo índice de governança pública (iGovPub) que ainda se divide em índice de capacidade em liderança (Lid), índice de capacidade em estratégia (Estr) e índice capacidade em accontability (Acct); índice de capacidade em gestão

de pessoas (iGestPessoas); índice de capacidade em gestão de TI (iGesTI), conforme já apresentado, e o índice de capacidade em gestão de contratações (iGestContrat).

Ressalta-se que o índice iGestTI compõe tanto o iGG como o iGovTI, contudo o índice iGovTI não faz parte do iGG. Este fato desperta o interesse em descobrir qual a relação entre esses dois índices de governança.

Para compreender a geração dos valores desses indicadores, neste trabalho serão analisadas inicialmente as variáveis concentradas nas pontas da Figura 10, da Figura 11 e da Figura 12. Essas variáveis são o primeiro nível de abstração de um conjunto de perguntas que foi realizado às Universidades participantes do relatório do TCU. Dessa forma, serão consideradas as 18 variáveis de acordo com seus respectivos indicadores, Quadro 6, excluindo a repetição do indicador iGestTI.

Quadro 6 - Variáveis de Pesquisa

Indicadores Variáveis de Pesquisa

iGovTI ModeloTI MonitorAvaliaTI ResultadoTI

iGestTI PlanejamentoTI PessoasTI iGestServiçoTI iGestNiveisServicoTI iGestRiscos

EstrutSeg GestSeg ProcessoSoftware iGestProjetosTI iGestContratosTI

iGG Lid Estr Acct iGestPessoas iGestContrat

Fonte: Autoria Própria.

Conforme a análise do TCU essas variáveis receberam valores entre 0 e 1, de acordo o seu nível de adoção, conforme a qualificação apresentada no Quadro 7. Estes são os valores que serão considerados para cada um desses indicadores em cada Universidade.

Quadro 7 - Valores atribuídos às variáveis

Ordenação de valor das categorias de resposta

1º Não adota 0

Não se aplica (risco não tratado)

2º Há decisão formal ou plano aprovado para adotá-la 0,05

3º Adota em menor parte 0,15

4º Adota parcialmente 0,5

Não se aplica (risco medianamente tratado)

continuação

Ordenação de valor das categorias de resposta

Adota em grande parte ou totalmente

1 Adota

Não se aplica (risco controlado ou inexistente) Fonte: Brasil 2018b.

Os resultados finais dos índices do relatório do TCU (iGovTI, iGestTI e iGG) são classificados em determinados níveis de capacidade, que mostram o quão aderente à instituição está em relação a cada índice. Esses estágios são apresentados de maneira porcentual e seus intervalos são visualizados no Quadro8.

Quadro 8 - Estágios de capacidade

Fonte: Brasil 2018b.

Ao longo desse trabalho são utilizadas siglas de classificação dos estágios de capacidade, da mesma forma que o TCU, Brasil (2018b), para evidenciar níveis em que cada instituição se encontra, sendo: APR – aprimorado, INT– intermediário, INI – inicial, e INE – inexpressivo. Ou seja, os índices iGovTI, iGestTI e iGG de cada instituição possuem um valor final entre 0 e 100%, o que representa a aderência da instituição às práticas de governança colocadas pelo TCU, evidenciando assim o seu grau de maturidade em governança em cada índice.