Fontes de dados e construção da amostra

Esta pesquisa utilizou quatro fontes de dados. O constructo que representa o desempenho financeiro (variável dependente) foi obtido a partir de dados de balanço fornecidos pela SERASA (períodos de 2001 a 2006), a quem somos gratos, e pela Gazeta Mercantil (1998 a 2006). Como a inovação afeta o desempenho financeiro com uma defasagem os dados financeiros são relativos aos anos de 2005 e 2006.

O montante de empresas enviado para o IBGE superou 4.000 (quatro mil) firmas, que fez o cruzamento com a base da PINTEC, por meio do CNPJ. Como o IBGE não permite que os dados sejam trabalhados fora das suas dependências por problemas de sigilo (os dados de empresas individuais não podem ser disponibilizados em hipótese alguma) uma equipe de estatísticos realizou o trabalho para nós dentro das dependências do IBGE. O tratamento estatístico foi realizado pelo software SPSS versão 15.0 e seu aplicativo AMOS na versão 18.0 para trabalhar a modelagem de equações estruturais. Os dados relativos a patentes e registros de patentes (que representam o resultado do processo de inovação) foram fornecidos pelo Departamento de Geociências da UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas) a quem agradecemos na pessoa do Prof. Ruy Quadros Carvalho. Estes dados são produzidos pelo INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) e a coleta de dados demanda um tempo enorme, que poderia ter atrasado a conclusão da pesquisa, caso não tivéssemos tido ajuda.

verossimilhança (x2)

Índice de Qualidade de Ajuste (GFI) Valores maiores indicam melhor

ajuste. Deve ser maior que 0,90

Índice de Ajuste Normado (NFI)

Medida de Ajuste incremental. Valores maiores indicam melhor

ajuste.

Nível recomendado > que 90

Índice de Tucker-Lewis (TLI) ou NNFI.

Medida de Ajuste incremental. Valores maiores indicam melhor

ajuste.

Nível recomendado > que 90

Qui-quadrado Normado Razão entre o qui-quadrado e os graus

de liberdade

Limite inferior: 1,0 Limite superior: 5,0.

Raiz do Erro Quadrático Médio de Aproximação (RMSEA)

Diferença média por grau de liberdade que se espera ocorrer na

população, não na amostra.

Valores aceitáveis abaixo de 0,08.

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Os dados para a obtenção de variáveis que caracterizem o esforço inovador foram obtidos no IBGE, a quem também muito agradecemos. O IBGE realiza de dois em dois anos uma pesquisa inovadora sobre inovação denominada PINTEC (Pesquisa de Inovação Tecnológica). Os dados utilizados são relativos à última pesquisa disponibilizada para o público, a pesquisa de 2005.

A PINTEC foi estruturada tendo como referência conceitual o Manual de Oslo, e o IBGE utilizou para a elaboração do questionário da PINTEC o modelo aplicado pela Oficina Estatística da Comunidade Européia – EUROSTAT, a terceira versão da Community Innovation Survey – CIS 1998 – 2000 (IBGE, 2007, p. 13). A pesquisa brasileira, similarmente à européia, tem como objetivos construir indicadores setoriais, nacionais e regionais do processo de inovação das firmas instaladas no Brasil, que atendam aos seguintes requisitos (IBGE, 2007, p. 14):

Estar em situação ativa no Cadastro Central de Empresas – CEMPRE, do IBGE; Ter atividade principal a indústria extrativista ou de transformação;

Ter dez ou mais pessoas ocupadas em 31 de dezembro do ano de referência. A unidade de investigação da PINTEC é a firma, enquanto unidade jurídica, caracterizada por uma razão social. Nas situações de grupos econômicos, a PINTEC distribuiu questionários a todas as empresas coligadas e controladas e num segundo momento consolidou as informações junto à administração central.

O IBGE estruturou a pesquisa da PINTEC para as empresas que afirmaram serem inovadoras em 8 blocos: Atividades Inovativas, Fontes de Financiamento, Atividades Internas de P&D, Impacto das Inovações, Fontes de Informação, Cooperação para Inovação, Apoio do Governo e Patentes e Outros Métodos de Inovação (IBGE, 2007, p. 17).

Atividades inovativas são contabilizadas em valores monetários empregados nas inovações implementadas, em desenvolvimento ou abandonadas sendo os indicadores:

Atividades internas de P&D; Aquisição externa de P&D;

Aquisição de outros conhecimentos externos; Aquisição de software;

Aquisição de máquinas e equipamentos; Treinamento;

Introdução das inovações tecnológicas no mercado;

Projeto industrial e outras preparações técnicas para a produção e distribuição.

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Fontes de Informação foi construído para ser um indicador do processo de criação, disseminação e absorção de conhecimentos e envolve dois aspectos. O primeiro abarca o relacionamento com instituições de pesquisa, universidades, centros de capacitações, entre outros, para auxiliar no desenvolvimento de produtos e processos originais, inovações que busquem o aspecto exploration. O segundo trabalha a incorporação de conhecimentos de fornecedores e clientes que visem mudanças tecnológicas (IBGE, 2007).

A Relação de Cooperação é conceituada como “a participação ativa da empresa em projetos conjuntos de P&D e outros projetos de inovação com outra organização, o que implica necessariamente que as partes envolvidas obtenham benefícios comerciais imediatos”.

O Apoio do Governo coleta informações que englobam: financiamentos, incentivos fiscais, subvenções e participação em programas públicos voltados para o desenvolvimento tecnológico.

O Impacto da Inovação (IBGE, 2007, p. 21) pode ser identificado ao:

a - nível de produto (melhoria da qualidade ou extensão da linha de produtos); b - mercado (manutenção e ampliação da participação no mercado);

c - processo (ganhos de produtividade e flexibilidade nas operações); d - ambiente (segurança do trabalho, saúde ocupacional e meio ambiente).

As Patentes e outros meios de produção medem a “capacidade que as empresas têm em garantir a apropriação dos resultados da inovação” (IBGE, 2007, p. 21). A PINTEC coleta na empresas informações sobre patentes depositadas no Brasil e exterior, marcas registradas, registros de design, copyright, segredos industriais, complexidades do desenho, vantagens de tempo sobre os concorrentes, etc.

A PINTEC coleta informações sobre o total de pessoal ocupado na firma, o que permite realizar analises de acordo com o porte das empresas. Considera-se empresas pequenas aquelas com até 49 pessoas ocupadas. Empresas de médio porte são aquelas que possuem nos seus quadros entre 50 e 249 funcionários e de grande porte aquelas com mais de 500 funcionários.

Excluímos desta pesquisa os dados relativos aos blocos Fontes de Financiamento, Impacto das Inovações, Fontes de Informação, Cooperação para Inovação, Apoio do Governo e Patentes e Outros Métodos de Inovação, por serem variáveis categóricas. Nossa intenção foi trabalhar com variáveis que pudessem ser mensuradas de um ponto de vista monetário (dados de balanço) ou pudessem ser quantificadas objetivamente (número de funcionários e doutores, por exemplo).

A utilização de 4 bases de dados pode apresentar uma deficiência que pretendemos sanar em pesquisas posteriores. Os dados financeiros coletados pelo IBGE (valor adicionado, por exemplo) seguem uma metodologia oriunda de modelos Keynesianos e os dados coletados pela SERASA e Gazeta Mercantil são dados oriundos da contabilidade tradicional. Assim seria prudente replicar os resultados aqui obtidos

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utilizando-se de dados financeiros oriundos do próprio IBGE, substituindo-se os dados da SERASA/Gazeta Mercantil pelos dados da PIA (Pesquisa Industrial Anual) do IBGE.