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A base de dados utilizada neste estudo é construída a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) para o ano de 2013, disponibilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A justificativa para o seu uso é de que, por se tratar de uma pesquisa com abrangência nacional e confiabilidade reconhecida, contendo características gerais de cerca de quatrocentos mil indivíduos em seus cem mil domicílios, e perfazendo temas relacionados à população, educação, trabalho, rendimento, habitação, entre outras áreas, possibilita a seleção de informações relativas à renda e ao bem-estar dos domicílios rurais. Destaca-se que a PNAD é a fonte de dados mais utilizada nos estudos sobre bem-estar no Brasil.

Além destes conteúdos, de tempos em tempos e de acordo com as necessidades de informação para a agenda nacional de desenvolvimento, são pesquisadas informações suplementares sobre outros temas, como fecundidade, nupcialidade, saúde, segurança alimentar etc. (IBGE, 2015).

Assim, a escolha por analisar a PNAD referente ao ano de 2013 se faz pelo propósito em se avaliar o maior número possível de dimensões relevantes para o nível de Bem-Estar Social de um domicílio. Desta forma, uma vez que a PNAD 2013 oferece informações suplementares acerca de Segurança Alimentar, pode-se incluir esta dimensão à análise.

Neste estudo, opta-se por analisar as áreas rurais referentes às seguintes situações censitárias definidas pela PNAD: i) aglomerado rural, isolado, povoado; ii) aglomerado

rural, isolados, outros aglomerados; e iii) zona rural, exclusive aglomerado rural15. Logo, a avaliação exclui duas situações censitárias rurais: o aglomerado rural de extensão urbana, por compreender as áreas adjacentes ao perímetro urbano dos municípios (com distância inferior a 1 km), resultante do crescimento horizontal das cidades, e que ainda não foram incorporadas legalmente ao perímetro urbano do município; e o aglomerado rural, isolado, núcleo, haja vista que as áreas ao pertencerem a um único proprietário (empresa agrícola, indústria, usina etc.), têm como característica definidora o seu caráter privado empresarial (DEL GROSSI; GRAZIANO DA SILVA, 2002).

Outra necessidade metodológica é a seleção da unidade de análise a ser utilizada. Entre famílias e domicílios, ambos conceitos com certas restrições na PNAD16, esta dissertação adota os domicílios como unidade de análise. Entretanto, apenas os domicílios particulares e permanentes17 com presença de, pelo menos, 1 (uma) mulher são analisados18. Excluiu-se, dentre seus membros, os pensionistas; os(as) empregados(as) domésticos(as) e seus parentes. Assim, a unidade domiciliar de análise inclui além da família nuclear, os parentes desta que vivem no mesmo domicílio (mesmo que formem outro casal) e os agregados. Por conseguinte, em um domicílio pode residir mais de uma família.

Definida a unidade de análise, são selecionadas informações pertencentes aos indivíduos residentes nas áreas rurais e aos seus respectivos domicílios, em todos os estados das cinco grandes regiões do País. A maior parte das variáveis extraídas é detalhada na seção 4.2, uma vez que compõem o Índice de Bem-Estar Domiciliar Rural (IbedR).

15Para o entendimento destas situações censitárias, consultar Del Grossi e Graziano Da Silva (2002).

16A família, porque considera apenas a unidade nuclear (casal e parentes mais próximos, desde que não

constituam um outro casal), o que em muitos casos separa grupos que vivem sob um mesmo teto e que têm dependência econômica entre si. E os domicílios, porque unem ocasionalmente famílias nucleares economicamente independentes, simplesmente pelo fato de não possuírem uma entrada privativa para seus aposentos (DEL GROSSI; GRAZIANO DA SILVA, 2002).

17Desta forma, excluiu-se os domicílios coletivos e os domicílios particulares improvisados. Para mais

informações sobre essas definições, consultar IBGE (2015).

18Seria um equívoco analisar domicílios com e sem mulheres conjuntamente se o objeto deste estudo é avaliar a

Assim, após a delimitação da base, a amostra final da PNAD com microdados referentes ao meio rural brasileiro consiste em 51.784 pessoas e 15.586 domicílios.

4.1.1 Construção da Proxy das Aposentadas Rurais por Idade a partir da PNAD

Esta seção descreve a composição da proxy das seguradas especiais, mais precisamente, da proxy das aposentadas por idade.

Uma vez que na PNAD a condição de 'estar aposentado' é apenas identificada pela variável 'aposentado por um instituto de previdência público', não se faz nenhuma distinção entre os tipos de benefícios da Previdência Social. Há apenas a desagregação entre aposentadorias e pensões, o que impossibilita a identificação direta das aposentadas rurais por idade.

Assim, é preciso construir uma proxy para estas beneficiárias. Para tal, replica-se a metodologia desenvolvida por Kreter; Staduto e Souza (2015), que leva em consideração a região censitária, o recebimento de aposentadoria, o sexo, a idade e o valor do benefício. A Figura 2 apresenta a estrutura básica para a rotina de construção da proxy das aposentadas rurais por idade.

Figura 2 - Estrutura básica para a seleção das variáveis constituintes da proxy das aposentadas rurais por idade por meio da Pesquisa Nacional por amostra de Domicílios (PNAD).

Fonte: Adaptado de Kreter; Staduto e Souza (2015), a partir da PNAD 2013.

Assim, a proxy para a condição de aposentada rural por idade é determinada pela seleção de mulheres aposentadas residentes na zona rural (com 55 anos de idade ou mais) e

Aposentado por um instituto de previdência público (V9122) Código de situação censitária (V4728)

Sexo (V0302)

Idade (V8002)

com rendimento de aposentadoria no valor de um salário mínimo19. Isto porque ao completarem 55 anos, as mulheres na áreas rurais têm direito a requerer a aposentadoria por idade igual a um salário mínimo, mediante comprovação de atividade rural.